Knot Worldwide muda escritórios para o centro de Barcelona

  • Europa Press
  • 9 Junho 2022

A Knot Worldwide, uma empresa que se dedica ao planeamento de casamentos digitais, vai mudar os seus escritórios internacionais de Sant Cugat (Barcelona) para um novo edifício no centro da cidade.

A The Knot Worldwide (TKWW), dedicada ao planeamento de casamentos digitais, vai passar os seus escritórios internacionais para o centro de Barcelona. Até agora, os escritórios da empresa localizavam-se em Sant Cugat, também em Barcelona, mas a ida para o centro tem como objetivo melhorar a acessibilidade da sede, noticia a Europa Press.

O escritório de Barcelona centraliza o negócio de 14 mercados na Europa, Ásia e América Latina, e fornece serviço tecnológico a todas as marcas The Knot Worldwide em todo o mundo.

As novas instalações vão ficar localizadas num edifício com uma fachada histórica, na Carrer Pau Claris 89, muito perto da Plaça Catalunya. A empresa vai ocupar o rés-do-chão e os três primeiros andares, o que corresponde a mais de 3600 metros quadrados. A transação imobiliária foi aconselhada por Savills e o projeto arquitetónico é da GCA.

A mudança para as novas instalações está prevista para março de 2023, mas, até que isso seja possível, os escritórios vão manter-se em Sant Cugat para prestar apoio à equipa na área, que ultrapassa os 500 trabalhadores.

Quase mil pessoas já estão a ser coordenadas a partir de Barcelona (uma grande parte delas com perfil tecnológico, de 23 nacionalidades e 61,6% de mulheres), uma equipa que a empresa pretende fazer crescer ao incorporar, até ao final do ano, mais de 250 pessoas para a sua unidade internacional, a maioria delas com perfil tecnológico.

Ángel Llull, presidente internacional da TKWW, vai gerir os negócios de 14 dos 16 países onde o grupo opera a partir de Barcelona. O responsável declarou que a nova sede está adaptada às mudanças que se fazem sentir nos mercados internacionais, mas também às mudanças da própria empresa que a fazem incorporar novos talentos todos os meses.

Llull acrescentou que a equipa tem a opção de trabalhar remotamente, mas há também um escritório para aqueles que preferem um horário híbrido.

Por sua vez, Emily Markmann, chefe de recursos humanos da empresa, disse que os seus escritórios internacionais recentemente expandidos na Índia, Irlanda e, em breve, em Barcelona refletem o seu “empenho não só na expansão internacional, mas na atração e retenção de talentos de topo”.

 

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UE considera “extremamente preocupante” suspensão de tratado entre Argélia e Espanha

  • Lusa
  • 9 Junho 2022

"Estamos a avaliar o impacto desta decisão e devem ser encontradas soluções através do diálogo e dos canais diplomáticos", disse a porta-voz da diplomacia europeia.

A Comissão Europeia considerou esta quinta-feira “extremamente preocupante” a decisão da Argélia de suspender o tratado de cooperação que tem com Espanha. “Apelamos à Argélia para reverter esta decisão”, disse o porta-voz da Comissão Europeia Eric Mamer, na conferência de imprensa diária do executivo comunitário, em Bruxelas.

Também a porta-voz da diplomacia europeia, Nabila Massrali, considerou “extremamente preocupante” a decisão argelina em relação a Espanha e lembrou que a Argélia é “um aliado importante da União Europeia” no Mediterrâneo e “chave para a estabilidade desta região”. “Estamos a avaliar o impacto desta decisão e devem ser encontradas soluções através do diálogo e dos canais diplomáticos”, disse Massrali.

A Argélia suspendeu na quarta-feira o Tratado de Amizade, Boa Vizinhança e Cooperação que assinou com Espanha em 2022 por considerar “injustificável” a mudança de posição do Governo de Madrid em relação ao Saara Ocidental, alinhada com Marrocos. O tratado suspenso por Argel enquadra as relações bilaterais entre os dois países.

Após o anúncio da suspensão do tratado, a Associação Profissional de Bancos e Estabelecimentos Financeiros (ABEF) da Argélia ordenou o congelamento das domiciliações bancárias relacionadas com as operações de comércio externo de produtos e serviços desde e para Espanha.

As consequências destas decisões estão ainda a ser avaliadas, segundo empresários e o Governo espanhol, que garante que, no entanto, não está em risco fornecimento de gás a Espanha por parte da Argélia. Segundo dados oficiais espanhóis, relativos a 2021, Espanha é o terceiro cliente da Argélia e o seu quinto fornecedor. Já aquilo que Espanha vende à Argélia representa 1% das exportações espanholas globais.

A questão mais delicada é a do gás porque embora a dependência espanhola do gás argelino tenha diminuído nos últimos meses, quase um quarto do gás importado por Espanha ainda veio da Argélia no primeiro trimestre deste ano, em comparação com mais de 40% em 2021, de acordo com o gestor da rede de gás espanhola.

O ministro dos Negócios Estrangeiros de Espanha, José Manuel Albares, reiterou que o fornecimento de gás a Espanha não está em risco, referindo que foi essa a informação que o Governo já recolheu junto das empresas espanholas e que, além disso, considera a Argélia um aliado de confiança.

