Governo da Madeira concede tolerância de ponto nos dias 6 e 8 de abril

  • Lusa
  • 23 Março 2023

A tolerância de ponto abrange os serviços, institutos e empresas sob a tutela do Governo Regional.

O Governo da Madeira (PSD/CDS-PP) decidiu esta quinta-feira conceder tolerância de ponto em dois dias do período da Páscoa – 6 e 8 de abril – nos serviços públicos, institutos públicos e empresas públicas sob a sua tutela.

Atendendo ao significado da Semana Santa na tradição católica do povo madeirense e sendo a Sexta-Feira Santa feriado nacional, foi resolvido estabelecer tolerância de ponto na Quinta-Feira Santa [06 de abril] e no Sábado de Aleluia [08 de abril]”, refere o executivo em comunicado.

A decisão foi tomada na reunião do Conselho do Governo Regional, liderado pelo social-democrata Miguel Albuquerque, que decorreu no Funchal. A tolerância de ponto abrange os serviços, institutos e empresas sob a tutela do Governo Regional.

“Os serviços da administração pública regional autónoma, que, pela sua natureza, sejam de funcionamento ininterrupto, assim como aqueles que, por razões de interesse público, tenham que laborar no(s) dia(s) acima identificados, deverão criar as condições necessárias para que os seus trabalhadores possam gozar a tolerância agora concedida em momento posterior, obtida a concordância dos respetivos superiores hierárquicos”, esclarece o executivo.

Na reunião desta quinta, foi também autorizada, entre outras deliberações, a celebração de contratos-programa com quatro instituições – Associação de Agricultores da Madeira, Associação dos Agricultores das Fajãs do Cabo Girão, Casa do Povo da Serra de Água e Casa do Povo do Faial – no valor global de 93.100 euros.

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Centeno diz que inflação “era e ainda é demasiado alta” e “já pouco temporária”

  • Lusa
  • 23 Março 2023

O governador do banco central admitiu que o economista Joseph Stiglitz “se calhar tem razão de poder ser violento”, tendo alertado para as circunstâncias do aumento dos preços.

O governador do Banco de Portugal (BdP), Mário Centeno, assinalou esta quinta-feira que a inflação “era e ainda é demasiado alta” e já não é vista como um fenómeno temporário, tendo alertado para o risco de exposição das economias.

Questionado sobre o aumento das taxas de juro pelo Banco Central Europeu (BCE) e pela Reserva Federal dos Estados Unidos da América por alunos finalistas no concurso Geração Euro, Centeno explicou que “era muito importante responder à inflação”, que se encontra num patamar em que “já é pouco temporária”. O governador do banco central admitiu que o economista Joseph Stiglitz “se calhar tem razão de poder ser violento”, tendo alertado para as circunstâncias em que o aumento dos preços se verificou.

“Nesta parte, se calhar, tem razão de poder ser violento, que é o facto de termos iniciado todo este processo num período em que tínhamos acumulado um conjunto de almofadas financeiras, de poupanças – quer do lado das empresas, quer do lado das famílias –, durante o período da covid-19 e antes da covid-19, que hoje estamos a utilizar para dar resposta também ao aumento dos preços”, explicou.

Segundo Centeno, esta, a par da solidez do mercado de trabalho que já sublinhou em várias intervenções, é a principal razão para que hoje o consumo não esteja a cair face às taxas de juro mais elevadas. Ainda assim, advertiu, é preciso “ter muita cautela”. “Um dia em que ou as almofadas acabem ou o mercado de trabalho tenha uma viragem significativa, isso pode expor-nos bastante”, disse.

Ao mesmo tempo, Mário Centeno registou que a economia “é uma ciência que vive de uma só variável”: o preço. Nesse sentido, apelou para que os preços relativos não devam ser distorcidos. “Quando nós alteramos os preços relativos estamos a perturbar as regras de decisão das pessoas. Todos nós tomamos decisões com base em preços relativos. Às vezes é entre hoje e amanhã, outras vezes é entre este bem e aquele, ou este serviço e o outro. É sempre o que rege a nossa ação, são os preços”, lembrou o governador do BdP.

E, quando há uma atuação para a estabilização dos preços, há que “também ter cuidado” para não induzir na economia “uma perturbação nestas decisões que as pessoas tomam”.

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Mais de 800 mil nas ruas de Paris contra o aumento da idade de reforma

  • Lusa
  • 23 Março 2023

A meio da tarde, fontes policiais indicaram ter feito já 14 detenções. Mas o desfile sindical decorreu de forma pacífica, com pelo menos 800.000 participantes.

