Empréstimos da casa recuam pelo segundo mês para menos de 100 mil milhões
Montantes de empréstimos à habitação e às empresas estão em queda. Chairman do BCP já sinalizou problema na procura devido à incerteza. Só o crédito ao consumo aumentou.
O chairman do BCP disse que havia um problema no crédito em Portugal, não porque os bancos fecharam (ou vão fechar) a torneira, mas porque a incerteza está a diminuir a procura. Os dados do Banco de Portugal confirmam que os stocks de crédito da casa e também às empresas estão em queda.
Em relação aos empréstimos para habitação, o montante total atingiu os 99,8 mil milhões de euros no final de fevereiro, reduzindo 200 milhões em relação ao mês anterior – que também já tinha verificado uma queda de mais de 200 milhões, de acordo com a informação estatística disponibilizada pelo supervisor.
Embora as novas operações tenham aumentado no arranque do ano, o que acontece é que uma boa parte se deve a renegociações de contratos, que são contabilizadas como novo crédito. Tirando as renegociações, a concessão de novos empréstimos para compra de casa caiu 15% em janeiro.
Para lá das renegociações, muitas famílias estão também a amortizar antecipadamente o crédito da casa – recorrendo às poupanças que tinham nos bancos. Esta tendência tem vindo a acelerar nos últimos meses, de acordo com os principais bancos, com as famílias a procurarem reduzir ou conter a subida da prestação mensal, que têm estado a disparar devido ao agravamento das Euribor.
No segmento dos particulares, e contrariando a tendência do crédito da casa, o stock de crédito ao consumo cresceu no mês passado, totalizando os 20,6 mil milhões de euros.
Bancos com menos crédito
Fonte: Banco de Portugal
Stock do crédito às empresas cai há cinco meses
Nas empresas, o montante de empréstimos concedidos pelos bancos era de 74,5 mil milhões de euros, menos 300 milhões de euros do que no final de janeiro, acrescentam os dados do banco central liderado por Mário Centeno.
Foi o quinto mês que o stock caiu, tendo “encolhido” quase dois mil milhões neste período.
Segundo o Banco de Portugal, a redução dos empréstimos foi mais expressiva para as grandes empresas e para os setores da eletricidade, gás e água, do alojamento e restauração, dos transportes e armazenagem e das indústrias transformadoras.
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