5 coisas que vão marcar o dia

Costa Silva vai ao Parlamento defender a proposta de OE2023 e o Governo volta a sentar-se à mesa negocial com a Função Pública. Há resultados da Sonae e novas estatísticas sobre as exportações.

No dia que o Governo e os sindicatos da função pública discutem a valorização das carreiras e em que o INE divulga as mais recentes estatísticas do emprego e do comércio internacional, o ministro da Economia vai estar em São Bento a defender a proposta orçamental para o próximo ano. Mais ao final do dia, a dona do Continente vai dar a conhecer os ganhos até setembro.

Ministro da Economia defende OE2023

Prosseguem esta quarta-feira as audições parlamentares sobre o Orçamento do Estado para 2023, que está em discussão na especialidade depois do primeiro voto favorável na Assembleia da República. A partir das 9h, os deputados vão ouvir o ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva. A partir das 16h, é a vez do ministro da Economia e do Mar, António Costa Silva, defender o documento orçamental para o próximo ano.

Novas estatísticas do emprego e comércio

Esta quarta-feira, ao final da manhã, o Instituto Nacional de Estatística (INE) avança com novos dados relativos ao emprego, referentes ao terceiro trimestre, e também com os mais recentes resultados (setembro) das empresas portuguesas no comércio internacional (importações e exportações). O Índice de Volume de Negócios, Emprego, Remunerações e Horas Trabalhadas na Indústria é o outro indicador que vai ser divulgado pelo INE.

Governo e Função Pública discutem carreiras

O Governo volta a reunir com os sindicatos da Função Pública, depois de ter fechado um acordo com a Fesap e com a federação liderada pelo STE para a valorização dos salários. Existem ainda matérias por negociar neste conjunto de medidas, nomeadamente o faseamento da revisão da Tabela Remuneratória Única para as várias carreiras. Os encontros com a secretária de Estado da Administração Pública, Inês Ramires, estão marcados para as 9h30 no caso da FESAP), para as 10h30 para o STE e para as 11h30 com a Frente Comum.

Grupo Sonae apresenta resultados até setembro

Ao final da tarde, depois do fecho do mercado, a Sonae vai apresentar as contas relativas aos primeiros nove meses deste ano. No primeiro semestre, o grupo nortenho liderado por Cláudia Azevedo, que detém o Continente, a Worten, as marcas de moda MO, Salsa, Zippy, além da NOS, da Sierra ou da Bright Pixel, registou lucros de 118 milhões de euros, uma subida de 89% em relação ao mesmo período do ano passado.

Debate sobre o aumento das taxas de juro

A NOVA School of Law vai debater, a partir das 18h, o impacto do aumento das taxas de juro em Portugal. Nesta conferência agendada para o Colégio Almeida Negreiros, no Campus de Campolide, participam como oradores Pedro Brinca, professor auxiliar da Nova SBE; Patrícia Afonso Fonseca, responsável pelo departamento jurídico do Novobanco; Ana Moucho, secretária-geral adjunta da Associação Bancária Portuguesa; e Maria Lúcia Leitão, diretora da Supervisão Comportamental do Banco de Portugal.

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Tripulantes da TAP podem ganhar até 50% mais que na British Airways e voam menos

Comparação entre os vencimentos máximos das duas companhias feito pela TAP conclui que tripulantes portugueses podem chegar a salários muito superiores, mesmo voando menos. Sindicato contesta números.

Os tripulantes da TAP podem ganhar até mais 50% do que os colegas da British Airways, mesmo com os cortes salariais em vigor, segundo as conclusões de uma comparação feita por uma consultora para a companhia, a que o ECO teve acesso. Os tripulantes da transportadora aérea britânica fazem também mais horas de voo. O principal sindicato que representa a classe diz que valores são “falsos” e “inflacionados”.

Segundo o estudo comparativo, um comissário assistente de bordo pode conseguir uma remuneração total 30% superior à de um tripulante de cabine da British Airways, tendo em conta as atuais condições salariais em vigor na companhia aérea portuguesa, que aplica um corte salarial de 25% aos vencimentos superiores a 1.410 euros.

A diferença é ainda maior no caso de um supervisor de cabine, o último nível da carreira, em que a remuneração total, incluindo as componentes fixa e variável, pode ser 50% superior ao salário máximo da carreira de tripulante na British Airways.

A remuneração mensal média de um tripulante de cabine da TAP ronda os 3.260 euros brutos, de acordo com a análise, ficando muito acima dos 1.439 euros da remuneração total bruta apurada pelo INE em junho deste ano. Já o Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC), que representa os tripulantes, garante que o valor é muito mais baixo.

“O sindicato afirma categoricamente que os valores reais são muito abaixo dos 2.000 euros por mês”, afirma fonte oficial do SNPVAC. “Este estudo, que o sindicato conhece parcialmente através do ECO, apresenta valores falsos e inflaciona escandalosamente o valor que o tripulante verdadeiramente recebe ao fim de um mês de trabalho”, diz também.

Num comunicado divulgado ao final da manhã, o sindicato acrescenta que “70% dos tripulantes de cabine auferem um rendimento médio de 1.303 euros brutos e mais de 1.000 recebem um valor abaixo dos 1000 euros brutos. Destes 1.000 tripulantes, cerca de 500, recebem como vencimento fixo pouco mais do que o ordenado mínimo nacional”.

