Estas dez empresas estão a recrutar jovens talentos para estágios

Se tem interesse em candidatar-se, não perca tempo, pois o período de candidaturas termina, em praticamente todas as organizações, ainda em maio.

Está aberta a fase de recrutamento para os programas de estágios de verão. Do setor tecnológico à indústria da energia, passando pelas telecomunicações e ainda pelo retalho, são várias as empresas que já deram o pontapé de saída para os seus programas de formação de jovens talento. Este ano, a maioria dos estágios decorrerá em regime híbrido, mas há também quem tenha decidido voltar ao modelo 100% presencial. O período de candidaturas já começou.

Alguns dos estágios são remunerados, outros oferecem apenas ajudas de custo. A maioria realiza-se em regime de tempo inteiro, mas há também opções para quem prefere um vínculo part-time, como é o caso das ofertas publicadas pelo Lidl. Além disso, há empresas que optaram por desenhar programas de estágio para quem pretende uma duração mais prolongada, caso da Altice, Galp, Volkswagen Digital Solutions e Super Bock.

Nas restantes, os estágios são de verão e iniciam entre junho e julho. Se tem interesse em candidatar-se, não perca tempo, pois o período de candidaturas termina, em praticamente todas as organizações, já no final deste mês. A Pessoas/ECO reuniu uma lista de dez empresas que estão, neste momento, a recrutar.

1. Critical Software

O “Summer Camp” da Critical Software está de volta para dar oportunidade aos jovens universitários de ter o seu primeiro contacto com o mundo do trabalho. O programa de estágios da empresa especializada em soluções de software e serviços de engenharia para o suporte de sistemas críticos começa a 11 de julho e destina-se a alunos de engenharia e tecnologia. Este ano o modelo de trabalho será híbrido, com idas ao escritório dois a três dias por semana. As candidaturas estão abertas até ao dia 31 de maio aqui.

“Na Critical Software, acreditamos que a aprendizagem é contínua e pode acontecer em qualquer idade ou momento de carreira. Neste programa, tanto os alunos como os colaboradores partilham perspetivas diferentes, o que torna esta experiência mais enriquecedora para a empresa. Ficamos muito contentes por podermos continuar a contribuir para o desenvolvimento pessoal e curricular destes alunos e manter a nossa relação com as universidades portuguesas”, afirma Filipa Carmo, representante da people management team da Critical Software.

2. Mercer e Marsh

A Mercer e a Marsh também já abriram as candidaturas para a edição de 2022 da iniciativa “Summer Trainees”, um programa aberto a todos os estudantes do ensino superior, existindo preferência por alunos finalistas de licenciatura ou que frequentam mestrado, nomeadamente nas áreas de Economia, Gestão, Matemática, Ciências Sociais e Engenharia. Os estágios irão decorrer nos escritórios da Mercer e da Marsh em Lisboa e no Porto, com início a 1 de julho e fim a 31 de agosto.

Escritórios da Mercer Portugal

“É com enorme alegria que voltamos ao modelo presencial, já que com a pandemia realizámos virtualmente. Cada participante irá ter a oportunidade de frequentar workshops relevantes para o desenvolvimento de competências críticas para o futuro profissional e poderá fazer networking com diferentes perfis, backgrounds e contactar com mercados internacionais. Para nós, é uma experiência muito enriquecedora e temos alguns dos participantes de edições anteriores a trabalhar connosco”, refere Rita Xavier, diretora de people do Grupo Marsh McLennan em Portugal.

As inscrições terminam no dia 22 de maio e podem ser feitas através do formulário online disponível aqui.

3. Inlife

Num setor distinto, a Inlife, a startup portuguesa especializada no arrendamento de alojamento a médio e longo prazo, quer dar a jovens e estudantes a oportunidade de trabalhar no ramo imobiliário, desenvolvendo capacidades na área das vendas, do marketing e das operações, através de estágios de verão remunerados. A startup está até ao fim de maio a receber candidaturas para este programa de estágios de verão, com início em julho e duração de 12 a 14 semanas a tempo inteiro.

Os interessados deverão enviar o currículo para o email dos recursos humanos da Inlife ([email protected]) ou proceder à candidatura através do site oficial da marca.

4. Vodafone

O “Vodafone Youth Summer Internships”, o programa de estágios de verão da empresa do setor das telecomunicações, decorre entre junho e setembro, com uma duração até três meses. As candidaturas já estão abertas e terminam no final do mês.

Os estágios são, sobretudo, nas áreas de technology, marketing & commercial, digital, analytics & automation e corporate functions, e, depois de no ano passado terem sido realizados em formato 100% digital, este ano o programa assume um regime híbrido. Mais informações aqui.

5. Lidl

No retalho, o Lidl está à procura de estudantes que queiram realizar um estágio, mas “sem terem de abdicar do verão”. A companhia oferece uma oportunidade de trabalho em regime de part-time, na sede da empresa, em Sintra. “Damos-te a possibilidade de escolheres trabalhar, três dias por semana ou apenas de manhã de segunda a sexta-feira”, lê-se no site da empresa.

Durante o “Lidl Summer Experience”, os participantes vão trabalhar na sede da empresa.Lidl

O “Lidl Summer Up” tem a duração de dois meses e irá decorrer entre os meses de julho e agosto. Há vagas para as áreas de comunicação, controlling, compliance, compras, gestão de projeto, IT, RH (analytics), RH e vendas. Candidaturas aqui.

