Vista Alegre mais do que triplica lucro para 5,6 milhões em 2022

  • Lusa
  • 5 Abril 2023

O volume de negócios da empresa aumentou 22,5% para 143 milhões de euros. Empresa destaca que o "canal Horeca recuperou de forma bastante forte em 2022, comparativamente com 2021".

A Vista Alegre somou 5,6 milhões de euros de lucro em 2022, acima dos 1,6 milhões de euros totalizados no ano anterior. “O resultado líquido do exercício teve um crescimento de quatro milhões de euros face ao mesmo período de 2021, alcançando 5,6 milhões de euros”, indicou, em comunicado, a empresa de porcelanas e cristais.

Por sua vez, o volume de negócios da empresa aumentou 22,5% para 143 milhões de euros. Já o resultado antes de impostos, juros, depreciações e amortizações (EBITDA) fixou-se em 27,5%, o que corresponde a um crescimento de 21,3% face ao período homólogo. No ano passado, o grupo obteve um resultado operacional de 11,3 milhões de euros, um ganho de 21,3 face a 2021.

A dívida líquida consolidada reduziu-se em 11,7 milhões de euros, em comparação com 2021, situando-se nos 69,4 milhões de euros. Em 2022, a Vista Alegre investiu cerca de sete milhões de euros na aquisição de equipamentos no segmento de porcelana e grés, “os quais potenciam uma maior eficiência operacional e a redução de custos, reforçando o posicionamento da Vista Alegre como detentora das fábricas tecnologicamente mais avançadas do mundo”.

Segundo o mesmo documento, os segmentos de porcelanas e grés foram os que mais impulsionaram o crescimento das vendas. As receitas da porcelana ascenderam a 49,8 milhões de euros, um aumento de 17,2% face a 2021, enquanto as receitas de grés somaram 62,3 milhões de euros, mais 23,8%.

Destacam-se aqui as vendas geradas pelos produtos das marcas Vista Alegre e Bordallo Pinheiro no retalho físico e online, a nível nacional e internacional, que cresceram 21,3% no período em análise. “O canal Horeca [Hotéis, Restaurantes e Cafés] recuperou de forma bastante forte em 2022, comparativamente com 2021, e foi um dos maiores contribuidores para o crescimento das vendas de marca, a nível nacional e internacional, com um incremento de 67%”, apontou.

A nível internacional, os mercados do Brasil e EUA foram os que mais contribuíram. Na Europa, os Países Baixos, França, Espanha e Alemanha surgem em destaque. Estes mercados foram os que mais contribuíram para as vendas no mercado externo, representando, no total, 72% do volume de negócios da Vista Alegre, com 103 milhões de euros de vendas.

O grupo sublinhou ainda que 2022 ficou marcado por um forte aumento dos custos de energia, combustíveis e matérias-primas, o que gerou incerteza no contexto macroeconómico mundial. Contudo, a Vista Alegre disse ter demonstrado “resiliência e adaptabilidade” neste período, atenuando algum do impacto negativo, através do desenvolvimento de um conjunto de investimentos para melhorar a eficiência dos seus processos, bem como através de uma gestão mais eficiente dos consumos e dos meios de produção.

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Letónia reintroduz serviço militar obrigatório

  • Lusa
  • 5 Abril 2023

A lei, aprovada por 68 votos contra 11, prevê o primeiro recrutamento de jovens para as forças armadas este verão.

O parlamento letão (Saeima) aprovou esta quarta-feira uma lei que restabelece gradualmente o serviço militar obrigatório na república báltica, 16 anos depois de o ter trocado pelo regime de voluntariado.

Aprovada por 68 votos contra 11 – o parlamento tem 100 deputados –, a lei prevê o primeiro recrutamento de jovens para as forças armadas este verão. A redação da agora lei começou no ano passado, depois da invasão da Ucrânia pela Federação Russa.

Os homens letões vão cumprir o serviço militar durante um ano, depois de atingirem os 18 anos. As mulheres não vão estar sujeitas a esta obrigatoriedade, mas podem candidatar-se a prestar o serviço militar, entre os 18 e os 27 anos.

A obrigatoriedade entra em vigor em 1 de janeiro de 2024, no caso em que os candidatos voluntários não preencham as quotas de recrutamento definidas.

“A introdução do Serviço de Defesa Nacional é a resposta da Letónia à nova situação de segurança na nossa região, porque vemos pela experiência da Ucrânia que sem uma sociedade moralmente estável e preparada é impossível enfrentar um agressor“, declarou a ministra da Defesa, Inara Murniece, em comunicado.

Os outros Estados bálticos – Estónia e Lituânia – já têm o serviço militar obrigatório.

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Dona do jornal Observador concorre à conta de assessoria de comunicação da CP

A entrada na área da assessoria de comunicação é com a marca Co.lab, lançada em 2018 em parceria com a Fullsix. "O jornalismo está blindado, há uma total separação", garante Rudolf Gruner.

