Credit Suisse perdeu 62 mil milhões de euros em ativos até março

Banco suíço entretanto adquirido pelo rival UBS assistiu a uma fuga de ativos equivalente a mais de 62 mil milhões de euros no primeiro trimestre deste ano.

O Credit Suisse assistiu a uma perda de 61 mil milhões de francos suíços — cerca de 62 mil milhões de euros — em depósitos e outros fundos sob gestão no primeiro trimestre.

De acordo com uma nota divulgada esta segunda-feira, e citada pela Bloomberg, que surge no âmbito da apresentação de resultados para o período de janeiro a março, o banco, entretanto adquirido pelo UBS, diz ter registado um aumento significativo nos levantamentos, bem como na não renovação de depósitos a prazo.

Quanto ao valor dos ativos geridos pela divisão de gestão de património, o Credit Suisse informa que estes caíram para 502,5 mil milhões de francos (513,4 mil milhões de euros) no final de março, em comparação com os 707 mil milhões (722 mil milhões de euros) reportados no mesmo período do ano passado.

Os resultados indicam ainda um lucro antes de impostos de 12,8 milhões de francos suíços (13,08 milhões de euros) no primeiro trimestre, impulsionado pela redução para zero das obrigações tier 1 de 15 mil milhões de francos como parte da aquisição do Credit Suisse pelo UBS, indica a Bloomberg. Sem este ajuste, o Credit Suisse teria registado um prejuízo de 1,3 mil milhões de francos.

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Defesa de Manuel Pinho pede nulidade da decisão instrutória no caso EDP

  • Lusa
  • 24 Abril 2023

A defesa de Manuel Pinho quer a nulidade da decisão instrutória no caso EDP por a considerar inconstitucional, argumentando que o arguido não teve uma efetiva oportunidade de defesa nesse processo.

A defesa do ex-ministro Manuel Pinho quer a nulidade da decisão instrutória no caso EDP por a considerar inconstitucional, argumentando que o arguido não teve uma efetiva oportunidade de defesa nesse processo, segundo uma arguição de nulidades apresentada.

A 14 de abril a juíza de instrução criminal Gabriela Assunção decidiu enviar para julgamento, “nos exatos termos da acusação” do Ministério Público (MP), Manuel Pinho, a sua mulher, Alexandra Pinho, e Ricardo Salgado, antigo presidente do Banco Espírito Santo (BES).

No documento remetido ao Tribunal Central de Instrução Criminal na sexta-feira, a que a Lusa teve acesso, os advogados de Manuel Pinho acusam a juíza de não ter permitido ao arguido a discussão dos indícios da acusação e a argumentação da sua defesa.

A defesa liderada por Ricardo Sá Fernandes argumenta que a juíza se limitou a remeter a fundamentação da decisão para a acusação do MP, negando a possibilidade de contestação a Manuel Pinho, tendo por isso proferido uma decisão inconstitucional, violando o direito constitucional à instrução e ofendendo o dever de fundamentação.

“Com efeito, tal entendimento normativo permitiria que um juiz de instrução pudesse transformar o conteúdo material do que deve ser uma instrução num mero exercício formal, tabelado e apenas para cumprir um ritual, sem observância dos direitos dos arguidos (…).Por outro lado, despiria o dever de fundamentação da decisão judicial de um conteúdo mínimo, substancialmente relevante, impedindo o controlo que o cumprimento desse dever visa assegurar”, argumenta a defesa.

Tendo por base esses pressupostos, a defesa reitera que “a decisão instrutória é, assim, nula”, ou, pelo menos, irregular, argumentando o mesmo sobre o facto de não ter sido apreciada uma questão que fundamenta a imputação de um crime de corrupção a Pinho.

Em causa está a classificação de ‘funcionário’ atribuída ao ex-ministro enquanto Presidente da Comissão Executiva da RYDER CUP, considerando a defesa que o caráter de pessoa coletiva de direito privado, constituída sob forma associativa, da entidade em causa, não permite considerar Manuel Pinho um funcionário ou servidor do Estado, condição que a lei exige para que possa haver uma acusação de corrupção.

Acrescenta-se ainda que a mesma questão foi levantada pelo arguido Ricardo Salgado, tendo o tribunal decidido não apreciar “por entender que a questão da qualificação jurídica da factualidade em apreço não seria especialmente relevante na fase de instrução”, contrapondo a defesa que “esse entendimento não é sustentável, uma vez que a qualificação jurídica dos factos imputados aos arguidos é um dos temas que pertinentemente pode ser convocado para discussão no debate instrutório”.

Os advogados deixam ainda críticas à instrução deste processo, admitindo que a excessiva duração de algumas instruções que correm nos tribunais portugueses transmite à sociedade portuguesa um sentimento de impunidade e de laxismo na prossecução da ação penal, o que é indesejável”, mas recusado que “a correção dessa prática” seja feita “à custa dos direitos dos arguidos dos outros processos, por maior que seja a pressão da opinião pública ou da comunicação social, a que os tribunais têm o dever de resistir”.

