BRANDS' ECO “A transformação digital da mobilidade urbana é uma prioridade para a Mastercard”
Maria Antónia Saldanha, da Mastercard, revela, em entrevista ao ECO, a importância da aposta numa transformação digital dentro da mobilidade urbana.
O mundo está cada vez mais digital e a comodidade que a tecnologia trouxe a várias áreas da vida quotidiana das pessoas tem sido muito valorizada. Nesse sentido, aproveitar os avanços tecnológicos para melhorar a qualidade de alguns serviços tem sido uma aposta por parte de vários setores, inclusive o setor financeiro e da banca.
A Mastercard, por exemplo, tem vindo a desenvolver várias parcerias com empresas relacionadas à mobilidade, com vista a melhorar a prestação de serviço, quer aos locais, quer aos turistas. Desta forma, além de tornarem os transportes públicos mais atrativos para os cidadãos que vivem no local, o que também promove a sustentabilidade, acabam por também atrair mais turistas, que vêm o seu acesso às cidades mais facilitado.
Em entrevista ao ECO, Maria Antónia Saldanha, Country Manager da Mastercard em Portugal, revela as várias parcerias que a Mastercard tem vindo a fazer e as vantagens que as mesmas estão a trazer a várias regiões do país.
Num dos setores mais dinâmicos em Portugal - o turismo -, a Mastercard reforçou recentemente a parceria com o Centro de Inovação para o Turismo, NESTPortugal, nas áreas da inovação e programas de aceleração. O que traz de novo esta parceria ao setor do turismo?Com esta parceria queremos, sobretudo, impulsionar a criação de soluções que proporcionem experiências integradas e personalizadas para os turistas e profissionais do setor. É por isso que, em conjunto com o Nest, lançámos uma Open Call for Inovation em Smart Mobility, integrado no Programa FIT 2.0 do Turismo de Portugal, para aceleração de startups com soluções de pagamentos e interoperabilidade em mobilidade. Neste caso, estamos focados num setor que precisa de se modernizar, de incorporar soluções de aceitação internacional e global, e dar experiências mais digitais para não continuar a criar um impacto negativo nos visitantes que acolhemos.
Com o Nest também asseguramos que a tecnologia é colocada ao serviço do crescimento de um turismo mais inclusivo, equitativo e sustentável, apoiando o desenvolvimento de novas ideias, de novos negócios e projetos das PME no campo da inovação e da economia digital. Em breve será inaugurado o novo Centro de incubação Nest, do qual somos fundadores, que trará ainda mais novidades para o setor e para o modo como o ecossistema pode trabalhar em conjunto para os mesmos fins.
Existem projetos já concretizados no que diz respeito à parceria com o NEST?Desenvolvemos o “IDfastrack”, uma plataforma digital que permite realizar check-in em vários serviços de turismo, desde hotéis a rent-a-cars, poupando assim tempo, evitando repetições e preenchimentos desnecessários de dados. Este protótipo está em fase de piloto, no contexto de uso em Turismo Termal. Além disso, fomos main supporter do BOOST, Building Better Tourism, um evento muito relevante por constituir um momento de reflexão e debate sobre o potencial da digitalização no setor . É fundamental aproveitarmos a tecnologia e os dados para respondermos às atuais e futuras exigências do turismo e construirmos um legado de prosperidade económica inclusiva. O turismo tem vindo a recuperar gradualmente em todo o mundo e, segundo os dados do Mastercard Economic Institute, Portugal é um excelente exemplo porque foi o 6.º país europeu que mais recuperou em número de dormidas. Aliás, Lisboa chegou a ser a terceira cidade na Europa que melhor recuperou em gastos de turistas estrangeiros em hotéis. É, por isso, fundamental que esta recuperação seja sustentável e inclusiva. Um dos âmbitos da nossa colaboração assenta, também, na análise dos dados a que acedemos e cujos insights são fundamentais para o desenvolvimento das melhores estratégias para o crescimento da indústria, mas também como base dos projetos e soluções que temos desenvolvido para transformar o setor, torná-lo mais resiliente, inclusivo e gerador de valor.
