Líder parlamentar diz que Chega está pronto para negociar mas não se vende ao PSD
O líder parlamentar do Chega referiu a subida do partido nas sondagens para afirmar ser "claro como a água" que "não vai haver Governo em Portugal sem o Chega".
O líder parlamentar do Chega assumiu hoje, na Convenção Nacional que decorre em Santarém, que o partido está disponível para negociar, mas não se “venderá” ao PSD. Pedro Pinto referiu a subida do partido nas sondagens para afirmar ser “claro como a água” que “não vai haver Governo em Portugal sem o Chega”, mas que este “não se vai vender ao PSD”.
“O PSD não pode pensar que o Chega se vai vender, não vamos perder as nossas bandeiras, o nosso ADN, vamos negociar, sim. Agora que fique bem escrito que nunca nos venderemos”, declarou.
Nas intervenções políticas, que decorreram antes da apresentação da moção de candidatura de André Ventura à liderança do partido, também Diogo Pacheco Amorim, vogal da direção e um dos estrategas do Chega, subiu à tribuna para garantir que o Chega não aceitará qualquer “Geringonça” de direita, numa alusão ao nome por que ficou conhecida a solução de Governo do PS com apoio parlamentar do BE, PCP e PEV entre 2015 e 2021.
“Não vamos participar numa nova ‘geringonça’, de direita. Que fique claro: não somos nem seremos porteiros da Iniciativa Liberal. Nós vamos estar no Governo com as pastas que entendermos que são as necessárias”, frisou.
Antes, António Tânger Correia, primeiro vice-presidente do Chega, colocou como prioridade a eleição para a Região Autónoma da Madeira (este ano) e, sobretudo, para o Parlamento Europeu (em 2024), afirmando que o partido pode ter aí “o melhor resultado de sempre”.
Falando muito para além dos três minutos estipulados para cada intervenção (quase 12 minutos), Tânger Correia salientou que nas Europeias “cada voto conta” e são elas que permitem a afirmação internacional do partido.
“O Chega tem de ser alguém a nível internacional. Um grande partido só é grande se tiver uma presença internacional” e na Europa a voz do Chega “tem de ser ouvida”, afirmou, assegurando que o partido tem “gente capaz” para representar os portugueses “como os outros não fazem”.
Nas várias intervenções, ouviram-se declarações contra a “onda de revisionismo histórico” da “esquerda bem pensante”, em defesa das Forças Armadas ou dos professores, ou sobre a identificação do partido com André Ventura ou a ausência de oposição interna.
Um militante apelidou André do “verdadeiro antivírus” contra os interesses instalados.
Fernando Pedroso lamentou que o Chega seja alvo de “bullying político” por parte de outros partidos, mas também “pelos adversários internos”, que “estão cada vez mais isolados nas conspirações caseiras porque não têm o apoio da maioria do partido”.
“Um dia venceremos e um dia vamos comer o polvo ‘chuchalista'”, disse Luís Matias.
O Chega realiza, até domingo, em Santarém, a sua V Convenção Nacional, marcada na sequência do chumbo dos estatutos pelo Tribunal Constitucional. Porém, o partido decidiu regressar aos estatutos originais, de 2019, e ajustar os órgãos, em vez de os voltar a alterar este fim de semana.
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