Albares lembrou também que o próprio Presidente da Argélia, Abdelmadijd Tebboune, assegurou em 24 de abril, quando condenou a nova posição de Madrid em relação ao Saara Ocidental, que o fornecimento de gás a Espanha continuava assegurado. O ministro disse que, no entanto, Espanha está a avaliar o impacto das decisões argelinas de quarta-feira e que dará uma resposta “serena, construtiva, mas firme”.

Sobre o anúncio dos bancos argelinos, afirmou que o Governo espanhol está a avaliar as suas consequências tanto em Espanha como na União Europeia, para dar “uma resposta adequada”. Segundo fontes do executivo espanhol citadas pelo jornal El Pais, Madrid pondera denunciar a Argélia junto da União Europeia porque o congelamento das operações bancárias no comércio com Espanha pode violar o acordo comercial de 2005 entre Bruxelas e Argel.

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Ramalho quer “reflexão” sobre Banco de Fomento

  • ECO
  • 9 Junho 2022

Presidente executivo do Novobanco defende que o Banco de Fomento tem de reformular os seus objetivos, para ser complementar da banca comercial. "É um desafio que tarda a ser respondido", diz.

António Ramalho defende uma reformulação dos objetivos do Banco de Fomento. O ainda líder do Novobanco entende que a instituição financeira deve assumir outro tipo de riscos e complementar o trabalho da restante banca comercial. “É um desafio que tarda a ser respondido”, diz em tom crítico.

Não sei se este vai ser o meu último discurso sobre trade finance na qualidade de líder do Novobanco, começo a ter aquela liberdade e independência de fazer alguma reflexão” sobre o sistema português, afirmou Ramalho perante uma plateia de empresários, na conferência “Os Novos Desafios do Comércio Internacional”, em Vila Nova de Famalicão. “Está na altura do sistema financeiro português e o sistema político e organizativo do sistema financeiro refletirem claramente três áreas fundamentais do ponto de vista da perceção sobre aquilo que vai ser a característica daquilo que vai ser a regionalização desglobalizante do modelo e de outros objetivos“.

Acho que nos está a faltar-nos uma reflexão profunda sobre um Banco de Fomento virado, não para falhas de mercado, não apenas para soluções de capitalização – que também são importantes -, mas, sobretudo, para a procura de um fundamento de complementaridade do mercado, assumindo parcelas de risco que não são aceitavelmente supridas pelo sistema da banca comercial, através de um sistema participativo com a banca comercial“, defendeu o banqueiro. “É um desafio que tarda a ser respondido, diz em tom crítico.

A poucas semanas de terminar o seu mandato com presidente executivo do Novobanco, António Ramalho também salientou que é necessário “fazer uma reflexão renovada sobre o papel dos seguros de crédito fora de ambiente OCDE para congregar capacidades geográficas de proximidade cultural que não têm tido resposta junto dos operadores, nomeadamente porque nos falta um operador de resseguros internacional de caráter semi-público ou de parceria público-privada, depois da privatização da COSEC“, concluída em 1992.

Está a faltar-nos uma reflexão profunda sobre um Banco de Fomento virado não para falhas de mercado, não apenas para soluções de capitalização – que também são importantes – mas, sobretudo, para a procura de um fundamento de complementaridade do mercado, assumindo parcelas de risco que não são aceitavelmente supridas pelo sistema da banca comercial, através de um sistema participativo com a banca nacional

António Ramalho

Presidente executivo do Novo Banco

O banqueiro considerou ainda que “falta um novo fôlego em estrutura de capitalização a um quadro de regionalização com o mar e a língua com base nos países de língua oficial portuguesa”. Ramalho defendeu ainda que como “absolutamente fundamental criar bases para um novo comércio internacional, com relevância para as estruturas portuguesas”.

A conferência decorreu no CITEVE, o centro tecnológico da indústria têxtil e do vestuário, em Famalicão, e contou ainda com a participação do secretário de Estado João Neves, depois de um debate que incluiu Sara Romano de Castro (CCI – Câmara de Comércio Internacional), Andrès Baltar (administrador do Novobanco), Manuel Gonçalves (TMG), Carlos Filipe Vieira de Castro (Vieira de Castro) e José Manuel Fernandes (Frezite). Veja aqui o vídeo completo da conferência.

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Parlamento volta a aprovar projetos de lei que regulam eutanásia

  • Lusa
  • 9 Junho 2022

Quatro projetos do PS, BE, IL e PAN, que regulam a despenalização da morte medicamente assistida, foram aprovados na generalidade.

A Assembleia da República aprovou esta quinta-feira na generalidade os quatro projetos de PS, BE, IL e PAN que regulam a despenalização da morte medicamente assistida e seguem agora para o trabalho na especialidade.

Na votação dos quatro diplomas posicionaram-se a favor a maioria dos deputados da bancada do PS – incluindo o líder parlamentar, Eurico Brilhante Dias – e ainda o BE, Iniciativa Liberal e os deputados únicos do Livre, Rui Tavares, e do PAN, Inês Sousa Real.

Votaram contra as bancadas do Chega, do PCP e a esmagadora maioria dos deputados do PSD, incluindo o líder parlamentar, Paulo Mota Pinto, e o secretário-geral, José Silvano.

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BPF investe 3,7 milhões de euros na Chrysea Labs

Projeto a ser desenvolvido através desta parceria é uma "pequena molécula, de origem natural, que tem provas pré-clínicas substanciais de benefícios na manutenção da função cardiovascular, cognitiva.