Ao falarmos de Turismo, falamos naturalmente de Mobilidade. Neste âmbito, a Mastercard tem estado particularmente ativa, com a introdução de projetos inovadores em Portugal, em conjunto com a Ubirider e a Fertagus. Que tipo de soluções foram implementadas e qual a sua tradução no dia-a-dia dos portugueses?O nosso investimento em mobilidade é claro: assegurar que, tal como noutros setores, os consumidores têm acesso ao serviço que precisam, sem complicações, com sistemas simples, seguros e cómodos. Temos de garantir que a escolha do consumidor tem primazia e que acede aos transportes sem obstáculos. Os projetos que temos desenvolvido em colaboração com a Ubiriderou com operadores, como é o caso da Trevo ou da Fertagus, têm sido pioneiros e servem para demonstrar que a tecnologia já existe, está acessível e até traz eficiência de custos para todos os envolvidos. Basta adotar soluções tecnológicas para fazer evoluir a mobilidade para os utilizadores de transportes, sejam ocasionais ou regulares, nacionais ou estrangeiros. No exemplo da Fertagus, um operador que quis provar que a mudança é possível e está ao alcance de todos, o que foi feito permite que os passageiros possam comprar e validar as viagens em toda a rede de comboios da Fertagus com o seu meio de pagamento contactless – cartão ou telemóvel. Isto significa comodidade, simplicidade e conveniência para os utilizadores, mas também ganhos de eficiência na operação para a Fertagus, tal como aconteceu noutras cidades em que a Mastercard participou em projetos semelhantes. São estes resultados que nos entusiasmam para continuarmos a acelerar a transformação digital na mobilidade urbana.
Ainda na mobilidade, a Mastercard tem vindo a firmar múltiplas parcerias a nível nacional. Com a Trevo, por exemplo, em Évora, implementaram um projeto pioneiro com a ambição de dotar a cidade com o sistema de transportes mais moderno de Portugal. Que soluções foram implementadas?O projeto que desenvolvemos em colaboração com a Ubirider permitiu que a Trevo, o operador de transportes públicos da cidade de Évora, passasse a disponibilizar aos seus passageiros a possibilidade de efetuar pagamentos contactless a bordo dos autocarros, de uma forma muito rápida, simples e conveniente, sem necessidade de aquisição prévia de qualquer bilhete. Apesar do sistema estar disponível em muitas cidades a nível mundial, Évora foi a primeira cidade em Portugal a disponibilizar pagamentos contactless em toda a rede de transportes públicos, o que é, sem dúvida, um enorme passo para uma mobilidade mais fácil, quer dos eborenses, quer dos turistas que visitam a cidade. Ainda em Évora apoiámos, também, a transformação digital dos pequenos comerciantes e PME locais, na adoção de pagamentos contactless , através da tecnologia Tap On Phone, que transforma qualquer telemóvel, tablet ou outro dispositivo Android com NFC, num terminal de aceitação de pagamentos contactless, poupando os custos associados a terminais dedicados. Este é um exemplo de como a redução do gap de competências digitais que as PME têm é fundamental para criar valor acrescentado e melhoria de processos, com impacto muito relevante também no setor do turismo.
A transformação digital do setor da mobilidade é um desafio assumido pela Mastercard a nível global e também em Portugal. Para além das ações mencionadas, que outras iniciativas levaram a cabo?Sim, como referi antes, a transformação digital da mobilidade urbana é uma prioridade para a Mastercard. Para além das parcerias que já mencionei é muito importante relembrar a que realizámos com o Grupo Barraqueiro, para desenvolvermos soluções que transformem a vida de todas as pessoas que utilizam os transportes.
O Grupo Barraqueiro é hoje o maior operador de mobilidade do país e um player europeu relevante no seu setor de atividade. Constituído por um conjunto diversificado de empresas, em Portugal, no Brasil e em Angola, emprega milhares de pessoas e tem milhares de veículos rodoviários, ferro metroviários e fluviais, quer para passageiros e mercadorias, que servem cerca de 300 milhões de passageiros. É sem dúvida um parceiro que nos estimula a promovermos a revolução da mobilidade em Portugal.
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