Rudolf Gruner, diretor-geral da Observador On Time

A Observador On Time, proprietária do jornal Observador, está a concorrer à conta de comunicação da CP – Comboios de Portugal, apurou o +M.

O contrato, para a qual a CP abriu uma consulta, envolve “assessoria e consultoria em estreita colaboração com o conselho de administração nas áreas da comunicação e marketing; Planeamento, estratégia e execução das ações marketing; Planeamento, estratégia e execução de campanhas publicitárias; Comunicação e publicidade; Planeamento e estratégia de comunicação para canais digitais; Produção e gestão de conteúdos em canais digitais; Captação e edição de vídeo; Produção e pós-produção de materiais vídeo e fotográficos; Produção de conteúdos editoriais exclusivos, designadamente textos, vídeos e fotografias”.

Desde a adjudicação até ao último dia deste ano, a CP prevê um valor de serviços estimado em 267.750 euros, pagos em tranches mensais de 29.750 euros. O contrato é renovável, com as mesmas condições, por mais um ano.

Contactado pelo +M, Rudolf Gruner, diretor-geral da Observador On Time, confirma que a editora está a concurso. A participação, explica, é no âmbito do Co.lab, marca lançada em 2018 pelo Observador e pela agência Fullsix com o objetivo de trabalhar a definição de estratégias, criação e amplificação de conteúdos para marcas.

Este concurso também engloba publicidade e assessoria, mas tendo em conta as valências da Fullsix, achámos que fazia sentido ir a jogo”, justifica o responsável. “As fronteiras estão cada vez mais diluídas, tanto vamos a concursos com a Thompson, como com a Deloitte ou com uma agência de comunicação. A nossa concorrência nesta área já não é muito clara”, prossegue.

Embora admitindo que este concurso não faz o “fit perfeito” com o Co.lab, Rudolf Gruner admite que também possa representar algum “sentido de evolução” destas áreas. Atualmente com 17 elementos – mas com dois ou três postos por preencher, a Co.lab é uma marca e não uma empresa. “Nunca sentimos a falta de um casamento formal”, diz, tal como já afirmava na altura do lançamento desta parceria com a agência (agora) do grupo Havas.

Liderada por Raquel Carrilho, diretora da área de custom publishing do Observador, Rudolf Gruner assegura que existe uma total separação entre esta área e a redação do jornal. “Não há nenhum tipo de mistura com os jornalistas”, assegura. “Tal como a 501, com o João Miguel Tavares, até fisicamente existe uma separação”, acrescenta, dando o exemplo de outra parceria.

Formada por elementos da Fullsix e do Observador, a Co.lab “não tem jornalistas com carteira profissional”, reforça, frisando a separação entre as áreas. “O jornalismo está completamente blindado”, garante. “Enquanto órgão de comunicação social, o Observador é absolutamente sólido. O contrário seria impensável”, enfatiza.

Sinergias pontuais existem, concretiza, nos recursos multimédia. Cada equipa tem os seus, mas podem existir sinergias, adianta. Quanto aos valores envolvidos neste concurso, 267.750 euros até ao final do ano, Gruner diz que “pode parecer entusiasmante, mas não é um negócio mágico”, pelo caderno de encargos que implica. “Mas vamos a concurso com toda a vontade e empenho”, acrescenta. Até ao momento a Co.lab não ganhou nenhum concurso público.

Cuf, EDP e Compal são alguns dos atuais clientes da marca, que nasceu tendo como principal cliente a Sonae Sierra, conta que deixaram de trabalhar no final do ano.

Rudolf Gruner não revela quanto é que esta área representa na faturação do Observador, mas indica que “já tem algum peso”. “É uma área interessante. Os jornais diários em papel não parecem ser uma área de futuro e, cada vez mais, vemos as marcas a apostar na produção de conteúdos. Queremos posicionar-nos como parceiros na área do marketing”, resume.

“Temos valências de produção de conteúdos, na amplificação nas redes sociais, sabemos como fazer um bom vídeo. O know-how é muito parecido”, resume.

Entretanto, na direção comercial do Observador também há novidades. Isabel Marques, diretora comercial desde o lançamento do título, há nove anos, transitou para a RTP. A função ainda não está preenchida e Gruner não confirma o nome do novo responsável.

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Proposta do Governo é “equívoca” e “pouco clara”, dizem sindicatos dos professores. Há novas reuniões agendadas

Sindicatos dos professores dizem que a proposta do Governo é "equívoca" e "pouco clara", não resolvendo a correção dos efeitos assimétricos decorrentes do período de congelamento das carreiras.

A plataforma de nove organizações sindicais, que inclui a Fenprof e a FNE, considera que a proposta apresentada pelo Ministério da Educação demonstrou-se “equívoca” e “pouco clara”, não resolvendo a correção dos efeitos assimétricos decorrentes do período de congelamento das carreiras, pelo que haverá, pelo menos, mais duas novas reuniões. Os sindicatos dos professores insistem que a única solução é “a recuperação integral” do tempo de serviço e “acabar com vagas e quotas”.

