Grupo franco-suíço constrói “fábrica de luxo” para 400 pessoas na Covilhã

Produtora de acessórios e artigos de luxo para marcas como Cartier, Tiffany, Montblanc ou Dior investe em nave industrial de sete milhões na Beira Baixa, prevendo exportar 15 milhões de euros em 2023.

O grupo franco-suíço FM Industries – Sycrilor, especializado no fabrico de acessórios e produtos de luxo para marcas como a Cartier, Tiffany, Montblanc, Louis Vuitton, Dior e Hermès, está a acabar de construir uma nova nave industrial no concelho da Covilhã, que representa um investimento superior a sete milhões de euros e que terá “capacidade para cerca de 400 pessoas”.

Segundo adiantou ao ECO a diretora financeira e administrativa da Mepisurfaces, a empresa que criou em 2013 para começar a operar em Portugal, o início da mudança para estas novas instalações industriais, construídas de raiz no Parque Industrial do Tortosendo, está programado para o final de setembro, prevendo “ter tudo instalado e a funcionar entre finais de 2022 e janeiro de 2023”.

“Já realizámos também parte do investimento em novos equipamentos e implementámos as atividades de maquinação, polimento por vibração, gravação laser, galvanização e montagem final”, detalhou Valéria Fonseca. A gestora reclama que “as metas futuras passam por tornar a Mepisurfaces numa empresa [de referência] no setor, virada para o futuro, sustentável e socialmente responsável”.

O nosso volume de negócios tem vindo sempre a aumentar. Em 2021 foram nove milhões e a previsão para 2023 será chegar aos 15 milhões de euros.

Valéria Fonseca

Diretora financeira e administrativa da Mepisurfaces

Esta nova fábrica foi alvo de um contrato fiscal de investimento com a AICEP, assinado no final do ano passado, que prevê um crédito fiscal máximo de 593 mil euros, a título de IRC. Na lista de pressupostos constava a criação de 55 postos de trabalho e a manutenção de outros 107. Atualmente com perto de 250 trabalhadores, já é “uma das maiores empregadoras da Covilhã e [quer] ser um dos motores de mudança e desenvolvimento deste concelho” do distrito de Castelo Branco.

Com a equipa ainda concentrada no Parque Industrial do Canhoso, a empresa que trabalha para as principais marcas de luxo a nível mundial produz cerca de 150 mil peças por semana, no conjunto das atividades. O volume de negócios cresceu de 5,7 milhões em 2020 para nove milhões de euros em 2021. E no próximo ano, que será o primeiro após este investimento fabril, a diretora financeira espera que a faturação ascenda aos 15 milhões de euros.

Do polimento de metais a “investimento chave”

Fundada em 1992, com sede repartida entre Vercel (França) e Le Noirmont (Suíça), o grupo FM Industries – Sycrilor é conhecido a nível internacional pelo fabrico de artigos metálicos de “grande qualidade e de alta precisão”. Com uma fábrica também em Marrocos (Meknès), trabalha para diferentes setores de atividade, como os acessórios de marroquinaria de luxo, a joalharia, a relojoaria ou os instrumentos médicos, além de ter clientes das áreas do lazer e da indústria.

Foi em 2013, com Portugal ainda a executar um programa de assistência financeira negociado com a troika, que este grupo franco-suíço decidiu criar a Mepisurfaces e instalar uma pequena unidade neste concelho da Beira Baixa, que integrava cerca de 50 colaboradores e tinha como única atividade o polimento de metais.

Mepisurfaces começou pelo polimento de metais, mas há cinco anos passou a assegurar todo o processo produtivo em Portugal.Município da Covilhã

Mas com as encomendas e o volume de negócios a aumentar, foi já com esta nova gerência que, recorda Valéria Fonseca, “houve a necessidade de expandir a atividade”. O grupo adquiriu uma outra empresa do Fundão, aumentou o efetivo com mais perto de duas dezenas de funcionários e começou a trabalhar em exclusivo para a exportação. Há cinco anos, mantendo-se na mesma zona industrial covilhanense, mudou-se para um pavilhão “à medida e adequado às necessidades específicas” da sua atividade.

“A Mepisurfaces tornou-se no investimento chave do grupo com o objetivo de ser a empresa de referência do grupo e a única onde todo o processo produtivo estivesse implementado”, resume a diretora financeira e administrativa. Já para construir esta nova unidade, foi autorizada a abater mais de uma centena de sobreiros, compensados pela “arborização com sobreiro numa parcela com cerca de 1,85 hectares na Mata Nacional da Covilhã, no interior do Parque Natural da Serra da Estrela”.

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Galp reúne com ERSE a propósito do mecanismo ibérico que quer travar preço da eletricidade

A reunião ocorre depois de o regulador ter prometido estar "atento" à ação dos comercializadores no que toca às repercussões do mecanismo e da Galp ter admitido possível subida dos preços da luz.

A Galp esteve reunida com a Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos esta terça-feira. Um encontro que se debruçou “sobre as regras decorrentes da aplicação do mecanismo de ajuste dos preços de eletricidade”, indicou a petrolífera em declarações ao ECO/Capital Verde, depois de ter admitido estar a avaliar o impacto da aplicação deste mecanismo e avançado a possibilidade de aumentar os preços da luz.