6. Novo Banco

Quem também já está a recrutar para reforçar as suas equipas com “sangue novo” no verão é o Novo Banco. O programa de estágios da instituição bancária promete “oferecer novas competências”, “enriquecer o currículo” e “ampliar os contactos” dos particpantes. “Irás fazer parte de um departamento ou área específica e terás tarefas definidas. Será aí que poderás dar o teu melhor e mostrar o que tens aprendido na faculdade”, escreve o Novo Banco no site.

Os estágios de verão preveem a atribuição de uma bolsa de estágio (o valor ilíquido, referente a um mês completo de estágio, é de 443,20 euros, acrescido do subsídio de refeição de 9,74 euros por dia). Os interessados têm até 27 de maio para submeter a sua candidatura.

7. Altice

Apesar de em moldes diferentes, a Altice também está a recrutar jovens talento. No entanto, não está à procura de candidatos só para um estágio de verão, pretende que as pessoas fiquem durante 12 meses na companhia, através do programa DarWIN. Em causa estão “jovens de elevado potencial, finalistas das áreas de Engenharia, Tecnologias da Informação, Gestão, Economia e outras similares, dotados de um espírito inovador, empreendedor, dinâmico e ágil”, detalha a Altice.

As candidaturas para a edição de 2022/2023 já podem ser submetidas na área de “Estágios” do site oficial da Altice Portugal.

8. Volkswagen Digital Solutions

Na Volkswagen Digital Solutions (VWDS) decorre uma campanha semelhante para preencher as vagas da “Junior Academy”, um programa de trainees desenhado para integrar recém-graduados no mercado de trabalho e que arranca já em setembro. Dia 17 de maio, às 17h00, o hub tecnológico do Grupo Volkswagen vai realizar um open day virtual para esclarecer dúvidas e dar a conhecer o programa em detalhe.

As candidaturas para as posições de IT service analyst, doftware developer e devOps engineer já estão abertas e os jovens trainees selecionados vão integrar as equipas das três tech units da tecnológica: Application Management Services, que faz o suporte aplicacional de várias marcas e desenvolvimento de software para o Grupo Volkswagen; a MAN Digital Hub, que desenvolve produtos digitais para as áreas de logística, transportes e veículos comerciais da Marca MAN Truck & Bus; e o Software Development Center, que desenvolve produtos digitais centrados no utilizador.

“Os jovens terão oportunidade de ter uma primeira experiência no mercado de trabalho, ao mesmo tempo que trabalham com soluções inovadoras e com a mais recente tecnologia que impulsiona as suas carreiras no futuro”, esclarece Mark Jacobi, managing director na Volkswagen Digital Solutions.

9. Super Bock

A empresa portuguesa de bebidas também está receber, até 29 de maio, as candidaturas de recém-diplomados, de diversas áreas de formação, para a integração na quarta edição do programa de trainees “A Super Bock patrocina o teu talento”.

O Super Bock Group pretende acolher entre 15 a 20 novos talentos, num estágio remunerado, com duração de nove meses e início em setembro de 2022.

10. Galp

Na Galp, por sua vez, o programa de estágios tem outras particularidades. O “Galp Integration Program” destina-se a deslocados pela guerra na Ucrânia. A iniciativa, que conta com 50 vagas dedicadas a pessoas impactadas pela guerra, tem como objetivo criar novas oportunidades de carreira em diversas áreas de conhecimento e garantir condições para a integração em Portugal.

A bolsa a atribuir no âmbito do estágio será complementada por subsídio de alimentação e seguro de saúde, abrangendo também o agregado familiar. Se necessário, incluirá ainda apoio na integração em Portugal, como assistência à procura de alojamento e apoio à inclusão de filhos no sistema educativo português.

Os interessados em participar no “Galp Integration Program” poderão inscrever-se aqui.

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Arranca a oferta de obrigações do Benfica. Um guia com 10 respostas<span class='tag--premium'>premium</span>

A subscrição de obrigações da Benfica SAD arranca esta segunda-feira. O ECO preparou um guia com dez perguntas e respostas para decidir se vale a pena investir.

O Benfica tem lançado todos os anos uma oferta de obrigações para os pequenos investidores, que serve para reembolsar a que entretanto vai chegar ao fim do prazo. O juro da emissão de 2022 é mais alto, chega aos 4,6%, mas há muitos fatores além da remuneração que os investidores devem considerar antes de investir. O ECO deixa-lhe um guia com as questões essenciais. Qual o montante da emissão e para que serve? Ao abrigo da emissão Benfica SAD 2022-2025 serão emitidas, no dia 1 de junho, até oito milhões de obrigações, cada uma com um valor nominal de cinco euros. Daí que o valor global do empréstimo obrigacionista sejade40 milhões de euros. O montante poderá ser aumentado, através de uma adenda ao prospeto, até ao dia 24 de maio. A oferta é dirigida ao público em geral, pelo que

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Gasóleo cai hoje mais de 6 cêntimos para valor mais baixo desde início da guerra

Preços dos combustíveis têm comportamentos divergentes esta segunda: enquanto o litro da gasolina fica um cêntimo mais caro, o gasóleo cai 6,8 cêntimos para valor mais baixo desde início da guerra.

Há muito que os condutores estão habituados ao sobe e desce nos preços dos combustíveis, sobretudo nos últimos meses. Esta segunda-feira o cenário volta a repetir-se com comportamentos divergentes entre o gasóleo e a gasolina: enquanto o diesel, o mais consumido em Portugal, cai 6,8 cêntimos para o valor mais baixo desde o início da guerra na Ucrânia, a gasolina fica um cêntimo mais cara.

