Um ano de maioria absoluta. “Governo pôs-se a jeito, cometeu erros”, diz Costa
Primeiro-ministro admitiu que, no primeiro ano de maioria absoluta, o Executivo "cometeu erros", mas diz ter "aprendido muito", recusando "falta de humildade".
O primeiro-ministro admitiu que, no último ano, o Executivo “cometeu erros”, mas diz ter “aprendido muito”, recusando “falta de humildade”. “O Governo pôs-se a jeito, cometeu erros”, disse António Costa esta segunda-feira, em entrevista à RTP1. A situação dos professores, a dificuldade do acesso à habitação e as recentes polémicas com os membros do Governo foram outros dos temas desenvolvido pelo primeiro-ministro.
“2022 mostrou bem como a maioria [absoluta] pode ser dialogante. Conseguimos vários acordos muito importantes”, disse António Costa, reconhecendo, contudo, que “o Governo pôs-se a jeito”, pois “cometeu erros”. “Aprendi muito neste último ano. O facto de haver maioria [absoluta] reforça muito o escrutínio e o grau de exigência das pessoas”, disse.
Recusando haver “falta de humildade” no seu Executivo, Costa diz que esta maioria absoluta “é uma enorme responsabilidade” e uma “maratona” que tem de ser feita todos os dias, tendo em conta a atual situação do país. “O Governo tem de provar todos os dias o que vale”, nota.
O primeiro-ministro reconhece as recentes polémicas que têm envolvido vários membros do Governo, nomeadamente questões judiciais, mas diz haver questões mais importantes. “Houve três pessoas que saíram por questões de ética ou ligadas a problemas judiciais. Mas esses problemas não se comparam ao que atinge o dia-a-dia”, explicou, afirmando que “mais relevantes que os problemas do Governo são os problemas na vida das pessoas”.
António Costa foi questionado sobre a saída de Pedro Nuno Santos, na sequência da indemnização de 500 mil euros paga a Alexandra Reis. “Pedro Nuno Santos tirou uma ilação política e é um assunto que está esclarecido”, disse.
Sobre o processo que está atualmente em curso, e que o envolve a si e ao ministro das Finanças, Costa afirma: “Não sei se Fernando Medina está a ser objeto de um processo. É um processo que estava há cinco anos parado“, disse, afirmando que o seu ministro, ex-presidente da Câmara de Lisboa, “não foi nem ouvido, nem constituído arguido” e, por isso, “não foi acusado”.
Hesitando responder à pergunta feita pelo jornalista da RTP1, sobre o que aconteceria se Medina fosse formalmente acusado, Costa acabou por responder: “Se houver um ministro acusado, a Assembleia da República delibera se deve ou não suspender as suas funções. Em princípio, havendo uma acusação, não deve o membro do Governo manter-se em funções, mas depende do tipo de crime que é, se interfere ou não com as suas funções”.
Costa falou ainda dos professores, que têm estado em greve na luta por melhores condições. “Estou muito preocupado com a situação das escolas. Compreendo a frustração acumulada de muitos docentes”, disse o primeiro-ministro, afirmando, contudo, que “o que o Governo já propôs é uma verdadeira revolução na carreira de um professor”. O ministro da Educação “fala em nome de todo o Governo”, notou.
No campo da habitação, Costa anunciou um Conselho de Ministros exclusivamente o tema no dia 16 de fevereiro, onde serão anunciadas medidas concretas, tais como a disponibilização de mais fogos públicos para construção de habitação, incentivos à construção de habitação por parte de privados mais apoios para os jovens no arrendamento de habitação.
Relativamente à economia, o Chefe de Governo afirmou que o Executivo tomará “novas medidas” caso sejam “necessárias”. “Vamos ter de responder ao longo do ano a necessidades extraordinárias”, disse, afirmando, contudo, que os portugueses podem “encarar” 2023 “com confiança”.
Esta segunda-feira, em entrevista ao ECO, o presidente do PSD abre a porta à possibilidade de avaliar um pedido de antecipação de eleições se o Governo somar mais um ano de crise e se perder as europeias em meados de 2024. Sobre isto, o primeiro-ministro lembra aos sociais-democratas que “só três vezes o partido que está no poder ganhou as europeias”.
(Notícia atualizada às 21h59 com mais informação)
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