A manifestação desta quinta-feira contra a revisão da lei das aposentações em Paris foi marcada por fortes confrontos entre elementos violentos e a polícia e a destruição de mobiliário urbano e vitrinas de estabelecimentos comerciais.

Pessoas vestidas de preto e encapuzadas, que seguiam algumas centenas de metros à frente da marcha convocada pelos sindicatos, lançaram projéteis às forças da ordem, que responderam com granadas de gás lacrimogéneo, durante o percurso entre a praça da Bastilha e a Ópera, onde está previsto que termine o protesto. Em alguns pontos do trajeto, atearam incêndios aproveitando o lixo acumulado nas ruas da capital francesa devido à greve de recolha, que já dura há mais de duas semanas, o que obrigou à intervenção dos bombeiros.

A meio da tarde, fontes policiais indicaram ter efetuado 14 detenções. Em paralelo com estes distúrbios, o desfile sindical decorria de forma pacífica, com 800.000 participantes, segundo os primeiros números da Confederação Geral do Trabalho (CGT), o que, a confirmar-se, fará desta a maior concentração desde que, a 19 de janeiro, começaram os protestos contra a revisão da lei das reformas em França.

Como em Paris, também se registaram incidentes nas manifestações de outras cidades do país, como Rennes, Nantes, Bordéus e Lorient. Os principais líderes sindicais demarcaram-se dos atos de violência e condenaram-nos, ao mesmo tempo que acusaram o Presidente da República, Emmanuel Macron, de se apoiar neles para descredibilizar a força das suas manifestações.

França vive a nona jornada de protestos contra uma lei que aumenta de 62 para 64 a idade mínima de reforma sem penalizações financeiras, que foi definitivamente aprovada na passada segunda-feira, ao serem chumbadas duas moções de censura ao Governo, uma delas por apenas nove votos.

Macron afirmou na quarta-feira esperar que a alteração à lei das reformas entre em vigor antes do final do ano, assim que receber a aprovação do Conselho Constitucional, ao passo que os sindicatos garantem que prosseguirão os protestos e as greves para obrigar o executivo, chefiado pela primeira-ministra Élisabeth Borne, a recuar e retirar o diploma.

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Greenvolt vê lucros mais do que duplicarem para 16,6 milhões de euros

Desempenho da biomassa e venda de ativos na Polónia ajudaram a energética a mais do que duplicar os lucros em 2022. Receitas ascenderam a 259,7 milhões euros.

Os lucros da Greenvolt mais do que duplicaram, tendo subido 114,3% para 16,6 milhões de euros no acumulado de 2022, quando comparado com o ano anterior.

De acordo com o comunicado divulgado esta quinta-feira, pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a energética liderada por João Manso Neto informa que os ganhos beneficiaram do desempenho da biomassa e do “contributo positivo” do segmento de utility scale, após a primeira operação de rotação de ativos, na Polónia.

As contas da energética revelam que naquele ano, as receitas ascenderam a 259,7 milhões euros, traduzindo-se num aumento de 84%, enquanto o EBITDA (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização), excluindo custos de transação, ascendeu a 96,5 milhões, tratando-se de um crescimento de 57% face ao período homólogo.

A empresa, que opera no segmento da produção de energia elétrica a partir de biomassa exclusivamente proveniente de resíduos, indica que, em 2022 foi injetado na rede mais de 1 terawatts/h (TWh) de energia, o que corresponde a um aumento de 17% face à energia injetada no período homólogo. Neste campo, as receitas subiram 48%, para 195 milhões de euros.

A Greenvolt dá conta de que tem em desenvolvimento projetos de energia solar e eólica de larga escala, cuja potência ascende aos 6,9 gigawatts (GW), “sendo que a maioria dos projetos serão posteriormente vendidos”, informa a nota divulgada, esta quinta-feira, por Manso Neto. Neste departamento, as receitas dispararam para 28,1 milhões de euros (face a apenas 1,8 milhões no ano anterior).

Em comunicado, o CEO sublinha que “2022 foi um ano extremamente importante para o desenvolvimento do plano de negócios apresentado ao mercado aquando da entrada em bolsa”.

No que toca à biomassa, a Greenvolt registou “um elevado desempenho que se traduziu num aumento da energia verde injetada na rede”. Relativamente à promoção de projetos de energia renovável de larga escala, solares e eólicos, a energética diz ter assistido “a uma maior procura por PPA (power purchase agreements ou contratos de longo prazo)”.

