AB InBev conquista prémio Creative Marketer of the Year 2023 do Cannes Lions

"Esta vitória vai contra a tendência e demonstra um compromisso contínuo com a criatividade como um motor de crescimento", diz a organização.

A AB InBev – empresa multinacional de bebidas e cervejas, com sede na Bélgica, e formada em 2004 através da fusão da belga Interbrew e da brasileira Ambev – conquistou, pelo segundo ano consecutivo, o prémio Creative Marketer of the Year 2023, atribuído pelo Cannes Lions. É a primeira marca na história do Festival a conseguir tal proeza.

A distinção visa reconhecer “a excelente criatividade que tem levado ao crescimento sustentável do negócio” da marca, o conjunto de trabalhos premiados amealhados ao longo dos tempos e a reputação que esta tem conquistado ao produzir “soluções de marketing corajosas, criativas e inovadoras”, refere a organização.

Reforçando que esta é uma conquista sem precedentes, Michel Doukeris, CEO da AB InBev, citado em comunicado, considera que este é um “reconhecimento à criatividade de toda a equipa de marketing” e ao seu foco em conectar a marca, de uma maneira significativa, com os consumidores.

“Investir em crescimento é a nossa prioridade número um e este reconhecimento da criatividade demonstra ainda mais o nosso crescimento como uma marca de excelência“, acrescentou.

“A criatividade torna-se uma vantagem competitiva quando usada para resolver os problemas dos consumidores e do negócio“, afirma no mesmo comunicado Marcel Marcondes, diretor do departamento de marketing da AB InBev, acrescentando que a empresa foi nomeada Creative Marketer of the Year pela primeira vez em 2022 e que terminou esse ano com o maior volume [de vendas] de todos os tempos, pelo que “é bastante emocionante começar 2023 na mesma posição. Vamos continuar a sonhar em grande com os nossos excelentes parceiros“.

“Mais uma vez a AB InBev elevou a fasquia e incorporou uma cultura que assegura o sucesso contínuo. Esta vitória vai contra a tendência e demonstra um compromisso contínuo com a criatividade como um motor de crescimento“, felicitou por parte da organização, Simon Cook, CEO da Lions.

O prémio será entregue na última noite do Festival, que decorre entre os dias 19 e 23 de junho.

A AB InBev produz diversas marcas de cerveja, como a Brahma, Budweiser ou Corona Extra. Em 2022 ganhou um total de 49 leões, entre um grande prémio, 10 ouros, 19 pratas e 19 bronzes, distribuídos por 10 marcas de sete países.

 

Exemplo de um dos trabalhos da marca, o qual arrecadou a distinção de ouro na categoria “social e influenciador”, nos Lions 2022

 

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Putin promete compensação em triplicado a empresários que investirem agora

  • Lusa
  • 16 Março 2023

Presidente russo admite que há uma série de problemas “relacionados com a logística, as finanças, as infraestrutura e a tecnologia” que ainda têm de ser resolvidos.

O Presidente russo, Vladimir Putin, apelou hoje aos grandes empresários do país para que invistam na economia, prometendo que o que aplicarem agora “terá compensações em triplicado” no futuro, apesar das sanções ocidentais.

“Os investimentos oportunos de hoje ser-vos-ão pagos amanhã em triplicado, sem a menor dúvida”, assegurou hoje Putin numa reunião realizada em Moscovo com membros do Sindicato dos Empresários Russos.

O chefe do Kremlin especificou que os setores onde devem ser feitos mais investimentos são a indústria manufatureira, o turismo doméstico ou as marcas locais.

Segundo Putin, apesar das sanções ocidentais impostas na sequência da invasão e consequente guerra na Ucrânia, existem “grandes oportunidades” no país em praticamente “qualquer área de atividade” e para todos os negócios.

“Hoje, na Rússia, estão a abrir-se grandes oportunidades em quase todas as áreas de atividade e de negócio”, disse.

O Presidente russo admitiu, no entanto, que há uma série de problemas “relacionados com a logística, as finanças, as infraestrutura e a tecnologia” que ainda tem de ser resolvida.

Este é o primeiro encontro de Putin com o Sindicato dos Empresários desde o início da intervenção militar na Ucrânia, tendo-se reunido quase mil delegados na Casa da Música, entre milionários, representantes de pequenas e médias empresas e funcionários públicos de vários ministérios.

O vice-primeiro-ministro russo, Andrei Belousov, pediu o relaxamento das restrições aos investidores estrangeiros que decidiram apostar na Rússia após o início da guerra e a imposição de sanções ocidentais.

“Estas pessoas vieram sabendo o que as espera devido às condições criadas por países hostis”, defendeu.

Esta semana, Putin admitiu haver perigo de, a médio prazo, se registar um impacto negativo na economia nacional devido às sanções ocidentais.

“Sim, temos de reconhecer que aqueles que nos desejam mal esperam causar-nos problemas a médio prazo. De facto, esse perigo existe. Estamos cientes disso”, reconheceu.

Putin voltou hoje a manifestar-se no mesmo sentido perante a reunião da comunidade empresarial em Moscovo, insistindo que o Governo compreende perfeitamente que existem riscos a médio prazo que “devem ser tidos em conta”.