Pelo menos era esta a previsão do Governo na passada sexta-feira, quando, ao final do dia, o Ministério das Finanças anunciou que ia manter os descontos nos impostos dos combustíveis – quando poderia ter agravado no gasóleo, tendo em conta a descida do preço.

Tendo em conta os preços médios praticados nas bombas na passada segunda-feira, isto significa que o gasóleo simples baixa para cerca de 1,776 euros por litro, o valor mais baixo desde a semana que começou a 28 de fevereiro (quatro dias após o início da guerra da Rússia na Ucrânia). Por seu turno, o litro da gasolina encarece para 1,925 euros, o preço mais alto desde a semana de 25 de abril.

Importa lembrar, contudo, que estes são preços médios e que podem variar de posto para posto de abastecimento.

Os preços dos combustíveis aceleraram bastante nas últimas semanas, sobretudo depois do início da invasão da Ucrânia pela Rússia a 24 de fevereiro, há quase três meses. Os receios de uma disrupção no mercado petrolífero atiraram a cotação do barril para mais de 140 dólares, isto quando ainda há incerteza sobre o impacto da proibição de importações de petróleo e produtos petrolíferos russos para a União Europeia até final do ano, como medida de resposta ao Kremlin pela agressão à Ucrânia.

Para aliviar os preços nos consumidores, o Governo tem lançado várias medidas, como o Autovoucher (já descontinuado em abril) e descontos nos impostos sobre os produtos petrolíferos ISP.

De acordo com as contas do Ministério das Finanças, a redução total do ISP, através do mecanismo semanal de revisão de ISP e da redução das taxas unitárias deste imposto para o equivalente a uma taxa de IVA de 13%, totaliza 21,5 cêntimos por litro de gasóleo e 22,5 cêntimos por litro de gasolina.

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Portugal pode receber projeto de hidrogénio verde de 2,3 mil milhões

Há três localizações em estudo para a construção de uma unidade de produção de hidrogénio verde pela H2 Green Steel e a Iberdrola. Uma delas é Portugal. Investimento previsto é de 2,3 mil milhões.

Portugal é uma das localizações que está a ser estudada pela sueca H2 Green Steel e a Iberdrola para a instalação de uma unidade de produção de 1 gigawatt de hidrogénio verde, num investimento total de 2,3 mil milhões de euros.

A empresa sueca anunciou a parceria com a elétrica espanhola em dezembro. Contactada pelo ECO, a H2 Green Steel esclareceu que estão a ser estudadas três localizações na Península Ibérica, uma delas em Portugal, sem no entanto adiantar qualquer informação sobre as regiões em concreto. O ECO contactou também a Iberdrola, que não respondeu.

A H2 Green Steel é uma empresa especializada na produção de “aço verde”, através da descabornização do processo de transformação do minério de ferro. O hidrogénio verde é um dos elementos desse processo. A indústria do aço é uma das mais poluentes, sendo responsável por 8% das emissões de CO2 mundiais.

Na altura, as duas empresas afirmavam que os locais que estão a ser avaliados “terão acesso a eletricidade renovável com um custo reduzido e à infraestrutura necessária para operar com sucesso um negócio de hidrogénio verde, ferro verde e aço verde”.

Sines tem sido o destino mais procurado em Portugal para o desenvolvimento de projetos de hidrogénio verde. Em abril foi lançado um projeto de 1,3 mil milhões liderado pela luso-holandesa Madoqua Ventures e com o apoio da dinamarquesa Copenhagen Infrastructure Partners e da holandesa Power 2X, em que a maior parte do investimento será canalizado para a cidade no litoral alentejano.

O GreenH2Atlantic, um consórcio de 13 empresas e parceiros, que inclui a EDP e a Galp, prevê a instalação de um eletrolisador 100 MW na antiga central termoelétrica a carvão de Sines. A petrolífera anunciou entretanto um segundo projeto de 100 MW para a mesma região.

Segundo a H2 Green Steel, a produção de 1 gigawatt será usada como combustível para um forno de redução direta de aço (um método de produção que recorre ao gás natural ou hidrogénio e tem menos impacto ambiental), com capacidade para produzir até dois milhões de toneladas de “aço verde” e uma redução de até 95% das emissões de CO2. O eletrolisador será detido pela H2 Green Steel e pela Iberdrola, enquanto a unidade de redução direta será detida e operada pela empresa sueca.

No comunicado conjunto, as empresas afirmavam ainda “que iriam explorar a oportunidade de construir em conjunto uma unidade de produção de aço verde capaz de produzir entre 2,5 e 5 milhões de toneladas de aço verde por ano”. A H2 Green Steel, fundada em 2020, está a desenvolver a sua primeira fábrica do género em Boden, no norte da Suécia, que deverá estar operacional em 2024.

O fundador e maior acionista da H2 Green Steel é a Vargas, uma holding que foi também um dos investidores iniciais da fabricante de baterias de iões de lítico sueca Northvolt, que em dezembro fechou uma joint venture com a Galp (Aurora) para criar “a maior e mais sustentável fábrica de conversão de lítio da Europa”, com uma capacidade de produção anual de até 35.000 toneladas de hidróxido de lítio.

As duas empresas anunciaram, em meados de abril, a escolha de Setúbal, mais concretamente o Parque Industrial Sapec Bay, para a instalação da refinaria. O início das operações comerciais está previsto para 2026.

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Espaço Schengen abanou durante a pandemia. Ainda tem remédio?