O ante-projeto [de decreto-lei] apresentado pelo Ministério, que recebemos ontem ao final do dia, revelou-se para todos nós muito equívoco do que estava a propor, pouco claro em muitas soluções”, e vai criar “mais e novas assimetrias”, afirmou Mário Nogueira, à saída da reunião com o Governo, em representação da plataforma que agrega nove estruturas sindicais do setor da Educação (ASPL, FENPROF, FNE, PRÓ-ORDEM, SEPLEU, FEPECI /SINAPE, SINDEP, SIPE e SPLIU).

Em causa está a proposta apresentada pelo Ministério da Educação sobre a correção dos efeitos assimétricos internos à carreira docente, decorrentes do período de congelamento. Apesar de não devolver o tempo de serviço que ainda está congelado, o Executivo decidiu compensar alguns professores, numa medida cujo impacto está estimado em 161 milhões de euros e que, segundo o Ministério, visa abranger 60 mil professores.

Nesse sentido, a tutela liderada por João Costa propôs eliminar as vagas que condicionam o acesso ao 5º e 7º escalões para todos os professores que estão hoje entre o 1º e 6º escalão, sendo que esta medida só se aplica a docentes que estão a dar aulas desde 2005 e que tenham sido afetados pelos dois períodos de congelamento; os docentes, que entre 2018 e 2022, tenham estado parados à espera de vaga para entrar no 5º e 7º escalões vão poder recuperar esse tempo, nas mesmas condições que os anteriores; professores acima do 6.º escalão vão poder progredir em três anos em vez de quatro.

Assim, e dado as “muitas dúvidas levantadas” pelos sindicatos, nomeadamente no que concerne aos critério de aplicabilidade destas medidas, ficaram agendadas duas novas reuniões: “Uma técnica que vai ser na próxima semana” e outra “política” onde, para além da correção dos efeitos assimétricos também vão ser discutidas as “questões da monodocência”, que poderá ocorrer a 13 de abril, explicou Mário Nogueira, elencando que são mais “oportunidade de os professores se defenderem”. “Neste momento, termos conseguido estender as negociações é muito importante”, acrescentou.

Para a plataforma de nove estruturas sindicais é “consensual que a única maneira de resolver os efeitos assimétricos” decorrentes dos dois períodos de congelamento das carreiras é através “da contagem integral do tempo de serviço e acabar com as vagas e quotas”. Nesse sentido, Mário Nogueira insiste que os professores estão disponíveis a que esta recuperação dos seis anos, seis meses e 23 dias que ainda estão congelados seja feita de forma “faseada” até ao fim da legislatura ou “se necessário um pouco mais longe”.

Questionado pelos jornalistas se o ministro da Educação abriu a porta a essa hipótese, Mário Nogueira foi taxativo: “O senhor ministro em relação a isso não diz nada porque, eu diria até, que está quase de mãos atadas relativamente às Finanças. Ou seja, nesta matéria, o Ministério da Educação não é um Ministério com autonomia para decidir. É uma espécie de delegação das Finanças”, atira.

Nesse contexto, as nove organizações sindicais vão manter as greves previstas, instando que para a greve por distritos que vai arrancar a 17 de abril vão apelar aos docentes que façam greve a partir do 12h, de modo a colmatar os serviços mínimos impostos. “Não se peça serenidade quando os professores continuam a ser roubados em tanto tempo de serviço”, aponta.

Já do lado do Stop, Carla Piedade “saudou” como positivo as medidas apresentadas pelo Governo relativamente “à monodocência e aos técnicos superiores”. “Queremos ainda saudar a questão relativa à burocracia” na qual o Executivo manifestou a intenção de avançar com “um plano de trabalho”, realçou a dirigente.

Contudo, “naquilo que eram as reivindicações” como “a contagem integral do tempo de serviço e ofim das quotas não responde de maneira nenhuma”, lamenta Carla Piedade, indicando ainda assim que o Stop vai manter-se aberto a negociar. “Vai haver uma reunião técnica e esperamos que nessa altura o documento inclua alterações que permitam evitar e corrigir injustiças e ultrapassagens” , sublinhou, apelando ainda a que todos se juntem “ao grande momento” que será a manifestação marcada para 25 de abril.

Ministério propõe isenção da componente letiva a professores do 1º ciclo e educadores de infância partir do 60 anos

O Ministério da Educação vai avançar com uma proposta que visa isentar de componente letiva os professores do 1.º ciclo do Ensino Básico e os educadores de infância a partir dos 60 anos. Esta “foi também uma reunião em que apresentámos uma proposta para ser continuada a discutir numa próxima reunião relativamente à monodocência”, revelou o ministro da Educação, à saída da reunião, especificando que em causa estão os “professores do primeiro ciclo e educadores de infância”.

“Tendo em conta o fator idade e aquele que é o trabalho que têm com as crianças mais novas”, a medida visa que estes “possam ter isenção total de componente letiva a partir dos 60 anos”, explicou, acrescentando que a aplicação da medida será “gradual“. A “proposta de texto legislativo será apresentada numa próxima reunião.