Questionada sobre os motivos que levaram à marcação desta reunião, a Galp indica apenas que “reúne regularmente com as entidades reguladoras”, e entende que é normal fazê-lo “mais ainda em momentos de elevada volatilidade e de introdução de novas regras, como aquele em que nos encontramos”. Indica, por fim, não ter “qualquer conclusão a assinalar”, e prefere não revelar qual das entidades tomou a iniciativa de marcar a reunião.

Confrontada com as mesmas questões, a ERSE decidiu não comentar. Esta segunda-feira, o regulador veio dizer que estará “particularmente atento” ao comportamento dos comercializadores no que toca à repercussão sobre os consumidores do impacto do mecanismo ibérico que limita o preço do gás para efeitos de produção de eletricidade.

Já a Galp, avançou o ECO/Capital Verde, está “a avaliar o impacto das regras decorrentes da aplicação do mecanismo de ajustamento nos diversos cenários de evolução dos custos do gás natural e do valor do ajustamento imputado” à petrolífera, pelo que uma decisão sobre um possível aumento de preços “será tomada no curto prazo”.

A referida reunião decorreu numa altura em que este mecanismo ibérico tem estado no centro da agenda mediática, depois de o presidente da Endesa em Portugal, Nuno Ribeiro da Silva, ter estimado que este mecanismo provocará aumentos na ordem dos 40% na fatura da luz, em declarações à Antena 1 e ao Jornal de Negócios.

Estas declarações foram rapidamente rejeitadas e contrariadas pelo Governo, em comunicado e na voz do secretário de Estado da Energia, João Galamba. A ERSE pronunciou-se também, esclarecendo que apenas os consumidores que beneficiam do mecanismo pagam os custos do mesmo.

O mecanismo entrou e vigor no passado dia 15 de junho, com objetivo de baixar os preços da eletricidade no mercado grossista, onde produtores vendem eletricidade a comercializadores e a alguns grandes consumidores. Este objetivo é concretizado através da imposição de um teto aos preços do gás natural que é utilizado para produzir eletricidade.

Os consumidores que beneficiam do mecanismo são aqueles que se abastecem diretamente no mercado diário ou cujos contratos de eletricidade estão indexados aos preços deste mercado. Ao beneficiarem dos preços de eletricidade controlados, devido ao teto do gás, serão chamados a suportar os custos do ajustamento associados a esta intervenção (isto é, a diferença entre o teto imposto e o preço real do gás), resultando, apesar disso, num ganho face aos preços que seriam observados sem esta intervenção, garantiu a ERSE.

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Mecanismo ibérico para limitar preço da luz é vantajoso para as empresas, diz a CIP

"A CIP está convicta de que este mecanismo [ibérico para limitar o preço do gás usado na produção da eletricidade], se bem aplicado, terá para as empresas um balanço favorável", disse Saraiva ao ECO.

A Confederação Empresarial de Portugal (CIP) está convencida que o mecanismo ibérico para a limitação do preço do gás destinado à produção de eletricidade “se for bem aplicado” será vantajoso para as empresas, mas critica a complexidade do mesmo e a falta de transparência no mercado da eletricidade.

“A CIP está convicta de que este mecanismo, se bem aplicado, terá para as empresas um balanço favorável, embora devido à constante subida do preço do gás natural e, nalgumas horas à fraca participação das ofertas de eletricidade renovável, a perceção deste balanço seja difícil”, disse ao ECO o presidente da confederação, António Saraiva.

A CIP está convicta de que este mecanismo, se bem aplicado, terá para as empresas um balanço favorável.

António Saraiva

Presidente da CIP

A polémica em torno dos aumentos do mecanismo ibérico para limitar o preço do gás usado para produzir eletricidade estalou quando o presidente executivo da Endesa disse, em entrevista conjunta à Antena 1 e Jornal de Negócios, que os consumidores deveriam esperar já nas faturas de julho um aumento que poderia ir até 40%. “Já nas faturas do consumo elétrico de julho, as pessoas vão ter uma desagradável surpresa e isto não tem nada a ver com as empresas elétricas, tem a ver com a repercussão e a distribuição pelos consumidores da dívida criada pela diferença entre o verdadeiro preço de mercado do gás natural e o preço que se aceita que seja considerado na produção de eletricidade”, disse Nuno Ribeiro da Silva. “Estamos a falar de qualquer coisa na ordem dos 40%, ou mais, relativamente ao pagamento do mês anterior“, precisou.

O Governo acusou Nuno Ribeiro da Silva de ser alarmista e de as suas afirmações “não corresponderem à verdade”, porque “os preços com o mecanismo serão sempre mais baixos do que sem ele”, disse o secretário de Estado Adjunto e da Energia, João Galamba, que agora, por despacho do primeiro-ministro vai passar a validar previamente as faturas da Endesa a serviços e entidades do Estado.

Para demonstrar que o mecanismo de facto ajuda a mitigar o impacto da subida dos preços do gás nos mercados internacionais, no domingo, dia em que foi emitido o primeiro comunicado em reação às declarações de Nuno Ribeiro da Silva, o preço médio no MIBEL era de 114,14 euros por MWh a que acresciam mais 84,94 euro por MWh do ajustamento, o que resulta num preço total de 199,08 €/MWh. Mas se o mecanismo de ajustamento não estivesse em vigor o valor seria de 253,16 €/MWh. Ou seja, este “travão” traduziu-se numa redução de 54,08 €/MWh, que corresponde a uma poupança de cerca de 21%, explicou o Executivo.

