Easyjet revê em baixa adesão à greve para 60%. Sindicato mantém participação “total”
Cerca de 40% dos tripulantes escalados para trabalhar esta sexta compareceram ao serviço, avança a empresa. Já os sindicatos mantêm que a adesão se manteve nos 100% e 386 foram voos cancelados.
A easyJet estimou esta sexta-feira, ao final da tarde, que 40% dos trabalhadores escalados se apresentaram ao serviço no primeiro dia de paralisação, um número contestado pelo sindicato dos tripulantes de cabine, que afirma que a adesão se manteve nos 100%.
Fonte oficial da companhia aérea disse à Lusa que, até à tarde, cerca de 40% dos tripulantes escalados para trabalhar esta sexta compareceram ao serviço nos respetivos aeroportos, depois de na manhã ter estimado este indicador nos 30%. Estes números reduzem assim a taxa de adesão à greve de 70%, na manhã, para 60% no final da tarde do primeiro dia de greve, segundo a companhia.
Em declarações à Lusa, o presidente do Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC), Ricardo Penarroias, manteve em 100% a adesão dos trabalhadores à greve e remeteu para os 386 voos cancelados depois do anúncio do pré-aviso de greve.
“O balanço é muito simples de fazer. A empresa cancelou logo 386 voos desde que nós fizemos o pré-aviso de greve, portanto, podemos dizer que a empresa assumiu que a greve ia ter um impacto considerável e que, neste momento, excetuando os serviços mínimos, a greve foi uma adesão total”, disse Ricardo Penarroias, que acrescentou que não percebe os números avançados pela empresa.
Dezenas de tripulantes de cabine da easyJet estiveram concentrados junto ao terminal 1 do aeroporto de Lisboa para pedir melhores condições de trabalho, no primeiro de cinco dias de greve, que levaram a empresa a cancelar previamente 386 voos. Na ocasião, e em declarações aos jornalistas, o presidente do SNPVAC insistiu que a empresa tem vindo ao longo dos anos a aproximar-se das exigências dos trabalhadores noutros países, mas não em Portugal.
A greve dos tripulantes de cabine da easyJet teve início esta sexta e repete-se nos dias 28 e 30 de maio e 1 e 3 de junho. A paralisação abrange “todos os voos realizados pela easyJet”, bem como os “demais serviços a que os tripulantes de cabine estão adstritos”, cujas “horas de apresentação ocorram em território nacional com início às 00:01 e fim às 24:00 de cada um dos dias” mencionados, lê-se no pré-aviso de greve, divulgado pelo sindicato.
Quando a paralisação foi marcada, a easyJet disse ter ficado “extremamente desapontada” com a convocação da greve, considerando a proposta do sindicato de aumentos entre os 63% e os 103% “impraticável”, e anunciou que ia fazer alterações nos voos antes da greve, para mitigar o impacto nos clientes.
Num comunicado no dia 19 de maio, o SNPVAC garantiu que “a easyJet decidiu previamente proceder ao cancelamento massivo de voos: dos 458 voos originais a saírem das bases portuguesas de Lisboa, Porto e Faro, a companhia já cancelou previamente 384 voos, ou seja, 84% dos voos planeados”.
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