A decisão instrutória pronuncia o antigo ministro da Economia (entre 2005 e 2009) Manuel Pinho por um crime de corrupção passiva para ato ilícito, outro de corrupção passiva, um crime de branqueamento de capitais e um crime de fraude fiscal.

Segundo a investigação do MP, o ex-governante teria um pacto corruptivo com o ex-presidente do Banco Espírito Santo (BES), através do qual teria recebido cerca de cinco milhões de euros para, alegadamente, favorecer os interesses do BES (que era então acionista da EDP), onde havia trabalhado antes de entrar para o governo.

De acordo com o despacho de acusação, Manuel Pinho, primeiro como ministro da Economia e depois como responsável pela candidatura de Portugal à organização da prova de golfe “Ryder Cup”, atuou em detrimento do interesse público, na prossecução de interesses particulares do Banco Espírito Santo (BES)/Grupo Espírito Santo (GES) e de Ricardo Salgado.

Desse modo, segundo o MP, Manuel Pinho beneficiou projetos do BES/GES ou por estes financiados, designadamente projetos PIN (Potencial Interesse Nacional), como os das Herdades da Comporta e do Pinheirinho.

(Notícia atualizada Às 11h30)

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Governo quer lançar em maio concurso para recrutar 300 para serviço dos registos e do notariado

Governo está ainda a reforçar o Instituto de Gestão Financeira e Equipamentos da Justiça (IGJEJ) com 31 recursos com perfil tecnológico.

O Governo quer abrir em maio o concurso para o recrutamento de cerca de 300 profissionais para o Instituto dos Registos e do Notariado (IRN) para que, já este ano, possam vir a integrar o serviço num “modelo de formação on the job, adianta Pedro Ferrão Tavares, secretário de Estado da Justiça, ao ECO Trabalho. O Governo está ainda a reforçar o Instituto de Gestão Financeira e Equipamentos da Justiça (IGJEJ) com 31 recursos com perfil tecnológico para “capacitar a Justiça com meios humanos para responder ao desafio do PRR”.

“Os oficiais de registo e conservadores são carreiras especiais. Não tinham recrutamento desde o século XX, desde 1996 e 1999, o que fazia com que tivéssemos um envelhecimento grande ao nível das frentes de atendimento e de backoffice nos serviços de registo e notariado”, começa por destacar Pedro Ferrão Tavares.

Com este recrutamento – inserido num plano plurianual –, o objetivo é dotar o serviço de Registo com “novas pessoas que tragam com elas novas capacidades ao nível de gestão de projeto, tecnológica e dessa execução. Mas também que exista a passagem de conhecimento dos atuais oficiais de registo – que se vão aposentar – para os novos que vão chegar”, refere.

“O objetivo é que estes primeiros trabalhadores venham a integrar a área de Registos ainda este ano, com formação on the job: formação intensiva, com um modelo de formação mais inovador”, diz ainda.

O objetivo é que estes primeiros (300) trabalhadores venham a integrar a área de registos ainda este ano, com formação on the job: formação intensiva, com um modelo de formação mais inovador. (…) Contamos em maio lançar o anúncio do concurso, para que tenhamos aqui uma boa capacidade de atração de pessoas que queremos para o setor público.

Pedro Ferrão Tavares

Secretário de Estado da Justiça

Ao todo – tal como tinha sido já anunciado em março pelo Governo –, o serviço do Registo vai ser reforçado com 240 novos oficiais de registo e 50 novos conservadores, já em 2023. “Contamos em maio lançar o anúncio do concurso, para que tenhamos aqui uma boa capacidade de atração de pessoas que queremos para o setor público”, adianta o secretário de Estado da Justiça.

Além deste recrutamento, para este serviço, há ainda um “recrutamento específico focado no PRR – nas tais componentes que têm que ver com a gestão de projeto, gestão tecnológica –, processos já em curso para mais 25 recrutamentos de técnicos superiores, para o Registo e outros na área tecnológica transversal.”

Um total de 267 milhões estão previstos no PRR para a transformação digital da Justiça – dos quais cerca de 6,5 milhões para formação e capacitação do capital humano. Assim, além dos 25 profissionais para reforço do serviço de Registo, no âmbito do Plano de Recuperação está ainda planeado o reforço do Instituto de Gestão Financeira e Equipamentos da Justiça (IGJEJ) – organismo que gere os recursos financeiros, patrimoniais e tecnológicos do Ministério da Justiça –, com 31 novos recursos com forte perfil tecnológico.

“Estamos a fazer um processo de recrutamento bastante alargado, em que vamos este ano recrutar um total de 31 pessoas, também muito focado nas componentes tecnológicas. Aqui especificamente, não é só o perfil do programador tradicional, mas muitos perfis ligados à IA, data science etc, que a Administração Pública precisa para não depender também só de equipas externas“, refere o secretário de Estado.

