Bloco de Esquerda estranha que Costa diga às empresas para subirem salários

  • Lusa
  • 4 Junho 2022

"Estranhamos é que há uma semana tenha chumbado no Orçamento qualquer proposta que permitisse qualquer atualização dos salários”, contrapõe a coordenadora do Bloco de Esquerda, Catarina Martins.

A coordenadora do Bloco de Esquerda criticou hoje António Costa por dizer que era boa ideia as empresas aumentarem 20% os salários, quando no Orçamento do Estado mantém os salários congelados e recusa aumentos intermédios no salário mínimo.

“António Costa, hoje, afirmou que os salários médios em Portugal deviam aumentar 20% durante esta legislatura. E nós não podíamos estar mais de acordo. O que estranhamos é que há uma semana tenha chumbado no Orçamento do Estado qualquer proposta que permitisse qualquer atualização dos salários”, declarou a coordenadora do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, durante o comício que o seu partido realizou esta tarde na Biblioteca Municipal de Santo Tirso.

Catarina Martins defende que a política seja “a sério”. “Sim, Portugal tem de aumentar os salários, mas Portugal não aumentará os salários pelo primeiro-ministro que acha boa ideia que as empresas aumentem os salários, enquanto no Orçamento do Estado mantém os salários absolutamente congelados e recusa mesmo aumentos intermédios para o salário mínimo nacional. O que é preciso aqui hoje e todos os dias é que a política seja a sério”.

Para a coordenadora do BE, uma política de esquerda não é feita por umas afirmações de esquerda, é sim feita “em cada momento na decisão concreta da vida, argumenta, referindo que um Orçamento do Estado que decide que os salários vão perder poder de compra “não é de esquerda”.

“O primeiro-ministro bem pode vir dizer às empresas para aumentar os salários. O que conta é o que decide quando tem o poder na mão e o que conta será toda a luta que faremos para que o próximo Orçamento de Estado aumente mesmo os salários”, prometeu a líder bloquista.

Sobre a notícia de a Alemanha ir aumentar 22% o salário mínimo, a líder do BE disse não ter nada contra, o que lamenta é que essa política não seja seguida por António Costa.

“A Alemanha decidiu aumentar o salário mínimo nacional em 22%. Dizia-nos António Costa, no debate do Orçamento do Estado que atualizar salários não podia ser, porque ia aumentar a inflação. Parece que essa teoria económica que é válida para os salários sempre baixos dos portugueses não é válida para os salários mais confortáveis na Alemanha. Não temos nada contra a subida de salário mínimo na Alemanha. Muito pelo contrário. É certo que o façam. O que está errado é que para Portugal ser bom aluno da Europa, o que vale é sempre a economia dos baixos salários”.

O que é errado é uma política do “faz de conta” em que se chumba no Orçamento do Estado as possibilidades de atualização dos salários, para vir uma semana depois dizer que “até era boa ideia se as empresas pensassem nisso”.

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Da Polónia à Finlândia, gás russo já não entra em nove países europeus

Decreto-lei do Kremlin que obriga os "países hostis" a pagar o gás russo em rublos está a condicionar o acesso à "torneira" do gás natural em várias geografias. Confira o mapa.

A lista de países a quem a Rússia cortou o acesso ao gás natural continua a aumentar, isto numa altura em que a União Europeia (UE) avançou com um embargo ao petróleo russo como parte de um sexto pacote de sanções aplicadas à Federação Russa na sequência da invasão da Ucrânia, que já dura há mais de 100 dias.

Depois de ter anunciado um decreto-lei que obrigava os clientes estrangeiros da Gazprom, “hostis à Federação Russa”, a pagar em rublos (em vez de dólares ou euros) todas as encomendas à empresa estatal russa, foram vários os países que começaram a ver o acesso à torneira do gás russo condicionado.

Bálticos desligam “torneira” à Gazprom

A Lituânia foi o primeiro dos 27 países do bloco europeu a prescindir do gás russo, graças à política energética que tem vindo a ser seguida nos últimos anos. A 31 de março, o presidente lituano anunciou a medida e exortou os restantes países da UE a fazer o mesmo.

Até 2015, quase 100% do gás consumido na Lituânia era importado da Rússia, mas a situação mudou drasticamente nos últimos anos, após o país ter construído em 2014 um terminal de importação de gás natural offshore na cidade portuária de Klaipeda. No último ano, cerca de 26% do abastecimento de gás na Lituânia era proveniente da Rússia, 62% do terminal de gás natural de Klaipeda e 12% vinha de um reservatório da vizinha Letónia.

As restantes repúblicas do Báltico acompanharam a tendência logo na semana seguinte. Na altura, Uldis Bariss, presidente do conselho de administração da operadora do sistema de gás natural JSC Conexus Baltic Grid informou, em declarações à Rádio Latvijas, que desde o dia 1 de abril, que o gás russo deixou de entrar na Letónia e Estónia.

“De uma perspetiva de segurança, já não havia confiança”, afirmou Uldis Bariss, explicando que o fornecimento de gás é agora feito principalmente através do terminal de Gás Natural Liquefeito (GNL) do porto lituano de Klaipeda e do depósito de Incukalns na Letónia.

Rússia corta gás a seis países europeus

À medida que se agravava o conflito militar na Ucrânia, que durava, então, há dois meses – resultando na destruição de várias cidades ucranianas e na deslocação de milhões de refugiados – a conversa em torno de um embargo total ao gás também começava a ganhar peso. As ameaças tornaram-se frequentes nas declarações entre os líderes europeus e os representantes do Kremlin não as deixavam passar despercebidas. Semanas mais tarde, a empresa estatal russa Gazprom anunciou ter interrompido o abastecimento de gás à Polónia e à Bulgária devido à falta de pagamento em rublos.