No entanto, o Presidente russo mostrou-se também convencido de que a Rússia será capaz de superar todos esses riscos.

“A economia russa está a assumir uma qualidade completamente diferente e começa a desenvolver-se segundo um modelo diferente”, destacou, aludindo à alteração do foco do país para os chamados Estados amigos, principalmente no Oriente.

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Marcelo vai promulgar “com urgência” diplomas da habitação

  • Joana Abrantes Gomes
  • 16 Março 2023

Para o Presidente da República, os diplomas aprovados esta quinta-feira parecem "os mais urgentes" e, por isso, garante que serão promulgados rapidamente.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, garantiu que serão promulgados “com urgência” os dois decretos-lei aprovados esta quinta-feira em Conselho de Ministros no âmbito do pacote de medidas para a Habitação.

Daquilo que vi da lista de diplomas, pareceram-me os que eram mais urgentes. É, portanto, justificável que o Governo tenha avançado primeiro com eles para poderem entrar em vigor o mais rapidamente possível e produzir efeitos na vida de muitos portugueses”, afirmou Marcelo, em declarações aos jornalistas transmitidas pela RTP3.

Em causa estão dois diplomas, de “caráter extraordinário e de natureza temporária”, que visam apoiar as famílias no pagamento de rendas e da prestação do crédito à habitação.

Segundo o primeiro-ministro avançou em conferência de imprensa, o decreto-lei de apoio ao arrendamento não teve alterações significativas face à proposta inicial. Contudo, houve mudanças no apoio ao pagamento da prestação do crédito à habitação, que passa agora a abranger créditos até 250 mil euros e não 200 mil euros, como inicialmente tinha sido estabelecido, e contratos realizados até 15 de março.

O Chefe de Estado comentou ainda a situação económica atual, com a qual se mostrou preocupado. “Não podemos ser insensíveis ao que aconteceu a entidades bancárias norte-americanas, não podemos ser insensíveis à sua repercussão em bancos europeus e na bolsa“, afirmou Marcelo, em referência ao colapso do Silicon Valley Bank (SVB) e à turbulência no Credit Suisse e nos mercados financeiros.

“Preocupa-me a inflação e o facto de isso provavelmente provocar, da parte das entidades reguladoras, uma continuação de uma política de subida de juros muito acentuada”, acrescentou, já sobre a nova subida das taxas de juro, em 50 pontos base, anunciada esta quinta-feira pelo Banco Central Europeu (BCE).

Marcelo teme que estes fatores dificultem a saída da crise e a recuperação das economias. “Esperemos que não, mas já vi, noutros tempos, garantir que as soluções encontradas para certas crises eram sólidas e depois não era tão fácil encontrar soluções sólidas. Não escondo que esta evolução não facilita a tarefa dos Governos”, alertou.

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Lucro dos CTT cai 5,2% para 36,4 milhões de euros em 2022. Dividendo de 12,5 cêntimos por ação

  • Joana Abrantes Gomes
  • 16 Março 2023

No último ano, os Correios registaram um recuo de 5,2% nos lucros quando comparado com 2021. Banco CTT contribuiu com 126 milhões de euros (+27,4%), ancorado no crescimento da carteira de crédito".

Os CTT encerraram 2022 com um resultado líquido de 36,4 milhões de euros, o que representa uma queda de 5,2% face ao ano anterior. Em comunicado enviado esta quinta-feira à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), o grupo indica ainda que os rendimentos operacionais cresceram 6,9%, para 906,6 milhões de euros, face a 2021.

A empresa de correios refere que vai propor aos acionistas o pagamento de um dividendo de 12,5 cêntimos por ação, considerando que este valor “representa a rentabilidade de dividendo de aproximadamente 4,1% e um rácio de payout de aproximadamente 47,7%”.

A maioria das receitas dos CTT foi gerada pelos correios, correspondendo a 460,9 milhões de euros, o que espelha um aumento de quase 3,7% em relação a 2021. Este segmento foi “positivamente influenciado” pelo crescimento do negócio de soluções empresariais (mais 38,2 milhões) e penalizado pelo decréscimo acentuado dos rendimentos do correio internacional de entrada (menos 12,6 milhões).

Apesar do “contexto económico desafiador”, o negócio do correio expresso e das encomendas registou uma subida ligeira de 1,3%, para 259 milhões de euros, ao longo do último ano.

o Banco CTT contribuiu com 126 milhões de euros, traduzindo um aumento homólogo anual de 27,4% ancorado “no crescimento da sua carteira de crédito”, enquanto os serviços financeiros e retalho geraram receitas de 60,7 milhões de euros, ou seja, 24,2% acima do apurado em 2021.

Apesar da queda dos resultados líquidos, 2022 ficou marcado por um aumento dos gastos com pessoal, que cresceram em 5 milhões de euros, isto é, mais 1,4% em comparação com o ano anterior. Os CTT indicam que este aumento aconteceu, sobretudo, na área de negócio de correio e outros, devido à aquisição da NewSpring Services.