O ministro da Educação realçou ainda que a proposta apresentada pelo Governo sobre a correção do efeitos assimétricos na carreira docente visa “acelerar” as progressões dos professores e confirmou que serão realizadas mais duas reuniões sobre o tema. Questionado pelos jornalistas sobre admite a recuperação integral do tempo de serviço dos professores, João Costa reiterou que a proposta apresentada pelo Governo é a “nossa resposta a uma reivindicação justa, legítima por parte dos professores” e sublinha que “o facto de ser legítima não significa que o Governo consiga responder tendo em conta o impacto orçamental e outras “opções a que o Governo está a acorrer”, como é o caso da habitação ou do aumento dos salários na Função Pública.

Já sobre o estudo feito pela ANJE que aponta que a proposta do Governo permite “acelerar” a carreira a cerca de 13 mil professores e não cerca de 60 mil como anunciado pelo Ministério da Educação, João Costa diz que ” o estudo que objetivamente está mal feito” dado que, por exemplo, “uma das medidas do anteprojeto de decreto-lei prevê que todos os professores que estão no 7.º, 8.º e 9.º escalões encurtem um ano o período da progressão para o escalão seguinte e só nesses escalões temos mais de 22 mil professores”, aponta.

(Notícia atualizada pela última vez às 21h49 com as declarações do Stop e do ministro da Educação)

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+M

Tempo médio diário a ver televisão é de 5h21m em 2022

Durante o ano passado, os quatro canais generalistas emitiram 85 mil notícias, com uma duração total de 3164 horas, o segundo valor mais alto registado em 15 anos.

Em 2022, os portugueses passaram, em média, 5h21m por dia a ver televisão. Este número representa uma quebra de 17 minutos face à média registada em Portugal em 2021.

As conclusões são da Marktest, através da sua análise anual “Media & Advertising Global Report”. Segundo o mesmo estudo, verificou-se também que as mulheres, os mais idosos e os residentes no Norte são os targets com maior apetência para o meio televisivo.

Já os programas predominantes nos quatro canais generalistas são os de divertimento, à exceção da RTP2, cuja grelha de programas dedicou mais tempo aos programas juvenis.

No que toca à cobertura noticiosa, foram 85 mil as notícias emitidas nos quatro canais generalistas durante o último ano. Este número representa uma duração total de 3164 horas, o segundo valor mais alto registado em 15 anos, ficando apenas atrás do número de horas registado em 2020, ano em que a pandemia covid19 teve o seu pico.

O “Media & Advertising Global Report” revela ainda que 60% das notícias emitidas nos quatro canais foram de âmbito nacional. No entanto, na RTP2 esta proporção foi significativamente mais baixa, registando este canal 46% de notícias de âmbito nacional.

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Banco polaco do BCP faz novas provisões de 175 milhões

  • ECO
  • 5 Abril 2023

O banco explica que as novas provisões estão relacionadas com "riscos legais relacionados com empréstimos hipotecários em moeda estrangeira" e alteração de metodologia.

O Bank Millennium voltou a fazer novas provisões. Em comunicado ao mercado, o banco polaco do BCP justifica a medida com “riscos legais relacionados com empréstimos hipotecários em moeda estrangeira” e também por uma alteração de metodologia. No total, as novas provisões atingem os 175 milhões de euros.

Ainda assim, a instituição estima um “resultado líquido positivo no 1º trimestre de 2023 e similar ao reportado no 4º
trimestre de 2022″ – apresentou lucros de 54 milhões entre outubro e dezembro do ano passado.

Por um lado, as novas provisões relacionadas com os créditos dos francos suíços atingem os 484 milhões de zlotys (cerca de 103 milhões de euros), com impacto nas contas do primeiro trimestre de 2023.

Ao mesmo tempo, a administração polaca decidiu “ajustes de conservadorismo” no método de cálculo nas provisões para prevenir “potenciais tendências negativas”. Assim, haverá provisões adicionais de 337 milhões de zloty (71,9 milhões de euros) “para os empréstimos originados pelo Bank Millennium”.

O banco, detido em 50,1% pelo BCP, informa ainda que decidiu fazer provisões adicionais de 43 milhões de zloty (cerca de nove milhões de euros) para outros “riscos legais relacionados com a carteira de crédito originada pelo Euro Bank, mas sem impacto nos resultados líquidos”.

O Bank Millennium tinha no final do ano passado 2,9 milhões de clientes ativos, tendo conquistado quase mais 200 mil em 2022. Nesse ano, os depósitos aumentaram 4% e os empréstimos às famílias diminuíram 3%.

 

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Concorrência abre investigação aprofundada à fusão Vodafone/Nowo

Regulador decidiu abrir investigação aprofundada à compra da Nowo pela Vodafone, decisão que deixa implícito que tem "sérias dúvidas" quanto ao impacto da operação na concorrência.

