Taxa de desemprego caiu para 6% em 2022, mas subiu para 6,5% no 4.º trimestre
Nos últimos três meses do ano, a taxa de desemprego subiu para 6,5%, devido a um aumento de 12,1% da população desempregada em relação ao trimestre anterior.
A taxa de desemprego em Portugal fixou-se em 6% em 2022, menos 0,6 pontos percentuais (p.p.) face ao ano anterior, segundo os dados divulgados esta quarta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). Mas o desemprego agravou-se nos últimos três meses do ano. Este indicador aumentou 0,7 p.p., para 6,5%, no quarto trimestre de 2022, em relação aos 5,8% do terceiro trimestre.
No ano passado, o número de desempregados em Portugal diminuiu, em média, 7,3% (24,9 mil), para 313,9 mil pessoas, face a 2021, registando o valor mais baixo desde 2011. Entre os jovens (16 aos 24 anos), a taxa de desemprego fixou-se em 19%, menos 4,4 p.p. do que em 2021.
Taxa de variação anual da população desempregada
A contribuir para a variação anual da população desempregada estiveram, sobretudo, os decréscimos nos homens (-10,6%); nas pessoas dos 16 aos 24 anos (-16%); nas pessoas com ensino superior (-14,4%) ou ensino secundário ou pós-secundário (-10,2%); à procura de novo emprego (-8,6%); e desempregadas há menos de 12 meses (-10,3%).
O INE destaca também que, em 2022, a proporção de desempregados de longa duração teve um crescimento homólogo de 1,8 p.p., para 45,2%, sendo que mais de três quintos destes (63,7%) se encontravam nesta situação há dois ou mais anos.
Quanto à subutilização do trabalho — indicador que agrega a população desempregada, o subemprego de trabalhadores a tempo parcial, os inativos à procura de emprego, mas não disponíveis, e ainda os inativos disponíveis, mas que não procuram emprego –, a taxa foi de 11,4%, menos 1,1 p.p. face a 2021.
Por outro lado, o gabinete estatístico estima a média anual da população empregada em 2022 em 4,908 milhões de pessoas, o que representa uma subida de 2,0% (96,4 mil pessoas) comparativamente a 2021 e o valor mais elevado desde 2011. A taxa de emprego situou-se, assim, em 56,5% e aumentou 1,2 p.p. em relação a 2021.
Para esta variação anual da população empregada contribuíram, sobretudo, os acréscimos do emprego registados entre as mulheres (2,3%); as pessoas dos 55 aos 64 anos (4,6%); pessoas com ensino secundário e pós secundário (4,7%); os empregados no setor dos serviços (1,9%); trabalhadores por conta de outrem (2,4%); e os empregados a tempo completo (2,1%).
A população ativa foi, em média, de 5,222 milhões de pessoas, tendo aumentado 1,4% em relação a 2021 (71,5 mil). A taxa de atividade da população em idade ativa situou-se em 60,1%, num aumento 0,9 p.p..
Já a população inativa total ao longo do ano passado foi estimada em mais de 5 milhões de pessoas, uma diminuição de 1,7% (86,9 mil) em relação a 2021 e que corresponde à média anual mais baixa desde 2011. A taxa de inatividade foi de 40,7%, menos 0,8 p.p..
Olhando apenas para os dados do último trimestre de 2022, o total da população desempregada foi de 342,7 mil pessoas, tendo subido quer na comparação com o trimestre anterior (12,1%, mais 36,9 mil pessoas), quer na comparação com o trimestre homólogo (3,7%, mais 12,1 mil pessoas), aponta o gabinete nacional de estatística.
Neste caso, contribuíram, principalmente, os aumentos nos seguintes grupos populacionais: mulheres (15,1 mil; 9,0%); pessoas dos 35 aos 44 anos (9,3 mil; 16,9%); que completaram, no máximo, o 3.o ciclo do ensino básico (22,2 mil; 18,9%); à procura de novo emprego (18,9 mil; 6,8%); e desempregados há menos de 12 meses (26,8 mil; 15,6%).
Do total de desempregados no período entre outubro e dezembro, 42% eram de longa duração, valor inferior em 0,1 p.p. ao do terceiro trimestre e em 6,0 p.p. ao do trimestre homólogo. Esta diminuição deve-se aos decréscimos registados entre os homens, na faixa etária dos 25 aos 34 anos e entre aqueles com ensino secundário ou pós-secundário.
“O peso do desemprego de muito longa duração (24 ou mais meses) no desemprego de longa duração (65,1%) diminuiu 2,0 p.p. em relação ao trimestre anterior e aumentou 7,9 p.p. relativamente ao mesmo trimestre de 2021”, refere o INE.
Com a taxa de desemprego a situar-se nos 6,5% no quarto trimestre, tal representa um acréscimo de 0,7 p.p. face ao trimestre anterior e a um acréscimo de 0,2 p.p. relativamente ao trimestre homólogo de 2021. Entre os jovens dos 16 aos 24 anos, o INE estima este indicador em 19,9%, valor superior em 1,1 p.p. ao dos três meses anteriores, mas inferior em 3,5 p.p. ao do período homólogo.
No que toca à população empregada, os números chegaram a 4,902 milhões de pessoas no último trimestre do ano passado, o que equivale a um recuo de 0,5% (-26,2 mil pessoas) face ao trimestre anterior e a um aumento de 0,5% (23,9 mil pessoas) em relação ao mesmo trimestre de 2021. Da mesma maneira, a taxa de emprego neste período foi de 56,4%, menos 0,3 p.p. comparativamente ao terceiro trimestre de 2022 e mais 0,4 p.p. face ao último trimestre de 2021.
Evolução da população empregada e da taxa de emprego
A maior contribuição para a variação homóloga da população empregada advém, principalmente, dos acréscimos registados nas mulheres (0,8%); pessoas dos 16 aos 24 anos (16,2%); com ensino secundário ou pós-secundário (3,9%); empregados no setor da indústria, construção, energia e água (4,7%), nomeadamente nas atividades das indústrias transformadoras (5,5%); trabalhadores por conta de outrem (1,8%), com contrato com termo (6,5%); e a tempo completo (0,8%).
Na população ativa, estimada em 5,245 milhões de pessoas, verificou-se um aumento de 0,2% em relação ao terceiro trimestre (10,7 mil pessoas) e de 0,7% relativamente ao período homólogo de 2021 (36,0 mil pessoas). Estes números refletiram-se na taxa de atividade da população em idade ativa relativa ao quarto trimestre, que se fixou em 60,3%, mais 0,1 p.p. em relação ao trimestre precedente e 0,5 p.p. por comparação com o quarto trimestre de 2021.
A população inativa, estimada em 5,026 milhões de pessoas no quarto trimestre de 2022, diminuiu relativamente ao trimestre anterior (-0,1%, ou menos 5,4 mil pessoas) e ao homólogo (-1,1%, ou menos 57,1 mil pessoas). A taxa de inatividade situou-se em 40,5%, menos 0,1 p.p. em relação ao trimestre anterior e menos 0,4 p.p. face ao quarto trimestre de 2021.
(Notícia atualizada pela última vez às 13h26)
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