Na resposta ao ECO, nota ainda que “os vencimentos apresentados são referentes ao escalão mais elevado na carreira de um tripulante da TAP, em que a média de tempo de carreira é superior a 30 anos, e abrange apenas 5% do total dos tripulantes“.

“Se os valores apresentados neste ‘estudo’ fossem os corretos isto significava que, em termos reais, a administração estaria a gastar o dobro com as remunerações que ficou definido no plano de reestruturação que estabeleceu o Acordo Temporário de Emergência (ATE) e que diz que está a cumprir”, argumenta também o sindicato.

Menos horas de voo na TAP

A análise compara também as horas de voo. Enquanto os tripulantes de cabine da TAP voam, em média, 600 horas por ano, na companhia britânica os valores de referência são 800 a 900 horas. É ainda referido que os níveis de absentismo destes profissionais na transportadora portuguesa ronda, em média, os 16% (chegando a atingir os 20%), bastante acima dos 10% verificados noutras companhias.

“Relativamente à comparação da carga de trabalho mensal com os tripulantes da British Airways, cumpre esclarecer que um tripulante da TAP têm menos dois dias de folga por mês e mais 45 minutos de voo por dia”, observa fonte oficial do sindicato. “Este estudo serve apenas para ser utilizado junto da comunicação social para tentar provocar sentimento de inveja social junto da opinião pública e um sentimento anti-tripulantes na opinião publicada”, acrescenta.

A administração da TAP quer negociar um novo Acordo de Empresa com os tripulantes de cabine, que permita substituir o Acordo de Emergência assinado em 2021 no âmbito da reestruturação e que expira no final de 2024. O SNPVAC considerou “inenarrável” a primeira proposta apresentada pela companhia.

No passado dia 3, a estrutura sindical aprovou, em assembleia geral, um pré-aviso de greve para os dias 8 e 9 de dezembro. Os associados do SNPVAC aprovaram também a decisão da direção do sindicato de recusar liminarmente a proposta de novo Acordo de Empresa apresentado pela TAP, “subscrevendo a determinação de recorrer ao atual Acordo de Empresa substancialmente melhorado, como ponto de partida e base para qualquer negociação futura”.

“Não podemos aceitar como base de negociação um Acordo de Empresa que transforma um tripulante da TAP num tripulante da Ryanair. Há mínimos”, afirmou Ricardo Penarroias, presidente do SNPVAC, após a assembleia. “Quando eu recebo uma proposta que é abaixo do próprio Acordo de Emergência, é indigna para ser recebida pelo sindicato”, acrescentou. “Queremos respeito e queremos recuperar as nossas condições”.

A TAP veio lamentar a convocação da greve, mas mostrou-se disponível para continuar a negociar. “A TAP lamenta a decisão e continuará a trabalhar com os tripulantes de cabina numa solução de novo Acordo de Empresa para a classe que seja digna para ambas as partes e respeite também o esforço que todos os portugueses investiram na companhia”, reagiu fonte oficial da transportadora aérea, numa declaração enviada à comunicação social.

No dia 6 de dezembro, antes ainda da greve, será realizada uma segunda sessão da assembleia-geral do SNPVAC, para fazer um ponto de situação das conversações com a TAP. Nesse dia ficará claro se a paralisação avança ou não.

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Banco Finantia “livra-se” de acionista russo após comprar posição de 12% do VTB

Banco acabou de comprar posição de 12,2% que pertencia ao VTB. Dinheiro do negócio ficou congelado pelas autoridades por conta das sanções aplicadas a Moscovo devido à guerra na Ucrânia.

Exterior do VTB Bank Europe SE em Frankfurt, Alemanha.EPA/Constantin Zinn 3 março 2022

O Banco Finantia deixou de ter russos na sua estrutura acionista. A instituição financeira acabou de comprar a participação de 12,2% que pertencia ao VTB Group, de acordo com as informações recolhidas pelo ECO junto de fonte próxima. O banco russo foi uma das entidades visadas em fevereiro pelas sanções europeias a Moscovo na sequência da guerra na Ucrânia. Não se conhece o valor do negócio. Mas o dinheiro ficou congelado pelas autoridades.

O banco português confirma ao ECO que o VTB deixou de ser acionista, mas não faz mais comentários. O ECO sabe que o acordo com o grupo financeiro russo foi assinado na semana passada, com a operação a ser concluída depois de ter obtido todas as autorizações das autoridades competentes, incluindo do Banco de Portugal, que também não quis comentar.

As mudanças na estrutura acionista já são visíveis no próprio site do banco. O VTB Capital PE Investment Holding (Cyprus) deixou de figurar na lista dos acionistas com mais de 5% de capital social.

O grupo financeiro russo tinha, na verdade, 12,2% do capital do banco. Foi o próprio Banco Finantia a comprar essa participação para ações próprias, sendo que as participações dos outros acionistas não registaram qualquer alteração. A Finantipar, sociedade do antigo presidente António Guerreiro, é o acionista principal. O banco conta agora com mais quatro acionistas com participações acima de 5%: Arendelle S.A., Natixis (França), Erste Abwicklingsanstalt (Alemanha) e a Surfolk S.L. (Espanha).

O valor do negócio mantém-se em segredo, mas o ECO sabe que o produto da venda foi congelado por conta das sanções da União Europeia a Moscovo devido à invasão russa na Ucrânia, iniciada em 24 de fevereiro. O VTB foi uma das primeiras instituições visadas pelas medidas restritivas, tendo sido inclusivamente separado do sistema de transações internacionais SWITF.