Além disso, “os preços de Portugal e Espanha têm sido consistentemente abaixo de países como França ou Itália”, acrescentava o comunicado citando dados de domingo: “Nos mercados francês e italiano estão a praticar-se preços de 319,51 €/MWh e 385,71 €/MWh, respetivamente”. Uma diferença de preços que pode ser explicada pela introdução a 15 de julho do mecanismo ibérico, mas também porque a maior incorporação de energias renováveis na formação dos preços da eletricidade é maior em Portugal.

António Saraiva confirma que “os aumentos dos preços da eletricidade contidos nas propostas de fornecimento às empresas são uma realidade desde o último trimestre de 2021, a qual se manteve ao longo do primeiro semestre de 2022”. E se o mecanismo ibérico até pode ter “um balanço favorável”, o patrão dos patrões aponta que “veio introduzir, de facto, maior complexidade a este mercado já de si muito específico”.

Os aumentos dos preços da eletricidade contidos nas propostas de fornecimento às empresas são uma realidade desde o último trimestre de 2021, a qual se manteve ao longo do primeiro semestre de 2022.

António Saraiva

Presidente da CIP

Por isso, “a CIP está a envidar todos os esforços para que a informação oficial sobre o mercado da eletricidade e, em particular, sobre o mecanismo seja reforçada, a bem da transparência e de uma maior confiança dos consumidores“, explica o presidente da confederação.

António Saraiva já pediu “urgência na tomada de medidas” para preservar a competitividade das empresas em geral e dos setores mais afetados pela subida dos preços da eletricidade e do gás. À subida generalizada dos preços, nalguns casos, soma-se a escassez de certas matérias-primas, industriais e agrícolas, uma “conjuntura que teima em persistir” e que “muitas empresas em Portugal estão a suportar mal”, alertou o presidente da CIP.

O patrão dos patrões considera que “se os preços internacionais do gás natural continuarem, de modo consistente e sem previsão de redução, bem acima dos 100 euros/MWh e, por vezes, a ultrapassarem os 200 euros/MWh, os preços da eletricidade serão crescentes, com mecanismo de ajuste ou sem ele“, concluiu em declarações ao ECO.

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Regulador avisa elétricas que abusos nos preços podem dar multas

A ERSE explica ao ECO que as elétricas que fixem tarifas que violem as regras do mecanismo de “travão ibérico” podem ser alvo de coimas entre 2% e 10% da faturação dessas empresas.

A polémica começou com uma entrevista do presidente da Endesa à Antena 1/Jornal de Negócios, na qual Nuno Ribeiro da Silva alertava para possíveis aumentos de tarifas de 40% por causa do Mecanismo Ibérico para limitação do preço do gás para produção de eletricidade.

Logo no domingo, e em reação à entrevista, a Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) emitiu um comunicado onde explicava que o “travão ibérico” tem custos que têm de ser suportados pelos consumidores, mas que o benefício da descida do preço da eletricidade era superior ao custo.

Ou seja, não era no mecanismo de “travão ibérico” que a Endesa encontraria argumentos para fazer aumentos de tarifas de 40%. E, nesse mesmo dia, o regulador liderado por Pedro Verdelho deixava um aviso sério às elétricas que estariam a pensar aumentar tarifas em situações em que o mecanismo do “travão ibérico” não o permite.

“Os comercializadores, na quantidade de energia aprovisionada através de contratação a prazo ou intra grupo, com preços firmes, estão isentos do pagamento do custo do mecanismo. Nesse sentido, os seus clientes com ofertas comerciais de preço firme, e como tal não beneficiando do presente mecanismo, não poderão ser onerados por um custo relativamente ao qual o comercializador não incorreu”, avisou o regulador de energia.

A ERSE explicou ainda que “estará particularmente atenta a esta situação e não hesitará em atuar, em caso de incumprimento nesta matéria, por parte dos comercializadores”.

Questionada pelo ECO sobre que atuação poderá ter o regulador caso se comprove este incumprimento, a ERSE responde que isso “constitui a prática da contraordenação prevista e punida nos termos […] do Regime Sancionatório do Setor Energético”, acrescentando que “a coima não pode exceder, para cada sujeito infrator, 2% do respetivo volume de negócios realizado no exercício imediatamente anterior à decisão final condenatória proferida pela ERSE. Adicionalmente, a ERSE pode determinar a aplicação, em simultâneo com a coima, de sanções acessórias”.

Mas a entidade que supervisiona o mercado energético vai ainda mais longe e refere que a lei que enquadra o Mecanismo Ibérico para limitação do preço do gás para produção de eletricidade prevê mais sanções caso as elétricas prevariquem, seja na fixação de tarifas, seja na imputação aos clientes de custos que não lhes é devido.