Mas neste caso o modelo de recrutamento é “um pouco diferente”, na medida em que “é uma entidade que tem possibilidade de contratar num modelo de estrutura empresarial do Estado, o que significa que os valores são um pouco mais elevados do que os tradicionais nos contratos de trabalho em funções públicas”, ressalva.

Um modelo diferente de contratação “porque sabemos que na área de tecnologia estes recursos são escassos, cada vez mais preciosos e temos também de ser capaz de atrair os melhores a trabalhar connosco.

O objetivo é dotar “a Justiça de mais recursos tecnológicos que vão servir os tribunais, mas também a Policia Judiciária (PJ) no que são os sistemas de suporte também aos processos associados à atividade da PJ em concreto na sua interoperacionalidade com os sistemas dos tribunais. Para nós é muito importante que também sejam melhorados e desenvolvidos para reduzir o número de tarefas manuais que hoje são necessárias”, destaca Pedro Ferrão Tavares.

Lab Justiça regressa em setembro

Na semana passada, o Ministério da Justiça viu concluído o primeiro programa intensivo de Inovação e Cultura, criado de raiz para a Justiça que formou uma centena de dirigentes e gestores de projeto, de 18 organismos e entidades: o Lab Justiça.

O programa, coordenado pelo Instituto de Gestão Financeira e Equipamentos da Justiça (IGFEJ) e desenvolvido pelo ISEG e pela Nova SBE, visa reforçar as competências dos recursos humanos da Justiça, nas áreas da gestão estratégica, transição digital e liderança em contexto de mudança, e tem como principal objetivo capacitar os serviços para uma execução mais eficiente do PRR.

Mas há planos para novos programas. O objetivo é “estender a (novos) perfis e regiões”. “Também nos serviços que estão desconcentrados – estamos a falar de áreas tecnológicas, da Direção Geral da Justiça, etc. – com recursos fora de Lisboa, importa que esses recursos tenham conhecimento ao nível da gestão de projetos, inovação, gestão de mudança, cultura organizacional”, explica.

Estamos a estabelecer contactos com outras instituições do Centro e Norte para criar uma segunda fase de formação para estes perfis”, adianta o secretário de Estado. “O objetivo é começar (com nova formação) em setembro.” Com que instituições o governante não adianta, apenas que “serão instituições também com muita experiência na área de gestão, inovação, na zona Centro e Norte.”

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Fiz IRS Jovem, mas em 2022 fiquei desempregado. Se arranjar emprego, posso voltar a usufruir do benefício?

  • ECO
  • 24 Abril 2023

O ECO escolheu algumas dicas do Guia Fiscal da Deco Proteste para ajudar os contribuintes na altura da entrega do IRS, que serão partilhadas diariamente.

A campanha do IRS já arrancou no primeiro dia do mês, mas há quem tenha ainda dúvidas sobre a entrega desta declaração. Alguns têm o trabalho facilitado, estando abrangidos pelo IRS automático mas, mesmo assim, certos aspetos poderão ainda estar por esclarecer. A resposta às perguntas mais frequentes dos contribuintes pode ser encontrada no Guia Fiscal 2023, da Deco Proteste.

Há vários contribuintes com acesso ao IRS automático, e os mais novos podem optar pelo IRS Jovem. Entre as novidades deste ano, onde já se pode sentir o efeito das novas tabelas de retenção na dimensão do reembolso, encontra-se o desdobramento de escalões de IRS, de sete para nove.

O ECO selecionou algumas dicas disponibilizadas pela Deco Proteste para ajudar a esclarecer todas as dúvidas, que serão partilhadas diariamente.

Em 2020, concluí o doutoramento. No ano seguinte, com 30 anos, obtive rendimentos da categoria A e optei pelo IRS Jovem. Mas, em 2022, fiquei desempregado. Se, este ano, arranjar emprego, posso voltar a usufruir do benefício?

Sim. A isenção pode aplicar-se em anos interpolados, desde que a idade do beneficiário não ultrapasse os 35 anos. Neste caso, pode usufruir do benefício integralmente, visto que no quinto e último ano da isenção terá 35 anos.

Se, entretanto, voltar a ficar desempregado por mais um ano, não poderá beneficiar do último ano da isenção porque, nessa altura, com 36 anos, já terá ultrapassado a idade máxima.

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Alexandra Leitão diz que polémica do parecer da TAP mostra falta de coesão no Governo

  • Lusa
  • 24 Abril 2023

A deputada do PS considerou que as contradições sobre a existência ou não de um parecer jurídico a fundamentar as exonerações na TAP revelaram falta de coesão e solidariedade no Governo.