O Finantia fechou 2021 com capital próprio de 482 milhões de euros, conferindo à participação dos russos um valor de cerca de 58 milhões de euros.

Dentro do banco liderado por Marta Eirea (CEO) e António Vila-Cova (chairman), o VTB era visto como um acionista passivo. Mas desde o início da guerra que aquela participação russa colocou o Banco Finantia no radar mediático. O banco português assegurou que ia cumprir com todas as medidas que viessem a ser impostas pelas autoridades europeias.

No relatório e contas de 2021, o Banco Finantia adiantava que não tinha “saldos, nem transações”, com o seu acionista russo.

Ainda assim, dava conta de uma exposição direta de 0,49% a dívida pública da Federação Russa. Tinha ainda exposições a dívida pública da Ucrânia (0,21%) e a dívida de entidades domiciliadas na Bielorrússia (0,22%). A exposição direta a estas três geografias totalizava 0,92% do total de balanço, valor que em 29 de março de 2022, era aproximadamente de 0,23%, segundo revela nas contas relativas ao ano passado. Os grandes bancos portugueses também estão expostos à Rússia.

Como se aplicam as sanções?

As sanções são decididas pela ONU ou pela UE, sendo que as autoridades nacionais competentes são a Direção-Geral de Política Externa do Ministério dos Negócios Estrangeiros e o Gabinete de Planeamento, Estratégia, Avaliação e Relações Internacionais do Ministério das Finanças.

Cabe depois às entidades sujeitas a supervisão em matéria de prevenção de branqueamento de capitais e financiamento do terrorismo, como os bancos, executar as medidas restritivas, nomeadamente através do congelamento das contas e outro património financeiro das entidades sancionadas.

Entre o Ministério dos Negócios Estrangeiros, que comunica as sanções e os alvos, e os bancos, que as executam, o Banco de Portugal tem o papel de difundir imediatamente a medida restritiva por todo o sistema financeiro: fá-lo através de uma caixa automática que reencaminha a mensagem a todos os bancos mal ela lhe é transmitida da parte do Governo.

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Portugal é o 8.º país que recebeu mais fundos do PRR

Portugal já recebeu cerca de 20% do total do PRR, mas apenas mil milhões chegaram efetivamente ao terreno. Já Espanha executou mais de metade (59%) das verbas que recebeu de Bruxelas.

A Comissão Europeia pagou a Portugal 3,3 mil milhões de euros dos 16,6 mil milhões do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). Isto significa que Portugal recebeu já 19,9% da bazuca, ou seja, é o oitavo país que já recebeu mais verbas comunitárias ao abrigo dos planos de resiliência, estando 1,3 pontos percentuais acima da média comunitária. Mas os pagamentos efetivos aos beneficiários públicos e privados estão aquém deste registo.

A execução dos planos de resiliência tem sido alvo de discussão política em toda a Europa. Marcelo Rebelo de Sousa fez, aliás, um aviso público à ministra da Coesão, Ana Abrunhosa, sobre a execução do PRR. “Não lhe perdoo“, disse o Presidente da República sobre uma má execução da bazuca europeia. Portugal surge no oitavo lugar, medido pela percentagem de fundos recebidos em função do pacote global do PRR de cada Estado-membro. E quem lidera? Espanha, que tem o segundo maior envelope financeiro, de 69,5 mil milhões de euros, já recebeu 31 mil milhões, o que corresponde a uma taxa de 44% e põe o país vizinho na liderança do ranking.

Se Portugal está no oitavo lugar nesta lista, é também um dos oito que já enviou o segundo pedido de pagamento, no valor de 1,8 mil milhões de euros, e que está presentemente sob avaliação. De todos os Estados-membros, Espanha e Itália são os mais avançados uma vez que já receberam o segundo desembolso de Bruxelas mediante o cumprimento das metas e marcos acordados. São, consequentemente, aqueles que mais verbas receberam, também porque têm os planos mais avultados, seja em valor ponderado pelo pacote da bazuca a que vão ter direito, seja em termos absolutos. Em comparação com o bolo total que lhes cabe, já entraram nos seus cofres públicos 44,6% e 34,9%, respetivamente.

Espanha e Itália lideram o ranking

Fonte: Comissão Europeia.

Em Portugal e em Espanha existe um coro de críticas aos atrasos na execução dos respetivos planos de recuperação e resiliência. Espanha tem 69,51 mil milhões de euros em subvenções. E por opção, Madrid não recorreu a empréstimos. Recebeu 9,03 mil milhões de euros como pré-financiamento a que se somam um primeiro cheque de 10 mil milhões de euros, recebido a 27 de dezembro de 2021, e um segundo de 12 mil milhões, a 29 de julho este ano. No cômputo global, a vizinha Espanha cumpriu 22% das metas e marcos definidos.

Portugal tem 16,6 mil milhões de euros (13,94 mil milhões são subvenções e 2,7 mil milhões empréstimos), ou seja o sétimo maior PRR. Como adiantamento, recebeu 2,2 mil milhões, mas no seguimento do cumprimento dos 38 marcos e metas de 2020 e 2021 pediu o desembolso do primeiro cheque de 1,2 mil milhões de euros (recebidos a 9 de maio). A 30 de setembro voltou a pedir um outro, desta feita de 1,8 mil milhões de euros. Bruxelas continua a avaliar o cumprimento das metas e marcos subjacentes a esta tranche, confirmou o ECO. E quando a receber, provavelmente ainda este ano, terá do seu lado 5,14 mil milhões de euros, ou seja 31% do PRR.