O Banco Português de Fomento (BPF), através do fundo de coinvestimento 200M, investiu 3,7 milhões de euros na ChryseaLabs, uma empresa de biologia sintética, em parceria, da JuvLife, da Juvenescence.

“É com grande entusiasmo que o fundo de coinvestimento 200M apoia o projeto da Chrysea Labs de desenvolvimento de intervenções nutricionais de precisão, que, suportadas por uma investigação clínica rigorosa, visam proporcionar um percurso de vida e envelhecimento saudáveis”, Beatriz Freitas, CEO do BPF que gere o fundo 200M, citada em comunicado.

“A Chrysea e a sua equipa de especialistas representam o talento e o know-how que existem na comunidade científica portuguesa, na procura de respostas a necessidades da sociedade atual, e que contribuem para inovar e dinamizar o ecossistema empresarial. Com este investimento, o BPF, que disponibiliza uma variedade de instrumentos financeiros que podem corresponder às diferentes necessidades das empresas e, em particular, das startups em cada fase do seu desenvolvimento, dá mais um contributo importante de apoio e reforço da competitividade do ecossistema empresarial português”, refere a responsável do BPF.

O projeto a ser desenvolvido através desta parceria é uma “pequena molécula, de origem natural, que tem provas pré-clínicas substanciais de benefícios na manutenção da função cardiovascular, cognitiva e imunológica em indivíduos envelhecidos“, informa nota de imprensa.

“As moléculas desenvolvidas pela Chrysea são metabolitos naturais que induzem a autofagia nos nossos corpos, ajudando a limpar os detritos celulares e estimulando a regeneração celular essencial para um envelhecimento saudável”, explica Colin Watts, presidente da JuvLife, citado em nota de imprensa.

“Até à data, esta molécula não tem estado disponível numa forma pura, e em quantidade e qualidade suficientes para desenvolver e comercializar um produto altamente puro e fiável, produzido e desenvolvido de uma forma consistente e reprodutível. Os processos inovadores da Chrysea criaram esta oportunidade”, refere também Pedro de Noronha Pissarra, CEO da Chrysea Labs.

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Docapesca aponta para adesão de 37% à greve. Sindicato indica que grande maioria das lotas encerrou

  • Lusa
  • 9 Junho 2022

Os trabalhadores da Docapesca voltam à greve no sábado e na segunda-feira. Sindicato tinha considerado “inaceitável” a proposta de aumento de 10 euros para os trabalhadores que ganham salário mínimo.

A greve dos trabalhadores da Docapesca encerrou esta quinta-feira a grande maioria das lotas, com exceção de Sesimbra, adiantou à Lusa o sindicato que convocou a paralisação, lamentando a ausência de respostas. Já a Docapesca disse que a adesão à greve dos trabalhadores não ultrapassou os 37% e que a maioria das lotas está a funcionar com “total normalidade”, contrariando o balanço feito pelo sindicato que convocou esta paralisação.

“O nível global de adesão à greve por parte dos trabalhadores da empresa não ultrapassou os 37%, valor muito abaixo do registado na greve anterior (70%), permitindo assim manter ativa a cadeia de abastecimento do pescado fresco ao país”, adiantou fonte oficial da Docapesca, em resposta à Lusa. Neste sentido, a maioria das lotas exploradas pela Docapesca “está a funcionar com total normalidade”, sendo que, a nível nacional, Sagres foi o único estabelecimento encerrado.

Já o sindicalista disse ainda que em algumas lotas foram utilizados trabalhadores “de forma ilegal”, tendo já sido apresentada uma queixa formal. “[…] Tirando uma lota com algum significado, que é Sesimbra, as restantes, praticamente, estiveram encerradas. Numa ou em outra lota esteve apenas um trabalhador a fazer alguns serviços”, afirmou o dirigente do Sindicato dos Trabalhadores da Marinha Mercante, Agências de Viagens, Transitários e Pesca (Simamevip) Frederico Pereira, em declarações à Lusa, ressalvando que ainda não tem números concretos de adesão.

Segundo a nota da Docapesca, nos estabelecimentos de venda onde a greve teve maior expressão “foram adotados mecanismos de funcionamento simplificado”, garantindo a disponibilidade “do serviço público prestado pela empresa ao setor económico da pesca”. A mesma fonte referiu ainda que as lotas e postos de vendagem concessionados a terceiros não estavam abrangidas pelo pré-aviso de greve, tendo mantido “a sua plena atividade”.

Num comunicado divulgado na terça-feira, o Simamevip, afeto à CGTP, já tinha considerado “inaceitável” a proposta da Docapesca de um aumento de 10 euros para os trabalhadores que ganham o salário mínimo nacional. A estrutura sindical lamentou também a proposta de haver autorização governamental para aumentar, a partir de julho, em 20 euros, os trabalhadores que auferem remunerações até 750 euros e os restantes em 10 euros.

O sindicato disse, na altura, que a empresa propôs também iniciar negociações para a revisão global das tabelas salariais, com produção de efeitos em 2023, isto se as formas de luta fossem levantadas. Frederico Pereira lamentou que os trabalhadores ainda não tenham recebido qualquer feedback da empresa, sublinhando que, após a greve, o sindicato está disponível a continuar a negociar. Os trabalhadores da Docapesca voltam à greve no sábado e na segunda-feira.

“Depois logo se verá, sendo que temos alguma expectativa de que haja uma alteração por parte do Governo, autorizando a que sejam apresentados outros números”, concluiu.