A deputada do PS Alexandra Leitão considerou que as contradições entre ministros sobre a existência ou não de um parecer jurídico a fundamentar as exonerações na TAP revelaram falta de coesão e solidariedade no Governo.

Alexandra Leitão falava no programa “O Princípio da Incerteza”, na CNN Portugal, no passado domingo, sobre as declarações, primeiro, das ministras Adjunta e dos Assuntos Parlamentares, Ana Catarina Mendes, e da Presidência, Mariana Vieira da Silva, a justificar o não envio de um alegado parecer jurídico à comissão parlamentar de inquérito sobre TAP e, depois, do ministro das Finanças, Fernando Medina, a negar a existência de qualquer parecer adicional ao da Inspeção-Geral de Finanças (IGF).

A deputada do PS começou por referir: “Eu não sei se há um parecer, um documento, não sei, e portanto não vou aqui falar de verdade e de mentira. Vou aqui falar de contradições“.

“Acho que seja qual for esse documento, espero que haja alguma explicação em breve, porque não acredito que nenhuma delas [Ana Catarina Mendes e Mariana Vieira da Silva] estivesse a mentir“, afirmou a antiga ministra, no final da sua intervenção sobre esta matéria.

No seu entender, “houve aqui uma contradição, uma contradição que revela falta de coesão e também falta de solidariedade interna do Governo“.

Alexandra Leitão, que foi ministra da Modernização do Estado e da Administração Pública, criticou a “circunstância de o ministro Fernando Medina no dia seguinte, não podendo obviamente ignorar o que as duas colegas de Governo tinham dito na véspera”, tenha declarado “daquela forma absolutamente perentória que não existia algo a que as suas colegas de Governo se tinham referido”.

Há aqui uma contradição que não só era obviamente evitável, como até parece quase fazer pouco caso do que as colegas anteriores tinham dito. Quer dizer, não podia ignorar“, considerou.

Interrogada se houve falta de coesão ou de solidariedade, respondeu: “Diria que é um pouco as duas coisas, e de alguma coordenação também, embora aqui nem vejo que coordenação é precisa, foram declarações feitas publicamente por ambas as ministras”.

“Ainda se fossem no mesmo dia, podia não ter ouvido, às vezes acontece. Mas no dia seguinte, faz-me confusão que se afirme perentoriamente o oposto — não estou a falar de verdade ou mentira, porque não sei, estou a falar de contradições”, acrescentou.

A deputada socialista admitiu que a entrevista que António Costa deu à RTP no domingo “não fosse a sede própria” para falar desta polémica, por ter sido dada na qualidade de secretário-geral do PS e não de primeiro-ministro.

“Mas confesso que aguardo que algum desenvolvimento nesta próxima semana venha a haver que esclareça”, disse.

A decisão do Governo de exonerar a presidente da Comissão Executiva da TAP, Christine Ourmières-Widener, e o presidente do Conselho de Administração da TAP, Manuel Beja, com a invocação de justa causa, foi anunciada pelo ministro das Finanças, em 6 de março, com base num relatório da IGF, por causa do pagamento de 500 mil euros feito à ex-administradora Alexandra Reis para que deixasse a empresa.

Sobre o relatório da IGF, a deputada do PS, que é jurista, apontou-lhe “um problema formal, que não é só formal: é que não cumpriu o problema do contraditório”.

“Isso é um problema relevante”, advertiu.

Na quarta-feira, em nota enviada à agência Lusa, o gabinete da ministra Adjunta e dos Assuntos Parlamentares alegou que “o parecer em causa não cabe no âmbito da comissão parlamentar de inquérito (CPI)” e que “a sua divulgação envolve riscos na defesa jurídica da posição do Estado”.

“Por isso mesmo, a resposta do Governo à CPI visa a salvaguarda do interesse público”, lê-se na nota do gabinete de Ana Catarina Mendes, justificando assim o não envio desse alegado documento.

No mesmo dia, ouvida na Comissão de Economia e Finanças da Assembleia da República, a ministra da Presidência, Mariana Vieira da Silva, argumentou que “os pedidos feitos são todos de factos que aconteceram posteriormente à comissão de inquérito parlamentar” sobre a gestão da TAP, “estão fora do seu âmbito”.

“Além disso, estando em causa um parecer jurídico, julgamos que a defesa do interesse público e dos interesses do Estado nesta matéria beneficiam de poder não tornar público um conjunto de informação nesta matéria“, acrescentou.

Na quinta-feira, ouvido na Comissão de Orçamento e Finanças da Assembleia da República, o ministro das Finanças declarou: “Não há nenhum parecer, a ideia que se criou de que haveria um parecer… Não há nenhum parecer adicional àquilo que é a base da justificação da demissão, que é mais do que suficiente para quem a leu, relativamente ao parecer da IGF”.

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PSD já ultrapassa PS nas intenções de voto

  • ECO
  • 24 Abril 2023

Na mais recente sondagem da Aximage para JN, DN e TSF, o PSD conquista 28,6% das intenções de voto, o que compara com os 28,3% do PS.

