CEO da TAP remete para o Governo decisão sobre permanência na TAP
Christine Ourmières-Widener diz que só depois de conhecido o relatório final da Inspeção-Geral de Finanças será possível tirar consequências sobre o processo de saída de Alexandra Reis.
A CEO da TAP não retira, para já, consequências da avaliação da Inspeção-Geral de Finanças ao processo de saída da antiga administradora Alexandra Reis, que o parecer provisório afirma conter irregularidades. Eventual demissão cabe ao Governo, diz Christine Ourmières-Widener.
“Todos temos uma missão e a minha missão foi-me dada pelo Governo. Não me compete a mim responder. Estou focado no meu trabalho“, afirmou a presidente executiva, quando questionada sobre se ponderava demitir-se em face das irregularidades detetadas, em declarações à margem de um evento na feira de turismo BTL. “Não acho que as consequências estejam dependentes da minha decisão. Temos de esperar pelo relatório final. Falar de consequências agora é muito cedo”, acrescentou.
Confrontada com as declarações do Presidente da República, que afirmou que o relatório da IGF, que deverá ser tornado público em breve, deverá ter “consequências jurídicas”, a CEO da TAP anuiu e disse acreditar que serão tiradas as ilações “corretas” e prometeu “honrar qualquer que seja a conclusão final”.
Somos uma companhia pública, temos obrigações de “compliance”, de transparência e de “governance”. Vamos providenciar todos os documentos e toda a informação necessária.
Com a comissão parlamentar de inquérito à tutela pública da gestão da TAP já em curso, Christine Ourmières-Widener garantiu que a companhia enviará toda a documentação solicitada. “Não escondemos nada. Somos uma companhia pública, temos obrigações de compliance, de transparência e de governance. Vamos providenciar todos os documentos e toda a informação necessária. Desde que comecei já fizemos muitas auditorias. Ainda estamos a fazer outras auditorias para ter mais informação que depois vamos disponibilizar”, acrescentou.
Negociações com a Airbus para baixar custo da frota
Christine Ourmières-Widener reagiu também ao polémico contrato de compra de 53 aviões negociado por David Neeleman com a Airbus e que terá lesado a companhia numa soma até 444 milhões de euros, segundo a avaliação feita pela consultora Airborne.
Recusando-se a dizer se a empresa está ainda a ser lesada pelo contrato assinado na privatização de 2015, a CEO confirmou que decorrem negociações com o construtor de aeronaves europeu para reduzir os encargos.
É uma discussão difícil [com a Airbus]. Estamos a tentar de forma muito intensa renegociar estes contratos.
“Temos um plano de reestruturação ambicioso, temos de reduzir os nossos custos, e para qualquer companhia aérea o custo da frota, o custo do combustível e dos motores são os custos mais importantes que podemos controlar. É uma discussão difícil [com a Airbus]. Estamos a tentar de forma muito intensa renegociar estes contratos“, afirmou a responsável, indicando que a TAP não recorreu ainda à via legal. “É muito cedo para passos mais dramáticos”, disse.
(notícia atualizada às 17h45)
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