“A violação das regras do mecanismo relativas à formação do preço e aos referenciais de mercado, das regras sobre a repercussão do valor do ‘ajuste’ e dos deveres de comunicação dos comercializadores ou dos agentes de mercado ao operador nomeado do mercado da eletricidade (OMIE) e ao gestor global do SEN (REN), bem como da adaptação dos sistemas informáticos por forma a cumprir com as regras, constituem prática de contraordenação sancionável, também, com coima de até 2% do respetivo volume de negócios realizado no exercício imediatamente anterior à decisão final condenatória proferida pela ERSE. Adicionalmente, a ERSE pode determinar a aplicação, em simultâneo com a coima, de sanções acessórias”, esclarece a empresa liderada por Pedro Verdelho.

Adicionalmente, explica a ERSE, “o incumprimento dos deveres de reporte à ERSE previstos no Decreto-Lei n.º 33/2022 pode constituir a prática da contraordenação muito grave, sancionável com coima até 10% do volume de negócios”.

O supervisor do mercado energético não fala de casos concretos, mas no dia seguinte a ter publicado o comunicado a dizer que “não hesitará em atuar, em caso de incumprimento”, a Endesa — a elétrica que esteve na origem de toda a polémica, — fez chegar à agência Lusa um esclarecimento onde diz que “vai cumprir os compromissos estabelecidos no quadro regulatório português, bem como no mecanismo ibérico”, e que se compromete “a manter os preços contratuais com os seus clientes residenciais em Portugal até ao final do ano”.

Este Mecanismo Ibérico para limitação do preço do gás para produção de eletricidade foi adotado por Portugal e por Espanha para tentar desassociar a formação do preço da eletricidade na Península Ibérica daquilo que é o preço do gás (que está em valores recorde por causa da guerra na Rússia).

Com um teto no preço do gás usado para produção de eletricidade, o preço da luz baixa, mas depois o sistema elétrico tem de compensar as elétricas que produzem eletricidade a partir do gás pelo diferencial de preços entre o valor de mercado e o tal teto fixado para o gás. Mas quer o Governo, quer a ERSE, argumentam que este custo é inferior ao benefício da descida do preço da luz no mercado ibérico.

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Wall Street no vermelho com tensão crescente entre EUA e China

  • Joana Abrantes Gomes
  • 2 Agosto 2022

A visita da líder do Congresso dos EUA a Taiwan deixou um sentimento negativo nas principais bolsas norte-americanas, mas as subidas dos juros dominam as preocupações dos investidores.

A bolsa de Nova Iorque voltou a encerrar em terreno negativo esta terça-feira, num dia marcado por negociações agitadas devido à chegada da líder do Congresso dos EUA a Taiwan, aumentando a tensão entre Washington e Pequim, que reivindica soberania sobre a ilha.

O índice de referência financeiro, S&P 500, recuou 0,68% para 4.090,43 pontos, enquanto o tecnológico Nasdaq caiu 0,12% para 12.354,43 pontos. O industrial Dow Jones registou o pior desempenho da sessão, ao perder 1,25% para 32.387,80 pontos.

Nancy Pelosi, que chegou esta terça-feira a Taipé, disse que a sua viagem à ilha asiática serve para demonstrar a solidariedade dos EUA para com Taiwan, mas a China condena a visita da responsável norte-americana, considerando-a uma ameaça à paz e à estabilidade da região.

Este cenário fez aumentar o apetite dos investidores pelo risco, mas este entusiasmo atenuou face às expectativas em torno das subidas das taxas de juro pela Reserva Federal dos EUA, que se prevê que distancie da política monetária mais agressiva.

Esta terça-feira, três responsáveis do banco central norte-americano sinalizaram que permanecem resolutos e “completamente unidos” na subida das taxas de juro para um nível que irá restringir mais significativamente a atividade económica e combater a inflação mais elevada dos últimos 40 anos.

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Costa divulga poupança média de 15,21% na eletricidade

  • Lusa
  • 2 Agosto 2022

“Factos são factos. Todos os dias poupamos graças ao mecanismo ibérico”, escreveu António Costa no Twitter.

O primeiro-ministro, António Costa, divulgou o preço médio no mercado ibérico de eletricidade (Mibel) desta terça-feira, apontando para uma poupança média de 15,21%, argumentando que “factos são factos”. “Factos são factos. Todos os dias poupamos graças ao mecanismo ibérico”, escreveu António Costa na rede social Twitter.

A publicação mostra um gráfico comparativo do preço da eletricidade com o mecanismo e sem o mecanismo, desde junho, e aponta para uma poupança média de 15,21% esta terça.

O primeiro-ministro determinou que os serviços do Estado não podem pagar faturas da Endesa sem validação prévia pelo secretário de Estado do Ambiente e da Energia, depois de o presidente da empresa ter admitido aumentos de 40% na eletricidade.

Segundo um despacho assinado na segunda-feira e hoje enviado às redações, António Costa determina ainda que, para evitar a descontinuidade do serviço, os serviços públicos e a Entidade de Serviços Partilhados da Administração Pública (ESPAP) devem proceder a consultas de mercado, para a eventual necessidade de contratação de novos prestadores “que mantenham práticas comerciais adequadas”.

No despacho, o primeiro-ministro sublinha o dever de o Estado proteger o interesse dos contribuintes na gestão dos dinheiros públicos perante as “ameaças de práticas especulativas nos preços a praticar pela ENDESA”.