Na quarta-feira, a Docapesca lamentou o impasse negocial com o sindicato da CGTP, considerando que a proposta que fez beneficiaria os trabalhadores e disse que a greve de três dias irá penalizar a economia. “A Docapesca continua empenhada em melhorar as condições dos seus, assim como em minimizar as gravosas consequências de mais esta greve, que irá afetar negativamente a atividade económica do país, num contexto de forte incerteza que se vive como resultado do conflito no leste europeu”, referiu, em comunicado, a empresa pública responsável pela gestão dos portos de pesca e organização da primeira venda de pescado em Portugal Continental.

Segundo esta empresa, as negociações com os sindicatos Simamevip (CGTP) e Sindepescas (UGT), que estavam interrompidas desde março de 2022, foram recentemente retomadas, pois reconheceu ser baixo o valor do salário mínimo nacional pago a 60% dos trabalhadores, pelo que iniciou “um processo de revisão da tabela salarial, com impacto nos próximos anos, e um ajuste imediato nos escalões da tabela, a qual remonta a 2018”.

A Docapesca referiu que as estruturas sindicais reconheceram a importância da retoma negocial, mas “não demonstraram concordância com o valor do ajuste imediato às remunerações, inicialmente apresentado”, pelo que fez uma nova proposta, desta vez de um aumento salarial de 20 euros a todos os trabalhadores que auferem remunerações até 750 euros e um aumento de 10 euros para os restantes trabalhadores, com efeitos a 01 de julho de 2022.

Contudo, acrescentou, que o sindicato afeto à CGTP voltou a recusar proposta e manteve o pré-aviso de greve para os dias 9, 11 e 13 de junho.

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Governo dá mais tempo às câmaras para reverem PDM

Há 144 municípios, 51,8% dos que se localizam em território continental, que estão em risco de não poder aceder a fundos comunitários por não terem revisto os seus Planos Diretores Municipais.

O Governo vai dar mais tempo às câmaras para atualizarem os seus Planos Diretores Municipais (PDM), confirmou ao ECO o Ministério da Coesão. O prazo terminou a 31 de março, mas o Executivo vai voltar a prorrogar o prazo para que não haja o risco de as autarquias perderem acesso aos fundos europeus por os seus PDM terem mais de dez anos.

Há 144 municípios, 51,8% dos que se localizam em território continental, que estão nesta situação, revelou ao ECO fonte oficial do ministério liderado por Ana Abrunhosa, numa atualização de dados face às 278 câmaras do continente, noticiadas no início da semana.

As autarquias tinham de promover, até 31 de março de 2022, “uma primeira reunião da comissão consultiva ou uma conferência procedimental com vista à inclusão das novas regras de classificação e qualificação de solos nos PDM”, afirma a mesma fonte, recordando que a regra estava fixada desde 2001 no Regime Jurídico dos Instrumentos de Gestão Territorial. Contudo, quase metade não o fez, “devido a dificuldades várias, decorrentes sobretudo do excecional período de pandemia”, explicou fonte oficial.

Vai ser permitido que as autarquias tenham o tempo necessário para fazerem a adaptação jurídica das novas regras, sem serem prejudicadas no acesso a fundos europeus.

Fonte oficial do Ministério da Coesão

Ora sem esta revisão dos PDM as câmaras podem ficar impedidas de concorrer a fundos europeus, isto se a reunião não tiver sido realizada “por facto imputável ao município ou à associação de municípios em questão”. A lei determina que “é suspenso o direito de candidatura a apoios financeiros comunitários e nacionais que não sejam relativos à saúde, educação, habitação ou apoio social, até à conclusão do procedimento de alteração ou revisão do plano territorial em causa, não havendo lugar à celebração de contratos-programa”.

Para impedir que isto aconteça, sobretudo num momento em que Portugal tem tantas verbas para poder utilizar – seja acabar de executar o Portugal 2020, os 16 mil milhões do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e os 23 mil milhões do Portugal 2030 –, o Governo “aprovará muito em breve, um conjunto de alterações legislativas, onde se inclui a prorrogação do referido prazo com efeitos retroativos. Proposta que já mereceu, aliás, parecer favorável da Associação Nacional de Municípios Portugueses”, avançou ao ECO o gabinete de Ana Abrunhosa, justificando a decisão com o facto de o Executivo ser “sensível às dificuldades” e estar “consciente das consequências desta omissão”.

“Na prática, vai ser permitido que as autarquias tenham o tempo necessário para fazerem a adaptação jurídica das novas regras, sem serem prejudicadas no acesso a fundos europeus”, explica fonte oficial do Ministério da Coesão sem deixar de recordar “a necessidade de célere inclusão destas novas regras nos PDM”.

O Governo aprovará, muito em breve, um conjunto de alterações legislativas, onde se inclui a prorrogação do referido prazo com efeitos retroativos – proposta que já mereceu, aliás, parecer favorável da Associação Nacional de Municípios Portugueses.

Fonte oficial do Ministério da Coesão

O risco de um tão grande número de autarquias ver vedado o acesso aos fundos europeus levou o PSD a apresentar um projeto de Lei que “visa evitar que as autarquias que não têm a revisão do plano territorial concluída fiquem impedidas de aceder a fundos comunitários”, lê-se no comunicado que os social-democratas enviaram às redações.