As críticas em Portugal prendem-se sobretudo com o facto de apenas terem sido pagos aos beneficiários finais mil milhões de euros, um calendário que para muitos é incompreensível. Isto significa que só 30% das verbas recebidas de Bruxelas chegaram efetivamente ao terreno. Este número compara, por exemplo, com 59% em Espanha. O Madrid já pagou 18,37 mil milhões de euros aos beneficiários finais do bolo de 31,04 mil milhões que recebeu de Bruxelas.

Na Comissão Europeia este tipo de métrica não é visto com bons olhos. Os Estados-membros deveriam centrar a tónica no cumprimento das metas e marcos acordados e não nos pagamentos a intermediários financeiros ou a beneficiários finais.

De acordo com os dados disponibilizados pela Comissão Europeia, é possível perceber que Itália lidera de longe o ranking dos países que receberam mais verbas a bazuca europeia (66,89 mil milhões, já com duas tranches pagas); seguida de Espanha 31,04 também com duas tranches já pagas e em terceiro lugar surge França com 12,52 mil milhões, mas apenas com um cheque recebido. Este ranking segue a lógica dos maiores envelopes financeiros.

A nota dissonante é a Alemanha que tem o sexto maior PRR da Europa (25,61 mil milhões de euros), mas surge em sétimo lugar em termos de desembolsos (2,52 mil milhões), numa inversão de posições com Portugal que tem o sétimo maior pacote. Mas se a comparação for feita em percentagem do bolo global do PRR cai para último lugar (21.º).

Fonte: Comissão Europeia (Valores em mil milhões de euros)

A comparação comunitária permite perceber que há 22 países que não recorreram aos empréstimos que a bazuca disponibilizava – e que António Costa gostaria de ver reorientados para ajudar a mitigar junto das empresas o impacto do aumento dos preços da energia – e que há seis países que não têm PRR (Bulgária, Hungria, Irlanda, Países Baixos, Polónia e Suécia).

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Pizarro admite cooperativa de médicos reformados. BE fala em privatização dos centros de saúde

  • Lusa
  • 8 Novembro 2022

O ministro da Saúde admitiu criar Unidades de Saúde Familiar modelo C temporárias para responder à falta de médicos de família. BE diz que seria uma privatização dos centros de saúde.

O ministro da Saúde admitiu esta terça-feira criar Unidades de Saúde Familiar (USF) modelo C temporárias para responder à falta de médicos de família, uma possibilidade que o BE considerou ser a “privatização” dos cuidados primários de saúde.

“Num período transitório em que há falta de médicos de família para resolver o problema de algumas comunidades, eu equaciono a possibilidade” da constituição dessas USF, afirmou Manuel Pizarro durante uma audição nas comissões parlamentares de Orçamento e Finanças e de Saúde, no âmbito da apreciação na especialidade do Orçamento do Estado para 2023.

Manuel Pizarro salientou, porém, que o modelo do Governo para a reforma dos cuidados de saúde primários assenta na criação de USF modelo A e na sua transformação, “por amadurecimento organizativo”, em USF modelo B, em que os profissionais são pagos de acordo com o desempenho.

Questionado pelo Bloco de Esquerda sobre esse assunto, o ministro apontou o exemplo da eventualidade de um “grupo de médicos reformados” pretender constituir uma USF tipo C, questionando se deve recusar essa “cooperativa” de clínicos apenas devido ao seu modelo de organização.

A linha política do ministério passa por ser “absolutamente fiel à convicção de um Serviço Nacional de Saúde público”, assegurou o governante, ao salientar ainda que a medida para resolver a falta de médicos de família “está a ser tomada” com o aumento da formação de especialistas em medicina geral e familiar.

A deputada do BE Catarina Martins sublinhou que as USF tipo C são “algo que a lei diz que é possível existir, mas que nunca foi legislado” em Portugal. “As USF tipo C são, nem mais nem menos, do que a privatização dos cuidados primários de saúde. É a entrega a empresas dos cuidados primários de saúde“, alertou a dirigente do BE.

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Ministro britânico renuncia ao cargo após acusações de bullying

É o primeiro ministro a deixar o Governo britânico após a tomada de posse de Rishi Sunak. Em causa estão acusações de bullying.

O ministro britânico Gavin Williamson, sem pasta atribuída, renunciou esta terça-feira ao cargo, naquela que é a primeira baixa no governo de Rishi Sunak. Numa carta publicada no Twitter, Williamson explica que em causa estão acusações de bullying, depois de terem sido divulgadas mensagens entre este e a responsável do comité de disciplina do Partido Conservador.

“Como sabem, há um processo de queixa aberto sobre mensagens que enviei a uma colega. Estou a cumprir com esse processo e já pedi desculpas ao destinatário por essas mensagens”, começou por escrever Gavin Williamson, referindo que, “desde aí, houve outras alegações” sobre a sua “conduta passada”. “Refuto essas alegações, mas reconheço que as mesmas se estão a tornar uma distração para o bom trabalho” do Governo.

Assim, continua, decidiu “afastar-se” para poder “limpar” o seu nome “de qualquer irregularidade”. “É com muita tristeza que peço a demissão, mas quero aproveitar esta oportunidade para oferecer o meu total apoio”.