  • Joana Abrantes Gomes
  • 15 Maio 2022

Durante a pandemia, o Espaço Schengen não cumpriu o pilar da sua criação: o da livre circulação. Controlos de fronteiras ou regras diferentes de entrada em cada um dos Estados permanecem até hoje.

As consequências da Covid-19 estendem-se para além de uma crise sanitária e económica. Entre os muitos “danos colaterais” da pandemia, destaca-se o Espaço Schengen, a partir do momento em que os seus 26 membros começaram a impor fronteiras entre si para conter a propagação do vírus. Numa altura em que os países já levantaram praticamente todos os controlos fronteiriços face à melhoria da situação epidemiológica, como avaliar a resposta à pandemia deste espaço que permite a livre circulação sem uso de passaporte? E o que pode reservar o Espaço Schengen no futuro?

Controlos temporários das fronteiras internas – sendo que alguns ainda perduram -, testes de despistagem, imposição de quarentenas ou até proibições de entrada e saída do Espaço Schengen tiveram um impacto direto no quotidiano dos cerca de 400 milhões de cidadãos europeus desde que o “Velho Continente” se converteu no epicentro da pandemia, em março de 2020.

Com a adoção de medidas unilaterais pelos membros Schengen para o controlo da propagação da Covid-19, o antigo eurodeputado Carlos Coelho reconhece ao ECO que, “num primeiro momento, Schengen não esteve à altura do que os cidadãos esperavam e as empresas necessitavam”.

Para o também fundador e presidente da plataforma de cidadania Nossa Europa, o controlo coordenado das suas fronteiras externas foi uma “tremenda dificuldade” para o Espaço Schengen, sendo exemplo que uma eventual decisão de Portugal fechar as fronteiras a viajantes da África do Sul “era inútil” se a Espanha ou a Alemanha as mantinha abertas.

Um agente do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) verifica a identificação de um automobilista durante uma operação de controlo na entrada em Portugal pela fronteira do Caia (Elvas), 1 de fevereiro de 2021. As fronteiras foram repostas desde as 00:00 de domingo, dia 31 de janeiro, no âmbito das medidas para conter a propagação da covid-19 no território português. NUNO VEIGA/LUSANUNO VEIGA/LUSA

Desde as falhas de abastecimento, devido às interrupções nas cadeias logísticas mundiais, às famílias impedidas de se reencontrar ou que enfrentaram dificuldades em cruzar fronteiras, a reintrodução de fronteiras e de medidas de controlo descoordenadas fez-se sentir no dia-a-dia dos cidadãos europeus. Neste contexto, a diáspora portuguesa, em particular, “viveu momentos dramáticos”, com as mudanças “constantes e erráticas” nos controlos fronteiriços e nas medidas de saúde pública, aponta.

A este propósito, a chefe da delegação de Bruxelas do think tank Centre for European Reform (CER) considera que o facto de os países Schengen terem adotado políticas diferentes entre si para enfrentar a Covid-19 foi uma “resposta natural”. Contrariamente ao ex-eurodeputado, Camino Mortera-Martinez refere ao ECO que o Espaço Schengen está “muito bem equipado” para lidar com uma crise sanitária, tendo demonstrado ser “suficientemente resiliente” para reagir ao choque da pandemia – o que, ressalva, “não significa que seja perfeito”.

No entanto, concorda que o controlo de fronteiras foi “muito questionável”, representando, aliás, o “centro dos problemas” para o continente europeu, até porque os Estados-membros não falavam entre si nem com a Comissão Europeia por forma a dar uma resposta coordenada.

Desde 2006 que o Espaço Schengen, formado por 22 dos Estados-membros da União Europeia (exceto Bulgária, Croácia, Chipre, Irlanda e Roménia) e ainda por Islândia, Noruega, Suíça e Liechtenstein, é regido pelo Código de Fronteiras Schengen (SBC, na sigla em inglês), que permite a implementação de tais restrições. Contudo, estas “têm de ser temporárias” e os países foram muitas vezes inconsistentes na sua utilização das regras, recorda a analista do CER.

O papel da Comissão Europeia

Em outubro de 2020, um acordo entre o Conselho Europeu e a Comissão Europeia permitiu adotar um programa de restrições temporárias de viagens não indispensáveis de países terceiros para o espaço da UE. Apesar de ser apresentado como uma abordagem coordenada, ainda estava longe de resolver as graves repercussões nos direitos dos europeus, visto que este acordo impediu a entrada no Espaço Schengen de cidadãos não-europeus que não residissem permanentemente na UE.

“Schengen não estava preparado para uma crise de saúde pública como aquela que vivemos então – e vivemos, com diferente intensidade, hoje. Mas ficou claro que apenas juntos, coordenados e com um papel liderante da Comissão Europeia podíamos responder às necessidades dos europeus e fazer face às dificuldades e exigências impostas pelas pandemia.”

Carlos Coelho

Eurodeputado entre 1998 e 2019

As restrições à livre circulação foram sendo gradualmente abolidas e de forma coordenada apenas a partir de 2021, com a compra conjunta de vacinas contra a Covid-19 acordada entre os Estados-membros e, sobretudo, a criação do certificado digital Covid. Estes dois instrumentos foram fulcrais para facilitar a circulação das pessoas de forma segura e livre num contexto pandémico, em todos os Estados-membros da UE, nos países do Espaço Schengen (Islândia, Liechtenstein, Noruega e Suíça) e em vários países e territórios não pertencentes ao bloco.

