Mecanismo ibérico gerou benefício de 489 milhões em 2022
Ministro revela que mecanismo ibérico permitiu uma redução de 20% no preço da eletricidade, desde a entrada em vigor até ao final de 2022, e gerou um benefício de cerca de 489 milhões de euros.
O mecanismo ibérico permitiu uma redução de 20% no preço da eletricidade, desde a entrada em vigor até ao final de 2022, e gerou um benefício de cerca de 489 milhões de euros, anunciou esta terça-feira o ministro do Ambiente.
“Desde que entrou em vigor e até ao final do ano passado, o mecanismo [ibérico] permitiu, segundo as estimativas provisórias do regulador, uma redução do preço final de 49 euros por megawatt-hora (MWh), ou seja, uma redução de 20% face ao preço que ocorreria sem a medida, gerando um benefício de cerca de 489 milhões de euros neste período, para quem está exposto ao mercado”, disse o ministro do Ambiente e da Ação Climática, Duarte Cordeiro, que está a ser ouvido pela comissão parlamentar de Ambiente e Energia, por requerimento do Bloco de Esquerda.
Já em dezembro, no que diz respeito ao preço médio diário do mercado grossista de eletricidade, a poupança foi de 74 euros/MWh, o que representou um decréscimo de 36% face ao preço sem a aplicação da medida.
Segundo o governante, tal deveu-se, essencialmente, “a um maior peso das renováveis e à evolução dos preços do gás no mercado internacional”.
“Para terem uma ideia do efeito do mecanismo, o preço médio obtido em Portugal em dezembro foi menos de metade do preço em França, Grécia ou Itália (283,61 euros/MWh) e 54% do preço praticado na Alemanha”, apontou Duarte Cordeiro.
Em causa está o mecanismo temporário ibérico em vigor desde meados de junho passado para colocar limites ao preço médio do gás na produção de eletricidade, que no caso de Portugal e Espanha é de cerca de 60 euros por Megawatt-hora.
Este instrumento foi solicitado a Bruxelas por Portugal e Espanha em março passado devido à crise energética e à guerra da Ucrânia, que pressionou ainda mais o mercado energético.
O ministro do Ambiente disse esperar que, ao contrário do que aconteceu em 2022, em que o preço da energia esteve acima da inflação, em 2023, o preço da energia fique “abaixo e a puxar para baixo a inflação”.
Já quanto à aposta nas energia renováveis, Duarte Cordeiro lembrou que, em 2021, entraram em funcionamento centrais solares que representam 700 megawatts de potência e que, em 2022, foi quebrada a “barreira dos 2000 megawatts já instalados” e “terão entrado em funcionamento mais cerca de 1.200 megawatts”.
“Continuaremos esta trajetória de aumento de potência solar nos próximos anos, nomeadamente através do arranque, no terreno, dos projetos dos leilões de 2019 e 2020, apontou o ministro.
O governante disse ainda que o Governo está a “ultimar” o leilão para eólicas no mar (‘offshore’), que quer lançar este ano e que acrescerá “uma potência inaudita de 10 gigawatts” à produção, que, apontou, representa quase 10 vezes a potência instalada na cascata do Tâmega, inaugurada no ano passado.
Por fim, Duarte Cordeiro lembrou a medida que permitiu a mudança para o mercado regulado de gás natural, aprovada no ano passado.
O ministro do Ambiente recordou que, até ao momento, e desde 07 de setembro, houve cerca de 163.000 pedidos de adesão à tarifa regulada.
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