Aprovações da linha de crédito de 600 milhões aumentam 60% numa semana
O ministro da Economia anunciou que a linha de 600 milhões “já tem 127,6 milhões de euros contratualizados”, ou seja, 21,2% do total. É um aumento de quase 60% no espaço de uma semana.
A linha de crédito de apoio aos aumentos dos custos de produção, com uma dotação de 600 milhões de euros, já tem 127,6 milhões de euros contratualizados, revelou o ministro da Economia. Isto significa que as contratualizações aumentaram 59,5% no espaço de uma semana. No entanto, isto não significa que as empresas já tenham o dinheiro do seu lado, ao que o ECO apurou.
A presidente executiva do Banco de Fomento foi ao Parlamento, há duas semanas, para dar conta de que o Banco de Fomento está a mexer e entre as metas alcançadas nas oito semanas da nova administração estava a operacionalização da linha de crédito destinada a “apoiar as empresas especialmente afetadas pelo aumento acentuado dos custos energéticos e das matérias-primas, bem como pelas perturbações nas cadeias de abastecimento”. Ana Carvalho revelou que, à data, a linha tinha 80 milhões de euros de operações candidatas.
Uma semana depois, na mesma comissão de Economia e Obras Públicas, foi a vez do ministro da Economia anunciar que a linha “já tem 127,6 milhões de euros contratualizados”, o que se traduz num aumento de quase 60% numa semana, e na utilização de 21,2% da linha.
O Banco de Fomento “está a responder no terreno e pouco a pouco vamos ver um BPF muito mais ativo e próximo do sistema empresarial e um contribuinte claro para a inovação e desenvolvimento das empresas em Portugal”, disse António Costa Silva, num voto de confiança à liderança de Celeste Hagatong e Ana Carvalho e num tom diametralmente oposto ao usado para a direção de Beatriz Freitas. “Não estou contente com o desempenho do Banco de Fomento, temos de melhorar”, chegou a dizer Costa Silva.
Anunciada em setembro, no âmbito do pacote de medidas “Energia para avançar”, a linha de 600 milhões de deveria ter entrado em execução na segunda quinzena de outubro. Mas acabou por ser “lançada” apenas na última sexta-feira de 2022.
Esta linha destina-se a micro, pequenas e médias empresas (PME), assim como small mid cap e mid cap (empresas de pequena-média capitalização, que empregam até 500 trabalhadores, e média capitalização, que empregam até três mil). Serve exclusivamente para financiar necessidades de tesouraria e pode ser concedida por prazos que variam entre um e oito anos. Há um período de carência de 12 meses e a amortização de capital é feita em prestações iguais, sucessivas e postecipadas com periodicidade mensal.
Quando a custos, as empresas podem optar por várias modalidades: taxa fixa ou variável. Neste último caso, o custo é calculado em função da taxa Euribor escolhida (a um, três, seis ou 12 meses) a que acresce um spread máximo de 2,5%. Assim, na pior das hipóteses, as empresas terão de pagar mensalmente 5,82%, isto porque a taxa Euribor a 12 meses é a mais elevada (3,32%, esta sexta-feira). E ao contrário da linha anterior, nesta não existe a possibilidade de parte do capital ser convertida em apoio a fundo perdido. Além disso, os spreads praticados nesta linha são substancialmente mais elevados do que na última linha que tinha um teto máximo de 1,85%.
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