Destaque ainda para o aumento de capital de 100 milhões de euros, concretizado em junho, e a emissão de 150 milhões de euros em obrigações verdes de retalho, “tendo ambas as transacções uma procura superior à oferta, o que comprova a confiança dos investidores na gestão da Greenvolt”, informa a nota.

A somar a estes montantes, a energética acrescenta que a emissão 200 milhões de obrigações convertíveis bilaterais com a KKR elevaram para mais de 900 milhões de euros a posição de liquidez da Greenvolt, o que dá à empresa algum conforto para concretizar os investimentos e projetos previstos no seu plano estratégico.

Notícia atualizada às 18h12 com mais informações

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Lucros da Cofina aumentam 147,4%, para 10,5 milhões. Imprensa perde 2,6 milhões e CM TV ganha 2,8 milhões

O EBITDA operacional foi de 13,6 milhões de euros (-8,2%) e o EBITDA de 8,9 milhões de euros (-35,4%), "fortemente impactado pelo reconhecimento de imparidades de goodwill e custos não recorrentes".

A Cofina fechou 2022 com lucros de 10,451 milhões de euros, um crescimento de 147,4% em relação ao exercício de 2021. “O crescimento das receitas de publicidade e de produtos de marketing alternativo, em 5% e 9,5% respetivamente, mais do que compensaram a quebra verificada nas receitas de circulação, conduzindo a Cofina a um incremento de receitas para 76 milhões de euros face aos 75,8 milhões registados um ano antes”, justifica a empresa no relatório enviado ao final da tarde desta quinta-feira à CMVM. As receitas de circulação registaram no último ano um recuo de cerca de 8,5%, para 29,6 milhões de euros.

A Cofina registou então receitas de 76 milhões de euros, um crescimento residual de 1,2%. As receitas de publicidade situaram-se nos 28,1 milhões (+5%) e as de marketing alternativo e outros nos 18,3 milhões (+9,5).

Por segmentos, a imprensa representou em receitas 55,7 milhões e a televisão 20,8 milhões de euros. Temos assim uma quebra de 4,5% nas receitas geradas pelo Correio da Manhã, Sábado, Record ou Jornal de Negócios e, em sentido contrário, um crescimento de 16,1% na CM TV.

Os custos operacionais registaram um aumento de 2%, para os 62,5 milhões de euros. “Este aumento de custos reflete o investimento realizado na cobertura da guerra na Ucrânia, mas também a inflação generalizada de preços, nomeadamente no custo do papel, eletricidade e combustíveis, este último tem provocado um acréscimo dos custos de distribuição”, justifica o grupo.

Em 2022, a empresa registou um EBITDA operacional de 13,6 milhões de euros (-8,2%) e um EBITDA de 8,9 milhões de euros, uma quebra de 35,4%. Este foi “fortemente impactado pelo reconhecimento de imparidades de goodwill e de custos não recorrentes, afirma a Cofina.

O EBITDA TV foi de cerca de 5 milhões de euros (+0,3%) e o da área de imprensa, que inclui também a BOOST (Eventos, Activation e Publishing) foi de 8,6 milhões (-12,5%).

“Durante o período em análise o grupo registou imparidade de goodwill no montante de 3,6 milhões de Euros, assim como custos não recorrentes relacionados com a liquidação da Grafedisport – Impressão e Artes Gráficas, S.A. – em Liquidação, no montante de 1 milhão de euros”, acrescenta o grupo liderdao por Paulo Fernandes. Em simultâneo, “em 31 de dezembro de 2022, na rubrica Imposto sobre o rendimento foi reconhecido o efeito da reversão da provisão em resultado do desfecho favorável ao Grupo de processos fiscais”.

A Cofina fechou o ano com uma dívida líquida nominal de 25,6 milhões de euros, uma redução de 8,3 milhões de euros na comparação com os 33,9 milhões de euros de 2021. O free cash flow (FCF) considerado como redução de dívida líquida, com base na cotação bolsista de 31 de dezembro de 2021, ascendeu a 33,3%, acrescenta o grupo

 

 

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Fatura do gás da EDP baixa em média 20% a partir de abril

Os clientes residenciais da EDP Comercial vão ter uma descida média de 20% na fatura de gás natural em abril.

A EDP enviou uma comunicação aos clientes a anunciar uma redução numa componente do preço do gás, que entrará em vigor a 1 de abril, e representará, em média, para os clientes residenciais da EDP Comercial, uma descida de 20% na fatura de gás natural.

