Duas pessoas mortas em ataque com faca no Centro Ismaili
Comunidade muçulmana ismaili desconhece as motivações do homem que hoje de manhã entrou nas suas instalações em Lisboa, armado com um objeto cortante e que matou duas pessoas, deixando outra ferida.
Tudo aconteceu antes das 11 horas: um homem, com uma faca de grandes dimensões, entrou nas instalações do Centro Ismaili, em Lisboa, tendo matado duas pessoas e ferido uma outra. As vítimas mortais são duas mulheres, uma que trabalhava como gestora neste centro e outra que era voluntária.
O autor do duplo assassinato é um cidadão de nacionalidade afegã, com 29 anos, e que tinha sido “recolocado em Portugal ao abrigo do mecanismo de solidariedade de migrantes”, adiantou esta tarde o ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro.
O cidadão “tinha uma vida bastante tranquila”, contando com apoio do Centro Ismaili a nível alimentar e também na aprendizagem da língua portuguesa. Com três filhos menores, o autor do duplo ataque tinha ficado viúvo depois de a mulher ter morrido num campo de acolhimento de refugiados na Grécia.
O autor dos ataques “não tinha qualquer sinalização que justificava cuidados de segurança” e “aparentemente era um cidadão com fácil relação, como na vida da restante comunidade” deste centro, acrescentou José Luís Carneiro em declarações aos jornalistas.
O suspeito dos ataques, depois de ter mostrado resistência às autoridades, foi imobilizado com um tiro no pé por parte da polícia. Este homem foi transferido para o hospital de São José, em Lisboa, onde está a ser operado e sob escolta da polícia.
As reações políticas
Em nota da página da Presidência, Marcelo Rebelo de Sousa, sinalizou que o facto de “estarem a decorrer as investigações para apurar o sucedido” e que “as primeiras indicações apontam para um ato isolado“.
A mesma postura foi adotada pelo primeiro-ministro, António Costa: “é prematuro fazer qualquer interpretação sobre as motivações deste ato criminoso. Devemos aguardar pelo resultado das investigações”, referiu o chefe do Governo em publicação na rede social Twitter.
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Também o líder do PSD, Luís Montenegro, considerou o ataque como um “crime hediondo que a justiça deve punir exemplarmente”. O presidente da Iniciativa Liberal, Rui Rocha, considerou o crime como um “ato chocante, que merece uma profunda condenação”.
“Condenamos veementemente o duplo assassinato ocorrido hoje no Centro Ismaelita de Lisboa, que desenvolve um trabalho imprescindível no acolhimento a refugiados”, lamentou Catarina Martins. “Neste momento de incerteza, em que não sabemos ainda a motivação deste ataque, mas que ao que tudo indica terá sido um ato isolado, apelamos à tolerância e ao respeito por todos”, comentou a porta-voz do PAN, Inês de Sousa Real.
“De alma e coração com a comunidade ismaelita portuguesa e com o Centro Ismaili de Lisboa, que há décadas desenvolve um trabalho ímpar humanitário, social e filantrópico. Estamos solidários com os nossos amigos, vizinhos e concidadãos para o que for necessário no apoio às vítimas”, afirmou o deputado único do Livre, Rui Tavares.
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