“Cortar o fornecimento de gás é uma violação de contrato e a PGNiG reserva o direito de pedir uma compensação e vai usar todos os meios contratuais e legais para esse efeito”, disse fonte oficial da importadora de gás polaca, nessa altura. No entanto, no dia seguinte, a Gazprom apontava que Varsóvia continuava a adquirir este combustível através da Alemanha, segundo o porta-voz da gigante russa.

“Esta semana, a Polónia recusou-se a pagar os fornecimentos russos ao abrigo do novo decreto, em rublos. Anunciou solenemente que não vai precisar de gás russo e que não o irá comprar, mas, na verdade, não é este o caso”, divulgou Sergey Kupriyanov à Interfax, citado pela agência noticiosa Efe.

O conflito militar continuava a subir de tom em linha com a conversa sobre o alargamento do número de países membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), depois da Finlândia e da Suécia terem entregado os pedidos de adesão à organização. Dias depois, surge a penalização a Helsínquia, com a Gazprom a anunciar ter parado “completamente” de fornecer gás ao país por não ter recebido pagamentos em rublos da companhia energética pública finlandesa Gasum, até à data limite de 20 de maio.

“A Gazprom Export informou a Gasum de que os fornecimentos de gás natural à Finlândia com o contrato de fornecimento da Gasum vão ser cortados”, indicava o comunicado da empresa, que explica que vai fornecer os clientes através de outras fontes, através do gasoduto Balticconnector.

O mesmo aconteceu com a empresa estatal holandesa, GasTerra, que na passada terça-feira viu o abastecimento de gás a ser interrompido. Uma medida que foi aplicada também à dinamarquesa Orsted, no início de junho, por falta de cumprimento do decreto-lei de Vladimir Putin. Ambos os países reconheceram o impacto do corte, mas garantiram que não iria comprometer o abastecimento do país.

E embora a Shell Energy, na Alemanha, tenha ficado impedida de importar gás russo por não querer ceder às exigências do Kremlin, sabe-se que o corte não será geral. É que, de acordo com o Politico, empresas como Uniper, RWE e VNG concordaram em cumprir o decreto russo, seja através do pagamento em moeda local, em euros ou dólares. Isto depois de Bruxelas ter avançado com novas orientações que iriam permitir aos compradores de gás russo a abertura de uma conta no Gazprombank e pagar em euros ou dólares, que serão depois convertidos em rublos pelo banco.

Seis países europeus cumprem as exigências de Putin

A lista poderá aumentar à medida que a União Europeia começa a estudar alternativas para o abastecimento de gás natural antes da chegada dos meses mais frios. Até lá é certo que países como a Hungria (que mantém uma relação próxima com o Kremlin) não terão o fornecimento condicionado. O país liderado por Viktor Orbán assinou um novo contrato de fornecimento de gás, através da empresa estatal MVM, a longo prazo no ano passado, que prevê a entrega de 4,5 mil milhões de metros cúbicos de gás por ano através da Gazprom.

A dependência deverá continuar também na Eslováquia, através da empresa estatal SPP, adianta o Politico. O ministro da Economia do país admitiu que Bratislava depende do gás russo para responder a cerca de 85% da sua procura e, por isso, frisou que o país pagará gás russo em rublos se o tiver que fazer. Embora apoiasse uma posição comum da União Europeia.

O mesmo acontece com a estatal eslovena Geoplin, que irá cumprir as condições impostas pelo Kremlin. Ou com a italiana Eni, que admitiu ter aberto duas contas na Gazprom Bank (uma euros e outra em rublos) por “precaução”, cita o mesmo jornal.

As conversas continuaram também em França, através da Engie, que admitiu ter tomado as medidas “necessárias para cumprir com as suas obrigações de pagamento, desde que esteja em conformidade com a estrutura de sanções europeias”. Já a checa ČEZ anunciou no passado 20 de maio que tinha efetuado pagamentos em euros para a compra do gás russo, mas não avançou detalhes quanto ao procedimento.

E Portugal?

Por cá, a dependência do gás natural russo ronda os 10%, pelo que o Ministério do Ambiente emitiu um comunicado indicando que, em caso de uma “potencial interrupção do fornecimento por parte da Rússia”, isso não fará antever “uma disrupção no fornecimento de gás natural a Portugal”.

Pouco tempo depois do início da invasão russa, a Galp anunciou ter suspendido a compra de produtos petrolíferos de origem russa. Em comunicado, a empresa liderada por Andy Brown repudiou a agressão russa contra o povo da Ucrânia e, por isso, “suspendeu quaisquer novas aquisições de produtos petrolíferos provenientes, quer da Rússia, quer de empresas russas”. Incluindo o gás de petróleo liquefeito (GPL), popularmente conhecido como gás de cozinha, ou o gás natural.

Quanto às quatro importações de gasóleo de vácuo (VGO) que chegaram, entretanto, a Sines com origem russa, a Galp já reconheceu terem sido suas. No entanto, frisou que essas cargas de produtos petrolíferos foram adquiridas na sequência de contratos assinados antes da guerra. No mesmo comunicado, sublinhou os planos já em curso “para obter o VGO através de fornecedores alternativos, ou para operar a refinaria a um ritmo limitado”.

Bruxelas quer acabar com a dependência russa

Para a União Europeia, o objetivo é acabar com a dependência da energia russa sem deixar às escuras os cidadãos e as empresas, mas a transição não acontecerá da noite para o dia, uma vez que Moscovo é o principal fornecedor de gás aos 27 Estados-membros. Em 2021, a UE comprou 155 mil milhões de metros cúbicos de gás à Rússia, o que equivale a 45% das importações e perto de 40% do consumo total conjunto dos 27 Estados-membros, segundo a Agência Internacional de Energia (AIE).

Mas a meta pode ser difícil de alcançar. Mesmo com algumas nações a cortarem a dependência da energia russa (ou a verem o seu acesso bloqueado pela Gazprom), a receita de petróleo e gás do país poderá ser cerca de 285 mil milhões de dólares este ano (cerca de 265 mil milhões de euros), de acordo com as estimativas da Bloomberg Economics. Este valor ultrapassaria o número de 2021 em mais de um quinto.