Posto isto, mesmo reconhecendo que “Schengen não estava preparado para uma crise de saúde pública como aquela que vivemos então – e vivemos, com diferente intensidade, hoje”, Carlos Coelho considera que “ficou claro que apenas juntos, coordenados e com um papel liderante da Comissão Europeia” se pode responder “às necessidades dos europeus e fazer face às dificuldades e exigências impostas pela pandemia”.

A importância da Comissão Europeia no decorrer da pandemia foi igualmente sublinhada pela chefe da delegação de Bruxelas do CER. O início de 2021, com o começo do processo de vacinação em vários Estados-membros, foi “a solução para os nossos problemas”, destaca Camino Mortera-Martinez.

O que esperar do Espaço Schengen no futuro?

De momento, ainda se mantêm algumas restrições à circulação em países Schengen. Portugal, por exemplo, mantém a obrigatoriedade de mostrar um certificado digital Covid ou um teste negativo à chegada ao país.

Contudo, em dezembro passado, a Comissão Europeia apresentou uma reforma para o Espaço Schengen, como resultado das lições aprendidas durante o pico da pandemia, mas que aborda também outros desafios que a área tem enfrentado na última década, tais como a segurança e a migração.

Esta nova estratégia tem como um dos pilares a manutenção da livre circulação de pessoas, bens e serviços através do reforço das fronteiras externas, estando prevista a continuação da cooperação com países terceiros nas questões migratórias, tais como a Líbia, Marrocos e a Turquia.

A UE não resolverá o seu problema de confiança apenas com leis ou decisões judiciais, porque este é um problema que deriva de diferenças políticas, e não legais.

Camino Mortera-Martinez

Chefe da delegação de Bruxelas do Centre for European Reform

A nível interno, a proposta da Comissão apela a uma cooperação policial mais eficiente, por exemplo através de uma melhor partilha de informação sobre DNA, impressões digitais, registo de veículos e informação de passageiros, e à criação de relatórios anuais e visitas de verificação sem pré-aviso a Estados-membros para melhorar a governação do Schengen.

Agora, “está na mão do Parlamento Europeu e do Conselho apetrechar Schengen, prepará-lo para enfrentar crises futuras”, frisa Carlos Coelho. Para o antigo eurodeputado, que representou o PSD na assembleia europeia entre 1998 e 2019, a pandemia “pode bem vir a transformar-se num momento de refundação e mudança” para o Espaço Schengen. “Vamos ver o que proporciona o debate que se segue”, remata.

Num Eurobarómetro encomendado pela Direção-Geral da Migração e dos Assuntos Internos em 2018, “a expressiva maioria dos cidadãos” (cerca de dois terços) reconhecem o Espaço Schengen e a liberdade de circulação como principal conquista do projeto europeu, lembra ainda Carlos Coelho. Além disso, 75% dos cerca de 30.000 cidadãos da UE inquiridos consideram que o espaço Schengen é também vantajoso para os negócios nos países membros.

Camino, por sua vez, considera que o bloco comunitário não necessita de reformar o Espaço Schengen, mas antes de reconstruir a confiança dos cidadãos nos governos e nas instituições de Bruxelas. “A UE não resolverá o seu problema de confiança apenas com leis ou decisões judiciais, porque este é um problema que deriva de diferenças políticas, e não legais”, defende, acrescentando que a reconstrução da confiança “exigirá um nível mais elevado de responsabilização sobre a forma como as políticas do espaço de liberdade, segurança e justiça da UE são decretadas a nível nacional”.

Por fim, a analista do CER aponta os desafios futuros para o Espaço Schengen, reconhecendo que o maior deles, no imediato, é a Rússia, visto que a guerra na Ucrânia “irá traduzir-se em migração” e pode colocar em causa a segurança na Europa. “Não sabemos o que vai acontecer, pode causar problemas entre Estados-membros e nos Estados-membros”, alerta.

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DS Seguros Fundão fez 4 anos e está a recrutar

  • ECO Seguros
  • 15 Maio 2022

Nuno Lobo, diretor da agência, soma 3 anos seguidos no 1º lugar do ranking da mediadora. Para o agente premiado pela venda de produtos estratégicos DS Seguros, a interioridade é uma oportunidade.

A agência DS Seguros Fundão está a celebrar o 4º ano de atividade, com serviços prestados a mais de mil clientes. Estar localizada no interior do país não constitui um problema, mas sim uma oportunidade, assume a empresa: “Encaramos a interioridade como uma oportunidade para chegar não só a zonas geográficas mais remotas, mas também como uma responsabilidade de prestar um serviço de excelência que o interior merece e deve ter”.

Catarina Mesquita e Nuno Lobo, diretores da DS Seguros Fundão, realçam: “ano após ano, vamos conquistando as famílias e empresas da região, que atualmente nos veem como um aliado de confiança na hora de tomar uma decisão na área dos Seguros.” Com 11 profissionais qualificados, a empresa quer crescer na oferta das “melhores opções na área de mediação de seguros” nomeadamente apoio na contratualização; análise de apólices já existentes e revisão de condições, renegociando-as “sempre que for mais vantajoso para o cliente.

Em 2021, pelo terceiro ano consecutivo, Nuno Lobo conquistou o primeiro lugar no ranking nacional DS Seguros como melhor individual, top producer em seguros de saúde e ainda em seguros estratégicos, assinala a rede de mediação em comunicado. “A conquista destas distinções, pelo terceiro ano consecutivo e principalmente a partir do Fundão, é a demonstração inequívoca da nossa competência, do conhecimento técnico que temos dos seguros, principalmente de seguros de saúde, seguros de vida e de acidentes pessoais, fazendo realmente a diferença na vida das populações quando o azar bate à porta e somos chamados a gerir os sinistros e a ajudar as pessoas num momento difícil das suas vidas.”

