Microsoft, Delta Cafés e Hovione. Estas são as empresas mais atrativas para trabalhar, diz a Randstad
Salário e benefícios continuam a ser os critérios mais valorizados na escolha de um emprego. Mas existe um desalinhamento de expectativas face ao que os empregadores estão a oferecer.
A Microsoft, a Delta Cafés e a Hovione foram eleitas as três empresas mais atrativas para trabalhar em Portugal, segundo o estudo “Randstad Employer Brand Research 2023”. A Bosch e a OGMA completam o top 5. O salário e os benefícios continuam a ser os critérios mais valorizados pelos colaboradores na escolha de um emprego. No entanto, parece existir um desalinhamento face ao que os empregadores estão a oferecer.
“Este reconhecimento reflete o resultado do investimento em employer branding destas empresas nas suas operações em Portugal e, no atual contexto, é ainda mais relevante, na medida em que lhes confere capacidade para atrair e reter os melhores talentos e contribui para se diferenciarem no mercado. Damos os parabéns a todas estas organizações pela classificação obtida, desejando-lhes os maiores sucessos para o futuro”, comenta Raul Neto, CEO da Randstad Portugal, em comunicado.
Vencedora do estudo já por vários anos, a Microsoft volta a figurar neste ranking, assumindo o título da empresa mais atrativa para trabalhar, sobretudo graças aos resultados relacionados com a atratividade e awareness da marca empregadora, justifica a empresa especialista em RH responsável pelo ranking. Segue-se a Delta Cafés, em segundo lugar, e a Hovione, que entra pela primeira vez no top 3, figurando no terceiro lugar.
A Bosch, a OGMA, a Siemens, a CUF, a Nestlé, a Volkswagen Group Services e a Ikea Portugal concluem o top 10 das empresas mais atrativas.
Já no que toca aos setores, “a área da saúde destaca-se como a que mais atrai os portugueses para trabalhar, seguindo-se o turismo, desporto e entretenimento e ainda o setor de IT, telecomunicações e consultoria”.
Na área da saúde, a Hovione, a CUF e a Joaquim Chaves Saúde são as empresas eleitas mais atrativas, enquanto no setor do turismo, desporto e entretenimento o pódio pertence à RTP, Vila Galé e Hotéis Real. No setor dasIT, telecomunicações e consultoria, por sua vez, destaque para a Microsoft, Siemens e Farfetch.
O setor que mais melhorou face aos últimos anos foi, contudo, o da fast-moving consumer goods (FMCG) e indústria alimentar, onde a Delta Cafés, a Nestlé e a Sumol+Compal assumem, respetivamente, o pódio.
Salário e benefícios mantêm relevância na procura de emprego
Este ano, em linha com anos anteriores, o salário e benefícios atrativos são os critérios mais valorizados pelos colaboradores na escolha de um emprego, seguindo-se o equilíbrio entre a vida pessoal e profissional, um ambiente de trabalho agradável, oportunidades de progressão de carreira e estabilidade profissional.
Contudo, os resultados da análise da Randstad mostram que existe um contraste entre o que os profissionais dão mais importância e o que os empregadores estão a oferecer. Os dados revelam que, enquanto o salário atrativo é o primeiro fator para classificar o “empregador ideal”, o mesmo indicador encontra-se apenas na última posição naquilo que os empregadores oferecem.
A estabilidade relativamente ao trabalho de longo termo e a localização são os principais fatores apontados pelos inquiridos na avaliação do empregador atual. Todavia, a possibilidade de ter um equilíbrio entre vida pessoal e trabalho é o segundo ponto que os participantes priorizam num empregador.
Os inquiridos revelam também que os benefícios materiais, na hora de mudar de emprego, não são tudo. Os participantes que pertencem a faixas etárias mais jovens, sobretudo entre os 18 e os 24 anos, consideram menos importantes (79%) os benefícios materiais do que os outros grupos etários. Neste caso, são muito valorizadas as relações com a liderança e colegas.
É importante que as empresas conheçam as suas estruturas e saibam o que é mais valorizado. Cada estrutura deverá fazer a sua análise com o intuito de evitar o gap entre a perceção dos colaboradores e a realidade nas organizações.
Os dados mostram ainda que “os empregadores estão a ter um desempenho inferior em relação ao que os colaboradores esperam quanto ao equilíbrio entre a vida profissional e pessoal e à progressão de carreira“. Estes são fatores que se relacionam com a atratividade, mas também com a retenção de talento e que são apontados como aspetos a ter em atenção por parte das empresas.
“Estes insights indicam o caminho para as empresas superarem os desafios atuais do mercado de trabalho, na medida em que dão a conhecer as expetativas dos colaboradores e potenciais candidatos. Num contexto marcado pela escassez de talento, num mercado altamente dinâmico, estes dados ajudam a definir prioridades, não apenas atrair e reter talento, mas o talento certo”, diz Isabel Roseiro, diretora de marketing da Randstad Portugal.
E acrescenta: “É importante que as empresas conheçam as suas estruturas e saibam o que é mais valorizado. Cada estrutura deverá fazer a sua análise com o intuito de evitar o gap entre a perceção dos colaboradores e a realidade nas organizações. É nesse sentido que este estudo se torna ainda mais pertinente, uma vez que fornece às empresas as ferramentas necessárias para que possam realizar a sua análise e planear as estratégias de atração e retenção de talento, de forma eficaz e que possa ir ao encontro das expetativas que os colaboradores desenvolvem, de modo a acompanhar tendências e a existir um alinhamento entre o que é procurado e o que é proporcionado.”
O “Randstad Employer Brand Research 2023” analisa as perceções relativamente ao mercado de trabalho e aos 150 maiores empregadores em Portugal e revela as empresas e setores mais atrativos para trabalhar no país.
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