No início de abril, o Alto Representante da União Europeia para os Negócios Estrangeiros, Josep Borrel, denunciou que União Europeia já tinha pago 35 mil milhões à Rússia para garantir fornecimento de energia ao bloco desde o início da guerra, enquanto que os apoios enviados para a Ucrânia para se defender da ofensiva militar russa rondavam os mil milhões de euros.

Ainda assim, o executivo comunitário mantém a ambição através do REPower EU, que prevê um investimento de de 300 mil milhões de euros para reduzir a dependência europeia da energia importada da Rússia. Entre as medidas propostas está um “mecanismo de aquisição conjunta” de gás natural, gás natural liquefeito (GNL) e hidrogénio, à semelhança do que aconteceu com as vacinas da Covid-19, evitando a concorrência entre os países do bloco. A ambição pretende que até dois terços do gás russo possam ser cortados até ao final deste ano.

O RePowerEU pretende assim acelerar a transição verde e investir maciçamente nas energias renováveis, mas também identificar oportunidades para os cidadãos e indústrias para reduzir o seu consumo de energia.

A Comissão Europeia defende ainda a criação de interconexões para a Península Ibérica, nomeadamente as interligações elétricas transfronteiriças, mas também para transporte de GNL e hidrogénio verde. Um projeto que poderá beneficiar Portugal que poderá assumir o papel de porta de entrada do gás oriundo dos Estados Unidos e de outras geografias.

“Precisamos de acelerar a introdução das interconexões e somos bastante defensores da criação de melhores ligações entre a Península Ibérica e o resto da Europa”, disse o vice-presidente executivo da Comissão Europeia. “Para nós é muito importante [ter interligações de gás], mas também as interconexões elétricas transfronteiriças são importantes e melhorá-las na Península Ibérica, entre a Península Ibérica e a França, é muito urgente e de grande importância”, sublinhou Frans Timmermans.

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Antes da Turquia, estes países também mudaram de nome

  • Joana Abrantes Gomes
  • 4 Junho 2022

A Turquia mudou oficialmente de nome esta semana para Türkiye. Outros países têm mudado as suas designações, seja por razões políticas ou por uma mera questão de marketing.

Divisões de território, guerras, mudanças de regime, processos de independência ou apenas para facilitar a pronúncia em outras partes do mundo são algumas das razões que levaram países a mudar de nome. Nuns casos, a alteração ocorreu há tantos anos que reconhecemos esses países apenas pelos seus nomes na atualidade; mas há outras nações cujo nome mudou tão recentemente que muitas pessoas ainda têm dificuldade em usar as novas denominações, como é o caso dos Países Baixos, anteriormente mais conhecidos por Holanda.

O processo para mudar o nome de um país não é simples nem barato. Ainda assim, vários Estados decidiram avançar com a decisão. O ECO lista sete países que escolheram um novo nome e quais os motivos por trás da mudança.

Türkiye

A Turquia é o mais recente país a mudar de designação. Na última quinta-feira, em resposta a uma carta do ministro dos Negócios Estrangeiros de Ancara, Mevlüt Çavuşoğlu, as Nações Unidas deixaram de reconhecer “Turkey” e passaram a identificar a Turquia como “Türkiye”.

“Türkiye é a melhor representação e expressão da cultura, civilização e valores do povo turco”, disse o Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, em dezembro passado, quando o seu Governo divulgou um memorando sobre a mudança do nome.

Em causa está o nome do país na língua inglesa (Turkey), um termo de tal forma generalizado que até é usado com frequência na própria Turquia. Mas a ideia é que o termo turco passe a designar o país no estrangeiro em todos os contextos, e deixe de ser associado à ave, peru – que em inglês também se designa “turkey”.

Países Baixos

O Governo neerlandês abandonou o nome Holanda em 2020, passando a referir-se ao país como Países Baixos. A razão para a mudança prendeu-se sobretudo com o facto de duas das 12 províncias do país terem no nome Holanda, nomeadamente a Holanda do Norte e a Holanda do Sul.

Por outro lado, tratou-se também de uma questão de marketing. Alegadamente, a mudança de nome faz parte de um esforço para deixar de associar o país ao uso recreativo de drogas e prostituição legal, fatores de atração para turistas à capital Amesterdão, que se situa na província da Holanda do Norte.

Macedónia do Norte

A anteriormente chamada República da Macedónia tornou-se oficialmente República da Macedónia do Norte em fevereiro de 2019. Contrariamente às mudanças de nome de outros países, a motivação neste caso foi política. Para aderir à NATO e à União Europeia, teve de diferenciar-se de uma região da Grécia também chamada Macedónia, um nome cuja utilização pelo país vizinho era há muito contestada pelo Governo grego. A disputa de nomes levou a uma instabilidade na região, até porque a atual República da Macedónia do Norte foi, em tempos, um reino grego.

Ainda assim, os cidadãos locais continuam a ser chamados de “macedónios”, o mesmo termo usado para referir o idioma oficial do país. A Grécia tinha preferido que o país dos Balcãs abandonasse o uso do termo, propondo em vez disso os nomes “República Vardar” ou “República de Skopje”, mas, após longas negociações, venceu a Macedónia do Norte.

Essuatíni

Em abril de 2018, o rei Mswati III da então Suazilândia, nação situada na África Austral, emitiu um comunicado no qual anunciava que o nome do país mudava para Essuatíni. A intenção do governante era libertar o país do passado colonial, mas também para evitar confusões com a Suíça, cujo nome em inglês é Switzerland.

Para a população local não foi uma surpresa, visto que já era assim que denominavam o seu país. O novo nome, que era o nome pré-colonial da nação, foi anunciado no ano que marcava o 50.º aniversário da formação do país africano. Na língua local, significa “terra dos suázis”.