A DS Seguros explica a necessidade de alargar a rede de profissionais: “queremos que os nossos serviços cheguem a ainda mais pessoas e, por isso, estamos à procura de colaboradores para reforçar a proximidade com os nossos clientes.”

Inaugurada em maio de 2018, a o arranque oficial da agência foi assinalada com presença de Luís Tavares e Sérgio Nolasco, respetivamente diretor coordenador nacional e coordenador regional da DS Seguros. Marca da Decisões & Soluções, a rede de mediação em seguros foi lançada em janeiro de 2016. Operando atualmente cerca de uma centena de agências por todo país, a DS Seguros tem outros 12 balcões em processo de abertura.

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Disputas pelo Mar, Espaço e Subsolo potenciam risco geopolítico

  • ECO Seguros
  • 15 Maio 2022

Competir por recursos, e dominar os territórios onde são explorados, tende a exacerbar risco geopolítico e conflitos internacionais com forte impacto nas pessoas e empresas, alerta a Marsh.

2ª Conferência Anual ECOSeguros - 28OUT21
Carlos Figueiredo, Specialties Director na Marsh Portugal: “Estamos a trabalhar com clientes em planos de risco estratégico e de seguros, que lhes permitam ser mais resilientes a futuras crises políticas e económicas.”Henrique Casinhas/ECO

As disputas pelo domínio do solo e do mar tendem a alimentar tensões geopolíticas globais no futuro, na medida em que as nações vão continuar a reclamar fronteiras marítimas e recursos minerais anteriormente inexplorados. As perspetivas do risco geopolítico estendem-se ao Espaço, dimensão territorial onde a regulamentação se encontra numa fase ainda muito embrionária, avança o Political Risk Report 2022, divulgado pela Marsh, companhia global de corretagem de seguros e consultoria de risco.

Conforme matiza o mapa mostrando as zonas de potenciais conflitos de geopolítica, a procura e a competição por minerais estratégicos como o cobalto, cobre, lítio, manganês, titânio, urânio e vanádio, também cruciais para a transição energética e para o combate às alterações climáticas, podem condicionar ainda mais o risco geopolítico futuro.

"O conflito entre a Rússia e a Ucrânia é um forte aviso da rapidez com que os riscos geopolíticos podem escalar

Carlos Figueiredo

Specialties Director na Marsh Portugal

Com mais de 80% da profundidade dos oceanos inexplorada, continua a existir um imenso potencial de exploração e investimento para satisfazer a crescente procura de alimentos e matérias-primas, nota a consultora. Ao mesmo o tempo que a maioria dos recursos potenciais estão localizados em zonas económicas exclusivas (ZEE) definidoras de direitos territoriais offshore “que podem ser contestados, especialmente quando se sobrepõem”, a corrida à exploração azul também sugere tensões que podem agravar o risco geopolítico, acrescenta a Marsh Portugal no comunicado relativo ao Mapa de Risco Político 2022.

Segundo a corretora, o atual conflito entre Rússia e Ucrânia ajuda a explicar que a competição por territórios e recursos vão influenciar cada vez mais as relações entre Estados. “O conflito entre a Rússia e a Ucrânia é um forte aviso da rapidez com que os riscos geopolíticos podem escalar e ter um impacto humanitário local terrível, bem como afetar empresas e investidores em todo o mundo”, afirma Carlos Figueiredo, Specialties Director da Marsh Portugal.

Ainda, o crescimento acelerado da economia do Espaço (mais de 1500 satélites foram lançados em 2021), se combinado com o aumento da militarização do espaço orbital (espionagem militar) e do risco de poluição, a escalada de tensões geopolíticas também não é negligenciável, adverte o relatório Marsh adiantando que, no prazo de uma década, o sobrepovoamento de satélites órbita baixa da Terra apresenta risco de detritos orbitais. O impacto, mesmo de pequeno pedaço de lixo espacial, resultaria em danos sérios sobre equipamento em órbita, originando conflitos.

Por tudo isto, este “é também um momento para as empresas e investidores considerarem como a evolução dos contextos do mar, espaço e solo poderá influenciar futuras tensões políticas entre países e regiões. Estamos a trabalhar com clientes para ajudar a compreender o impacto potencial dos riscos políticos atuais e emergentes, juntamente com a necessidade de planos de risco estratégico e de seguros, que lhes permitam ser mais resilientes a futuras crises políticas e económicas”, acrescenta Carlos Figueiredo.

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Suíça aprova em referendo que todos os cidadãos sejam potenciais doadores de órgãos

  • Lusa
  • 15 Maio 2022

Até agora era necessário manifestar expressamente o desejo de doar órgãos antes de morrer. Com o resultado do referendo deste domingo, o que precisa ser expresso é a sua oposição à doação.

Os suíços aprovaram este domingo por referendo uma reforma legal segundo a qual todos os cidadãos serão potenciais doadores de órgãos quando morrerem, a menos que se tenham manifestado contra em vida ou os seus familiares se oponham.

Os resultados confirmam projeções avançadas pelo instituto de pesquisa gfs.bern, segundo os quais 59% dos eleitores aceitavam uma proposta para aumentar as doações de órgãos para transplante mudando para o modelo de consentimento presumido.