O PSD já ultrapassa o PS, ao ter 28,6% das intenções de voto na mais recente sondagem da Aximage para o Jornal de Notícias, DN e TSF. O PS conta com 28,3% dos votos dos inquiridos neste barómetro, menos 13 pontos face às legislativas. No entanto, apenas há maioria à direita com o Chega, que se mantém no terceiro lugar com 12,1% das intenções de voto.

Já o Bloco de Esquerda registou um resultado de 6,3% nesta sondagem realizada entre 1 e 14 de abril, que conta com 805 entrevistas. Desta forma, o partido, que terá a liderança renovada com a saída de Catarina Martins, supera as intenções de voto da Iniciativa Liberal (6,1%). Como quinta força, nas intenções de voto surge o PAN (4,5%), seguido pela CDU (3,5%) e o Livre (2,7%). Já o CDS, que já não tem assento na Assembleia da República, consegue 1,3%.

Apesar do desempenho do PSD neste barómetro, é de salientar que fica ainda abaixo do resultado das legislativas. Juntando-se à IL e CDS, uma possível coligação teria um resultado conjunto de 36 pontos, abaixo dos 38 pontos que congregam a antiga geringonça (PS, BE e CDU), que com o Livre e PAN sobem para 45 pontos.

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Combustíveis descem esta semana. Gasolina fica 5 cêntimos mais barata e gasóleo 3 cêntimos

A partir desta segunda-feira, quando abastecer o carro, deverá pagar 1,460 euros por litro de gasóleo simples e 1,664 euros por litro de gasolina simples 95.

Os preços dos combustíveis voltam a baixar esta semana. O gasóleo, o combustível mais usado em Portugal, desce três cêntimos e a gasolina baixa cinco cêntimos, avançou a RTP.

A partir desta segunda-feira, quando for abastecer, deverá passar a pagar 1,460 euros por litro de gasóleo simples e 1,664 euros por litro de gasolina simples 95, tendo em conta os valores médios praticados nas bombas à segunda-feira, divulgados pela Direção-Geral de Energia e Geologia (DGEG).

Estes preços já têm em conta os descontos aplicados pelas gasolineiras e a revisão das medidas fiscais temporárias para ajudar a mitigar o aumento do preço dos combustíveis. Até ao final deste mês, a “redução da carga fiscal passará a ser de 32,8 cêntimos por litro de gasóleo e de 34 cêntimos por litro de gasolina”. Embora, na primeira metade de abril, quer a gasolina, quer o gasóleo tinham um desconto de 34 cêntimos – um valor que se mantinha, aliás, desde o início de março.

Este desagravamento dos preços dos combustíveis surge depois de uma descida de 0,8 cêntimos no gasóleo e uma subida de 0,7 cêntimos na gasolina. Esta semana, acaba assim o comportamento desfasado destes tipos de combustíveis que se tem verificado alternadamente desde meados de maio.

Os preços do crude registaram uma queda semanal de quase 6%, a primeira após quatro semanas consecutivas de ganhos. Os dados económicos dos EUA e o aumento dos stocks de gasolina aumentaram os receios de uma eventual recessão que implicaria uma diminuição da procura global de “ouro negro” e isso explica a quebra semanal.

Evolução do preço do Brent em Londres

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Incentivo do Estado à compra de elétricos em 2023 continua parado

  • ECO
  • 24 Abril 2023

Desde 2017 que o Estado tem dado apoio aos interessados na compra de carros com emissões de CO2 mais baixas ou nulas. Mas os apoios de 2023 ainda não abriram.

A compra de carros elétricos em Portugal segue uma tendência positiva, tendo batido um novo recorde em março. Mas, nesse mês, não foi atribuído nenhum apoio para a aquisição destes veículos, uma vez que as candidaturas continuam encerradas, avança o Público. Noutros anos, por volta desta altura, o regulamento já tinha sido publicado.

Desde 2017 que o Estado tem dado um incentivo à compra de carros com emissões de CO2 mais baixas ou nulas, como os 100% elétricos (BEV) e os híbridos plug-in (PHEV). Nesse ano, o Estado atribuiu 2,3 milhões de euros através do Fundo Ambiental a mais de 900 beneficiários. Em 2022, esse montante ascendia aos dez milhões de euros.

Quanto a 2023, os apoios à introdução aos veículos elétricos ainda estão por ser atribuídos. Segundo o jornal, as candidaturas a estes incentivos só abrem após a publicação em Diário da República de um despacho ministerial com o regulamento, procedimento que acontece, tipicamente, entre fevereiro e março. Questionado sobre o tema, o Ministério do Ambiente e da Ação Climática, que tutela o Fundo Ambiental, responsável pelo pagamento destes incentivos, não prestou esclarecimentos. Certo, é que a continuidade dos apoios está prevista no Orçamento do Estado para 2023.