Chéquia

O nome oficial continua a ser República Checa, mas, em 2016, Chéquia passou a ser a sua designação curta em contexto internacional, tal como Portugal o é para o nome oficial da República Portuguesa ou França para República Francesa. Neste caso, a razão para a mudança foi sobretudo para facilitar o uso do nome do país em ações de marketing, em eventos desportivos e nas relações com outros países, e também para facilitar a pronúncia noutros idiomas.

Embora a União Europeia, as Nações Unidas e algumas grandes empresas se refiram ao país como Chéquia, o nome não tem tido muito uso a nível internacional. Um dos motivos é a possibilidade de, na língua inglesa, poder confundir-se com Chechénia, uma república russa na região do Cáucaso.

Cabo Verde

A mudança de nome de Cabo Verde remonta ao ano de 2013. Esta nação insular, localizada no Oceano Atlântico a cerca de 700 quilómetros da costa do Senegal, tinha antes o nome em inglês de “Cape Verde” que, traduzido para português, significa “capa verde”. Embora não seja um cabo, o arquipélago situa-se logo a seguir ao ponto mais ocidental do continente africano.

Assim, por razões práticas, o Governo da altura procurava um nome padrão que não precisasse de ser traduzido, optando por Cabo Verde. O ministro da Cultura naquela época disse esperar que o novo nome do país pudesse conjurar associações positivas com o sol, o mar e pessoas felizes.

Sri Lanka

À semelhança do Essuatíni, o Sri Lanka mudou de nome para se afastar do passado colonial de vários povos que invadiram o antigo Ceilão, entre os quais o português. O Sri Lanka tornou-se independente em 1948 e a mudança de nome aconteceu em 1972, mas só décadas depois, em 2011, todas as referências a Ceilão foram suprimidas em documentos de órgãos oficiais e empresas que ainda contavam com o nome antigo. Resistiu apenas o popular rótulo do chá do Ceilão.

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Ohio aprova legislação que permite armar professores após formação de 24 horas

  • Lusa
  • 4 Junho 2022

Nova lei foi aprovada pelo congresso do Ohio, controlado do Partido Republicano. Até agora, um professor tinha de se tornar um agente de paz com mais de 700 horas de treino para poder andar armado.

O Congresso do estado norte-americano do Ohio aprovou legislação que autoriza os professores a transportar armas de fogo após um treino que duraria um máximo de 24 horas, sem especificar o período mínimo de formação.

Sob o controlo do Partido Republicano, o congresso do Ohio definiu que o programa é opcional, pelo que caberá a cada escola decidir se optará por participar, de acordo com a filial de Cleveland da estação televisiva ABC.

Pelo menos quatro das 24 horas de treino serão “baseadas em cenários” ou exercícios de treino simulados, sem especificar se o armamento real pode ser utilizado neste “treino tático de armas de fogo”. Os utilizadores destas armas serão submetidos a uma verificação anual dos seus antecedentes.

A lei também inclui uma revisão anual da formação num máximo de oito horas e a criação do Centro de Segurança Escolar e de Crise do Ohio para desenvolver o currículo de formação.

Até agora, um professor tinha de se tornar um agente de paz com mais de 700 horas de treino para poder andar armado. Um agente da polícia recebe 60 horas de formação em armas de fogo, das quais 46 são em campo de tiro.

O projeto de lei foi aprovado com 54 votos republicanos a favor, registando-se 33 votos contra, repartidos entre 31 democratas e dois republicanos, não tendo votado 12 membros do congresso estadual.

Grupos como as Mães pela Responsabilidade, as Mães Exigem Ação, a Associação de Educação de Ohio e a Ordem Fraterna de Polícia de Ohio advertiram que esta nova lei tornará as escolas muito menos seguras.

Para a Associação de Armas de Fogo Buckeye será o oposto. “Aprendemos ao longo do tempo que quanto mais rápido se atingir um assassino ativo, mais vidas se salvam”, disse um porta-voz do grupo, Rob Sexton.

O debate sobre a posse de armas voltou a estar na ordem do dia nos Estados Unidos da América, depois do massacre no dia 24 de maio numa escola de Uvalde, no estado do Texas, em que um jovem de 18 anos adquiriu uma arma e matou 19 crianças e dois professores.

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Corpo de João Rendeiro já foi autopsiado em Portugal

  • Lusa
  • 4 Junho 2022

Família pediu ao Instituto de Medicina Legal para fazer autópsia ao corpo do ex-banqueiro, por haver “vários indícios de que se tratou de um crime”. “Para nós esta é a primeira e única", diz advogada.

A autópsia ao corpo do ex-banqueiro João Rendeiro realizou-se hoje, confirmou à Lusa Inês Montalvo, advogada da viúva Maria de Jesus Rendeiro, adiantando ainda não ter sido informada do resultado ou de previsão para a comunicação do relatório.

“Recebi a confirmação de que a autópsia já se realizou. Não tenho indicação do resultado nem previsão de quando vai ser divulgado o relatório”, disse Inês Montalvo à Lusa esta tarde.

A família de João Rendeiro pediu na quarta-feira ao Instituto Nacional de Medicina Legal e Ciências Forenses (INMLCF) para fazer uma autópsia ao corpo do ex-banqueiro, que chegou na sexta-feira de manhã a Lisboa, proveniente da África do Sul.

Na altura, em declarações à Lusa Inês Montalvo justificou a necessidade da autópsia por considerar que há “vários indícios de que se tratou de um crime”.

Já hoje, insistiu que a autópsia realizada é, do ponto de vista da advogada e da família, a primeira a ser feita, uma vez que não têm qualquer confirmação oficial de que este ato médico tenha sido efetivamente realizado na África do Sul.

“Para nós esta é a primeira e única. Gostava de ter tido confirmação oficial da parte do consulado de que a autópsia se realizou”, disse a advogada.

Ainda que no contexto em que a morte do ex-banqueiro ocorreu a realização de uma autópsia fosse “no mínimo, curial”, Inês Montalvo lamenta não ter tido “nenhuma fonte oficial fidedigna” a confirmar a sua realização, admitindo que provavelmente não teria feito o pedido ao INMLCF se essa confirmação existisse.