Na semana passada foram divulgadas mensagens em que Williamson repreendeu a responsável do comité de disciplina do Partido Conservador, Wendy Morton, por esta não ter conseguido que este fosse convidado para o funeral da rainha.

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Itália autoriza desembarque de 212 migrantes ainda retidos no Geo Barents da MSF

  • Lusa
  • 8 Novembro 2022

O Geo Barents atracou no porto de Catânia no passado dia 5 com 572 imigrantes a bordo, mas inicialmente apenas os considerados "vulneráveis" desembarcaram, essencialmente mulheres, menores e doentes.

As autoridades italianas permitiram esta terça-feira o desembarque no porto siciliano de Catânia dos 212 migrantes ainda a bordo do navio humanitário Geo Barents, que haviam sido rejeitados na sequência de uma avaliação inicial do estado psicológico e sanitário.

O chefe da missão de resgate da organização humanitária Médicos Sem Fronteiras (MSF), Juan Matias Gil, manifestou um “grande alívio” com a decisão das autoridades italianas no final de um dia longo, em que especialistas do ministério italiano da Saúde regressaram a bordo para estudar o estado de saúde das mais de duas centenas de pessoas resgatadas há quinze dias no Mediterrâneo central e que ainda se encontravam retidas no navio.

O Geo Barents atracou no porto de Catânia no passado dia 5 com 572 imigrantes a bordo, mas inicialmente apenas os considerados “vulneráveis” desembarcaram, essencialmente mulheres, menores e doentes, enquanto outros 215 tiveram de permanecer no navio.

O novo governo italiano de ultradireita liderado por Giorgia Meloni começou por autorizar o desembarque dos migrantes que tivessem sido avaliados medicamente como estando numa situação de vulnerabilidade, dando ordem para que os restantes permanecessem no navio e fossem depois devolvidos às águas internacionais.

A MSF pediu, no entanto, uma segunda avaliação médica das pessoas ainda a bordo, todos os homens, provenientes do Paquistão, Bangladesh, Egito e Síria, devido ao surgimento de um surto de sarna e à generalização de ataques de pânico e outros problemas mentais entre os migrantes ainda no navio. Os funcionários do ministério da Saúde regressaram esta manhã ao navio e, após quase doze horas de exames, decidiram permitir o desembarque de todos os restantes migrantes retidos.

O chefe de missão da MSF anunciou o desembarque eminente dos migrantes ainda que não soubesse para onde seriam transferidos. Disse ainda que a decisão das autoridades sanitárias italianas foi recebida com alegria e lágrimas pelos migrantes que permaneciam no barco.

Esta madrugada, outro navio humanitário, o Rise Above, com migrantes resgatados no Mediterrâneo, atracou na Sicília após receber “luz verde” das autoridades italianas, de acordo com a organização não governamental (ONG) alemã Mission Lifeline. O Rise Above é um navio pequeno, em comparação com três outras embarcações da ONG, com cerca de 500 pessoas a bordo, que se mantêm ao largo das costas de Itália, que mantém restrições severas ou até proibições ao desembarque.

Depois de semanas no mar, o navio de bandeira alemã Humanity 1, da ONG SOS Humanity, foi autorizado a atracar em Catania este domingo e a desembarcar 144 pessoas, principalmente mulheres e menores. A bordo, permanecem 35 migrantes adultos do sexo masculino aos quais a Itália não permitiu a entrada no país, numa decisão semelhante à que tinha tomado em relaçãol ao Geo Barents.

Outro navio ainda, o Ocean Viking, pertencente à ONG europeia SOS Méditerranée, também de bandeira norueguesa, não teve autorização para atracar em qualquer porto italiano e mantinha-se esta manhã ao largo de Siracusa, segundo a agência de notícias France-Presse. “A situação a bordo do Ocean Viking tornou-se insuportável para 234 sobreviventes. Após 17 dias a bordo, a saúde mental dos migrantes no navio está gravemente afetada: muitos sofrem de insónias e apresentam sinais significativos de ansiedade e depressão”, alertou a ONG na segunda-feira.

No mesmo dia, a Organização Internacional para as Migrações (OIM) e o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) instaram os governos europeus a garantirem o desembarque seguro e a partilha de responsabilidades que perimita o desembarque das centenas de migrantes resgatados no Mediterrâneo e retidos em navios pertencentes a diversas ONG.

A maioria das 88.000 pessoas já chegadas a Itália este ano por via marítima foram resgatadas pela Guarda Costeira italiana e outros navios de resgate fretados pelo Estado italiano ou chegaram de forma autónoma, revelam o ACNUR e a OIM no comunicado.

O novo Governo da Itália prometeu adotar uma linha dura contra os migrantes. O novo ministro do Interior, Matteo Piantedosi, afirmou que os migrantes resgatados no mar são de responsabilidade do Estado sob cuja bandeira os navios navegam. Pelo menos 1.337 pessoas desapareceram nas rotas de migração do Mediterrâneo Central este ano, de acordo com o Projeto de Migrantes Desaparecidos da OIM.

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ASF e Nova SBE avaliam ‘protection gaps’

  • ECO Seguros
  • 8 Novembro 2022

A ASF colabora com a Nova SBE no desenvolvimento de um estudo que visa perceber a dimensão e características das protection gaps em Portugal.