“Apesar de o contexto de mercado ainda não ter estabilizado, a EDP Comercial considera ter condições para baixar a sua componente de preço aplicável ao Consumo de Energia”, lê-se na carta enviada pela EDP aos clientes, a que o Capital Verde teve acesso.

A empresa informa ainda que os descontos de que os clientes dispõem vão manter-se e passam a incidir sobre este novo preço, tal como previsto nas respetivas condições contratuais.

A partir de abril, os preços de todas as componentes da fatura vão manter-se, exceto a rubrica “Energia e Estrutura Comercial”, cujo preço por quilowatt-hora (kWh) desce dos 0,177500 euros para os 0,131000 euros, o que implica uma redução na parcela “Consumo de Energia” de 0,209600 euros/kWh para os 0,163100 euros/kWh.

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Frente Comum receia que anúncio sobre revisão salarial seja “propaganda”

  • Lusa
  • 23 Março 2023

"Se estivermos perante uma ação de propaganda, que finja que resolve e não resolve, o caminho há de ser o desenvolvimento da luta dos trabalhadores, ainda com mais força", avisa Sebastião Santana.

A Frente Comum de sindicatos da administração pública disse esta quinta-feira esperar que o anúncio do Governo sobre a possibilidade de rever aumentos salariais não seja “propaganda” e que resolva os problemas dos trabalhadores, caso contrário, a luta continuará.

Se estivermos perante uma ação de propaganda [do Governo], que finja que resolve e não resolve, o caminho há de ser o desenvolvimento da luta dos trabalhadores, ainda com mais força e razões do que aquelas que já existem hoje”, disse o líder da Frente Comum, Sebastião Santana, à Lusa.

O primeiro-ministro, António Costa, mostrou disponibilidade na quarta-feira, no parlamento, para rever os salários dos trabalhadores da função pública, referindo que a inflação em 2022 foi superior à que o Governo tinha inicialmente previsto.

Para Sebastião Santana, o anúncio de António Costa mostra que “vale a pena lutar”, referindo-se à “grande greve da administração pública” realizada no dia 17 e à manifestação nacional da CGTP, em Lisboa, no dia seguinte, que juntou milhares de trabalhadores.

Estas ações de luta, segundo o líder sindical, fizeram o Governo “perceber aquilo que já toda a gente tinha visto, que é que o aumento do custo de vida está em dimensões incomportáveis e que vai ser preciso rever salários”.

Estamos à espera que na reunião que está agendada para a próxima quarta-feira o Governo meta mãos à obra e que apresente propostas que resolvam os problemas dos trabalhadores, que é tudo o que não tem feito”, afirmou Sebastião Santana, lembrando que a Frente Comum não assinou o acordo de outubro com o Governo que definiu aumentos salariais no mínimo em cerca de 52 euros ou 2% para este ano.

Por sua vez, o líder da Federação de Sindicatos da Administração Pública (Fesap), José Abraão, que assinou o acordo para a legislatura com o Governo, disse valorizar o anúncio e esperar “com expectativa” a reunião agendada para dia 29 no Ministério da Presidência, que tem a tutela do setor. “Valorizamos e saudamos a disponibilidade de o senhor primeiro-ministro para, em negociação, corrigir uma maior inflação face ao que era esperado”, tal como estava previsto no acordo, realçou José Abraão.

Também a presidente do Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado (STE), Helena Rodrigues, manifestou-se satisfeita com o anúncio do primeiro-ministro, sublinhando que o acordo já previa o compromisso de uma revisão caso a inflação fosse superior. “São propostas que vemos de bom grado. É natural que haja uma revisão e a nossa expectativa é positiva”, disse Helena Rodrigues.

Já sobre o anúncio da ministra da Presidência, Mariana Vieira da Silva, sobre a possibilidade de acelerar as progressões na carreira, os sindicalistas aguardam pela proposta em concreto, com Sebastião Santana a considerar que o que foi anunciado pela governante “foi muito dúbio e confuso”.

A ministra da Presidência avançou na quarta-feira à Lusa que o Governo vai propor aos sindicatos progressões mais rápidas para os funcionários públicos para “corrigir os efeitos” do congelamento das carreiras, medida semelhante à prevista para os professores, e que deverá abranger 349 mil trabalhadores, cerca de 65%.

“O objetivo é centrarmo-nos no universo dos trabalhadores da Administração Pública que tiveram um congelamento de cerca de nove anos e quatro meses e encontrar, para este universo de trabalhadores no seu todo, uma solução de aceleração da sua progressão”, disse Mariana Vieira da Silva.