“Sem a confirmação tive que partir do princípio que não existia”, disse a advogada, explicando que descartar ou confirmar as suspeitas de crime tinha necessariamente que ocorrer antes de se dar início às cerimónias fúnebres.

Inês Montalvo referiu ainda que a família pediu o relatório da autópsia realizada na África do Sul através do consulado português naquele país, que indicou que o enviaria quando o recebesse.

A retirada do corpo da morgue estatal sul-africana em Pinetown, subúrbios de Durban, onde permaneceu mais de duas semanas, ocorreu na tarde de 27 de maio e a transferência para Joanesburgo decorreu no dia seguinte, conduzida pelas autoridades portuguesas na África do Sul.

João Rendeiro, de 69 anos, foi encontrado morto no dia 12 de maio e deveria ser presente em tribunal na manhã seguinte. O antigo presidente do BPP estava detido na África do Sul desde 11 de dezembro de 2021 a aguardar extradição, após três meses de fuga à justiça portuguesa para não cumprir pena em Portugal.

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Portugal tem 61 concelhos sem jornais e rádios

  • Lusa
  • 4 Junho 2022

Um estudo de um investigador da Universidade da Beira Interior revela que há concelhos sem informação local. Trás-os-Montes e Alentejo são as comunidades mais afetadas.

Portugal tem 61 concelhos sem jornais e rádios de informação com sede, revela o estudo ‘Deserto de Notícias’, com o investigador Giovanni Ramos a apontar Trás-os-Montes e Alentejo como as regiões mais afetadas. O ‘Deserto de Notícias’ é um estudo que começou a ser feito nos Estados Unidos com o objetivo de saber quais eram as localidades que não tinham noticiário local, ou seja, que estavam sem jornal e sem rádio local, tendo também sido feito no Brasil e agora em Portugal.

E o que é um deserto de notícias? O investigador associado da Labcom/UBI – Universidade da Beira Interior e autor do estudo, Giovanni Ramos, explica à Lusa que “são regiões que não possuem noticiário local, são comunidades que se a população quer saber o que acontece na sua cidade, na sua comunidade, precisa” de procurar “meios informais porque não há um jornalismo para atender isso“.

Em Portugal “temos um problema que atinge mais ou menos 20% dos concelhos portugueses“, aponta o autor do estudo, que foi atualizado em setembro. De acordo com dados de 2021, 19,8% dos concelhos portugueses estão no deserto de notícias. Ou seja, 61 concelhos nos dados de 2021, acrescenta Giovanni Ramos, sendo um problema localizado “e que não é muito diferente dos outros países que já tinham feito este levantamento também”. Dos 308 concelhos em Portugal, 57 não tinham jornais ou rádios com sede em setembro de 2020.

Este ‘deserto de notícias’ ocorre “em regiões mais distantes dos grandes centros urbanos e com menor atividade económica”, explica o investigador. “Isso está ligado às crises económicas que a Humanidade viveu no século XXI e as crises internas do jornalismo”, que incluem as mudanças no mercado, o papel da Internet e as plataformas como Google e Facebook com ferramentas que captam a publicidade.

No caso português “são duas” as regiões onde o ‘Deserto de Notícias’ é mais claro com concelhos nesta situação: Trás-os-Montes e o Alentejo. “Portalegre, por exemplo, é um distrito bastante afetado”, salienta.

Estas regiões “são distantes dos grandes centros, são regiões com menor atividade económica” e “no caso de Portugal têm um detalhe muito importante que é a questão populacional”, já que são concelhos muito pequenos, justifica o investigador.

Essas vilas não conseguem manter uma estrutura de um jornal ou um modelo comercial a funcionar“, são comunidades “que acabam sendo, digamos assim, abandonadas, porque ficam sem essa informação local” de imprensa e rádio, tornando-se dependentes das televisões para informação do país e do mundo e utilizando meios informais, com a Internet, grupos de Facebook, WhatsApp, “mas aí não é jornalismo profissional”, tratando-se de “um terreno extremamente fértil para a desinformação“, considerou. Apenas dois concelhos do litoral, ambos no Algarve, estão no ‘Deserto de Notícias’.

De acordo com o estudo, distritos como Porto, Viana do Castelo e Aveiro estão fora deste mapa, enquanto Braga, Lisboa e Setúbal registam “apenas um concelho cada”.

Relativamente à metodologia, foram usados dados extraídos da Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) sobre publicações periódicas, emissoras de rádio local, onde as rádios somente musicais não entram. O objetivo foi saber quais os concelhos portugueses que não têm sede nem de jornal, nem de rádio local.

Entendo que se precisa de uma política pública específica para se criar jornais, não é apenas manter os meios de comunicação“, afirma Giovanni Ramos. Ou seja, é necessária “uma política para criar meios de comunicação novos onde não há mais”, remata.

O investigador, que está a fazer um doutoramento em comunicação, adianta que em outubro vai ser divulgado um outro estudo que analisa os concelhos que estão no ‘Deserto de Notícias’ e dados da abstenção nas últimas eleições legislativas e autárquicas para saber se há alguma correlação.

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Porto da Figueira da Foz muda gestão

  • Lusa
  • 4 Junho 2022

A nova administração do Porto da Figueira da Foz vai ter uma gestão com administradores do concelho. A garantia foi dada por Pedro Nuno Santos a Pedro Santana Lopes.

A futura administração do Porto da Figueira da Foz, que será conhecida ainda este mês, vai incluir elementos do concelho na mesma proporcionalidade de Aveiro, revelou à agência Lusa o presidente da Câmara, Pedro Santana Lopes. “O ministro Pedro Nuno Santos garantiu-me que a nova administração terá tantos elementos da Figueira da Foz como de Aveiro”, disse o autarca, referindo que as garantias do governante foram transmitidas na sexta-feira, em Mira, numa reunião com a Comunidade Intermunicipal (CIM) Região de Coimbra.