O PSD considera que “é necessário ter em conta o período especial que se viveu, no contexto de emergência de saúde pública, com as consequentes restrições associadas à situação pandémica e atender também aos eventuais atrasos por parte dos municípios neste processo devido às eleições autárquicas no final do ano de 2021″.

“Sempre defendemos uma administração local com rigorosos critérios de gestão, mas consideramos que é imperiosa e urgente esta alteração, numa altura em que os autarcas foram e são chamados a interpretar um papel de um guião que não estava escrito”, afirmam os deputados, adiantando que o próprio Governo, que devia dar o exemplo, “tem falhado na revisão e adequação dos planos de âmbito nacional e regional ao regime jurídico em vigor”, lê-se no projeto, que tem o líder parlamentar Paulo Mota Pinto como primeiro signatário.

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Seguros de vida associados a bancos são até 120% mais caros

  • Servimedia
  • 9 Junho 2022

44% dos atuais seguros de vida em Espanha estão ligados a entidades bancárias, de acordo com o último "Relatório de Seguros e Fundos de Pensões 2020". Mas esta escolha pode ficar até 120% mais cara.

De acordo com o último “Relatório de Seguros e Fundos de Pensões 2020”, elaborado pela Direção-Geral de Seguros e Fundos de Pensões, 44% das apólices de seguro de vida estão ligadas a empréstimos e bancos. No entanto, há uma tendência para que os seguros de vida associados a bancos possam ser até 120% mais caros, noticia a Servimedia.

Há, no entanto, outras opções que podem ficar bem mais acessíveis para os consumidores e que são oferecidas por insurtechs, empresas jovens que procuram reinventar o setor dos seguros através da tecnologia, da racionalização de processos e da simplificação dos contratos.

A Getlife é um exemplo disto. Fundada em 2020, foi criada com o objetivo de renovar e democratizar o setor dos seguros de vida na Europa, de forma a torná-lo mais acessível, moderno e flexível, mas também para alargar a cobertura aos segurados e suas famílias através da redução dos preços dos prémios.

Para tal, a empresa tem a sua própria tecnologia e um sistema dinâmico de subscrição de risco que lhe permite oferecer o melhor produto ao melhor preço para cada perfil de cliente. Por exemplo, o seguro de vida hipotecário oferecido pela Getlife pode ajudar os espanhóis a poupar, em média, até 10700 euros no total, e reduzir o prémio anual em cerca de 120% em hipotecas de 30 anos, entre 30 mil e 120 mil euros.

No caso de consumidores que já tenham seguros fechados com entidades bancárias, mas pretendam fazer a portabilidade dos mesmos, a Getlife oferece esse serviço completo ao cliente.

A diferença entre os bancos e as ‘insurtechs’

Os prémios de seguros de vida oferecidos pelos bancos variam de acordo com a faixa etária analisada e o tipo de hipoteca a que estão ligados. Enquanto as ‘insurtechs’ como a Getlife oferecem seguros com praticamente as mesmas condições para clientes com 35, 40, 45 e 50 anos, o mercado mostra diferenças notáveis entre bancos com produtos deste tipo, dependendo da idade dos clientes.

No caso dos clientes que estejam na faixa etária dos 40 anos, estes podem poupar mais no seu seguro de vida com a Getlife do que com os bancos. Isto porque, no caso de uma hipoteca de 30 anos de 120 mil euros, o prémio pode ser 180% mais baixo, o que significa uma poupança total de cerca de 6700 euros.

À medida que a idade dos segurados aumenta, o prémio anual do seguro de vida aumenta exponencialmente, e a partir da idade de 40 anos o prémio aumenta entre 12% e 15% por ano. Neste caso, a poupança total proporcionada pela Getlife com o seu novo modelo também aumenta e, na faixa etária dos 50 anos, atinge os 10700 euros.

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Aumentar 20% os salários? Conjuntura e Governo não ajudam, dizem empresários

Economistas e empresários dizem que meta de António Costa é demasiado vaga e omissa naquilo que é o papel do Estado, mas todos concordam que é preciso aumentar os salários.

O apelo foi lançado às empresas pelo primeiro-ministro este fim de semana: um aumento de 20% do salário médio ao longo dos próximos anos. Os economistas dizem que a meta é demasiado vaga e tendo em conta a inflação pode ser pouco significativa. Os empresários, embora concordem com o objetivo, sublinham a incerteza do contexto atual e defendem que o Governo também tem de fazer a sua parte.

O objetivo de aumentar o peso dos salários de 45% para 48% do PIB até ao final da legislatura, igualando o rácio à média da União Europeia, já fazia parte do programa eleitoral do Partido Socialista. Este sábado, perante uma enorme plateia de jovens que participavam na sessão de abertura do Encontro Nacional de Associações Juvenis, António Costa convocou a sociedade, o Estado e as empresas para ajudarem a atingir aquela meta, que “implica um aumento de 20% no salário médio do nosso país”. Em 2021, a remuneração bruta mensal média por trabalhador foi de 1.361 euros, aumentando 3,4% em relação ao ano anterior.

Os economistas consideram o propósito demasiado vago. “Não percebo como se pode falar de salário médio. Se tivesse preparado bem a intervenção, teria falado de salário mediano [valor que fica no meio do conjunto de salários]. Fazer essa referência sem um plano geral que inclua o vencimento dos funcionários públicos e as pensões é um discurso coxo e pouco sustentado”, reage Ricardo Cabral, economista e professor no ISEG. “Não me parece credível. É espuma dos dias, mais do que uma política pública”, acrescenta.

