“Está na hora da ANA fazer os seus investimentos” no aeroporto de Lisboa, diz Galamba
O Ministro das Infraestruturas apelou à ANA que avance "rapidamente" com os investimentos no aeroporto Humberto Delgado, cumprindo o contrato de concessão.
A NAV Portugal inaugurou esta terça-feira oficialmente um novo sistema de gestão do tráfego aéreo mais eficiente e otimizado, uma das peças-chave para reduzir os constrangimentos no aeroporto de Lisboa. Presente na cerimónia, o ministro das Infraestruturas afirmou que estão em curso negociações com a Força Aérea para conseguir uma maior melhoria operacional e apelou à ANA que faça também a sua parte, avançando “rapidamente” com os investimentos na infraestrutura.
“Este investimento em conjunto com o processo que estamos a tratar com a Força Aérea no sentido de descongestionar e libertar espaço aéreo na área de Lisboa, permitem melhorar a operação e criar condições para que a ANA cumpra o contrato de concessão e execute com a maior brevidade possível as obrigações de investimento”, afirmou João Galamba à margem da inauguração oficial do TOKSKY, o novo sistema de gestão do tráfego aéreo.
“Muitas vezes a ANA dizia que não fazia os investimentos sem a resolução destes problemas. Estamos a resolver estes problemas. Está a hora da ANA fazer os seus investimentos“, reiterou o ministro quando questionado sobre a possibilidade de se repetirem os congestionamentos do ano passado no aeroporto de Lisboa. A finalizar o seu discurso, já tinha dito que o Governo contava com a ANA para realizar os investimentos “o mais rapidamente possível”. Na cerimónia estiveram quer o chairman da concessionária, José Luís Arnault, quer o CEO, Thierry Ligonnière.
A NAV anunciou a 18 de outubro a migração para o TOPSKY, um novo sistema de gestão de tráfego aéreo que permite otimizar rotas e a prazo recuperar atrasos, contribuindo para poupar combustível às companhias aéreas e reduzir a pegada de carbono. O novo sistema representou um investimento de 83 milhões de euros.
“O investimento que hoje testemunhámos no novo sistema TOPSKY bem como algumas melhorias no espaço aéreo que têm de ser articuladas entre a ANAC [Autoridade Nacional da Aviação Civil], NAV e Força Aérea, que neste momento estão em curso, vão permitir melhorar significativamente a operação do aeroporto de Lisboa”, acrescentou o ministro. João Galamba referiu ainda que o diálogo com a Força Aérea envolve “pequenas melhorias no espaço físico”, sem especificar se se referem ao desejado alargamento da pista, de forma a permitir uma saída rápida dos aviões da mesma, libertando-a. Um espaço que teria de ser conseguido à custa das instalações de Figo Maduro.
“Como o aeroporto Humberto Delgado continuará a ser nos próximos tempos o único aeroporto que temos em Lisboa, importa melhorar na medida do possível a operação. Não estamos tanto a falar do aumento da capacidade, mas da operação. Para os movimentos que já existem ocorrerem com a maior normalidade e menos atrasos. Isso tem benefícios para toda a gente, para as companhias aéreas que utilizam o aeroporto e para quem nos visita”, apontou o ministro das Infraestruturas.
O governante pronunciou-se ainda sobre a privatização da companhia em 2015 e o contrato para a compra de 53 aviões à Airbus, negociado por David Neeleman e que levou o Executivo a encaminhar informação para o Ministério Público, que já abriu um inquérito. “Foi o Governo que denunciou e enviou todos os documentos relativos a esta operação. Sabia e tanto sabia que ficou um pouco chocado e enviou para a Procuradoria Geral da República para que seguisse o seu curso legal”, afirmou João Galamba. “Mostra que a privatização que foi feita em 2015 não foi bem uma privatização”, atirou.
Sobre o atual processo de privatização, considerou que existem “seguramente condições para com tranquilidade avaliarmos o que é melhor para a TAP e o país e é isso que iremos fazer”.
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