O presidente da Endesa, Nuno Ribeiro da Silva, disse no domingo, em entrevista ao Jornal de Negócios e à Antena 1, que a eletricidade iria sofrer um aumento de cerca de 40% já nas faturas de julho, e que esse aumento era justificado pelo mecanismo ibérico para controlar o preço do gás na produção elétrica.

O Ministério do Ambiente e da Ação Climática divulgou depois um comunicado, no qual rejeitava declarações de Nuno Ribeiro da Silva, classificando-as como “alarmistas”. À Lusa, o secretário de Estado da Energia, João Galamba, afirmou ser impossível verificar-se uma subida de 40% na fatura da energia através do mecanismo ibérico, remetendo para as ofertas comerciais das próprias empresas.

Ainda no domingo, depois das declarações polémicas do presidente da Endesa, a ERSE – Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos veio dizer que iria estar “particularmente atenta” ao comportamento dos comercializadores relativamente à repercussão do impacto sobre os consumidores do mecanismo ibérico que limita o preço do gás para efeitos de produção de eletricidade.

Depois da polémica, a Endesa acabou por emitir a segunda-feira um comunicado comprometendo-se a manter os preços contratuais até dezembro e a cumprir os compromissos estabelecidos no mecanismo ibérico.

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Mais de 5.800 adesões aos transportes gratuitos em Lisboa

  • Lusa
  • 2 Agosto 2022

Na primeira semana, 5.825 pessoas com mais de 65 anos e residentes em Lisboa aderiram aos transportes públicos na capital.

A gratuitidade nos transportes públicos para maiores de 65 anos residentes em Lisboa, disponível desde 25 de julho, registou 5.825 adesões na primeira semana, revelou esta terça-feira a câmara municipal. “Entre os dias 25 e 31 de julho registaram-se 5.825 adesões na soma dos locais da Carris, Metro, CP e Fertagus“, indicou a Câmara de Lisboa, em resposta à agência Lusa, referindo que “o processo tem decorrido com toda a normalidade e tranquilidade”.

Segundo dados da TML – Transportes Metropolitanos de Lisboa, empresa com informação global das diversas entidades onde é possível solicitar o passe gratuito, a partir de março há registo de 15.392 residentes em Lisboa com mais de 65 anos com o passe Navegante Urbano 3.ª Idade, pelo que a adesão registada na primeira semana após a entrada em vigor da gratuitidade nos transportes públicos (5.825 adesões) representa 37% desse universo de utentes.

Em resposta à Lusa, a TML referiu também que os dados a partir de março deste ano referentes a residentes em Lisboa maiores de 65 anos contabilizavam ainda 12.135 utentes com passe Navegante +65, 552 com outros passes e 46.002 com cartão (sem passe). Ainda segundo os dados da TML, os números a partir de outubro de 2019 eram superiores, à exceção do número de utentes com cartão mas sem passe, que era de 29.222. Nessa altura, contabilizavam-se igualmente 24.321 utentes com passe Navegante Urbano 3.ª Idade, 19.175 com o Navegante +65 e 874 com outros passes.

Desde a semana passada, do dia 25 de julho, os residentes em Lisboa “com idade igual ou superior a 65 anos” passaram a poder deslocar-se gratuitamente nos transportes públicos, enquanto os estudantes até aos 23 anos vão poder beneficiar da medida “a partir de setembro”, informou o município de Lisboa, sob a presidência de Carlos Moedas (PSD).

Relativamente aos maiores de 65 anos, a gratuitidade nos transportes coletivos aplica-se nas redes da Carris, Metropolitano de Lisboa e CP – Comboios de Portugal, “em que seja válido o título Navegante Urbano na modalidade ‘3.ª idade’”. Para terem acesso à medida, os “utentes terão que ser titulares ou solicitar um cartão Navegante [ou um Lisboa Viva] com o perfil +65 e residir no concelho de Lisboa“, adiantou a câmara, referindo que o comprovativo de domicílio fiscal pode ser obtido no Portal das Finanças ou presencialmente num balcão das repartições. “Após a adesão, para manter a gratuitidade, os utentes elegíveis devem continuar a carregar mensalmente o seu título”, acrescentou.

Desde fevereiro de 2017, as crianças até aos 12 anos beneficiam de transportes públicos gratuitos em Lisboa, nas redes do Metropolitano e da Carris, enquanto os cidadãos com mais de 65 anos usufruíam de um desconto de 60% no passe Navegante Urbano, para “viajar na Carris, no Metro de Lisboa e na área urbana da CP, por apenas 15 euros”.

A partir deste mês de agosto, a Carris colocou em funcionamento “mais duas lojas”, uma em Santo Amaro e outra no Arco do Cego, “próximo das lojas já existentes”, onde os clientes com mais de 65 anos poderão tratar, exclusivamente, de assuntos relacionados com a gratuitidade nos transportes públicos, nomeadamente adesões e carregamentos. Segundo a Carris, estas duas lojas de reforço vêm “aumentar significativamente” a capacidade de resposta da empresa na implementação da medida, situando-se em locais onde “a procura é maior”.