A ASF estabeleceu com o Finance Knowledge Center da Nova School of Business and Economics a realização de um estudo alargado sobre o protection gap, ou seja, a diferença entre o potencial de cobertura das pessoas, atividades e patrimónios através de seguros, e a dimensão da cobertura realmente existente.

O objetivo do estudo assenta na identificação das principais áreas onde se registam lacunas — gaps — de cobertura seguradora no mercado nacional, identificando situações de natureza potencialmente sistémica, bem como eventuais constrangimentos que obstem ao apuramento mais exaustivo dos gaps de cobertura efetivamente existentes.

O estudo em causa, respondendo à primeira fase de um projeto que visa o aprofundamento da análise do protection gap a nível nacional, aborda esta temática em quatro vertentes: o risco climático e de catástrofes naturais; o risco cibernético; o risco demográfico (nas vertentes da saúde e da segurança social – pensões de reforma); e o risco de interrupção de negócio
em situações pandémicas.

A lacuna de proteção, no contexto de determinados riscos, pode expor os segurados com coberturas subdimensionadas, as pessoas e agentes económicos que não possuem seguros, e a sociedade como um todo, a repercussões económicas e sociais severas, cuja dimensão estará diretamente relacionada com o gap de proteção existente.

Estes impactos são extensíveis também ao próprio Estado, sempre que se verifique a necessidade de alocação de recursos financeiros para efeitos de mitigação de perdas associadas a eventos de natureza potencialmente sistémica.

O protection gap é um dos temas em destaque na Conferência Anual ASF 2022, que se realiza no próximo dia 17 de novembro, no Centro Cultural de Belém. No Painel dedicado ao tema, no qual participa um conjunto de especialistas e personalidades de relevo, serão apresentados os resultados do estudo.

Para além da apresentação e do debate no quadro da Conferência Anual ASF 2022, o trabalho conduzido pela Nova School of Business and Economics constituirá uma ferramenta de trabalho da maior importância para a ASF, nomeadamente na caracterização da realidade atual, servindo como suporte para possíveis iniciativas a tomar no sentido de sensibilizar os diversos stakeholders para a relevância desta matéria.

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Coface regista resultados recorde

  • ECO Seguros
  • 8 Novembro 2022

A Coface apresenta o resultado de 84,0 milhões de euros no 3º trimestre de 2022. Observou uma rentabilidade anual dos capitais próprios tangíveis de 16,4%.

A Coface registou vendas consolidadas de 1.363,1 milhões de euros durante os primeiros nove meses deste ano, acima de 15,2% em taxas de câmbio e perímetro constante, em comparação com 9M-21. Numa base reportada (às taxas de câmbio e perímetro atuais), o volume de negócios subiu 17,7%.

Xavier Durant, CEO da Coface: “”O aumento do número de falências continua, particularmente nos países desenvolvidos”.

As receitas provenientes da atividade de seguros (incluindo a caução e o risco individual) aumentaram 16,6% em taxas de câmbio e perímetro constantes (e +18,8% nas taxas de câmbio atuais) em comparação com os 9M-21. O crescimento beneficiou de um aumento da atividade do cliente e de uma retenção elevada e contínua.

A taxa de retenção atingiu um nível recorde de 93,5%, 1,4% acima dos 9M-21. Os novos negócios totalizaram 82 milhões de euros, menos 20 milhões de euros em comparação com os 9M-21 num mercado cada vez mais competitivo.

O crescimento da atividade dos clientes da Coface teve um impacto positivo de 11,1% sobre 9M-22. Este aumento recorde para os primeiros nove meses reflete a escala da recente recuperação económica e da inflação. O efeito dos preços continuou a inverter-se, chegando a -3,0% nos 9M-22, em linha com a queda de -3,0% no 1o Semestre de 2022. Isto deve-se, em grande parte, à experiência anterior de perdas muito baixas.

Xavier Durand, CEO da Coface, comentou: “O 3º trimestre não trouxe qualquer melhoria em termos dos principais riscos que a economia global enfrenta: as restrições monetárias permanecem agressivas à medida que a inflação se mantém elevada, o conflito na Ucrânia prolonga-se e a crise energética europeia agrava-se”.

O CEO continuou: “A situação no Reino Unido serviu para lembrar que os governos têm pouca margem de manobra financeira e que as políticas fiscal e monetária precisam de ser alinhadas. Como esperado, as previsões de crescimento global foram revistas em baixa. As falências continuam a aumentar, especialmente nos países desenvolvidos”.

Em comentários sobre a Coface, Xavier Durant disse que “mantém a sua prudente política de reservas em relação à Rússia“. E esclareceu: “Este ambiente não impediu a empresa de alcançar um rendimento líquido recorde de 84 milhões de euros no 3º trimestre, com o valor do YTD a totalizar agora 228 milhões de euros, mais elevado do que no ano fiscal de 2021. Isto corresponde a um rendimento anual dos capitais próprios tangíveis de 16,4%”.

O CEO disse ainda: “os investimentos em empresas adjacentes continuam. Os serviços de informação comercial (15,6%) e o factoring (13,0%) registaram um crescimento contínuo no volume de negócios. A Coface continua também a concentrar-se na qualidade do serviço, o que se reflete na elevada taxa recorde de retenção de clientes e numa melhoria da pontuação líquida do promotor (NPS) para 38%“.