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Saiba quem são as 60 personalidades que a comissão de inquérito da TAP vai chamar

A lista de personalidades que os partidos vão chamar ao Parlamento já está fechada. As audições começam já na próxima semana.

A comissão parlamentar de inquérito (CPI) à TAP já tem definidas as pessoas que vai chamar. São cerca de 60 personalidades ou representantes de entidades que vão passar pela Assembleia da República a partir da próxima semana.

Só três nomes foram unânimes a PS, PSD, Chega, Iniciativa Liberal, PCP e Bloco de Esquerda, os seis partidos com assento na CPI. São eles Pedro Nuno Santos, o anterior ministro das Infraestruturas, Alexandra Reis, a antiga administradora executiva da TAP que saiu com a polémica indemnização de 500 mil euros e Christine Ourmière-Widener, a ainda CEO da companhia.

Só o PCP não colocou na lista Fernando Medina, o atual ministro das Finanças, nem João Leão, o anterior. O mesmo acontece com Manuel Beja, presidente do conselho de administração da TAP. Entre os nomes mais consensuais estão também Humberto Pedrosa, antigo acionista e administrador da transportadora (só o Chega não o chama), e Luís Laginha de Sousa, presidente da CMVM (que só não é chamado pelo Bloco de Esquerda).

Há também personalidades que só um partido requereu a audição. A Iniciativa Liberal quer chamar Carlos Elavai, o managing director da consultora BCG, que apoiou a TAP no desenho do plano de reestruturação. O PCP e o Bloco de Esquerda colocam o foco na privatização da companhia em 2015, e querem chamar António Pires de Lima, ministro da Economia entre 2013 e 2015 e o seu secretário de Estado das Infraestruturas, Sérgio Monteiro. Os comunistas puseram na lista também Violeta Bulc, a comissária europeia que avalizou a venda da TAP nos governos de Passos Coelho.

Além de ter apresentado a lista mais longa (43 nomes), o PSD é também o partido que tem mais personalidades que é o único a chamar: 15 ao todo. Segue-se o PCP com seis.

Os deputados definiram esta quarta-feira seis personalidades a chamar prioritariamente nas próximas três semanas. Os primeiros nomes que gostariam de ouvir, já na próxima quarta e quinta-feira, são António Ferreira dos Santos, que lidera a Inspeção-Geral de Finanças, a entidade responsável pela auditoria que concluiu pela nulidade do acordo celebrado entre a TAP e Alexandra Reis, e o administrador financeiro da companhia aérea, Gonçalo Pires.

Na lista de audições prioritárias estão ainda Alexandra Reis, a presidente executiva da TAP, o chairman da companhia, Manuel Beja, e o presidente da CMVM. A comissão parlamentar de inquérito para “avaliar o exercício da tutela política da gestão da TAP”, proposta pelo Bloco de Esquerda e aprovada pelo Parlamento no início de fevereiro, tomou posse a 22 de fevereiro com um período de 90 dias para terminar os trabalhos. Um prazo desafiante tendo a conta a quantidade de nomes que os partidos querem ouvir.

Veja a lista completa das personalidades e entidades que vão ser chamadas:

  • Fernando Medina, Ministro das Finanças
  • Pedro Nuno Santos, ex-Ministro das Infraestruturas e da Habitação (período 2019 e 2023)
  • João Leão, ex-Ministro das Finanças
  • Mário Centeno, ex-Ministro das Finanças
  • Miguel Cruz, ex-Secretário de Estado do Tesouro
  • João Nunes Mendes, ex-Secretário de Estado das Finanças de João Leão e ex-Secretário de Estado do Tesouro de Fernando Medina
  • Hugo Santos Mendes, ex-Secretário de Estado das Infraestruturas
  • Maria Antónia Barbosa de Araújo, ex-chefe do Gabinete do Ministro das Infraestruturas e da Habitação e actual chefe do Gabinete do Secretário de Estado das Infraestruturas
  • João Galamba, ministro das Infraestruturas
  • Alexandra Reis, ex-administradora executiva da TAP, ex-Presidente do CA da NAV e ex-Secretária de Estado do Tesouro
  • Christine Ourmières-Widener, CEO da TAP
  • Manuel Beja, presidente do conselho de administração da TAP
  • Gonçalo Pires, administrador financeiro da TAP
  • Humberto Pedrosa, ex-acionista e administrador da TAP
  • Ramiro Sequeira, ex-CEO e atual Chief Operating Officer da TAP
  • Antonoaldo Neves, Ex-CEO da TAP
  • Rafael Quintas, ex-administrador financeiro da TAP
  • Miguel Frasquilho, ex-presidente do conselho de administração da TAP
  • Diogo Lacerda Machado, ex-Administrador Não-Executivo da TAP
  • David Neeleman, ex-acionista e administrador da TAP
  • António Macedo Vitorino, presidente da Assembleia Geral da TAP
  • João Weber Gameiro, ex-administrador financeiro da TAP
  • Abílio Martins, ex-Vice Presidente do Marketing and Sales, da TAP
  • Stéphanie Sá Silva, ex-diretora jurídica da TAP
  • Responsável pelo departamento jurídico da TAP na ausência de Stéphanie Sá Silva
  • Luís Manuel Martins, Comissão Vencimentos TAP
  • Maria de Fátima Castanheira Cortês Geada, ex-Presidente do Conselho Fiscal da TAP
  • Auditores da TAP (PWC)
  • Carlos Elavai, Managing Director e Partner da BCG
  • Responsáveis da DGComp com o acompanhamento do plano de reestruturação da TAP
  • Luís Laginha de Sousa, presidente da CMVM
  • Pedro Marques, Ministro das Infraestruturas entre 2015 e 2019
  • António Pires de Lima, Ministro da Economia entre 2013 e 2015
  • Sérgio Monteiro, Secretário de Estado das Infraestruturas, Transportes e Comunicações entre 2011 e 2015
  • Margrethe Vestager, comissária Europeia que tratou da reestruturação da TAP
  • Violeta Bulc, comissária Europeia que avalizou a privatização da TAP em 2015
  • José Luís Arnaut, presidente do conselho de administração da ANA
  • Luís Ribeiro, ex-presidente da ANAC
  • Jaime Serrão Andrez, presidente da Parpública
  • Manuel Teixeira Rolo, ex-Presidente do Conselho de Administração da NAV
  • António Manuel Ferreira dos Santos, Inspetor-geral da Inspeção-Geral de Finanças
  • César Sá Esteves, jurista da SRS Advogados
  • Representante da Morais Leitão, Galvão Teles, Soares da Silva & Associados responsável pela representação de Alexandra Reis nas negociações com a TAP
  • Maria João Araújo, Direção Geral do Tesouro e Finanças
  • José Gato, Direção Geral do Tesouro e Finanças
  • Carlos Durães de Conceição, Parpública
  • Mário Lobo, Parpública
  • Ricardo Penarróias, dirigente do Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC)
  • Paulo Duarte, dirigente do Sindicato dos Trabalhadores da Aviação e Aeroportos (SITAVA)
  • Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Aviação Civil (SINTAC)
  • Tiago Faria Lopes, Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC)
  • Cristina Carrilho, coordenadora da Comissão de Trabalhadores da TAP
  • Plataforma de Sindicatos de Terra do Grupo TAP
  • Sindicato dos Aeroportos de Manutenção e Aviação (STAMA)
  • Sindicato Independente de Pilotos de Linhas Aéreas (SIPLA)
  • Sindicato dos Técnicos de Manutenção de Aeronaves (SITEMA)
  • Fernando Pinto, ex-presidente executivo da TAP
  • Presidente da Comissão de Vencimentos da TAP

 

 

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Jorge Moreira da Silva nomeado diretor executivo de agência da ONU

  • Mariana Marques Tiago
  • 23 Março 2023

Jorge Moreira da Silva foi nomeado diretor executivo da Agência da ONU para as infraestruturas e gestão de projetos (UNOPS).

Jorge Moreira da Silva foi esta quinta-feira nomeado diretor executivo da Agência da ONU para as infraestruturas e gestão de projetos (UNOPS). Depois de deixar a OCDE, para a corrida à liderança do PSD, Moreira da Silva regressa a uma instituição multilateral.

A decisão foi anunciada pelo Secretário-Geral da organização, António Guterres, e tratou-se de “um processo competitivo” ao qual Jorge Moreira da Silva concorreu individualmente, explica em comunicado.

No Twitter, Jorge Moreira da Silva escreveu que se sente “profundamente honrado” por ser nomeado para este cargo, o qual considera um “incrível desafio”.

O agora diretor executivo da Agência da ONU, é professor convidado na Universidade do Porto, foi diretor da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico) entre 2016 e 2022 e ministro do Ambiente, Ordenamento do Território e Energia entre 2013 e 2015.

(Notícia atualizada às 18h17)

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Parlamento turco dá primeiro passo para adesão da Finlândia à NATO

  • Lusa
  • 23 Março 2023

Mas a Suécia ainda aguarda pela aprovação da Turquia, que fez depender o seu acordo à adesão à NATO de alterações na política de apoio ao Partido dos Trabalhadores do Curdistão.