As lojas de reforço estarão em funcionamento nos dias úteis, das 08:00 às 19:00, até 15 de novembro, e “somam-se às restantes três lojas da Carris, localizadas em Santo Amaro e no Arco do Cego e ainda na Loja do Cidadão do Saldanha”. “A partir de 16 agosto, vai também ser possível tratar da gratuitidade para estudantes até aos 23 anos em todas estas lojas, sendo que, neste caso, o título só pode ser carregado a partir de 26 de agosto, para utilização no mês de setembro”, adiantou a Carris, referindo que, além da certidão de domicílio fiscal no concelho de Lisboa, os jovens terão que apresentar também a declaração de matrícula emitida pelo estabelecimento de ensino. No caso dos estudantes, a gratuitidade abrange as redes das empresas Carris, Metropolitano de Lisboa, CP e Fertagus, através dos títulos Navegante Municipal nas modalidades 4_18 e sub23.

Em 21 de abril, a Câmara de Lisboa aprovou, por unanimidade, a proposta de transportes públicos gratuitos na cidade, que prevê um acordo entre o município e a empresa TML – Transportes Metropolitanos de Lisboa, válido até 31 de dezembro de 2025, e que estabelece a gratuitidade para jovens entre os 13 e os 18 anos, estudantes do ensino superior até aos 23 anos, incluindo a exceção dos inscritos nos cursos de medicina e arquitetura até aos 24 anos, e maiores de 65 anos, em que o requisito comum para todos é terem residência fiscal no concelho.

Esta medida do município de Lisboa insere-se nas metas da sustentabilidade ambiental, no combate às alterações climáticas e na melhoria da mobilidade das pessoas, através da promoção de uma mobilidade eficiente, económica e ambientalmente sustentável, e prevê-se, para este ano, uma despesa no montante máximo de 6,266 milhões de euros e, para os anos económicos de 2023, 2024 e 2025, uma verba de até 14,9 milhões de euros para cada ano.

 

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EDP Brasil aumenta preços em 11,5% no estado Espírito Santo

  • Lusa
  • 2 Agosto 2022

Com a subida dos preços para os consumidores no estado brasileiro, a EDP Espírito Santo prevê uma receita bruta de 1.409 milhões de reais (cerca de 266 milhões de euros).

A EDP Espírito Santo (EDP ES) vai totalizar uma receita bruta de 266 milhões de euros, após a revisão das tarifas, aprovada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), com um aumento de 11,5% para os consumidores, anunciou a empresa esta terça-feira.

De acordo com a informação enviada à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), as novas tarifas, com um aumento homólogo de 11,5% para os consumidores naquele estado brasileiro, “representam para a EDP ES uma receita regulada bruta de 1.409 milhões de reais” (aproximadamente 266 milhões de euros).

A ANEEL aprovou a revisão periódica da EDP ES, que vai ser aplicada em 7 agosto.

O processo de revisão tarifária ocorre a cada três anos e tem em conta os custos regulatórios passíveis de gestão, como os operacionais e os de capital.

Segundo a mesma nota, os não passíveis de gestão consideram a energia comprada a sociedades de geração, transporte de energia, encargos setoriais e ajustes financeiros e são atualizados “com base na variação de preços verificada nos 12 meses anteriores e na projeção para os 12 meses subsequentes”.

A base de remuneração líquida é de 3.790 milhões de reais, valor que compara com os 2.580 milhões de reais verificados no período anterior. “Os investimentos realizados no período tarifário foram considerados eficientes e reconhecidos praticamente na sua integralidade pela ANEEL”, apontou. A taxa de retorno sobre os ativos é de 7,15%.

Para as perdas técnicas, o índice regulatório foi definido em 7,18%, acima dos 7,06% do período homólogo, e para as perdas não técnicas, na baixa tensão, o índice regulatório é de 11,80%.

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Despacho de Costa sobre Endesa é “levar o exercício do poder do Governo demasiado longe”, diz Montenegro

"É muito insólito ver um primeiro-ministro querer intervir em matérias que não são da sua responsabilidade direta", disse o líder do PSD.

O presidente do PSD considera que o despacho de António Costa em relação às faturas da Endesa é algo “muito insólito”. Em declarações aos jornalistas esta terça-feira, Luís Montenegro afirmou que decidir que os pagamentos do Estado a uma empresa tenham de ser validados pelo Governo “é confundir uma maioria absoluta com o poder absoluto que o PS quer exercer em Portugal”.

A partir desta terça-feira, as faturas relativas ao fornecimento de energia pela Endesa, nomeadamente a serviços e entidades do Estado, só podem ser pagas mediante a validação do secretário de Estado do Ambiente e da Energia, segundo dita um despacho assinado pelo primeiro-ministro.

Sobre esta decisão de António Costa, o líder da oposição diz ser algo “muito insólito”. “É muito insólito ver um primeiro-ministro querer intervir em matérias que não são da sua responsabilidade direta, escolhendo a forma como a administração pública deve pagar a determinado fornecedor e induzindo que a administração pública procure fornecedores concorrentes”, disse Luís Montenegro.

O social-democrata notou ainda que este despacho representa “uma certa machadada na credibilidade da administração pública”. Isto “é levar o exercício do poder do Governo demasiado longe e confundir uma maioria absoluta com o poder absoluto que o PS quer exercer em Portugal”.

Neste sentido, o PSD vai apresentar um requerimento para “solicitar ao Governo e à ERSE um conjunto de informações para tranquilizar o país”, adiantou Montenegro aos jornalistas, referindo que “os membros do Governo andam um pouco nervosos e impulsivos”.