Na Europa Ocidental, o volume de negócios aumentou +14,8% numa taxa de câmbio constante (+16,0% na taxa de câmbio atual) devido a uma elevada taxa de retenção e à atividade dos clientes.

 

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Criptomoedas com quedas acentuadas após negócio entre Binance e FTX

Binance chegou a acordo para comprar a FTX.com e a notícia está a provocar quedas acentuadas entre as principais criptomoedas.

O mercado de criptomoedas está em queda esta terça-feira, depois de as duas maiores exchanges [plataformas] de criptomoedas do mundo terem anunciado que chegaram a um acordo de fusão para corrigir a mais recente “crise de liquidez”. As quedas são já superiores a 12%.

A Bitcoin está a cair 12,43% para 18.254,1 dólares, mas esteve ao início da tarde a cotar nos 17.300,80 dólares, o valor mais baixo desde novembro de 2020, de acordo com a Coin Metrics, citada pela CNBC. O Ethereum está a perder 18,61% para 1.300,77 dólares, mas já cotou nos 1.228,89 dólares.

Desempenho da Bitcoin no último dia.

Ainda entre as principais moedas virtuais, a BNB está a desvalorizar 8,1% para 314,31 dólares, enquanto a Cardano perde 11,71% para 0,3651 dólares. A Dogecoin cai 25,21% para 0,087180 dólares e a Polygon recua 19,53% para 1,025 dólares.

Outras criptomoedas mais “pequenas” vinculadas à Alameda, a empresa propriedade de Sam Bankman-Fried, da FTX, sofreram, contudo, perdas mais acentuadas, diz a CNBC.

No mercado de ações, a plataforma Coinbase está a cair 13,57% para 49,24 dólares, e a Robinhood, na qual Sam Bankman-Fried, dono da FTX, tem uma participação de 7,6%, está a cair 18,2% para 9,84 dólares.

Bancos de criptografia como o Silvergate e o Signature e mineradores de Bitcoin como o Hut 8 e o Riot Blockchain estão também com desvalorizações na casa dos dois dígitos.

Este desempenho acontece depois de Sam Bankman-Fried, CEO da plataforma FTX, ter anunciado no Twitter que a Binance comprará os seus negócios fora dos Estados Unidos, desconhecendo-se o valor da operação. O CEO da Binance confirmou a notícia minutos depois. “Esta tarde, a FTX pediu a nossa ajuda. Há uma crise de liquidez significativa”, escreveu Changpeng Zhao, referindo que vai “adquirir integralmente” a FTX.

 

 

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Ageas, Médis e Europacolon promovem campanha de rastreios

  • ECO Seguros
  • 8 Novembro 2022

Entre os dias 7 de novembro e 2 de dezembro, o Grupo Ageas Portugal, a Fundação Ageas, a Médis e a Europacolon Portugal promovem campanha de sensibilização para a importância dos rastreios preventivos

Depois do sucesso das iniciativas decorridas em 2021 e em março deste ano, e para sinalizar a importância de adoção de medidas de prevenção, o Grupo Ageas Portugal, a Médis, a Fundação Ageas e a Europacolon decidiram dar continuidade ao movimento de sensibilização para os rastreios preventivos para a saúde do cólon, denominada Movimento 45+.

A campanha Movimento 45+ tem como objetivos não só promover o diagnóstico precoce, mas também contribuir para o tratamento atempado da doença oncológica do cólon, melhorar o conhecimento da população portuguesa sobre a condição, os fatores de risco e o diagnóstico precoce, assim como referenciar e acompanhar as pessoas com diagnóstico positivo.

Patrícia Ramalho, Responsável pelo programa Movimento 45+, reforça que “face aos números que se registam de ano para ano, há que assumir a prevenção e o diagnóstico precoce como um ponto de partida para combater o cancro do colorretal”.

“Nesse sentido”, acrescenta Patrícia Ramalho, “o compromisso que assumimos perante a sociedade passa por sensibilizar a população acima dos 45 anos de idade para a necessidade do rastreio, e igualmente por aumentar o conhecimento sobre o cancro colorretal, a segunda maior causa de morte em Portugal, e sobre a sua prevenção e a deteção precoce”.

O processo é simples, rápido e gratuito. O teste pode ser realizado numa das unidades aderentes [laboratório, posto de colheita ou farmácia] à escolha.

Saiba mais sobre a campanha e a rede aderente aqui.

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Metaverso nos seguros: primeiro chegará publicidade, depois vendas

  • Diana Rodrigues
  • 8 Novembro 2022

A Minsait diz que o metaverso proporciona novas oportunidades de negócio para o setor dos seguros. O estudo que desenvolveu apura que “3 em cada 5 empresas ainda não realizaram qualquer planeamento".

O metaverso “é visto, a curto prazo, como um ambiente com potencial para posicionamento de marca e realização de ações publicitárias mais inovadoras e apelativas”, admite Andrés Duque Bavariano, Diretor de Serviços Financeiros da Minsait. No entanto, “a médio e longo prazo, estes objetivos serão alargados a mais áreas, tornando-se um canal de vendas que faz parte da estratégia interna e permite atingir mais públicos”, conclui.

As declarações surgem após a divulgação do estudo “Insurance Metaverse: Novas Realidades, Novas Oportunidades”, que analisa os desafios colocados às seguradoras pelo ambiente virtual do metaverso. O estudo foi realizado pela Minsait, empresa da Indra, especialista em transformação digital e tecnologias de informação, e desenvolvido em conjunto com a Investigación Cooperativa entre Entidades Aseguradoras y Fondos de Pensiones (ICEA), associação sem fins lucrativos que reúne uma grande parte das companhias de seguros espanholas e dedica-se à investigação, estudos estatísticos, formação e consultoria aplicada à atividade dos seguros.