Desde 2008, que o Porto da Figueira da Foz é uma sociedade anónima de capitais exclusivamente públicos, com capital integralmente participado pela Administração do Porto de Aveiro.

Para Santana Lopes, eleito pelo movimento Figueira a Primeira, a decisão do ministro das Infraestruturas e Habitação “é de uma importância política enorme”, já que vai trazer “mais operacionalidade” e permitir “um novo ciclo no Porto da Figueira da Foz”. “Não esperava outra resposta do ministro Pedro Nuno Santos, que tem mostrado sensibilidade para responder à generalidade dos assuntos do país fora dos corredores de Lisboa”, sublinhou.

Segundo o presidente da Câmara da Figueira da Foz, a inclusão de administradores do concelho, que conhecem bem o dia a dia do porto comercial e as suas carências dão garantias de maior operacionalidade e de um trabalho conjunto com o município. “É muito importante trabalharmos em conjunto. Estão previstos investimentos muito importantes que precisam de respostas eficazes do porto, como de pão para a boca”, sustentou.

Reforçando que o “trabalho em conjunto permite fazer muito melhor”, Santana Lopes realçou que para “resolver pequenos problemas e tomar decisões” é preciso estar em permanência no Porto da Figueira da Foz, onde, atualmente, “é muito difícil tirar uma licença”.

No início do ano, o presidente da Câmara da Figueira da Foz insistiu na necessidade da administração do porto marítimo ter alguém em permanência, que resolva as situações do dia-a-dia aos operadores e à comunidade piscatória.

“É importante termos na administração do porto pessoas que estejam todos os dias na Figueira da Foz. Não estou a dizer a administração toda, mas pelo menos uma parte”, disse aos jornalistas, na altura, Santana Lopes, no final de uma reunião do executivo.

Numa nota de imprensa enviada à agência Lusa, a CIM Região de Coimbra informou que, o seu Conselho Intermunicipal se reuniu sexta-feira, em Mira, com o ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos.

Entre as temáticas que estiveram em cima da mesa destacam-se “a nova Linha de Alta Velocidade, o Sistema de Mobilidade do Mondego, o Porto da Figueira da Foz, a calendarização das obras no IP3 e o programa de habitação”.

No encontro, um dos pontos estratégicos defendidos pelos autarcas da Região foi a requalificação e ampliação e modelo de gestão do porto comercial da Figueira da Foz. Segundo a CIM, o governante garantiu que “vão ser realizados os investimentos necessários para permitir ao porto da Figueira da Foz crescer de forma a acolher outro tipo de navios que, hoje, não pode receber”, um compromisso que deixou o presidente da Câmara da Figueira da Foz, Pedro Santana Lopes, satisfeito.

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Renovação do mercado de Leiria promove produtos locais

  • Lusa
  • 4 Junho 2022

Um investimento de 4,6 milhões de euros para a renovação de um mercado municipal com espaço para 70 produtores locais.

O requalificado Mercado Municipal de Leiria, aberto este sábado, tem capacidade para 18 lojas, 30 bancas e 70 produtores locais, num investimento de 4,6 milhões de euros e pretende ser uma marca da valorização dos produtos locais. “É uma obra de 4,6 milhões euros, no coração da cidade. É a reabilitação de um edifício que estava completamente obsoleto do ponto de vista de funcionamento e que era extremamente grande. Conseguimos encurtá-lo e modernizá-lo e hoje temos uma superfície comercial que vai permitir aumentar a atividade económica no centro da cidade”, adiantou o presidente da Câmara, Gonçalo Lopes (PS).

O autarca considerou que esta é uma “nova âncora muito importante para atrair outros investimentos” e uma “oportunidade que é dada aos produtores locais, que apostam numa agricultura mais de qualidade do que de quantidade, uma vez que estamos numa zona de minifúndio”.

Por outro lado, também permite atrair mais pessoas, sobretudo a população mais jovem a um espaço que antigamente era visto só como um espaço de venda mais tradicional e para pessoas mais idosas”, sublinhou o presidente.

Reconhecendo que esta foi uma “obra complexa”, cujo prazo de abertura foi sendo adiado várias vezes, o autarca considerou que a “recompensa” surge agora, “com um novo espaço que vai ser uma âncora de desenvolvimento e um polo extremamente importante para a valorização dos nossos produtos”.

A ministra da Agricultura, Maria do Céu Antunes, destacou que o espaço envolve “mais de 1000 postos de trabalho diretos e indiretos, onde, entre produtores locais que vão vender o seu excedente, produtores mais ligados à produção para o mercado e outros que, como os talhos e as queijarias, trazem produtos transformados, são essenciais para se promover consumos que são sustentáveis”.

A governante defendeu que se estimule a produção local, de modo a “incentivar aquilo que são os comércios curtos, o comércio de proximidade”. “O consumo de produtos de época são essenciais para podermos melhorar a nossa saúde e o nosso bem-estar, mas ao mesmo tempo para desenvolvermos a economia local e regional e, com isso, a economia nacional, porque vamos ter necessidade de importar menos coisas”, acrescentou.

O edifício do Mercado Municipal de Leiria acolhe ainda, no primeiro piso, uma área para ‘startups’, um “casamento” entre o “tradicional” e a “modernidade, inovação, tecnologia, irreverência e juventude”, referiu Gonçalo Lopes.

Durante a visita que o presidente e a ministra realizaram ao renovado mercado, alguns produtores teceram críticas, sobretudo ao espaço mais curto da banca. Gonçalo Lopes afirmou que hoje é “um dia especial”. “Foi feito um investimento para que estas pequenas economias, muitas delas de caráter familiar, possam ter mais sucesso e que, a partir daqui, apareçam jovens agricultores, como o caso aqui da ‘physalis’, novas oportunidades e que haja depois uma oferta diferenciada neste mercado”, disse.