A Autoridade da Concorrência (AdC) determinou a abertura de uma investigação aprofundada à proposta da Vodafone para comprar a concorrente Nowo. “Perante os elementos recolhidos até ao momento, não se pode excluir que a referida operação de concentração resulte em entraves significativos à concorrência efetiva no mercado nacional ou em parte substancial deste, prejudicando os consumidores“, indica o regulador.

Nesta fase, a AdC considera que a operação não só “resulta na eliminação de um operador”, como também “é suscetível de reforçar barreiras à entrada e à expansão no mercado, uma vez que a Vodafone “herdará” o controlo sobre espectro reservado a novos entrantes”. O regulador salienta também que o Nowo “atualmente, apresenta ofertas com preços comparativamente mais baixos num conjunto significativo de serviços de telecomunicações fixos e móveis (afetação de concorrência atual)”.

À luz dos estatutos da AdC, a decisão tem implícito que o regulador entende que o negócio levanta “sérias dúvidas à luz dos elementos recolhidos”. Abre-se, assim, uma nova fase neste processo, que se iniciou em 30 de setembro de 2022, data em que a Vodafone confirmou ao mercado a intenção de comprar a Nowo. A operadora indicou na mesma altura esperar concluir o negócio na primeira metade deste ano, tendo notificado oficialmente a AdC em novembro.

A investigação aprofundada deixa em aberto vários caminhos para o negócio. Um dos cenários possíveis é a aceitação de compromissos pela Vodafone que permitam mitigar os riscos à concorrência identificados pela autoridade, que foi o caminho proposto pelo regulador das comunicações, a Anacom, cujo parecer não vinculativo foi conhecido em dezembro.

Mas a AdC terá sempre a última palavra a dar. Ou seja, no final, a AdC pode simplesmente chumbar a transação.

A abertura de uma investigação aprofundada confirma a notícia avançada pelo ECO a 9 de março. O passo já era esperado por fontes do mercado, até porque o parecer muito crítico da Anacom deixou pouca margem à AdC para seguir um caminho diferente deste.

Em dezembro, o regulador das comunicações entendeu que a concentração “poderá produzir diferentes efeitos nocivos”, incluindo “resultar em aumentos de preços” para os clientes da Vodafone e da Nowo – atualmente, “o prestador que oferece os preços mais reduzidos num conjunto significativo de serviços e ofertas”, notou a Anacom.

Além disso, a entidade reguladora liderada por João Cadete de Matos exigiu que a Nowo devolva – “pelo menos” – as licenças 5G que adquiriu na fase exclusiva do leilão. Esta parte da venda, cujo acesso só era permitido às empresas que ainda não tinham ofertas móveis com rede própria, excluía, por isso, a Vodafone, que é um player já estabelecido.

Em reação, fonte oficial da Vodafone Portugal disse não concordar com “a avaliação feita pela AdC, refletida na Decisão de Passagem a Investigação Aprofundada”. “Por isso, irá continuar a cooperar com esta autoridade, disponibilizando toda a informação relevante ao seu dispor que possa contribuir para uma melhor compreensão, por parte da AdC, do setor das comunicações eletrónicas em Portugal e da operação em causa, de forma a refutar as preocupações identificadas na decisão. A Vodafone Portugal está confiante de que a AdC concluirá que as preocupações identificadas são infundadas”, sublinhou a operadora.

E acrescentou: “A compra da Nowo pela Vodafone Portugal reforça a competitividade no mercado, com benefícios para os clientes atuais e futuros, bem como para o setor das comunicações eletrónicas em Portugal. Cria igualmente as condições para investimentos mais eficientes em redes de conectividade de elevado débito, bem como para o desenvolvimento de produtos e serviços inovadores.”

A abertura da investigação aprofundada à fusão da Vodafone com a Nowo é a primeira decisão mediática do regulador desde que Nuno Cunha Rodrigues substituiu Margarida Matos Rosa na presidência.

(Notícia atualizada às 12h37 de 6 de abril para incluir reação da Vodafone e com uma correção: a notícia referia que o presidente da AdC tinha tomado posse esta segunda-feira; na verdade, assumiu a função a 13 de março. As nossas desculpas.)

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Nos paga dividendos de 43 cêntimos por ação a 21 de abril

  • ECO
  • 5 Abril 2023

As ações da Nos estarão a negociar em bolsa com direito ao recebimento de 43 cêntimos por ação até 18 de abril sob a forma de dividendos, referente aos resultados alcançados em 2022.

A Nos NOS 3,60% anunciou esta quarta-feira que remunerará os seus acionistas sob a forma de dividendos no valor de 43 cêntimos por ação a 21 de abril. A decisão já tinha sido anunciada pela operadora de telecomunicações a 7 de março, por altura da apresentação dos resultados de 2022.

No entanto, o calendário do pagamento dos dividendos estava pendente de aprovação em assembleia-geral de acionistas, que decorreu esta quarta-feira. Recorde-se que estes dividendos são repartidos por um dividendo ordinário de 27,8 cêntimos por ação e por um dividendo extraordinário de 15,2 cêntimos por ação.