A reforma da Lei Suíça de Transplantes, aprovada hoje por 60% dos eleitores, introduz o conceito de “consentimento presumido” e inverte a situação atual no país: até agora era necessário manifestar expressamente o desejo de doar órgãos antes de morrer e, agora, o que precisa ser expresso é a sua oposição à doação.

As pessoas que não querem que os seus órgãos sejam doados após a morte devem, portanto, inscrever-se num registo nacional.

Mesmo que não façam este registo, os familiares e amigos mais próximos da pessoa falecida serão ainda consultados sobre se querem que os órgãos do seu ente ou amigo sejam utilizados em transplantes.

Se a pessoa falecida não tiver familiares ou pessoas próximas, os seus órgãos não serão utilizados, de acordo com a reforma legal.

O Governo e o Parlamento da Suíça já tinham aprovado esta reforma a 01 de outubro de 2021, argumentando que muitos doentes no país perdem atualmente a vida porque o transplante de que necessitam não chega a tempo, mas os opositores a esta medida reuniram as assinaturas necessárias para o submeter à consulta popular.

Por ano são feitos cerca de 450 transplantes de órgãos na Suíça, mas estima-se que cerca de 1.400 pacientes ainda estejam em lista de espera para esse tipo de intervenção e que um ou dois morram a cada semana porque não são realizados a tempo devido à escassez de doadores.

Este referendo teve uma participação de 40%, a maior das taxas registadas nos três referendos nacionais realizados hoje no país.

Nos outros dois, os suíços disseram “sim” ao financiamento da Agência Europeia da Guarda de Fronteiras e Costeira (Frontex), bem como à obrigação de investir no audiovisual suíço.

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Startups portuguesas “reservam” tecnologia para hotéis do futuro

AHRESP mostrou alguns dos novos negócios tecnológicos com ADN português e que pretendem facilitar a vida a hóspedes e a gestores hoteleiros.

Cruzar as capacidades da tecnologia com a qualidade dos trabalhadores é a principal chave para que os hotéis conservem clientes e angariem novos consumidores. Portugal quer contribuir para essa dinâmica através de algumas startups que têm dado cartas nos últimos anos.

O ECO foi conhecer alguns destes negócios no evento Hotel 4.0, organizado esta semana na Alfândega do Porto pela associação que representa hotéis, restaurantes, cafés e similares (AHRESP). Novas soluções que tanto beneficiam a experiência dos hóspedes como facilitam a vida aos gestores, ao diminuir o número de tarefas desnecessárias.

Perguntas com resposta automática

“A que horas posso tomar o pequeno-almoço?” Esta é uma das perguntas que os funcionários de um alojamento têm de responder todos os dias. Mas a startup portuguesa HiJiffy está a transformar este processo através de um concierge virtual, para prestar apoio aos hóspedes durante a estadia.

Nós automatizamos as perguntas frequentes dos hóspedes nas quais não é necessário ter um funcionário para responder”, explica Francisco Nogueira, responsável de mercado da empresa. A ferramenta de assistência permite fazer check-in e check-out online, marcar serviços ou realizar avaliações.

Fundada em 2016, a HiJiffy também desenvolveu um assistente de reservas digital, que funciona por e-mail ou então em plataformas e redes sociais como Google, WhatsApp, Instagram e Booking.

Com mais de 1.600 hotéis parceiros – alguns deles dos grupos Vila Galé, Pestana e Dom Pedro – a HiJiffy já obteve cerca de 1,3 milhões de euros de investimento e está a preparar uma nova ronda de levantamento de capital. Conta ainda com funcionários em Espanha, França e Reino Unido.

Equipa da Hijiffy já está espalhada por quatro países.

Poupar água e luz dá recompensa

Nascida em Coimbra em 2021, a Noytrall quer pôr os clientes dos hotéis a gastar menos água e luz. Se a missão for cumprida, há direito a uma recompensa. Os hóspedes terão acesso aos consumos no quarto em tempo real e serão desafiados a poupar recursos.

A ideia da startup vai chegar ao mercado nos próximos meses através de uma aplicação para os sistemas operativos iOS (Apple) e Android (Google). Nessa aplicação, os hóspedes vão aprender dicas sobre como poupar água e luz, reduzindo a pegada ambiental.

Os hotéis, com esta solução, também poderão atrair um outro tipo de clientes, mais preocupados com a sustentabilidade do planeta.

Além das viagens de lazer, a Noytrall também vai promover a competição entre colegas de trabalho em deslocações profissionais.

Noytrall vai lançar aplicação móvel nos próximos meses.

Gerir melhor as equipas

Mais virada para os bastidores dos hotéis, a Hotai criou uma plataforma para que os gestores possam tornar as equipas mais produtivas, com menos custos e, no final, tornar os hóspedes mais satisfeitos.

A marca do grupo tecnológico Algardata permite gerir requisições, encomendas e vendas; facilitar a impressão de comprovativos, através de um tablet ou smartphone; e ainda fornecer dados em tempo real do número de artigos disponíveis.

A marca foi lançada já depois da chegada da pandemia a Portugal “para apoiar os nossos clientes na redução de custos por causa da quebra de receitas gerada pela pandemia”, explicou o gestor comercial da marca, Guilherme Portada.

A Hotai já conta com mais de 50 hotéis parceiros em Portugal e pretende aumentar este número nos próximos meses.