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O dia em direto nos mercados e na economia – 24 de abril

  • ECO
  • 24 Abril 2023

Ao longo desta segunda-feira, 24 de abril, o ECO traz-lhe as principais notícias com impacto nos mercados e nas economias. Acompanhe aqui em direto.

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Hoje nas notícias: Carros elétricos, Azul e mais-valias

  • ECO
  • 24 Abril 2023

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

A semana arranca com notícias sobre algumas medidas do Estado, como o apoio à compra de carros elétricos, que continua parado, bem como o alargamento do regime excecional das mais-valias do pacote “Mais Habitação”. Os jornais também dão conta do aumento dos preços do vidro, um desafio para a indústria das bebidas. Fique a par destas e doutras notícias que marcam a atualidade nacional.

Apoio do Estado à compra de carros elétricos em 2023 continua parado

A compra de carros elétricos em Portugal segue uma tendência positiva, tendo batido um novo recorde em março, mês em que não foi atribuído nenhum apoio para a aquisição deste tipo de veículo, porque as candidaturas ao incentivo à introdução de veículos elétricos continuam encerradas. Desde 2017 que o Estado tem prestado apoio aos portugueses interessados em comprar um carro elétrico. Ao Público, o Ministério do Ambiente e da Ação Climática não prestou esclarecimentos.

Leia a notícia completa no Público (acesso pago).

Estado deve 189 milhões de euros à brasileira Azul por causa da TAP SGPS

O Estado ainda tem 189 milhões de euros para pagar à companhia aérea brasileira Azul, fundada por David Neelman. A dívida, que vence em junho de 2026, corresponde a 90 milhões de euros em obrigações subscritas pela Azul no âmbito da recapitalização da TAP e 99 milhões referentes a juros acumulados.

Leia a notícia completa no Público (acesso pago).

Preços “absurdos” do vidro geram revolta na indústria das bebidas

A crise energética tem resultado num aumento dos preços na produção do vidro — para níveis “absurdos” –, levando alguns players do setor das bebidas a ameaçar com queixas à Autoridade da Concorrência e a alertar para os riscos da sustentabilidade das PME em Portugal. Segundo o Dinheiro Vivo, as garrafas custam, atualmente, mais do dobro face a 2021. Em termos médios, o setor do vinho fala em acréscimos em média acima dos 55% e em novos aumentos no final de 2022 e início de 2023 de mais 20 a 40%, numa altura em que os custos energéticos retrocederam já para níveis de 2021. A Associação de Vinhos e Espirituosas de Portugal (ACIBEV) escreveu mesmo uma carta à congénere dos vidreiros, a AIVE, a avisar para o “forte impacto” que os preços altos estão a ter nas empresas.

Leia a notícia completa no Dinheiro Vivo (acesso livre).

Mais-valias das vendas de 2022 também têm benefício

O Governo decidiu alargar a medida que prevê que as mais-valias resultantes da venda de imóveis e que sejam usadas para amortizar empréstimos para compra de habitação própria fiquem isentas do pagamento de imposto. Agora, além das transmissões feitas em 2023 e 2024, também são abrangidas as realizadas entre 1 de janeiro e 31 de dezembro de 2022.

Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago).

PSD ultrapassa PS, mas só há maioria à direita com o Chega

O PSD já ultrapassou o PS nas sondagens, registando 28,6% das intenções de voto na mais recente sondagem da Aximage para o JN, DN e TSF. O PS conta com 28,3% dos votos dos inquiridos neste barómetro, menos 13 pontos face às legislativas. No entanto, apenas há maioria à direita com o Chega, que se mantém no terceiro lugar, com 12,1% das intenções de voto. O BE (6,3%) superou a IL (6,1%).

Leia a notícia completa no Jornal de Notícias (ligação indisponível).

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Lucro da Portugal Ventures caiu 83,5%. Só três dos 16 fundos sob gestão não perdem dinheiro

Em termos históricos, dos 16 fundos que a PV tem sob gestão só três – FCR Universitas, FCR Tech Competiveness e FCR Transmissão e Alienação -- tiveram uma taxa interna de rentabilidade positiva.

O lucro da Portugal Ventures caiu 83,5% o ano passado e só três dos 16 fundos que tem sob gestão não perdem dinheiro. Os 12 milhões de lucros alcançados em 2021 (após três anos consecutivos de prejuízos) caíram para 1,98 milhões em 2022, de acordo com o relatório e contas de 2022, publicado no site do Banco Português de Fomento (BPF), no qual foi integrada.