Andrés Duque Bavariano, Diretor de Serviços Financeiros da Minsait: “a médio e longo prazo será um canal de vendas que faz parte da estratégia interna e permite atingir mais públicos”.

O metaverso, iconizado pelos óculos que permitem as sensações desse universo, define-se pelo uso de ativos como avatars, modelos 3D, ambientes espaciais próprios e realidade híbrida. Estes ativos irão trabalhar com metadata para criar perfis pessoais e de negócios que depois habitarão no metaverso. Entre seguradoras, a pioneira foi a coreana Heungkuk Life Insurance, que permitiu visitar uma loja virtual. Entre os riscos, a próxima fronteira será segurar propriedades virtuais e pior, como calcular risco e definir valor para o que não existe fisicamente.

Os desafios colocados às seguradoras quando aderem ao metaverso, as ferramentas que facilitarão a sua rentabilidade, bem como os possíveis desafios envolvidos no crescimento no metaverso e na garantia da sua convergência com o mundo real, foram algumas das questões estudadas pela ICEA e Minsait.

A Minsait acredita no impacto positivo do metaverso no setor dos seguros, que irá consistir, diz a empresa, em comunicado, num “ambiente virtual onde as seguradoras poderão encontrar novos canais de interação com os seus profissionais e segurados e encorajar a sua atividade empresarial”.

De acordo com o relatório, 3 em cada 5 empresas ainda não realizaram qualquer planeamento relacionado com ambientes virtuais e apenas uma empresa da amostra analisada passou a esta fase.

O estudo conta com a participação de 64 entidades presentes no mercado espanhol, representando uma quota de mercado de cerca de 70% do volume de prémios no setor dos seguros que, em 2021, ascendeu a 61.831 milhões de euros, de acordo com as estimativas da ICEA.

Também o “Tech Trend Radar 2022” o radar de tendências da Munich Re para este ano, lista o metaverso como uma das principais temáticas dentro da área da “hiperconexão”, e, ao analisar oportunidades e riscos, aconselha os leitores a avaliar esta tendência mais de perto para a sua empresa: “o metaverso pode abrir várias oportunidades de negócio. Pode também tornar-se um lugar de interação entre clientes e equipas, à medida que as reuniões físicas se tornam menos frequentes. As empresas devem agora examinar as possíveis aplicações”.

De acordo com Andrés Duque Bavariano, “é importante analisar o impacto (do metaverso) nos produtos e processos. Aspetos como a propriedade privada dentro do metaverso, a transferência de valor para o plano digital sob a forma de criptoativos e NFTs (non-fungible tokens), a nova responsabilidade civil ou os modelos de relação com o cliente proporcionarão uma adaptação da oferta e da própria gestão do negócio que as companhias de seguros terão de começar a abordar”.

Segundo André Duque, para alcançar uma evolução real (e rentável) no metaverso, a chave, mais uma vez, reside na inovação tecnológica. Segundo ele, “as companhias de seguros já estão conscientes e compreendem o impacto que os avanços da realidade virtual e aumentada (VR/AR) terão como forma otimizada de se relacionarem com este ambiente, o 5G/6G como potenciador de ligações e relações em tempo real, e as tecnologias como a inteligência artificial (IA), cujo impacto será notável a todos os níveis”.

O especialista menciona que outras evoluções digitais como a blockchain têm grande potencial para permitir modelos seguros e fiáveis de transferência de valor ou economias digitais descentralizadas em mundos virtuais.

Questões como a falta de conhecimento dos novos modelos de negócio a implementar, a falta de prioridade que estas iniciativas têm entre as equipas de gestão, a imaturidade das empresas em matéria de tecnologia e segurança ou a ausência de pessoal com conhecimento especializado são algumas das causas.

“É importante encontrar parceiros e estabelecer alianças para o futuro que ajudem a definir uma estratégia alinhada com as necessidades do negócio”, diz Andrés Duque. A aposta em novos perfis profissionais com conhecimentos técnicos e orientados para este campo, ou a implementação de estratégias de negócio que possibilitem uma ação mais estratégica, serão aspetos chave a serem desenvolvidos a médio prazo.

A responsabilidade civil, a evolução das regulamentações para assegurar a privacidade e a segurança da informação, e a utilização da própria legislação não só identificam riscos alternativos, como são, em si mesmas, grandes oportunidades para o setor dos seguros.

Embora os planeamentos sejam iniciais e ainda existam medidas que desencorajam as empresas, tais como o ambiente regulatório imaturo e a regulamentação dos dados, a verdade é que, segundo o estudo, “os benefícios se materializarão à medida que os projetos e iniciativas avançarem. O facto de poder aceder a novos segmentos de clientes, a sua fidelização e atrair talentos inovadores são apenas alguns dos benefícios mais imediatos. A médio e longo prazo, irá gerar diretamente linhas de negócio alternativas“, prevê Andrés Duque.

A ICEA, que conduziu o estudo, é uma associação sem fins lucrativos que reúne uma grande parte das companhias de seguros espanholas e dedica-se à investigação, estudos estatísticos, formação e consultoria aplicada à atividade dos seguros.

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