Chuva intensa obrigou a descargas controladas em sete barragens
Chuvas permitiram a recuperação das albufeiras em quase todas as bacias hidrográficas. Reserva de água aumentou para 72% da capacidade.
As chuvas intensas dos últimos dias obrigaram a descargas controladas em sete barragens, informou esta quinta-feira a Agência Portuguesa do Ambiente (APA). O nível de água nas albufeiras subiu para 72% da capacidade, com as bacias do Vouga, Mondego e Tejo registarem os maiores aumentos.
“Nas regiões mais afetadas pela precipitação intensa foi necessário realizar em algumas barragens descargas controladas, para ganhar encaixe antes de cada um dos eventos que ocorreram em novembro e que ainda estão acontecer em dezembro”, diz a APA em comunicado. Alto Lindoso (Lima), Caniçada (Cávado), Aguieira e Fronhas (Mondego), Castelo do Bode (Zêzere), Póvoa e Meadas na Ribeira de Nisa (Tejo) e Maranhão na ribeira de Sor (Tejo) foram as barragens onde ocorreram as descargas.
Segundo a agência, com “estas medidas de gestão tem sido possível minimizar os efeitos a jusante, permitindo encaixar parte do volume de água afluente”. Assinala ainda que “as medidas de gestão das barragens têm sempre em consideração a proteção de pessoas e bens a jusante, mas também a segurança da infraestrutura para as quais existem regras claras que devem ser sempre respeitadas”.
A precipitação intensa elevou o nível de água nas albufeiras. O último boletim semanal da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), divulgado na segunda-feira, dava conta de que a reserva de água estava nos 65%. Em três dias entraram mais 785 hectómetros cúbicos de água em 71 das 80 albufeiras monitorizadas, que agora se encontram a 72% da capacidade, segundo a informação divulgada hoje.
A APA sublinha que “a recuperação das reservas de água ocorreu em quase todas as bacias hidrográficas a nível nacional”, destacando os aumentos percentuais na bacia do Vouga (+20%), do Mondego (+14%) e do Tejo (+17%), Sotavento (+10%) e Guadiana (7%).
“Neste mês ocorreram vários eventos de precipitação significativos abrangendo também as regiões a Sul, permitindo assim a recuperação de algumas das albufeiras, algumas delas estratégicas, sendo ainda relevante para a quantidade de água no solo que atingiu a saturação, permitindo a infiltração para as águas subterrâneas, cuja recuperação é mais lenta”, assinala a agência.
Apesar da chuva intensa, há albufeiras onde a situação é ainda preocupante. É o caso das bacias do Mira (Santa Clara), Sado (Monte da Rocha e Campilhas) e Barlavento algarvio (Bravura), onde ainda não existe recuperação.
Das 71 albufeiras monitorizadas pela APA, 18 têm disponibilidades inferiores a 50% do volume total, sendo que dessas 14 têm disponibilidades inferiores a 40%. “A situação hidrológica da região do Algarve é neste momento a mais preocupante em termos de disponibilidades, em particular o Barlavento”, sublinha a agência.
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