O relatório e contas sublinha que o resultado líquido obtido no exercício de 2022 se deve, sobretudo, ao “nível do valor dos ativos que integram a carteira de capital de risco” da Portugal Ventures (2,05 milhões). Um valor que traduz “o impacto da valorização significativa de empresas participadas com peso relevante em três fundos geridos pela PV e em que detém participação: FCR Universitas, FCR Tech Competiveness (dois dos três fundos que não perderam dinheiro em 2022) e FCR Internacionalização (no qual houve um desinvestimento financeiros). Outro dos pontos a pesar positivamente nos resultados foi o facto de não haver gastos com o fornecimentos e serviços externos e com pessoal.

Houve uma redução dos valores pagos em consultoria, deslocações e estadas, seguros, comunicação e eletricidade que foram 290 mil euros inferiores ao previsto.

Resultados líquidos da Portugal Ventures de 2012 a 2022

Valores em milhares de euros

Em contrapartida, os resultados foram impactados negativamente pela diminuição das vendas e serviços prestados (em 1,8 milhões de euros) face ao orçamentado, porque não foi possível constituir os novos fundos de capital de risco previstos no plano de atividade e orçamento para 2022, “apesar das diligências nesse sentido que foram desenvolvidas ao longo do ano pela equipa de gestão”. Uma equipa que ganhou 235,29 mil euros brutos no ano passado.

O documento sublinha que foram “desencadeados processos” de constituição de novos instrumentos de capitalização que “se encontram atualmente em fase muito avançada de formalização e de sinalização junto de parceiros e participantes potenciais”, destacando o Fundo FCR Growth Diáspora (50 milhões) e o Fundo Turismo Internacionalização (25 milhões) a constituir “por cisão do atual FCR Turismo Crescimento que teve um reforço de capital também em dezembro de 2022 subscrito pelo participante Turismo de Portugal em 20 milhões de euros”.

As vendas e serviços prestados contribuíram negativamente para os resultados já que alguns fundos de capital de risco sob gestão terminam a sua vida útil e não foram formalmente constituídos novos e nem as comissões de gestão obtidas com os FCR Turismo Crescimento e Internacionalização conseguiram compensar esse efeito, explica o relatório e contas da Portugal Ventures, selecionado para o Programa Consolidar, através do qual, com verbas do PRR, irá investir 46,43 milhões de euros em empresas viáveis para as capitalizar, e consolidar. Isto, apesar de, no documento ser várias vezes referido que a PV está a seguir uma política de descontinuidade da atividade de operador de private equity.

Em termos históricos, dos 16 fundos que a PV tem sob gestão, só três – FCR Universitas, FCR Tech Competiveness e FCR Transmissão e Alienação — tiveram uma taxa interna de rentabilidade positiva, ou seja, o total de receitas geradas por um investimento é superior ao valor do investimento inicial. Quando a taxa é negativa representa o ritmo a que perde dinheiro. O fundo que perde mais dinheiro é o Early Stage, seguido do Azores e do Portugal Gateway que conseguiu uma recuperação significativa face a 2021.

Taxa Interna de Rentabilidade desde 2012 dos FCR ativos sob gestão da Portugal Ventures a 31/12/2022 (%)

No final do ano passado, estes 16 fundos de capital de risco tinham 270,3 milhões de euros de ativos sob gestão, ou seja, um aumento de 8,4% (20,9 milhões) face a 2021, ano em que houve um aumento de 48% (80 milhões de euros) face a 2020.

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Eleições na AEP ameaçam clima de paz entre patrões do Norte

Revisão profunda dos estatutos, convocatória eleitoral anulada, convites retirados para a formação das listas. O processo eleitoral está a agitar as águas na principal associação patronal nortenha.

O novo ciclo diretivo na Associação Empresarial de Portugal (AEP), que vai estrear o recente redesenho institucional com impacto nos órgãos dirigentes e que pode ter implicações ao nível da representação externa daqui para a frente, está a provocar uma autêntica convulsão interna no seio da mais representativa associação patronal do Norte do país.

Na sequência de um processo de revisão dos estatutos, que acabou por ser concluído já este ano, os mandatos dos órgãos dirigentes foram alargados de três para quatro anos, sendo fixado um máximo de dois mandatos para todos os membros. Além disso, o presidente da AEP deixa de ocupar em simultâneo a liderança do conselho de administração (CA) e do conselho geral (CG), passando este último a funcionar como um órgão de supervisão, à imagem do que sucede nas grandes empresas.

Em termos práticos, se o CG perde competências na aprovação das contas, por exemplo, que passam a ser uma responsabilidade do órgão executivo — embora sujeito a um parecer do primeiro –, este órgão de supervisão ganha, por outro, “uma independência que não tinha, até porque passa a ter um presidente distinto” (chairman), como explicou ao ECO uma fonte que esteve envolvida no processo. Ainda que a representação externa continua a ser “prioritariamente” do CA, que “passa a ter uma espécie de comissão executiva, também com um conjunto de profissionais que são não executivos”.