No total, o grupo contava com 12.506 funcionários no dia 31 de dezembro de 2022, menos 102 (-0,8%) do que um ano antes. “Verificou-se um decréscimo de trabalhadores/as na área de negócio de Correio e Outros (-254), onde se têm desenvolvido projetos que visam o aumento da produtividade das operações, através da adaptação da rede ao novo perfil de tráfego reduzindo a necessidade de contratação suplementar”, lê-se no comunicado.

Os gastos operacionais, por outro lado, aumentaram 8,2% face a 2021, situando-se nos 850,5 milhões de euros. “Os itens específicos ascenderam a uma perda líquida de 8,4 milhões, o que compara com um ganho líquido de 1,8 milhões”, detalha a empresa. Esta categoria divide-se entre custos de reestruturação do centro corporativo de cinco milhões, que “incluem sobretudo acordos de suspensão de contratos de trabalho, custos associados a projetos estratégicos no montante de 4,3 milhões e ganho líquido não recorrente de 0,9 milhões”.

O EBIT recorrente (resultados antes de juros e impostos) fixou-se em 64,5 milhões de euros, o que equivale a um crescimento de 4,4% face ao ano anterior. O cash flow operacional da empresa aumentou 37,8 milhões, para 99,6 milhões de euros, em relação a 2021.

(Notícia atualizada pela última vez às 19h05)

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EUA divulgam imagens de avião russo a danificar drone sobre o Mar Negro

  • Lusa
  • 16 Março 2023

A operação parecia ter como objetivo bloquear os instrumentos óticos do drone e expulsá-lo da área. A Rússia garantiu que os seus aviões de guerra não atingiram o drone.

Os Estados Unidos divulgaram esta quinta-feira imagens do que diz ser um avião russo a despejar combustível por cima de um drone de vigilância da Força Aérea norte-americana e a danificar a hélice do aparelho que sobrevoava o Mar Negro.

O vídeo, de 42 segundos, mostra um avião Su-27 russo a aproximar-se da parte de trás do drone MQ-9 (aparelho aéreo não tripulado) e a libertar combustível à medida que passa, explicou o Departamento de Defesa dos Estados Unidos (Pentágono).

Segundo a mesma fonte, a operação parecia ter como objetivo bloquear os instrumentos óticos do drone e expulsá-lo da área.

Imagens de um avião russo a despejar combustível sobre um ‘drone’ de vigilância da Força Aérea norte-americana e a danificar a hélice do aparelho que sobrevoava o Mar Negro.Lusa

Numa segunda abordagem, adianta o Pentágono, o mesmo avião ou outro caça russo que acompanhava o MQ-9 atingiu a hélice do drone, danificando uma das pás.

Os militares norte-americanos avançaram ter, então, abandonado o MQ-9 Reaper no mar depois do que descreveram como uma interceção perigosa do caça russo ao aparelho aéreo não tripulado.

O trecho do vídeo divulgado pelo Pentágono não mostra o que aconteceu antes ou depois do alegado confronto e despejo de combustível em cima do drone.

A Rússia garantiu que os seus aviões de guerra não atingiram o drone e afirmou que o veículo aéreo não tripulado caiu depois de fazer uma manobra sobre o mar.

Questionado sobre se a Rússia iria tentar recuperar os destroços do drone, o porta-voz da Presidência russa (Kremlin), Dmitri Peskov, remeteu a decisão para os militares. “Se considerarem necessário fazê-lo no Mar Negro para benefício dos nossos interesses e da nossa segurança, fá-lo-ão”, afirmou.

O secretário do Conselho de Segurança da Rússia, Nikolai Patrushev, referiu, na quarta-feira, que Moscovo iria tentar recuperar os fragmentos do ‘drone’.

As autoridades dos Estados Unidos dizem acreditar de que nada de valor militar esteja nos destroços do ‘drone’.

A Rússia e os países membros da NATO (Organização do Tratado do Atlântico Norte) intercetam regularmente os aviões de guerra um do outro, mas este incidente com o ‘drone’ ocorrido no espaço aéreo internacional do Mar Negro ganha relevância tendo em conta o atual contexto.

Foi a primeira vez, desde a Guerra Fria, que uma aeronave dos Estados Unidos foi derrubada após um encontro com um avião de guerra russo, situação que realçou o risco de confronto entre a Rússia e o Ocidente no contexto da guerra em curso na Ucrânia.

A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro do ano passado, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

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Autoridades russas cometeram crimes de guerra na Ucrânia

  • Lusa
  • 16 Março 2023

Comissão internacional da ONU que investiga crimes de guerra diz ter provas suficientes para apontar que as autoridades russas cometeram crimes de guerra na Ucrânia e também na própria Rússia.

Uma comissão internacional da ONU que investiga crimes de guerra da Ucrânia afirmou esta quinta-feira ter provas suficientes para apontar que as autoridades russas cometeram crimes de guerra na Ucrânia e também na própria Rússia.

Além disso, as forças russas cometeram crimes contra a humanidade na onda de ataques que começaram em outubro de 2022 contra as infraestruturas de energia ucranianas, assim como os responsáveis políticos que validaram o uso da tortura pelos militares russos.

“A comissão concluiu que as forças armadas russas realizaram ataques com armas explosivas em áreas povoadas com aparente desrespeito pelo sofrimento e danos aos civis”, referiu o relatório, que foi apresentado esta sexta-feira à imprensa e será levado na próxima semana ao Conselho de Direitos Humanos da ONU.