A Nos informa ainda que a partir de 19 de abril, inclusive, as ações da empresa estarão a negociar em Bolsa sem direito ao pagamento do referido dividendo.

As ações da Nos encerraram hoje a valorizar 1,83% para 4,34 euros, colocando os títulos a negociar com uma taxa de dividendos de 9,9%.

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Acionistas da Corticeira Amorim votam dividendo a 28 de abril

  • Lusa
  • 5 Abril 2023

Na assembleia-geral, os acionistas serão a chamados a votar a distribuição de um dividendo bruto de 0,20 euros por ação.

Os acionistas da Corticeira Amorim reúnem-se no dia 28 de abril em assembleia-geral (AG) para deliberar sobre a proposta de dividendos e a gestão referentes a 2022, entre outros assuntos, segundo uma convocatória publicada esta quarta-feira. No documento, divulgado no site da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a empresa explicou que a AG iria debruçar-se sobre os documentos referentes às contas e à gestão de 2022.

A reunião magna irá ainda votar sobre a proposta de aplicação de resultados, com a distribuição de um dividendo bruto de 0,20 euros por ação. Segundo o documento referente a esta proposta, serão assim distribuídos 26,6 milhões de euros. De acordo com a convocatória serão ainda votadas autorizações para aquisição e alienação de ações próprias.

Os acionistas da Corticeira Amorim têm também na agenda uma deliberação sobre a constituição de uma comissão de nomeações, avaliação e remunerações, para o mandato em curso dos órgãos sociais, bem como o respetivo regulamento. Paralelamente, serão eleitos membros para esta comissão.

A AG irá também deliberar sobre a política de remuneração dos órgãos sociais e restantes dirigentes. A Corticeira Amorim fechou 2022 com lucros de 98,4 milhões de euros, um aumento de 31,6% face ao período homólogo, tendo as vendas ultrapassado os 1.000 milhões de euros, anunciou a empresa, em fevereiro.

 

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Trabalhadores do Mais Sindicato em greve nos dias 19 e 20 de abril

  • Lusa
  • 5 Abril 2023

O sindicato, que representa também trabalhadores do setor bancário, é criticado pela “ausência de aumentos salariais há mais de 10 anos” e "práticas de total desrespeito pelos trabalhadores".

Os trabalhadores do Mais Sindicato, que incluem os funcionários do SAMS, convocaram uma greve para os dias 19 e 20 de abril acusando a entidade de “total desrespeito” e ausência de aumentos “há mais de 10 anos”.

Segundo um comunicado do Sitese – Sindicato dos Trabalhadores do Setor de Serviços, em que deu conta do pré-aviso de greve, os representantes dos trabalhadores “tudo têm feito no sentido de obter soluções de consenso no que concerne a vários problemas de natureza laboral que têm proliferado no Mais Sindicato”.

“Mais recentemente e face ao indiscutível e galopante aumento dos bens essenciais, das taxas de juro, dos transportes, combustíveis e dos bens de primeira necessidade, apresentaram propostas de aumentos salariais para fazer face a estas realidades”, destacaram, garantindo que da parte do Mais Sindicato, também conhecido por representar os trabalhadores do setor bancário, “assiste-se a um total desrespeito pelos trabalhadores, com a apresentação de uma proposta, escudada em argumentos inaceitáveis, totalmente inaceitável e concretizadora de uma tremenda perda de poder de compra”.

O Sitese garantiu que “o Mais Sindicato tem adotado” há muito tempo “práticas de total desrespeito pelos trabalhadores e ORTS [organizações representativas dos trabalhadores], apesar de todos os esforços feitos por estas para encontrar soluções consensuais”.

O sindicato apontou a “falta de pagamento do trabalho suplementar de muitos trabalhadores” a “prática de atos discriminatórios, designadamente em sede de premiações”, a “ausência de aumentos salariais há mais de 10 anos”, a “tentativa de obstaculização da atividade sindical”, o “incumprimento reiterado de compromissos com os sindicatos” e “ataques inaceitáveis aos direitos de parentalidade”.

Por isso, destacaram, e por considerarem que “os trabalhadores merecem mais respeito e esperam, desde janeiro, por aumentos salariais condignos adequados ao agravamento do custo de vida”, decidiram emitir um aviso prévio de greve, abrangendo todos os trabalhadores do Mais Sindicato das 00:00 horas do dia 19 de abril às 24:00 horas do dia 20 de abril.

Contactado pela Lusa, o Mais Sindicato disse que “estão a decorrer negociações, tendo só sido realizada uma reunião com cada sindicato”. Questionado sobre as possíveis perturbações causadas pela paralisação, fonte oficial da entidade disse que “todas as greves podem ter perturbações”.