Luís Aguiar-Conraria, professor associado da Escola de Economia e Gestão da Universidade do Minho, considera que o primeiro-ministro estará a falar do salário mediano e não do médio, usando esta última expressão por uma questão de linguagem. E aponta outra ambiguidade: “Se forem aumentos reais, 20% é puxado, se forem nominais não é nada de especial tendo em conta a evolução da inflação“.

O economista Pedro Braz Teixeira, que considera tratar-se de um aumento nominal, também relativiza o propósito do primeiro-ministro. “A meta tinha uma ambição significativa quando foi anunciada inicialmente, mas agora com a alteração drástica do cenário da inflação para este ano e possivelmente nos seguintes tudo fica menos significativo”, aponta. Entende o apelo como uma resposta ao facto de a subida do salário mínimo não ter resultado numa subida do salário médio.

O problema é que a nossa produtividade do trabalho – por um conjunto de fatores, que inclui, por exemplo, o nível de qualificações – fica muito aquém da da média da UE.

Vera Gouveia Barros

Economista

O diretor do gabinete de estudos do Fórum para a Competitividade também questiona a fundamentação do propósito. “A única maneira de aumentar de forma duradoura o salário é através do aumento da produtividade. A história devia começar e acabar na meta da produtividade. Tudo o resto são rodriguinhos. Acho muito bem que se defina a meta, mas é preciso instrumentos que ajudem a chegar lá”.

“Eu acho muito desejável elevarmos o salário médio, mas isso, infelizmente, não é algo que se possa simplesmente ordenar às empresas que façam. E o problema é que a nossa produtividade do trabalho – por um conjunto de fatores, que inclui, por exemplo, o nível de qualificações – fica muito aquém da da média da UE”, observa a economista Vera Gouveia Barros. O que também está relacionado com o padrão de especialização da economia portuguesa.

É contraditório com o discurso de que é necessária contenção para evitar pressões inflacionistas. A menos que tenha encontrado uma nova teoria económica em que os aumentos salariais no privado não contribuem para a inflação mas apenas os do setor público”, afirma Luís Aguiar-Conraria, para quem o primeiro-ministro “terá de se explicar melhor”.

Curiosamente, em 2021, o peso dos salários no PIB foi de 48,8%, segundo dados do INE, um ponto percentual acima da UE. O Governo estará a usar o rácio de 2019 (45%), para excluir o efeito da pandemia, já que com a retoma deste ano o peso voltará a baixar.

Empresários não arriscam compromissos

Os empresários concordam com o objetivo do Governo, mas assinalam que o apelo de António Costa chega num momento de aperto para muitos setores e de enorme incerteza sobre o futuro.

“Nós temos um objetivo interno nos próximos anos de dar um salto no vencimento médio dos trabalhadores, mas é difícil assumir compromissos porque ainda existe muita incerteza”, refere Gonçalo Rebelo de Almeida, administrador do grupo Vila Galé. Este ano a massa salarial cresceu 8%, incidindo sobretudo sobre os salários mais baixos.

“No turismo vimos de dois anos duros. Este ano estamos a chegar perto da realidade pré-pandémica, mas espera-se um abrandamento do crescimento a partir do próximo ano. Vamos ter de encontrar uma forma de continuar a fazer esse esforço, mas é preciso olhar para a situação económica e ver o que conseguimos ou não fazer. Como vai evoluir a inflação? Estabiliza ou não estabiliza? O que vão fazer os fornecedores? A situação não é clara”, sublinha o gestor.

As perspetivas para os feriados de junho e para o verão são extraordinárias, mas de um momento para o outro tudo pode acabar.

Francisco Calheiros

Presidente da Associação de Turismo de Portugal

“Vivemos um momento de incerteza. Tivemos dois anos de pandemia. Quando passou a endemia veio uma guerra que não se sabe quando acaba. As perspetivas para os feriados de junho e para o verão são extraordinárias, mas de um momento para o outro tudo pode acabar”, adverte Francisco Calheiros, presidente da Associação de Turismo de Portugal.

“Não é a melhor conjuntura. Há uma pressão muito grande nos custos. Na indústria do vinho estamos a ser muito pressionados com o aumento do preço dos adubos, das garrafas, dos rótulos e do transporte. O mercado a nível mundial não absorve estes custos”, afirma o produtor João Portugal Ramos. “É um ano de margens mais pequenas para a indústria transformadora”, garante.

“Falar de revisões salariais agora é esquecer um bocado o que tem vindo a ser feito no passado. As percentagens de aumento não me chocam: se olharmos para o que tem sido feito – e que vamos continuar a fazer – vamos chegar a essa magnitude”, assegura Hugo Martins, diretor executivo da marca de vestuário Salsa.

Mas o contexto é desafiante. “Se pensarmos que uma empresa tem uma determinada estrutura de custos e de rentabilidade, passa dois anos bastante difíceis e depois aterra numa realidade em que a estrutura de custos é completamente diferente, há reajustes que têm de ser feitos. Cabe às empresas perceberem como podem ganhar eficiências”, diz o também responsável financeiro da Zeitreel, marca de moda do grupo Sonae.

A inflação vai ser mais alta do que estava previsto, haverá uma diminuição do poder de compra e é mais fácil por o ónus do lado dos empresários.