No curso da sua investigação, os membros do grupo da ONU (Erik Møse, da Noruega; Jasminka Dzumhur, da Bósnia e Herzegovina; e Pablo de Greiff, da Colômbia) viajaram oito vezes para a Ucrânia, visitando 56 cidades e entrevistando cerca de 600 pessoas, além de visitar locais destruídos, centros de detenção e tortura, e testemunhar todos os restos de armas e explosivos espalhados pelo país.

A comissão declarou ainda que não observou genocídio na Ucrânia desde a invasão russa no país, mas recomendou a continuidade das investigações sobre esta questão. “Não constatamos que tenha ocorrido um genocídio na Ucrânia”, disse aos jornalistas Erik Møse, um dos três especialistas encarregados da investigação. Mose referiu, entretanto, “que certos aspetos podem levantar questões sobre este tipo de crime”.

À medida que as forças russas avançavam no território ucraniano, multiplicavam-se as mortes de civis que nada tinham a ver com as hostilidades, bem como a sua detenção e confinamento em instalações construídas para o efeito na Ucrânia ocupada e na Rússia, segundo o documento.

Nesses lugares, os maus-tratos rapidamente se transformaram em tortura por motivos tão triviais como “falar ucraniano” ou “não recordar a letra do hino russo“. Soldados russos invadiram residências particulares e praticaram violência sexual ou ameaçavam usá-la contra mulheres e homens, indicou o documento.

Das crianças deportadas para o território russo, as testemunhas ouvidas pela comissão indicaram que as mais novas podem ter perdido permanentemente o contacto com as suas famílias.

Por outro lado, as investigações da comissão também permitiram estabelecer que a invasão da Rússia e os ataques contra a Ucrânia podem constituir um ato de agressão, que pode ser investigado e o Tribunal Penal Internacional (TPI) pode abrir um processo judicial.

A comissão também investigou violações de direitos humanos e excessos cometidos por forças ucranianas, embora neste caso tenha encontrado “um pequeno número de violações”, em particular dois incidentes em que soldados russos foram feridos, torturados ou baleados, “o que pode ser qualificado como crime de guerra”.

Das suas entrevistas, os comissários concluíram que o maior desejo da população ucraniana, e em particular das vítimas de atrocidades, é que a justiça seja feita e que os responsáveis – incluindo mandantes – sejam levados à justiça, nacional ou internacional.

“O que é necessário é uma abordagem de responsabilização que inclua tanto a responsabilidade criminal quanto o direito das vítimas à verdade, à reparação e que não haja repetição” dos factos, afirmou o relatório.

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As campanhas, agências e marcas mais premiadas de 2022

Já é conhecido o ranking Creative 100, da WARC, com as campanhas, agências, marcas e países mais criativos do mundo. A campanha vencedora foi The Lost Class, da Leo Burnett Chicago.

Já são conhecidas as campanhas, agências, marcas e países mais premiados do mundo. De acordo com o Creative 100, elaborado pela consultora de marketing WARC, antes conhecido como Gunn Report – a campanha que ganhou mais prémios no último ano é a The Lost Class, assinada pela Leo Burnett Chicago para a Change the Ref.

Segue-se The Unfiltered History Tour, realizada pela Dentsu Creative Bangalore (Reino Unido) para a VICE, e Piñatex, da L&C New York, para a Dole Sunshine Company/Ananas Anam.

A campanha vencedora tem como objetivo sensibilizar, através da educação, para os tiroteios massivos que acontecem recorrentemente nos estabelecimentos de ensino dos EUA. No vídeo é mostrada uma cerimónia realizada para os mais de três mil alunos do ensino secundário que perderam a vida em situações ocorridas com armas de fogos. As imagens das cadeiras vazias falam por si, mas são acompanhadas por áudios de pedidos de ajuda dos estudantes durante os tiroteios.

A segunda campanha é um filme das obras “disputadas” e “roubadas” a outros países, através de uma visita em realidade aumentada ao Museu Britânico (British Museum), da qual “o museu não tem conhecimento, ainda”. Focando-se em artefactos como o escudo de Gweagal (Austrália) ou a coleção Amaravati (Índia), a campanha visa comunicar um conjunto de histórias da Vice, num site interativo e num podcast de dez episódios que conta com a participação de especialistas dos países originários dos artefactos.

Já a terceira campanha vencedora introduziu “Piñatex”, um produto vegan e sustentável, feito através de folhas de ananás e que se assume como uma alternativa à pele. No vídeo da campanha, através de cuidados planos cinematográficos, mostra-se como a produção do ananás e dos seus derivados conduz à produção de desperdícios (três toneladas a cada tonelada de ananás colhido), mote para apresentarem a nova e ecológica parceria que vai permitir reutilizar esses desperdícios e torná-los numa oportunidade de negócio.

Burger King é a marca mais criativa

Quanto às marcas, e pelo quinto ano consecutivo, o Burger King é a mais criativa, contando com quatro campanhas no Top 100. Segue-se a Heineken e a Google.

Os principais anunciantes são a Anheuser-Busch InBev, a Unilever e a Restaurant Brands International.