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Países do Mediterrâneo pedem à UE mesma solidariedade dada à Ucrânia

  • Lusa
  • 4 Junho 2022

Itália, Espanha, Grécia, Chipre e Malta querem mecanismo de distribuição de migrantes amplo e equilibrado. Quase 200 mil migrantes irregulares chegaram à UE em 2021, o número mais elevado desde 2017.

Um grupo de países mediterrânicos constituído por Itália, Espanha, Grécia, Chipre e Malta pediu hoje à União Europeia que demonstre para com o problema migratório no sul do continente a mesma solidariedade dada ao acolhimento dos refugiados da Ucrânia.

Os ministros do Interior dos cinco países mais expostos aos fluxos migratórios do Mediterrâneo fizeram este pedido a Bruxelas no final de uma reunião de dois dias, em Veneza, para “consolidar uma visão estratégica sobre os elementos essenciais do novo sistema europeu de gestão migratória”.

A ministra italiana, Luciana Lamorgese, adiantou, numa conferência de imprensa conjunta hoje realizada, que os países mediterrânicos visam conseguir um mecanismo de distribuição de migrantes amplo e equilibrado.

“A crise da Ucrânia mostrou a capacidade de a Europa se unir e mostrar solidariedade para com as pessoas que fogem do conflito e precisam de acolhimento”, afirmou a ministra, acrescentando que o encontro entre os cinco países constituiu “um importante ponto de referência para o próximo Conselho Europeu do Interior”.

O ministro espanhol, Fernando Grande-Marlaska, sublinhou, por seu lado, a necessidade de a Europa encontrar “um equilíbrio entre responsabilidade e solidariedade” e de “alcançar acordos com países terceiros, em África, sobre este desafio estrutural e permanente” da migração para a Europa.

“Hoje mostramos a unidade do Grupo do Mediterrâneo, essencial para que as nossas propostas sejam levadas em consideração”, disse o ministro. “A Espanha está empenhada em continuar a falar a uma só voz”, garantiu ainda Fernando Grande-Marlaska, depois de recordar que esta última reunião em Veneza é o fim de um processo que já passou por reuniões em Atenas e Málaga.

Na reunião anterior, participaram também os ministros do Interior de França e da República Checa, países que ocupam a presidência da UE em 2022, e de que o Grupo Mediterrâneo espera “respostas concretas” com “soluções equilibradas entre responsabilidade e a necessária solidariedade dos demais membros” da comunidade europeia, tendo a “distribuição [da migrantes] como instrumento essencial”, avançou Lamorgese.

A ministra italiana já tinha avisado, na sexta-feira, que o bloqueio às exportações de cereais e outras matérias-primas da Ucrânia vai provocar um aumento da chegada de migrantes do Norte de África a Itália. “O Chipre já registou mais 286% de desembarques e a Itália mais 30%, ou seja, cerca de 20.000 pessoas, mas se a crise [na Ucrânia] continuar e não for possível tirar os cereais dos portos do Mar Negro, devemos esperar maiores fluxos migratórios”, concluiu.

Quase 200 mil migrantes irregulares chegaram à União Europeia no ano passado, o número mais alto desde 2017, segundo a contabilização feita em janeiro pela agência europeia de controlo de fronteiras Frontex, que acrescentou que o fluxo migratório clandestino voltou aos níveis pré-pandemia de covid-19.

O número de chegadas ilegais foi 57% superior ao de 2020, quando as restrições impostas pela pandemia da Covid-19 reduziram drasticamente a migração, mas também mais 36% do que em 2019, disse na altura a Frontex.

Em 2021, ainda antes de ter tido início a invasão da Ucrânia pela Rússia, a Frontex dava conta de um novo afluxo de migrantes, com origem principalmente no Médio Oriente, através da Bielorrússia, no que a UE considerou uma operação orquestrada pelo regime Minsk.

A Frontex também observou um aumento acentuado nas chegadas de migrantes através do Mediterrâneo central, dos Balcãs Ocidentais e de Chipre. A principal rota dos migrantes foi o Mediterrâneo central, por onde chegaram, em 2021, 65.362 migrantes irregulares, cerca de um terço do total. De um ano para o outro, o aumento foi de 83% naquela rota.

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Cavaco vs. Costa. Marcelo diz que “um ex-Presidente não perde a cidadania”

  • ECO e Lusa
  • 4 Junho 2022

Marcelo Rebelo de Sousa diz que Cavaco Silva "tem direito a exercer a cidadania como entende", embora no seu caso prometa manter o “distanciamento da intervenção política” quando abandonar Belém.

O Presidente da República disse este sábado que um ex-chefe de Estado não perde a cidadania e exerce-a como entender, reiterando que terá “distanciamento na intervenção política” quando deixar o cargo depois de já ter “cansado tanto”.

“Não comento antigos Presidentes da República ou futuros Presidentes da República. Não comento, mas quero dizer o que já disse também muitas vezes, que um antigo Presidente da República não perde a sua cidadania e, portanto, tem direito a exercer a cidadania como entende”, disse Marcelo Rebelo de Sousa.

Depois de ter sido questionado pelos jornalistas sobre a entrevista à CNN Portugal do ex-chefe de Estado Aníbal Cavaco Silva, o Presidente reiterou que, quando deixar o cargo, vai manter o “distanciamento da intervenção política”, por considerar que deve “dar espaço àqueles que em cada momento estão a intervir politicamente”.

“Tenho a sensação – mas isso é a minha leitura – que depois fica obsessivo, tudo aquilo que se disser – mas é também por isso que não escrevo memórias – passa a ser uma autojustificação ou uma afirmação pessoal ou uma comparação constante. E acho que às tantas os portugueses se cansam e cansam-se legitimamente”, acrescentou.

“Mas essa é a minha interpretação, há pessoas que conseguem fazer isso sem cansar. Eu não vou ter esse mérito, já cansei tanto que não quero cansar mais”, disse ainda o chefe de Estado, à margem do Concurso Nacional de Leitura, na Costa da Caparica, Almada, no distrito de Setúbal.