Ora, neste novo contexto da organização sediada em Leça da Palmeira (Matosinhos), o atual presidente, Luís Miguel Ribeiro — assumiu a presidência em 2019 após a morte de Paulo Nunes de Almeida e no ano seguinte foi eleito para o mandato que está agora a terminar –, terá, ao que o ECO apurou, avançado com convites a Mário Pais de Sousa (CEO da Cabelte) para a vice-presidência e ao histórico José António Barros, até agora presidente da Assembleia Geral (AG), para assumir o novo cargo de chairman.

No entanto, depois de ouvir apelos à renovação na AEP em conversas com alguns empresários e gestores que integram o atual CG e que representam grandes empresas e famílias do Norte — como é o caso de António Portela (Bial), José Pedro Freitas (Mota-Engil), Paulo Barros Vale (BV Trading), Tomás Moreira (IAFE – Instituto da Empresa) ou José Fernando Figueiredo (Artefacto) –, mas sem os ter informado que já tinha feito aquelas abordagens, Luís Miguel Ribeiro acabou por retirar esses nomes das listas.

Só nessa altura é que os empresários consultados pelo atual presidente da AEP souberam das abordagens prévias e dos compromissos que já tinham sido assumidos. Nomeadamente com José António Barros, que sucedeu a Ludgero Marques e presidiu à AEP entre 2008 e 2014, tendo liderado o plano de reestruturação financeira que salvou a instituição da falência, aprovados pelos credores em 2013 quando acumulava um passivo a rondar os 100 milhões de euros. A principal peça desse plano foi a constituição do fundo Nexponor, gerido pela FundBox, que passou a deter os terrenos e as instalações da Exponor em Matosinhos – e que absorveu a dívida bancária da AEP. Só no final de 2021 é que a AEP pagou aos bancos a última prestação da dívida.

Os ex-presidentes José António Barros e Paulo Nunes de Almeida desenharam e executaram o plano de recuperação da AEP, concluído por Luís Miguel Ribeiro (à direita)Ricardo Castelo

Entretanto, no meio desta agitação relacionada com a constituição das listas para o novo mandato até 2026, as eleições que chegaram a estar previstas para dia 17 de abril acabaram por não se realizar. Na última reunião do CG, com o argumento de que havia uma irregularidade na convocatória que tinha sido emitida por José António Barros – o regulamento eleitoral diz que o presidente da AG deve convocar a assembleia eleitoral sob proposta do CG, e não tinha havido essa proposta –, Luís Miguel Ribeiro pediu a anulação dessa convocatória, o que obrigou à marcação de uma nova data para as eleições: 29 de maio.

Com isto, os responsáveis da AEP ganham mais tempo para a preparação das listas e do programa de ação para o novo mandato. É que os estatutos preveem um prazo de 20 dias para ambos os elementos serem apresentados, que começam a contar a partir do momento em que presidente da AG convoca a nova data. Contactado pelo ECO, Luís Miguel Ribeiro refere que tem estado “a conversar com um conjunto de pessoas — quer com as que fazem parte atualmente, quer com outras –, naquilo que é a dinâmica normal num processo de constituição de listas”.

“Para o momento em que estavam previstas [as eleições], havia já, naturalmente, um conjunto de convites e um plano de ação já trabalhado – que serão agora revistos em função da nova convocatória. (…) É um processo que está em reconstrução, que pode manter-se ou ter ajustes. Mas tudo isso são situações perfeitamente normais num processo eleitoral”, defende o gestor de 52 anos, que liderou antes a Associação Empresarial de Amarante e foi fundador e presidente do CETS – Conselho Empresarial do Tâmega e Sousa (2012-2016).

Para o momento em que estavam previstas [as eleições], havia já, naturalmente, um conjunto de convites e um plano de ação já trabalhado – que serão agora revistos em função da nova convocatória. (…) É um processo que está em reconstrução, que pode manter-se ou ter ajustes.

Luís Miguel Ribeiro

Presidente da AEP

Recusando falar em retirada de convites, Luís Miguel Ribeiro acrescenta que “o que houve foi o convite feito a um conjunto de pessoas, para os diferentes órgãos, para uma convocatória que existia”. “Agora existirá uma nova convocatória para o ato eleitoral e, naturalmente, tudo o que estava – [a composição dos] órgãos e o plano de ação – será tudo ou reconfirmado ou revisto ou ajustado em função daquilo que vier a ficar agora definido”, contrapõe.

Espera vir a liderar essa lista única para o próximo mandato? “Estou a trabalhar com um conjunto de pessoas, a refletir sobre isso, para haver uma proposta que seja consensual. Naturalmente, não serei o único promotor nem a única pessoa a trabalhá-la. Temos estado a fazer esse trabalho com toda a serenidade, sendo certo que são sempre alturas e processos que são dinâmicos e que têm sempre, da parte das pessoas, análises, reações, reflexões e decisões que resultam dessa dinâmica toda”, respondeu o dirigente associativo.

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