No que toca às agências, a Publicis Milan é a mais premiada entre as agências de publicidade, seguindo-se a norte-americana Area 23 New York e a francesa BETC Paris.

A Ogilvy foi a rede de agências mais criativa, seguindo-se a DDB Worldwide e a FCB.

No lugar cimeiro das holdings, com sete redes entre as 50 primeiras, surge a WPP, acompanhada pelo Omnicom Group e pelo Interpublic Group.

Os Estados Unidos da América lideram, por uma grande margem, o ranking dos países mais premiados (7806.4 pts), seguindo-se o Reino Unidos (2330.4 pts) e a França (1852.3 pts). Neste ranking composto por 50 países, Portugal aparece na 41.ª posição, ao conquistar 67.9 pontos.

Realizado desde 1999 pela WARC, o ranking Creative 100 compila as campanhas e companhias mais premiadas pela sua criatividade, avaliando e atribuindo pontos às campanhas (e às marcas e agências que as assinam) tendo em conta os prémios conquistados. Os resultados refletem dados de 2022.

Neste ranking não aparece nenhuma campanha portuguesa.

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Martifer sobe lucros para 13,3 milhões em 2022, com 78% das vendas fora de Portugal

Grupo de Oliveira de Frades fechou o ano passado com vendas de 211,5 milhões de euros, 7,5% abaixo de 2021. Carteira de encomendas ascende a 460 milhões na construção metálica e indústria naval.

A Martifer aumentou os lucros em 18% em 2022, na comparação com o ano anterior. De acordo com os dados divulgados esta quinta-feira, num comunicado enviado à CMVM, o grupo sediado em Oliveira de Frades terminou o último exercício com um resultado líquido atribuível de 13,3 milhões de euros.

Os rendimentos operacionais voltaram a recuar, de 228,7 para 211,5 milhões, sendo quase metade (49%) deste valor assegurado pela atividade da construção metálica. A indústria naval já pesa um terço (33%) nas vendas — nestes dois setores assegura ter uma carteira de encomendas de 460 milhões de euros –, com o restante a ser faturado nas energias renováveis.

Num ano em que registou um EBITDA positivo em 25,8 milhões de euros (margem de 13,6 % sobre o volume de negócios) e em que o Valor Acrescentado Bruto (VAB) se cifrou em cerca de 66 milhões, o grupo liderado por Pedro Duarte prosseguiu a trajetória de redução da dívida, que em termos líquidos recuou de 70 para 41 milhões de euros.

De acordo com a informação partilhada esta quinta-feira com o mercado de capitais, o volume de negócios gerado fora de Portugal e as exportações ascendem atualmente a 78% do total registado no final do ano passado pelo grupo controlado pela holding dos irmãos Carlos e Jorge Martins, e pela Mota-Engil.

Em 2023, a Martifer promete “aprofundar a concretização dos seus eixos estratégicos, alicerçado nos pilares que sustentaram o sucesso dos últimos anos, mas com a ambição renovada de um crescimento sustentado e sustentável”, assegurando no mesmo comunicado que se manterá “focada nos objetivos e na estratégia definida”.

  • Na construção metálica, o foco permanece no reforço do perfil exportador do grupo, procurando “oportunidades em mercados e clientes que valorizam qualidade e excelência, na organização e valorização das pessoas e na produtividade”;
  • Na indústria naval, perspetiva aumentar a capacidade de reparação naval, “posicionando-se como um dos mais importantes estaleiros da Europa nesta área”, e tornar as atividades de reparação e construção naval “cada vez mais balanceadas” no peso relativo do volume de negócios;
  • Reforçar a atividade da Operação & Manutenção, em particular da manutenção industrial;
  • Nas Renováveis & Energia, “crescer de forma gradual e consistente”, aumentando o peso relativo desta unidade de negócio no grupo, aproveitando as oportunidades associadas à transição energética, à descarbonização da economia e ao hidrogénio (através do consórcio GreenH2Atlantic em que participa);
  • Dinamizar as políticas e procedimentos através da Comissão de ESG & Sustentabilidade, e “consolidar como principal propósito estratégico do Grupo a criação sustentável de valor”.

(Notícia em atualização)

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Comissão Europeia quer 40% da tecnologia “net-zero” fabricada na Europa

Comissão Europeia coloca como meta que 40% das tecnologias de emissões zero que seja necessário implementar para atingir as metas da UE até 2030 sejam fabricadas em países do bloco.

A Comissão Europeia lançou esta quinta-feira o Net Zero Industry Act, o plano europeu para uma indústria mais verde, que reforça o incentivo ao investimento em tecnologias de descarbonização na União Europeia, ao definir metas em relação à origem destes equipamentos — 40% deverá ser “made in Europe” — e também em relação à captura de carbono.

“O Ato vem fortalecer a resiliência e competitividade das tecnologias net-zero [sem emissões poluentes] fabricadas na União Europeia, tornando o nosso sistema energético mais seguro e sustentável”, lê-se no comunicado da Comissão. A entidade coloca como meta que 40% das tecnologias de emissões zero que seja necessário implementar para atingir as metas da UE até 2030 sejam fabricadas em países do bloco.