Uma comissão parlamentar turca deu esta quinta-feira a aprovação inicial à adesão da Finlândia à NATO, depois de o Presidente Recep Tayyip Erdogan ter dado “luz verde” para o processo, noticiou a imprensa local. A adesão da Finlândia foi aprovada pela comissão de Negócios Estrangeiros do parlamento, de acordo com o Daily Sabah, citado pela agência espanhola Europa Press.

“A Assembleia Geral do Parlamento turco ainda precisa de aprovar o projeto de lei para que a Finlândia se torne membro do bloco militar”, escreveu o jornal. A Suécia ainda aguarda pela aprovação da Turquia, que fez depender o seu acordo à adesão à NATO de alterações na política de apoio ao Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), que Ancara considera como uma organização terrorista.

Além da Turquia, a Hungria também ainda não ratificou a adesão da Suécia entre os 30 membros da NATO (sigla inglesa da Organização do Tratado do Atlântico Norte). O ministro-adjunto dos Negócios Estrangeiros turco, Burak Akçapar, lembrou à comissão parlamentar que Suécia e Finlândia assinaram um acordo com a Turquia, em junho de 2022, em que assumiram dois compromissos para Ancara aceitar a adesão.

Um é o apoio à luta da Turquia contra o terrorismo. Em segundo lugar, a eliminação das restrições impostas ao nosso país em matéria de produtos da indústria de defesa”, disse Akçapar, citado pela agência turca Anadolu. Sem se referir à Suécia, Akçapar referiu que a adesão da Finlândia à NATO é o resultado da guerra na Ucrânia, que disse ter abalado profundamente a segurança da região euro-atlântica.

A atual guerra na Ucrânia, iniciada com a invasão russa em 24 de fevereiro de 2022, levou os dois países nórdicos a abandonar a política tradicional de não alinhamento pela adesão à NATO. A Suécia e a Finlândia apresentaram os pedidos de adesão ao mesmo tempo, mas presume-se agora que a Finlândia estará um passo à frente.

Erdogan deu “luz verde” na semana passada para completar o processo de ratificação da adesão da Finlândia à NATO após meses de atraso, principalmente devido à Suécia, que Ancara acusou de não colaborar na perseguição de grupos curdos.

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Inflação atira receitas da Altri para mais de mil milhões de euros em 2022

Quantidade vendida registou descida homóloga de 4%, mas “alta dos preços nos mercados internacionais” vale recorde de vendas. Lucro da Altri sobe para 152,1 milhões em 2022.

Influenciadas pela “alta dos preços nos mercados internacionais”, as receitas totais do grupo Altri dispararam 34,4% em 2022, superando pela primeira vez a fasquia dos mil milhões de euros. Apesar do “ambiente inflacionista de vários custos variáveis”, o lucro das operações continuadas atingiu 152,1 milhões, subindo 23% face a 2021.

Através da Caima, Celbi e Biotek, que faturam 85% no estrangeiro, o grupo produziu um volume recorde de fibras celulósicas (1.142,6 mil toneladas, +1,5%). No entanto, a quantidade vendida registou uma descida homóloga de 4%, explicada pelo recuo de 9% no último trimestre do ano passado devido a “algum abrandamento na procura”.

Em termos de rentabilidade, a empresa destaca num comunicado à CMVM que conseguiu manter praticamente o nível. O EBITDA atingiu 301,4 milhões de euros, 32,4% acima de 2021, atingindo uma margem de EBITDA de 28,3%: uma redução de 0,4 pontos percentuais, “apesar da forte inflação dos diversos custos variáveis”.

Num ano em que o investimento líquido ascendeu a 45,3 milhões de euros – inclui cerca de 10,3 milhões da nova caldeira de biomassa para a unidade industrial da Caima –, o CEO, José Soares de Pina, salienta que a Altri apresenta “uma sólida posição financeira, reduzindo o já baixo nível de dívida líquida (1,1x EBITDA), o que permite manter a flexibilidade financeira para agarrar as oportunidades futuras da bioeconomia”.

Além da produção de fibras celulósicas, o grupo está também presente no setor de energias renováveis de base florestal, nomeadamente a cogeração industrial através de licor negro, gerindo atualmente cerca de 90,4 mil hectares de floresta em Portugal. Detém ainda três biorefinarias no país, com uma capacidade instalada que em 2022 superou as 1,1 milhões de toneladas/ano de fibras celulósicas.