Ricardo Costa

Presidente da AEMinho e CEO do Grupo Bernardo da Costa

Há quem também questione as intenções políticas do repto do primeiro-ministro. “A inflação vai ser mais alta do que estava previsto, haverá uma diminuição do poder de compra e é mais fácil pôr o ónus do lado dos empresários”, diz Ricardo Costa, presidente da AEMinho. “Pôr isto desta forma é propaganda pura”, acrescenta o também CEO do Grupo Bernardo da Costa.

Ainda assim, todos apoiam o objetivo. “Os ordenados em Portugal são baixos. Todos os queremos aumentar. É bom para as pessoas, para as empresas e para o país”, sustenta Francisco Calheiros. “É um bom propósito. Uma das coisas que um empresário mais gosta é pagar mais a quem o ajuda a construir o negócio“, afirma João Portugal Ramos. “Como princípio, acho que vale a pena assumir esse desígnio. O papel do Governo é passar uma ambição, mas não se faz por decreto. O ciclo das indústrias e setores não é igual para todos”, acrescenta Gonçalo Rebelo de Almeida.

Governo tem de fazer a sua parte

Se não houver uma contribuição do Estado é inviável. Ainda por cima num momento de tempestade perfeita que se está a formar, com aumentos dos custos de energia, dos custos de produção e dos custos de transporte”, defende Ricardo Costa. E que contribuição? “É preciso um compromisso do Governo de que vai baixar a carga fiscal”.

“A máquina do Estado é muito pesada e os nossos impostos servem para pagar essa máquina. Preferia pagar às pessoas que trabalham comigo. Como? Baixando os impostos”, diz João Portugal Ramos.

O esforço adicional das empresas não pode estar sujeito a maior carga fiscal ou custos de contexto. É bom que exista essa consciência.

Gonçalo Rebelo de Almeida

Administrador da Vila Galé

Gonçalo Rebelo de Almeida sublinha que “o Estado tem de se preparar para, pelo menos, não agravar os custos de contexto burocráticos e fiscais. O esforço adicional das empresas não pode estar sujeito a maior carga fiscal ou custos de contexto. É bom que exista essa consciência”.

“É politicamente bonito, capta votos e capta simpatia dizer que temos de aumentar os salários em 20% na legislatura. Mas não diz como é que isso é feito, não se dá o manual de instruções para as empresas e para a economia em geral”, criticou António Saraiva, presidente da CIP, em declarações à RTP no domingo.

“É reconhecido que é com a [redução da] carga fiscal que também se melhora o rendimento disponível das famílias e se dá às empresas condições de sustentadamente melhorar os salários. Por isso temos defendido uma redução dos custos de contexto para que as empresas, como estão a fazer, possam sustentadamente aumentar os salários”, completou António Saraiva.

“Temos de criar as condições para que a produtividade aumente. Já referi a melhoria do nível de qualificações, mas isso tem efeitos somente a mais longo prazo. No imediato, há trabalho para fazer no alívio da burocracia, na simplificação fiscal, na remoção das barreiras à concorrência”, sublinha também Vera Gouveia Barros.

O primeiro-ministro reconheceu que o Governo tem um papel a desempenhar. “Nós temos que ter um acordo de médio prazo, no horizonte desta legislatura, sobre a perspetiva da evolução dos rendimentos. O Estado não se quer pôr fora desta equação, sabemos que podemos e devemos dar um contributo para que esta melhoria dos rendimentos seja efetiva”, declarou no domingo.

Desemprego baixo puxa por salários

“Não existem instrumentos para influenciar diretamente” o crescimento dos salários pagos pelas empresas, aponta o economista Pedro Teixeira Braz. “Acho muito bem que se defina a meta, mas é preciso instrumentos para ajudar a chegar lá”, acrescenta.

Luís Aguiar-Conraria defende que a solução está no mercado de trabalho. “Uma taxa de desemprego baixa, como temos, é o melhor para aumentar os salários. Se assim se mantiver haverá pressão para os salários subirem, independentemente das declarações”, afirma o professor de Economia da Universidade do Minho. A mais recente publicação do INE, referente a abril, coloca a taxa de desemprego nos 5,8%.

“Nas posições mais dependentes de negociação e da oferta e procura, o mercado português tem apreciado nos últimos anos. Há concorrência pelo talento para trabalhar, cá e no estrangeiro”, aponta o diretor executivo da Salsa.

“Os salários em qualquer país têm de responder à lei da oferta e da procura. A taxa de desemprego tem vindo a baixar e estamos perto do pleno emprego. Os salários estão a aumentar. Temos de deixar o mercado funcionar”, defende Francisco Calheiros.

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Europa pode ser obrigada a racionar gás no inverno, alerta AIE

  • Capital Verde
  • 9 Junho 2022

A falta de eficiência energética e a provável recuperação económica da China, podem obrigar o bloco a racionar energia no inverno, numa altura em que o fornecimento de gás da Rússia é posto em causa.

O bloco europeu corre o risco de ser obrigado a racionar o armazenamento de gás no próximo inverno, principalmente se os períodos mais frios coincidirem com a reabertura da economia chinesa, que, por causa da covid-19, foi obrigada a uma nova paralisação.

O alerta, dado pelo diretor executivo da Agência Internacional de Energia (AIE) em entrevista ao Financial Times, esta quinta-feira, surge numa altura em que se debate a necessidade de acelerar a independência energética da Rússia no bloco europeu. Segundo o responsável, o racionamento pode vir a ser uma medida adotada entre os clientes de gás industrial, se medidas para melhorar a eficiência energética no bloco não forem adotadas rapidamente.