O objetivo é “criar melhores condições para instalar projetos net-zero na Europa e atrair investimento”. Para isso, a Comissão Europeia prevê seis pilares:

  • Reduzir a carga administrativa, simplificando o licenciamento, e criando o estatuto de “Projetos Estratégicos Net-Zero”, aqueles considerados essenciais para reforçar a “resiliência e competitividade da indústria europeia, como é o caso de tecnologias de captura de CO2. “Deverão beneficiar de períodos mais curtos de licenciamento”;
  • A definição da meta de criar uma capacidade de injeção anual no subsolo de 50 milhões de toneladas de dióxido de carbono. Aqui, os produtores de petróleo e gás deverão dar contributos “proporcionais”;
  • Os leilões para o fornecimento de tecnologias livres de carbono deverão ter em conta critérios de resiliência e sustentabilidade;
  • A criação de Academias da Indústria Net-Zero, para assegurar que os trabalhadores receberão formação adequada;
  • Vai ser possível testar tecnologias de zero carbono inovadoras com a flexibilização da legislação aplicável, permitindo-se a criação de quadros regulatórios específicos para acomodar estes testes;
  • Criação da Plataforma Europeia Net-Zero, que servirá para promover a coordenação entre a Comissão e os Estados Membros nesta matéria, assim como entre os atores setoriais. Ao mesmo tempo, deverá disponibilizar dados para monitorizar o progresso, identificar as necessidades financeiras para captar investimento, assim como as melhores práticas a serem aplicadas nos projetos europeus.

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Banco Europeu do Hidrogénio avança com primeiros leilões de 800 milhões de euros

  • Lusa
  • 16 Março 2023

A Comissão está atualmente a conceber os primeiros leilões-piloto sobre a produção de hidrogénio renovável.

A Comissão Europeia anunciou esta quinta-feira estar a preparar, para o próximo outono, os primeiros leilões-piloto relativos à produção de hidrogénio ‘verde’, os instrumentos financeiros iniciais do Banco Europeu do Hidrogénio, criado para desbloquear investimentos na União Europeia (UE).

A Comissão está atualmente a conceber os primeiros leilões-piloto sobre a produção de hidrogénio renovável, que será o primeiro instrumento financeiro do Banco Europeu do Hidrogénio. Estes leilões serão lançados no âmbito do Fundo de Inovação no outono de 2023, com um orçamento dedicado de 800 milhões de euros”, anuncia o executivo comunitário, numa informação hoje divulgada à imprensa.

Previsto está que, nestes primeiros leilões do Banco Europeu do Hidrogénio, sejam atribuídos subsídios aos produtores de hidrogénio sob a forma de prémio fixo por quilo de produção, durante um período máximo de 10 anos.

Ao colmatar a diferença de custos na UE entre o hidrogénio renovável e o fóssil e ao aumentar a estabilidade das receitas, também se aumenta a viabilidade bancária dos projetos e isso faz baixar os custos globais de capital”, argumenta Bruxelas.

No dia em que propõe uma nova lei para tornar a UE na “casa das tecnologias limpas”, querendo 40% da produção sustentável feita em território europeu até 2030 para responder aos subsídios ‘verdes’ dos Estados Unidos, Bruxelas lança também esta comunicação sobre o Banco Europeu de Hidrogénio, que visa apoiar a produção e o desenvolvimento de hidrogénio ‘verde’ no espaço comunitário, bem como as importações de parceiros internacionais para os consumidores europeus.

O anúncio da criação deste Banco Europeu do Hidrogénio foi feito em setembro passado pela presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, que no seu discurso do Estado da União falou num instrumento para fomentar iniciativas de hidrogénio ‘verde’ na UE e para preencher lacunas de investimento, orçado em três mil milhões de euros.

Contactada pela Lusa na altura, a Comissão Europeia indicou esperar ter o novo Banco Europeu de Hidrogénio em funcionamento em 2023, para cobrir o risco da compra e venda de hidrogénio ‘verde’.

A principal missão deste banco é, então, desbloquear investimentos privados em cadeias de valor na UE e em países terceiros, colmatando obstáculos e necessidades de investimento iniciais.

Prevista está também a criação de uma plataforma de leilões na UE através do Banco do Hidrogénio, para disponibilizar leilões aos Estados-membros, sem prejuízo das regras europeias em matéria de auxílios estatais.

Quanto à dimensão internacional do banco, que avança até ao final do ano, “a Comissão está a explorar mais aprofundadamente como este pode ser concebido”, adianta Bruxelas.

Os recursos financeiros deste banco são provenientes do Fundo de Inovação – o principal instrumento financeiro na UE para atingir os compromissos no âmbito do Acordo de Paris e do Pacto Ecológico Europeu, para alcançar a neutralidade climática até 2050 – e de outras fontes.

No pacote energético REPowerEU, divulgado em maio passado, Bruxelas propôs medidas para aumentar o recurso ao hidrogénio ‘verde’ na UE, estabelecendo objetivos de produção interna de 10 milhões de toneladas e de importações de 10 milhões de toneladas, até 2030.

Atualmente, o hidrogénio representa cerca de 2% do cabaz energético da UE e praticamente todo o existente (95%) é produzido por combustíveis fósseis, que libertam anualmente entre 70 a 100 milhões de toneladas de dióxido de carbono (CO2).