No comunicado divulgado esta quinta-feira, a Altri antecipa que, depois de um ano “extremamente desafiante a tentar minimizar o efeito de uma inflação generalizada dos custos variáveis”, começou a verificar “alguma estabilização dos preços” no quarto trimestre de 2022 e no arranque de 2023. Os acréscimos nos custos de produção foram justificados com a evolução do preço do gás natural e eletricidade, o preço dos químicos e o custo da madeira, devido ao maior nível de importação e à evolução do dólar.

Em relação ao projeto Gama, que envolve a construção de uma unidade industrial de raiz na Galiza, com uma capacidade produtiva anual de 200 mil toneladas de pasta solúvel e fibras têxteis sustentáveis, o grupo diz apenas que “continua a trabalhar com o objetivo de anunciar a decisão final de investimento” durante este ano. “Estamos a avançar nos principais pilares para a tomada de decisão, nomeadamente no estudo de impacto ambiental, projeto de engenharia, viabilidade económica, estrutura de financiamento e acesso a fundos da União Europeia”, detalha.

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Allianz, Generali, Zurich e italianos da Reale ficam na corrida à Liberty

As maiores seguradoras da Europa e a Reale, uma mútua italiana, passaram à 2ª fase da compra dos negócios europeus da Liberty. AXA, as maiores espanholas e a Fidelidade não foram a jogo.

Terminou a primeira fase de venda do braço europeu da Liberty Mutual que inclui Portugal, Espanha e Irlanda, uma operação que mobilizou os grandes europeus dispostos a pagar um valor de referência de 1.000 milhões de euros por mais quota de mercado no seguro automóvel e multirriscos nos três mercados.

O Bank of America, que está a coordenar a operação, tinha definido esta quarta-feira para pré-selecionar candidatos que agora terão mais informação para apresentarem uma proposta vinculativa antes do verão.

Sede em Madrid da Liberty Mutual na Europa. A venda da seguradora interessou as 3 maiores da Europa e uma surpresa chegou de Itália.

Sem informação oficial, o jornal espanhol Expansion adiantou que ficaram para uma segunda fase a Allianz, Generali, Zurich, a Reale Mutua e a AXA. No entanto fontes próximas do negócio afirmaram ao ECOseguros que os franceses da AXA desistiram de seguir o caminho da compra, tal como a Fidelidade – que estudou a operação tendo em vista uma expansão mais rápida do seu negócio em Espanha, mas desistiu mesmo antes de assinar um acordo de confidencialidade sobre a operação.

A informação não oficial recolhida por ECOseguros indica que, nesta primeira manifestação de intenções, a Allianz foi a mais diligente e parece ser a mais bem colocada. A seguradora alemã está já presente nos três mercados, tal como a Zurich que, a haver a hierarquia, será a segunda mais empenhada em ficar com os negócios da Liberty na Europa.

A Generali, ainda por informação de fontes externa, terá apresentado a proposta inicial de valor mais elevada, mas acredita-se que se poderá vincular por um valor mais baixo. Durante a recente apresentação das contas de 2022, Philippe Donnet, CEO do grupo italiano, comentou que procurava “sempre boas oportunidades em fusões e aquisições, que criem valor para todos os stakeholders e que sejam consistentes” com o enquadramento estratégico e disciplina financeira”. Também é conhecido que o atual plano estratégico em vigor no grupo disponibiliza 2,5 a 3 mil milhões de euros para aquisições.

Na imprensa italiana comenta-se que a Generali poderá avançar com um preço 10 a 12 vezes o resultado líquido da vendedora, que foi de 45 milhões de euros, o que teria colocado a oferta inicial muito abaixo dos mil milhões falados. Por isso é de esperar que a carteira da Liberty seja analisada pela Generali ao detalhe na segunda fase, com a hipótese de potenciais economias de escala num negócio essencialmente de automóvel e habitação em Espanha, Portugal e Irlanda, poder ser interessante para os italianos.

Novidade entre os interessados é o Reale Group, uma mútua italiana com prémios de 5,3 mil milhões de euros em 2022, com uma presença forte em Espanha e Chile, sempre mais focada nos ramos automóvel e habitação. A Reale Mutua Assicurazioni, tem quase 200 anos de existência e é a maior seguradora mutualista de Itália.

Para além da Fidelidade e da AXA, também as seguradoras espanholas se desinteressaram no negócio. O presidente da Mutua Madrilena afirmou que não era da cultura do grupo entrar em leilões, a Mapfre desde o início se demonstrou de fora do negócio e a Catalana Occidente (agora Occident) também acabou por não avançar para a 2ª fase.

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