“Se tivermos um inverno longo e exigente e se não tomarmos [medidas para responder à procura], eu não excluo a possibilidade de racionamento de gás natural na Europa, a começar pelas grandes instalações da indústria”, admitiu Faith Birol à publicação britânia.

Na mesma entrevista, o responsável apelou que os governos reforcem as ambições em torno da eficiência energética mas reforçou que uma potencial escassez de gás natural no bloco seria menos grave “se a economia chinesa não funcionar ao ritmo normal”.

Nos últimos meses, as restrições impostas em Pequim no âmbito da covid-19, voltaram a desacelerar o crescimento e reduziram, consequentemente, a procura de energia – necessidade que é, em parte, respondida pela Rússia. Em fevereiro, Moscovo e Pequim celebraram um contrato de 30 anos para fornecer gás à China através um novo gasoduto. O acordo, para fornecer 10 milhões de metros cúbicos de gás através da estatal chinesa CNPC, veio reforçar uma aliança energética com Pequim e Moscovo, numa altura em que o Kremlin já cortou o fornecimento de gás a, pelo menos, nove países europeus por causa da guerra na Ucrânia.

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Autarcas do Alentejo e Algarve pedem à ANMP para adiar descentralização

  • Lusa
  • 9 Junho 2022

Autarcas de seis municípios do Alentejo e Algarve pedem o “adiamento” da descentralização à Associação Nacional de Municípios Portugueses. Exigem a tomada de medidas urgentes em defesa do poder local.

Autarcas de seis municípios das regiões do Alentejo e Algarve pediram o “adiamento” do processo de transferência de competências à Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP), da qual exigem uma intervenção “mais destacada” na defesa do poder local.

Os presidentes das Câmaras de Alcácer do Sal e Seixal (Setúbal), Avis (Portalegre), Évora, Silves (Faro) e Vidigueira (Beja) explicaram, em comunicado, ter enviado um ofício à ANMP, na quarta-feira, a alertar para “a complexidade” da transferência de competências nas áreas da educação, saúde e ação social.

No mesmo documento, os autarcas indicaram que o processo de descentralização de competências do Estado para os municípios apresenta “um conjunto de inconformidades e incomportáveis encargos” que põem “em causa a sustentabilidade financeira das autarquias”.

O processo exige “um aprofundamento do conhecimento dos constrangimentos existentes”, assim como a “tomada urgente de medidas” que permitam ultrapassar estas limitações ou que “impeçam que se aprofundem”, pode ler-se.

“Os municípios signatários consideram urgente uma intervenção mais destacada da ANMP na defesa dos interesses do poder local democrático, da sua autonomia e capacidade realizadora, bem como do serviço público e funções sociais do Estado”, exigem na mesma nota.

Referindo ser positiva a realização de um encontro nacional, promovido pela ANMP, os seis autarcas sublinharam que “há questões urgentes que precisam de uma resposta efetiva”. E esta “tem de ser construída, tendo em conta os impactos, em muitos casos insuportáveis, em 2022, sem prejuízo de uma aferição mais definitiva no Orçamento do Estado para 2023.”

Por estas razões, no ofício, pediram o “adiamento, se não a revogação, do que está previsto na área social, bem como a suspensão de desenvolvimento do processo” na área da saúde.

Os autarcas solicitaram ainda o agendamento de uma reunião com a presidente da ANMP, Luísa Salgueiro para abordar “um conjunto de preocupações relacionadas com este processo” e procurar “as melhores soluções para responder aos problemas identificados”.

O processo de transferência de competências em mais de 20 áreas da administração central para os municípios decorre desde 2019.

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Marcelo alerta que custos para as famílias podem continuar a aumentar

  • ECO
  • 9 Junho 2022

Face à evolução da inflação, o Presidente da República antecipa que os custos para as famílias e a contestação social possa agravar-se no segundo semestre.

O Presidente da República reconhece que os custos para as famílias vão continuar nos próximos meses. “Mais do que a contestação, é no fundo as famílias estarem a fazer contas, ou terem que fazer mais contas, à gestão dos seus bolsos se a situação continuar e isso pode acontecer”, disse.

Falando à margem das comemorações do 10 de junho, em Braga, Marcelo Revelo de Sousa recordou os últimos dados divulgados pela Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económico (OCDE) em que a entidade previa um aumento de 6,2% na inflação este ano.

“Os números da OCDE apontam para algo à volta daquilo que eram as previsões depois desta evolução após a guerra, que era [um aumento] de 6,2% da inflação este ano”, referiu em declarações aos jornalistas transmitidas pela Sic Notícias, esta quinta-feira, adiantando que o conflito militar na Ucrânia tem impulsionado estes valores.

“Os portugueses já estão a jogar à defesa na sua atitude para com o presente e os próximos meses. Já perceberam que há guerra e que pode demorar mais do que se pensa. Vamos ver o que se passa no segundo semestre e se os sinais são mais ou menos positivos”, alertou, reconhecendo que se a tendência continuar será evidente a “contestação”, nomeadamente, as greves, mas acima de tudo os custos para as famílias.

Marcelo disse ainda que os governos europeus estão a estudar, “quer a nível da União Europeia quer a nível interno, como é que podem atenuar os efeitos nos bolsos das pessoas”.

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