Cavaco desafiou Costa a fazer melhor do que ele

Esta semana, Cavaco Silva publicou um artigo de opinião em que desafia o primeiro-ministro a fazer “mais e melhor” do que ele. Em causa estão as declarações de António Costa a 30 de março, quando disse ter feito parte de uma “geração que se bateu contra uma maioria existente que, tantas vezes, se confundiu com um poder absoluto”, referindo-se, assim, aos governos de Cavaco Silva.

Num texto, publicado no Observador, em que recorda as várias conquistas dos seus executivos, nos mais variados níveis, o ex-Presidente da República afirma: “O seu Governo de maioria absoluta fará mais e melhor do que as [minhas] maiorias”. “Estou convicto de que o senhor primeiro-ministro é capaz de fazer mais e melhor com a sua maioria absoluta e não tem qualquer razão para ter complexos”, acrescentou.

Cavaco Silva elenca como os seus governos conseguiram “a redução da inflação”, “o aumento real dos salários e das pensões”, uma “elevada taxa de crescimento da economia” e a “aproximação do país ao nível médio de desenvolvimento da UE como nunca mais voltou a acontecer”. “Agora, retirado da vida política ativa mas preservando os meus direitos cívicos, estou certo de que, encerrada a fase da geringonça, o seu Governo de maioria absoluta fará mais e melhor do que as maiorias de Cavaco Silva”, rematou.

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📹 Turismo regressou aos níveis pré-pandemia em abril

Abril registou 2,4 milhões de hóspedes, um número acima do registado em 2019. Estrangeiros totalizaram 4,1 milhões de dormidas, o maior valor desde o início a pandemia.

Dois anos depois de a pandemia ter começado, o turismo nacional finalmente voltou ao que era. Os alojamentos turísticos nacionais receberam 2,4 milhões de hóspedes em abril, um aumento de 424,6% face ao mesmo mês de 2021, indica a estimativa rápida publicada pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). Estes números também mostram que a atividade turística, com a ajuda da Páscoa, superou os valores alcançados em 2019.

http://videos.sapo.pt/kd4eMZ8JjTea851qWtw1

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Costa aponta a subida de 20% no salário médio em Portugal até 2026

Primeiro-ministro convoca “a sociedade, o Estado e as empresas” para, em quatro anos, conseguir aumentar o peso dos salários no PIB de 45% para 48%, atual valor de referência na União Europeia.

António Costa sublinhou este sábado o diferencial entre o peso dos salários no conjunto da riqueza nacional (45%) e aquele que os ordenados têm no conjunto dos países da União Europeia (48%).

“Isto significa que temos nos próximo quatro anos de conseguir fazer todos em conjunto – a sociedade, o Estado, as empresas – um esforço para que o peso dos salários dos portugueses no PIB seja, pelo menos, idêntico ao que existe na média europeia”, salientou o primeiro-ministro,

Ora, esta subida da proporção de 45% para 48%, calculou o chefe do Governo, “implica um aumento de 20% do salário médio no país”. “Esta é a meta a que nos temos de propor e que temos de ser capazes de, coletivamente, alcançar”, acrescentou.

As declarações do primeiro-ministro, António Costa, foram proferidas este sábado de manhã na sessão de abertura do Encontro Nacional de Associações Juvenis – Fórum Nacional “Ativar Mais”, que juntou cerca de mil jovens e dirigente associativos no Complexo Desportivo de Vila Real Santo António, no Algarve.

“Nós temos que ter um acordo de médio prazo, no horizonte desta legislatura, sobre a perspetiva da evolução dos rendimentos. O Estado não se quer por fora desta equação, sabemos que podemos e devemos dar um contributo para que esta melhoria dos rendimentos seja efetiva”, notou.

Segundo disse o primeiro-ministro, citado pela Lusa, “o Estado pode e deve ajudar, com políticas públicas”, no sentido de “aumentar o rendimento disponível das famílias, e em particular dos jovens, enquanto as empresas fazem este esforço do aumento significativo dos salários quer pagam”.

Em 2021, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), a remuneração bruta mensal média por trabalhador aumentou 3,4%, para 1.361 euros. Foi mais alta nas atividades ligadas à energia (3.091 euros) e na área financeira e de seguros (2.602 euros); e mais baixa nos setores da agricultura (855 euros) e da restauração e hotelaria (881 euros).

Questionado esta tarde pelos jornalistas, à margem da Feira Nacional da Agricultura, sobre qual pode ser o contributo do Presidente da República nesta matéria, Marcelo Rebelo de Sousa preferiu falar no “contributo de todos os portugueses que trabalham para o país, criando riqueza e condições para que ela seja mais bem distribuída”.

“Uma forma é, crescendo a riqueza e a economia, ter uma subida de salários. Em alguns setores em que há falta de mão-de-obra para acompanhar o ritmo previsível e desejável de crescimento, isso já está a acontecer. Mas tem de ser um esforço coletivo, que significa uma aposta no crescimento do país”, completou o chefe de Estado.

De acordo com o relatório Taxing Wages 2022, publicado recentemente pela OCDE, a carga fiscal sobre rendimentos do trabalho em Portugal subiu no ano passado para 41,%, apesar de ter descido na média da OCDE. Os trabalhadores em Portugal recebem 72% do salário bruto que lhes é pago.

No relatório do Pacote de Primavera do Semestre Europeu, divulgado no final de maio, Bruxelas sublinhou que “embora os recentes aumentos do salário mínimo possam reduzir a pobreza daqueles que trabalham, também podem desencorajar os indivíduos a investirem na sua educação, devido à pequena diferença relativa entre os salários dos pouco e dos altamente qualificados”. Essa compressão das diferenças salariais decorrente do aumento do salário mínimo ao longo dos últimos anos tem sido uma das principais queixas dos sindicatos, tanto no setor público como no privado.

(Notícia atualizada às 16h50 com declarações de Marcelo Rebelo de Sousa)

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