O hidrogénio ‘verde’, por seu lado, é proveniente de fontes renováveis, pelo que não emite CO2 e liberta quantidades diminutas de poluentes atmosféricos, podendo ser usado como matéria-prima, combustível e vetor de transporte ou armazenamento de energia e aplicado nos setores da indústria, transportes, energia e edifícios.

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China lança acusações aos EUA em confronto por causa da aplicação TikTok

  • Lusa e + M
  • 16 Março 2023

No final de fevereiro, a Casa Branca deu às agências federais 30 dias para eliminar o TikTok dos dispositivos governamentais. Agora os EUA exigem que o proprietário chinês venda a sua posição

A China acusou esta quinta-feira os Estados Unidos de espalharem desinformação e suprimirem a aplicação TikTok, após relatos de que Washington pediu aos seus proprietários chineses que vendam as participações na aplicação de partilha de vídeos.

Os Estados Unidos não apresentaram evidências de que o TikTok constitui uma ameaça à sua segurança nacional e estão a usar a desculpa da segurança de dados para abusar do seu poder e reprimir empresas estrangeiras, acusou o porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros chinês Wang Wenbin, em conferência de imprensa.

Os EUA devem parar de espalhar desinformação sobre segurança de dados, parar de suprimir a empresa em questão e fornecer um ambiente aberto, justo e não discriminatório para empresas estrangeiras investirem e operarem no seu mercado“, disse Wang.

O jornal The Wall Street Journal avançou, na quarta-feira, que o Comité para o Investimento Estrangeiro dos EUA, parte do Departamento do Tesouro, ameaçou banir a ‘app’ do mercado norte-americano, a menos que os seus proprietários, a ByteDance Ltd., com sede em Pequim, venda a sua posição.

“Se proteger a segurança nacional é o objetivo, o desinvestimento não resolve o problema: uma mudança de propriedade não imporia novas restrições aos fluxos de dados ou acesso”, reagiu Maureen Shanahan, porta-voz do TikTok.

Shanahan disse que o TikTok já atendeu às preocupações por meio de uma “proteção transparente dos dados de utilizadores” norte-americanos, com “monitoramento e verificação robustos por entidades terceiras”.

O WSJ citou “pessoas familiarizadas com o assunto”. O Departamento do Tesouro e o Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca recusaram comentar aquela informação.

No final de fevereiro, a Casa Branca deu às agências federais 30 dias para eliminar o TikTok de todos os dispositivos governamentais. Algumas agências, incluindo os Departamentos de Defesa, Segurança Interna e o Departamento de Estado já tinham restrições em vigor.

O Congresso aprovou o “No TikTok on Government Devices Act” em dezembro como parte de um amplo pacote de financiamento do governo. A legislação permite o uso do TikTok em certos casos, inclusive para fins de segurança nacional, aplicação da lei e pesquisa.

Os legisladores da Câmara dos Representantes e do Senado estão a avançar com legislação que daria ao governo de Joe Biden mais poderes para reprimir o TikTok.

O TikTok é usado por dois terços dos adolescentes nos EUA, mas há uma preocupação crescente de que Pequim possa obter controlo dos dados de utilizadores norte-americanos e que a ‘app’ sirva para difundir propaganda pró-Pequim.

A China proíbe a maioria das redes sociais estrangeiras no seu mercado, incluindo Facebook, Twitter, Instagram, YouTube e o próprio TikTok, que está presente no país através da versão doméstica, designada Douyin.

Entretanto, o governo britânico anunciou hoje em comunicado a proibição do aplicativo em todos os dispositivos dos ministros e dos funcionários públicos a trabalhar dentro do governo, justificando a medida adotada tendo em conta a “potencial vulnerabilidade” de os dados governamentais – incluindo informações confidenciais – armazenados em dispositivos do governo poderem ser acedidos.

Relembre-se que o TikTok requer permissão para aceder à informação armazenada no dispositivo, a qual depois é recolhida e armazenada pela empresa sediada em Pequim.

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ALEP defende pacto de sustentabilidade entre alojamento local e habitação

  • Lusa
  • 16 Março 2023

Para o presidente da ALEP, o Governo "quer matar o alojamento local" com as novas medidas propostas no programa Mais Habitação.

A Associação do Alojamento Local em Portugal (ALEP) defendeu esta quinta-feira um pacto de sustentabilidade entre esta atividade económica e a habitação, de forma a impedir o registo de novos alojamentos em imóveis com arrendamento habitacional nos dois anos anteriores.

Em conferência de imprensa em Lisboa, o presidente da ALEP, Eduardo Miranda, frisou, por diversas vezes, que o Governo “quer matar o alojamento local [AL]” com as novas medidas propostas no programa Mais Habitação e, depois de dar uma radiografia sobre o setor a nível nacional, explicou as propostas que irá apresentar ao Executivo.

Além do pacto de sustentabilidade entre o AL e a habitação que não permita o registo de novos alojamentos locais em imóveis que tenham estado afetos ao arrendamento habitacional nos dois anos anteriores, a ALEP defendeu que seja alargada a competência das câmaras municipais, mantendo a gestão dos alojamentos nestas autarquias, mas “adicionando instrumentos mais flexíveis e uma gestão mais flexível e não punitiva”.