“No entanto, e tal como aconteceu com a manifestação realizada no passado dia 28 de março, não contamos que tenha grande adesão”, ressalvou. O Mais Sindicato conta, neste momento, com 1.359 trabalhadores, adiantou. O SAMS, gerido pelo Mais Sindicato, é um subsistema privado de saúde, está espalhado por todo o país e inclui o Hospital SAMS, o Centro Clínico de Lisboa, 17 clínicas pelo país, serviço de ótica, parafarmácia e um lar de idosos, de acordo com informação no seu site.

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Alexandra Reis travou negócio da TAP com empresa do marido da CEO

  • Ana Petronilho
  • 5 Abril 2023

A ex-administradora diz que nunca falou com a CEO sobre o assunto mas que deu "indicações muito claras" à equipa para que a empresa do marido não fosse contratada.

Alexandra Reis diz que deu “instruções muito claras” para que a empresa onde trabalha o marido da CEO da TAP, a Zamna Technologies, não fosse contratada.

Em resposta ao Iniciativa Liberal, a ex-administradora garante que nunca falou com Christine Ourmières-Widener sobre o assunto mas que deu indicações à sua equipa para que a empresa não fosse contratada. “Nunca falei com a CEO sobre as propostas que essa empresa fez à TAP. Nunca comentei com ela nem ela me fez qualquer comentário ou recomendação. O processo foi iniciado em outubro. Foi feito o esforço comercial normal de uma empresa que tenta vender uma solução a outra. Mantive a minha equipa de sobreaviso e dei instruções muito claras, em dezembro, sobre nenhuma contratação àquela empresa”, revelou.

Ao deputado do PS, Hugo Costa, a ex-administradora explicou que deu as indicações à sua equipa para travar a contratação da Zamna Technologies, – uma empresa britânica que cria sistemas digitais que gerem os dados dos passageiros das transportadoras aéreas e onde o marido da CEO da TAP é diretor comercial – por existir “um potencial conflito de interesses”. Além disso, Alexandra Reis lembra que a aquisição “não estava orçamentada, não estava prevista e não correspondia sequer a uma necessidade que a TAP tivesse identificado”.

Ainda em resposta ao deputado Bernardo Blanco, do Iniciativa Liberal, Alexandra Reis – que se fez acompanhar por um advogado à audição parlamentar de inquérito – revela que também se opôs à mudança da sede “vintage” da TAP frisando que tinha “imensas reservas”. Isto porque, a TAP “paga zero pelo edifício onde está, mudar ia exigir pagar uma renda nas novas instalações e um custo extra de redesenhar essas instalações. Era uma mudança que entendia como penalizadora para os trabalhadores, para além de representar um ónus adicional para a empresa que ia ser privatizada”. Revela ainda que tentou encontrar alternativas, tendo proposto opções com valores mais baixos do que a do edifício Báltico, onde estavam os CTT, mas nenhuma solução foi acolhida. A ex-administradora disse ainda que a mudança da sede não estava prevista no plano de reestruturação.

Sobre a troca de carros conta que, enquanto esteve à frente do departamento de compras, nunca lançou concurso para uma nova frota, mas sim para os onze veículos usados da Peugeot, estendendo o leasing do resto da frota. “Era uma medida de contenção que foi tomada m 2021 logo a seguir as “medidas duríssimas de corte salarial”. Alexandra Reis diz ainda que só soube do concurso dos BMW já depois de ter saído da empresa.

Outro dos pontos de divergência na gestão na companhia passou pela contratação de diretores. Em resposta à deputada Mariana Mortágua, a ex-administradora explica que depois de um período “muito duro” na empresa com cortes salariais e com despedimentos a ex-administradora diz que era seu “entendimento que era muito importante que a companhia tivesse estabilidade e que garantisse estabilidade aos colaboradores”. Nessa altura, havia por preencher “três ou quatro posições” e que pouco depois “já não eram só três ou quatro” posições o que gerou “alguma preocupação”, frisou Alexandra Reis que garante que tentou que as contratações externas “fossem minimizadas”.

No entanto, Alexandra Reis revela que a companhia acabou por contratar “alguns diretores para algumas áreas” que vieram do estrangeiro, como do Reino Unido, de França ou da América do Sul e que acabaram por ficar “mais caros”. Sendo que “algumas dessas pessoas eram transparentes e não escondiam ter proximidade com a CEO”, neste caso, a ex-administradora diz serem franceses.

A ex-administradora da TAP, Alexandra Reis, uma das protagonistas da polémica indemnização de 500 mil euros fala pessoalmente, esta quarta-feira, pela primeira vez sobre o assunto, durante a audição da comissão parlamentar de inquérito à tutela política da gestão da TAP.

Alexandra Reis foi chamada pela comissão de inquérito na qualidade de ex-administradora da TAP, ex-presidente do Conselho de Administração da NAV Portugal – Navegação Aérea, para onde transitou poucos meses depois de ter saído da companhia aérea, e como ex-secretária de Estado do Tesouro.

O Governo pediu ainda a restituição de grande parte do valor da indemnização (450.110,26 euros), que Alexandra Reis disse devolver “por vontade própria”, apesar de discordar do parecer da Inspeção Geral de Finanças.