“Seria muito melhor se o primeiro-ministro e o Governo, ao invés de se intrometerem no normal funcionamento do mercado e de desconfiarem dos dirigentes da administração pública, assumissem as responsabilidades pelos falhanços nas políticas e nos serviços públicos”, afirmou o presidente do PSD, acrescentando que “o Governo está a começar tão mal que cada vez mais não há razões para se confiar que se vai endireitar”.

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Residentes da Beira Baixa são os mais satisfeitos com a vida na região centro, conclui CCDRC

São os residentes da Beira Baixa que atingem maior grau satisfação com a vida que levam. Mas há 72% residentes na região centro que garantem estar "globalmente satisfeitos", conclui CCDRC.

Cerca de 72% dos residentes na região centro garantem, este ano, estar “globalmente satisfeitos” com a vida que levam – ainda que menos 5,5% do que em 2021 – contra 8,0% “nada satisfeitos” sobretudo devido às dificuldades financeiras e custo de vida elevado. Mas são os residentes da Beira Baixa que atingem o maior grau satisfação, a que se segue a região de Coimbra.

Estes são os resultados do inquérito à satisfação dos residentes na região centro, da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC), no âmbito da monitorização do Barómetro Centro de Portugal e que já vai na 8.ª edição. Além dos 72% residentes “globalmente satisfeitos”, 10,4% asseguram estar “muito satisfeitos”, 61,6% “satisfeitos”, 20% “não muito satisfeitos” e 8,0% “nada satisfeitos”.

Entre os principais motivos de satisfação apontados pelos inquiridos estão o nível de vida estável (22,7%), o emprego (21,5%), a vida familiar (19,3%), ter saúde (18,1%) e gostar do local onde residem (10,3%). Já entre as principais razões de insatisfação estão as dificuldades financeiras e custo de vida elevado (32,8%), as remunerações e reformas baixas (22,5%) e os problemas de saúde (18,1%). Seguem-se depois as políticas governamentais (7,8%), o desemprego (6,9%) e a solidão (5,4%). Pela primeira vez, 4,4% dos residentes inquiridos queixam-se do Serviço Nacional de Saúde (SNS) e 2% da conjuntura internacional.

Apenas três comunidades intermunicipais apresentam um grau de satisfação acima da média regional: Beira Baixa, e as regiões de Coimbra e de Aveiro. Mas é na Beira Baixa que se registam mais residentes globalmente satisfeitos (80%). “O Oeste foi a única sub-região onde a quota dos residentes globalmente satisfeitos aumentou face à edição anterior, tendo, assim, deixado de ocupar a última posição da hierarquia regional”, lê-se no estudo.

Por oposição, as restantes sub-regiões registaram uma redução da percentagem de residentes globalmente satisfeitos em relação a 2021. Viseu, Dão Lafões e a região de Leiria foram as localidades onde se verificaram as quebras mais significativas.

Pelo sétimo ano consecutivo, as mulheres mostram-se menos satisfeitas (70,3%) do que os homens (74,0%). Já na análise por faixa etária, constata-se que são os mais jovens, entre os 15 e os 24 anos, que dizem estar globalmente mais satisfeitos quando comparados com as pessoas com mais de 65 anos (54,3%).

Já os residentes ativos (empregados e desempregados) mostram-se mais satisfeitos do que os inativos (estudantes, domésticos e reformados). Ainda assim, os estudantes estão em maior percentagem (97,2% globalmente satisfeitos com a vida), enquanto os reformados e os desempregados estão mais insatisfeitos.

É ainda nas profissões mais qualificadas que se encontram os residentes empregados com maior grau de satisfação. Entre os mais insatisfeitos estão os operários especializados e os trabalhadores não qualificados, segundo o estudo.

Entre os fatores que levam os jovens, entre os 21 e os 34 anos, a fixar-se num território surge logo à cabeça a proximidade à família e amigos (20,8%), a que se segue o acesso à saúde e educação (19,9%), a segurança (17,1%), e um emprego digno e devidamente remunerado (12,3%). Os jovens também valorizam o custo de vida acessível (11,7%) e a facilidade de deslocação e mobilidade (9,7%). Só depois os inquiridos elegem a oferta cultural e de espaços de lazer (4,6%), o ambiente favorável ao empreendedorismo e inovação (3,1%) e, por último, a conectividade digital (0,9%).

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Portugal precisa de 45 a 50 mil trabalhadores no setor do turismo, estima Governo

  • Lusa
  • 2 Agosto 2022

Rita Marques adiantou que está a ser preparada, para o último trimestre do ano, uma “missão empresarial” portuguesa para “garantir” que o país possa receber trabalhadores.

A secretária de Estado do Turismo estimou esta terça-feira que Portugal precisa de 45 mil a 50 mil trabalhadores no turismo, vagas que poderão ser preenchidas por trabalhadores de países de língua portuguesa ao abrigo de um regime recentemente aprovado.

Em declarações à Lusa, à margem de uma visita ao Algarve, Rita Marques adiantou que está a ser preparada, para o último trimestre do ano, uma “missão empresarial” portuguesa para “garantir” que o país possa receber trabalhadores destes países, com o enquadramento do novo regime de entrada e permanência de trabalhadores em Portugal.