“O AL não pode ser causa de cessação de contratos de arrendamento, não interfere no mercado de arrendamento, nem pode pressionar as rendas habitacionais”, disse Eduardo Miranda.

O presidente da ALEP lembrou ainda que o setor “não quer despejar inquilinos”, até porque “são o elo mais fraco”, e salientou que “há muito para crescer”.

Como terceira proposta, apresentou aquilo que chamou de “limpar os registos inativos, aqueles conhecidos como fantasmas”, introduzindo na lei “o cancelamento por inatividade e suspensão”.

“Aquilo que não podemos aceitar ou negociar é um pacote de medidas que foi pensado e previsto para matar o AL, não vale a pena estar a negociar. Existe um caminho, uma forma de equilibrar o setor. Há espaço para o AL se trabalharmos em conjunto em vez de virem decisões cegas baseadas numa forma obsessiva de ataque”, afirmou.

Questionado sobre se estaria mais descansado depois de a ministra da Habitação, Marina Gonçalves, ter declarado não querer destruir a atividade, Eduardo Miranda considerou que “dizer que não quer matar o AL não é nitidamente o suficiente”.

O primeiro passo é abrir diálogo – significa suspender ou parar estas medidas e abrir espaço para o diálogo, senão ninguém consegue trazer solução equilibrada para o setor. Se o Governo quer encontrar equilíbrio, é voltar atrás e começar do zero, e não é com estas medidas”, apontou.

Segundo a radiografia ao setor traçada esta quinta-feira, o AL representa 42% das dormidas a nível nacional e a aplicação das novas medidas previstas pelo Governo vai levar para o desemprego “55 mil famílias, bem como à falência de pequenas e médias empresas” que dependem direta ou indiretamente da atividade.

A maior parte do AL – 72% – “está fora dos grandes centros urbanos” e o problema da habitação, referiu o representante, é “um problema estrutural”, não sendo a solução a não criação de mais alojamentos locais. “Em Lisboa ficou comprovado que mesmo sem novos AL, com os registos suspensos [por regulamentação municipal], os preços das casas e do arrendamento continuaram a subir”, afirmou.

Eduardo Miranda salientou também que o programa Mais Habitação “mata o AL no curto prazo através da dupla tributação”, com uma contribuição extraordinária sobre os estabelecimentos. Na sua opinião, a cobrança é “inconstitucional, além de apresentar um valor estimado de tal forma abusivo que pode levar ao encerramento, ou até mesmo à falência, de muitos operadores”.

A fórmula do Governo, sublinhou, pretende cobrar “35% da estimativa de faturação média e não da margem de lucro”, ou seja, “é tão abusiva que o valor, em alguns casos, pode ser superior à faturação”. Como exemplo foi referida uma vivenda no Algarve, com 250 metros quadrados, disponível para AL durante oito semanas por ano e com uma receita anual de 12 mil euros. O proprietário pagaria uma contribuição extraordinária de 17 mil euros, a que acresceria o Imposto sobre o Rendimento Singular (IRS).

O responsável criticou ainda o facto de o Executivo querer dar poder aos condomínios para encerrar os AL já existentes “sem necessidade de apresentar qualquer motivo concreto, nem de mediação camarária”. “O Governo permite assim três vias de o condomínio encerrar um AL, criando um verdadeiro incentivo à promoção de um ambiente de grande conflitualidade, que no geral já estava resolvido pelo instrumento de oposição criado em 2018 pelo próprio PS”, afirmou.

O representante referia-se ao facto de atualmente já haver a possibilidade de os condóminos pedirem o encerramento por “distúrbios graves e continuados”, encaminhando o pedido para o município, além do encerramento pela via judicial, na sequência de um acórdão do Supremo Tribunal.

Quanto ao fim do prazo das licenças em 2030, que passam a ser renováveis de cinco em cinco anos “mas sem qualquer critério ou garantia de renovação definido”, Eduardo Miranda reconheceu que “dificilmente haverá investimento, inovação ou sustentabilidade do setor”, devido à “intransmissibilidade que impede a renovação dos operadores, fazendo com que a oferta de acomodação turística fique estagnada“.

Em 31 dezembro de 2022, de acordo com o responsável, havia no Registo Nacional de Turismo (RNAL) 108.523 alojamentos locais, que representam 249.023 quartos em todo o país: “Uma parcela dos alojamentos registados está inativa. Em Lisboa e Porto, segundo estimativas de várias fontes (Confidencial Imobiliário, AirDNA, Incide, Airbnb), há mais de 10 mil registos no RNAL que estão inativos”.

O Algarve ainda é a maior região de oferta, com 40.000 registos, e a oferta “sempre foi, e continua a ser, composta maioritariamente por segundas habitações de férias localizadas na zona do litoral, junto às praias, que representam 72%”. Lisboa e Porto, apesar de serem o centro dos debates devido à falta de habitação, representam apenas 28% da oferta no setor.

O Governo apresentou em 16 de fevereiro o pacote Mais Habitação, num processo que só ficará fechado em Conselho de Ministros no final de março, e com várias das propostas a terem de passar ainda pelo parlamento.

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