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Alexandra Reis insistiu três vezes mas ainda não sabe o valor que tem de devolver à TAP

  • Ana Petronilho
  • 5 Abril 2023

A ex-administradora da TAP garante que as suas posições na empresa “mesmo quando estas não eram coincidentes com as da nova CEO” não prejudicaram a companhia.

A ex-administradora da TAP Alexandra Reis diz que ainda não recebeu qualquer indicação sobre o valor a indemnização que tem de devolver à TAP, apesar de já ter insistido “pelo menos três vezes” para saber qual o montante líquido a ressarcir.

“Logo na manhã seguinte à publicação do referido parecer [da IGF], 9 de março, os meus advogados contactaram a TAP”, para averiguar os montantes líquidos a devolver, disse Alexandra Reis, na comissão de inquérito à TAP, acrescentando que insistiu pelo menos três vezes junto da companhia aérea para que lhe faça chegar aquela informação. “Continuo a aguardar essa indicação para que se possa proceder à devolução”, afirmou.

A ex-CPO, ex-CFCO e ex CCO da TAP, ex-presidente do CA da NAV e ex-secretária de Estado do Tesouro, Alexandra Reis, durante a sua audição na Comissão Parlamentar de Inquérito, na Assembleia da República, em Lisboa, 05 de abril 2023.ANTÓNIO COTRIM/LUSA

A ex-administradora da TAP Alexandra Reis, que está acompanhada na audição por um advogado, diz ainda que saiu da companhia “com total boa fé” e que as divergências com a presidente executiva nunca “beliscaram” o compromisso com a implementação do plano de reestruturação.

“Aceitei sair de uma empresa com total boa fé, à qual me entreguei com todo o meu compromisso”, afirmou Alexandra Reis, que está a ser ouvida na comissão de inquérito parlamentar à TAP, na Assembleia da República, na sequência da polémica indemnização de meio milhão de euros.

A também ex-secretária de Estado disse ainda que, enquanto membro da comissão executiva da companhia aérea, manifestou sempre de forma construtiva as suas visões, “mesmo quando estas não eram coincidentes com as da nova CEO”. “No entanto, e isto é importante, nenhuma delas beliscou uma única vez, repito, uma única vez que fosse, o meu compromisso com a implementação do plano de reestruturação”, sublinhou.

Saída da TAP foi por vontade da CEO

Sobre a saída da companhia, em resposta ao deputado Bernardo Blanco do Iniciativa Liberal, a ex-administradora disse que a CEO da TAP lhe pediu para sair da empresa “numa reunião muito curta”, presencial, a 25 de janeiro de 2022, na qual lhe foi pedida confidencialidade. Nessa altura, a CEO terá transmitido a Alexandra Reis que o Governo estava de acordo.

A ex-administradora conta ainda no Parlamento que Christine Ourmières-Widener lhe disse claramente “quero que saias da empresa” e lhe explicou que queria distribuir os seus pelouros por outros membros da comissão executiva.

Um dia depois da conversa com a CEO, a 26 de janeiro de 2022, “acedi a essa solicitação, porque não queria de forma alguma criar um problema institucional no seio da comissão executiva da TAP”, realçou.

Por isso, Alexandra Reis diz não ter dúvidas que foi a vontade da CEO da TAP que levou à sua saída da companhia e que o então secretário de Estado Miguel Cruz ficou “muito surpreendido”.

Mas a ex-administradora diz ter dúvidas sobre os motivos que levaram à sua saída. “Entretanto li o relatório da IGF, onde li divergências irreconciliáveis, ontem [terça-feira] ouvi falar de organização, ouvi falar de perfil, por isso para mim não são claras as razões. O que posso dizer é que, relativamente à minha atuação na empresa, sempre tive uma relação cordial e de trabalho com todos os membros do Conselho de Administração e da Comissão Executiva, que me parece normal que haja algumas diferenças de opiniões sobre alguns assuntos, parece-me até salutar, […] sempre o fiz de forma muito construtiva”, salientou.

A ex-administradora da TAP, Alexandra Reis, uma das protagonistas da polémica indemnização de 500 mil euros, que se arrasta há três meses, fala pessoalmente pela primeira vez sobre o assunto, esta quarta-feira, durante a audição da comissão parlamentar de inquérito à tutela política da gestão da TAP.

Alexandra Reis foi chamada pela comissão de inquérito na qualidade de ex-administradora da TAP, ex-presidente do Conselho de Administração da NAV Portugal – Navegação Aérea, para onde transitou poucos meses depois de ter saído da companhia aérea, e como ex-secretária de Estado do Tesouro.

A Inspeção Geral de Finanças declarou nulo o acordo celebrado entre a TAP e Alexandra Reis e, por isso, o Governo pediu a restituição de grande parte do valor da indemnização (450.110,26 euros), que Alexandra Reis disse devolver “por vontade própria”, apesar de discordar das conclusões da IGF.

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