“O objetivo é levar uma comitiva de empresários portugueses que estejam à procura de reforçar os mapas de pessoal, identificando trabalhadores dessas geografias que estejam interessados em vir para Portugal […] e que os serviços consulares possam depois administrativamente despachar favoravelmente os vistos e possamos trazer connosco os trabalhadores que pretendem ingressar neste setor de atividade”, precisou.

Segundo a secretária de Estado do Turismo, Comércio e Serviços, que esteve reunida com vários representantes do setor do turismo no Algarve, a missão empresarial portuguesa, que conta com várias áreas do Governo, como o “Trabalho, Negócios Estrangeiros e Economia”, deverá realizar-se no último trimestre de 2022.

“Nesta altura em que há uma retoma pujante do setor do turismo, estamos a viver vários desafios e um deles tem a ver, justamente, com a falta de capital humano”, referiu, adiantando que, durante o encontro com empresários do setor, foi abordada a nova lei votada favoravelmente na Assembleia da República em 21 de julho. De acordo com a governante, a nova lei veio introduzir “alterações muitíssimo relevantes e substanciais na emissão de vistos, designadamente no âmbito dos países que ratificaram o acordo da CPLP [Comunidade dos Países de Língua Portuguesa]”.

Estimando que o país precisa entre 45 mil a 50 mil trabalhadores no setor para garantir a qualidade de serviços no turismo, Rita Marques considerou que o novo regime de entrada e permanência de trabalhadores em Portugal “pode ser útil justamente para se poder importar capital humano”. No entanto, sublinhou, há a preocupação “de garantir que este capital humano também é adequadamente formado e capacitado” para manter “uma prestação de serviços de excelência” no setor, envolvendo nesta matéria as escolas de hotelaria e turismo nacionais.

Na agenda de Rita Marques esteve também uma visita a dois resorts turísticos que estão na “vanguarda” da eficiência hídrica na região do Algarve, outro dos temas que mereceu destaque durante a sua deslocação à região, afetada por uma situação prolongada de seca que já levou a que começassem a ser implementadas medidas de poupança de água.

Sublinhando que se está a “viver tempos de mudança no que toca aos recursos naturais” e que “a água é um recurso precioso sem o qual não se consegue prestar um serviço de qualidade”, Rita Marques sustentou que é preciso haver um compromisso em “desenvolver soluções inovadoras que garantam que este recurso não é desperdiçado”.

“Os nossos empreendimento turísticos e campos de golfe têm trabalhado de há uns anos a esta parte nesta senda, nesta agenda, e o objetivo desta visita foi justamente conhecer entidades que desenvolvem as melhores práticas no que à utilização da água diz respeito, para conhecer estas boas práticas e poder inspirar outros operadores económicos a também usá-las”, justificou.

Segundo Rita Marques, as empresas municipais Infraquinta e Infralobo, que gerem os ‘resorts’ Quinta do Lago e Vale do Lobo e têm implementado um leque de soluções para aumentar a eficiência hídrica, são “dois exemplos do melhor que se faz em termos de gestão do recursos hídricos”.

A visita destinou-se também a perceber como “podem ser adaptados transversal e universalmente pela região do Algarve, pelos vários municípios e operadores económicos, mas também no contexto nacional para outras regiões do país”, concluiu.

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Petróleo sobe 0,17% com receios na oferta antes da reunião da OPEP+

Investidores estão preocupados com o facto de a reunião da OPEP+, agendada para esta semana, não resultar num aumento adicional da oferta de matéria-prima.

O preço do barril de petróleo está a valorizar ligeiramente na Europa e nos Estados Unidos, contrariando as quedas observadas esta manhã, na abertura dos mercados. Este desempenho acontece numa altura em que os investidores estão preocupados com o facto de a reunião da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP+) e dos seus aliados não resulte num aumento adicional da oferta de matéria-prima.

Às 20h51 de Lisboa, o barril de Brent, que serve de referência às importações nacionais, está a valorizar 0,17% para 100,21 dólares, enquanto o WTI, negociado em Nova Iorque, sobe 0,42% para 94,24 dólares.

A OPEP e os seus aliados, incluindo a Rússia, vão reunir-se esta quarta-feira e, de acordo com fontes citadas pela Reuters, tanto poderá ser discutido um aumento modesto da produção de ouro negro como um reforço na produção será improvável.

Este ano, a OPEP+ já reduziu a previsão de défice do mercado de petróleo 200 mil barris por dia para um total de 800 mil barris diários, escreve a mesma agência de notícias. “Há muito mais incerteza desta vez”, diz Craig Erlam, da corretora OANDA. “A decisão desta semana vai dizer-nos o quão coeso o grupo [OPEP+] ainda é.”

A invasão da Ucrânia pela Rússia, em fevereiro, alimentou as preocupações sobre a oferta global de petróleo e elevou os preços da matéria-prima. Em março, o Brent disparou para perto do seu máximo histórico de 147,5 dólares por barril.

Vários estudos mostraram que fábricas nos Estados Unidos, Europa e Ásia agiram por impulso em julho, à medida que a procura mundial ia caindo e as restrições devido à Covid na China desaceleravam a produção.

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