Hóspedes em ordem

Também mais virada para a gestão, mas de hóspedes, está a Roomracoon, empresa nascida nos Países Baixos em 2017 e que conta com um escritório em Portugal, com seis pessoas.

O sistema permite aos hotéis venderem os quartos através de várias plataformas de reserva mas sempre a verificar quais são os preços da concorrência e a ajudar a ajustar as tarifas conforme a procura. A ferramenta também mostra qual o calendário de ocupação de cada quarto no alojamento.

“Para o hóspede, a vantagem tem a ver com a possibilidade de check-in online, e-mails automáticos personalizados e um motor de reserva totalmente personalizado para que os clientes possam ter os alojamentos online e terem reservas diretas”, explica a responsável para o mercado português, Maria Gouveia.

Presente em 15 países a nível mundial a Roomracoon tem em Portugal o seu quarto maior mercado.

Roomracoon conta com escritório em Portugal desde 2017.

As ideias dos universitários

O evento da AHRESP também foi uma oportunidade para os estudantes universitários apresentarem ideias. A vitória foi para os alunos do curso de licenciatura em Turismo do Instituto Politécnico de Viana do Castelo, que apresentaram a Hospitality Box.

A solução consiste na projeção de um holograma personalizado a partir de um dispositivo e que serve de concierge virtual. Apoiar os hóspedes durante a estadia, com o fornecimento de informações sobre o hotel, é o principal objetivo.

A ideia foi desenvolvida por Sara Marcôa, Marcos Gonçalves, Jéssica Fernandes, Daniel Duarte e Adriana Alves. Os cinco alunos destacaram-se das propostas apresentadas por 11 instituições de ensino superior.

Equipa da Holospitality Box é constituída por alunos do Instituto Politécnico de Viana do Castelo.

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📹 Bens essenciais estão mais caros

Desde o início da guerra na Ucrânia, o preço de um cabaz de produtos essenciais acompanhado pela Deco aumentou 12,18%. Saiba quais os produtos que tiveram o maior aumento.

A taxa de inflação em abril fixou-se em 7,2%, no valor mais elevado dos últimos 29 anos. Um dia antes de o conflito começar, a 23 de fevereiro, o cabaz monitorizado pela Deco custava 183,63 euros. Veja no vídeo quanto custa agora, e quais foram os produtos que registaram maior aumento e maior variação de preço:

http://videos.sapo.pt/0J0Rh99NzpV0hRu6edSm

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“O melhor para a segurança do povo sueco é aderir à NATO”, diz primeira-ministra

  • ECO
  • 15 Maio 2022

Russos terão perdido um terço das suas forças terrestres na Ucrânia. Itália travou ataque informático durante votações do festival Eurovisão. Unicredit e Citi procuram saída menos custosa da Rússia.

A Rússia terá perdido cerca de um terço das suas forças terrestres que colocou na Ucrânia e a ofensiva na região do Donbass “perder fulgor e está significativamente atrasada”, de acordo com os serviços de inteligência militar do Reino Unido. Entretanto, as autoridades italianas declararam que impediram um ataque russo durante a votação e noutros momentos do Festival da Eurovisão da Canção, que foi ganho pela Ucrânia.

O dia fica também marcado pelas notícias relacionadas com a adesão da Finlândia e da Suécia à NATO. Os dois países preparam-se para pedir para entrar na aliança militar do Atlântico, após décadas de neutralidade militar.

No plano dos negócios, os bancos Unicredit e Citigroup poderão trocar ativos com instituições financeiras russas para evitar perdas significativas com a saída da Rússia. E a União Europeia está preparar um plano para cumprir as exigências de Vladimir Putin de pagar à Rússia em rublos pelo gás natural sem violar as sanções aplicadas a Moscovo por causa da invasão da Ucrânia.

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UE prepara plano para comprar gás russo sem violar sanções

  • ECO
  • 15 Maio 2022

Rússia exige que compras de gás natural sejam pagas em rublos. A Comissão Europeia está agora a desenhar um plano para cumprir exigências de Putin sem violar as sanções.

A União Europeia está a preparar um plano para cumprir as exigências de Vladimir Putin de pagar à Rússia em rublos pelo gás natural sem violar as sanções aplicadas a Moscovo por causa da invasão da Ucrânia, avança a agência Bloomberg (acesso pago, conteúdo em inglês).

As novas orientações irão permitir aos compradores de gás a abertura de uma conta no banco estatal Gazprombank e pagar em euros ou dólares, que serão depois convertidos em rublos pelo banco.

As empresas devem fazer “uma declaração clara de que consideram suas obrigações cumpridas uma vez que pagam em euros ou dólares, de acordo com os contratos existentes”, disse uma fonte citada pela Bloomberg.

Putin está a obrigar os países a pagarem o gás em rublos para dar força à moeda russa que está a ser pressionada pelas sanções na sequência da guerra da Rússia na Ucrânia. O Kremlin impôs controlo de capitais e subido os juros para dar suporte ao rublo.

A Comissão Europeia está agora a procurar uma solução para cumprir com esta exigência sem violar as sanções. Já haverá cerca de 20 companhias que já têm contas no Gazprombank. Ursula von der Leyen classificou a medida da Rússia como “chantagem” e uma “violação clara dos contratos”.

Uma das fontes adiantou à Bloomberg que Alemanha, Hungria, Itália e França estão de acordo com o plano, enquanto a Polónia considera que não a proposta não dá certezas legais. A maioria dos Estados membros terá de pagar as importações de gás à Rússia até final do mês e se falharam poderão ver o fornecimento cortado.

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