Alvarez & Marsal: “Bancos portugueses são eficientes. Não descartaria interesse internacional”
Bancos portugueses operam num "bom ambiente" e são mais eficientes e podem ser um alvo apetecível para um banco estrangeiro, considera Eduardo Areilza, diretor da Alvarez & Marsal.
Os bancos portugueses têm um “bom ambiente operacional” e são mais eficientes que os pares europeus, pelo que o mercado nacional “pode ser um cenário de crescimento interessante” para um player internacional, considera Eduardo Areilza, diretor de serviços financeiros da Alvarez & Marsal, que vê a rentabilidade do setor subir para dois dígitos em 2023 à boleia dos ganhos com juros.
Eduardo Areilza, que falava esta quarta-feira na apresentação do relatório “O Pulso da banca 2022”, vê espaço para consolidação em Portugal, num processo em que os bancos internacionais poderão ter uma importante palavra a dizer.
“Consolidação? Não descartaria o interesse de um banco internacional. Alguns bancos atingiram o seu máximo no seu mercado doméstico e não podem crescer mais. Poderão querer olhar para fora”, explicou o responsável da Alvarez & Marsal.
Porquê? Porque os bancos operam num “bom ambiente” e apresentam uma “boa eficiência”, acrescentou Eduardo Areilza, porta-voz desta consultora que acaba de se lançar em território português pela mão de Mário Trinca e com a ajuda do antigo presidente do Novobanco, António Ramalho.
"Consolidação? Não descartaria o interesse de um banco internacional. Alguns bancos atingiram o seu máximo no seu mercado doméstico e não podem crescer mais. Poderão querer olhar para fora.”
O relatório faz um apanhado das contas dos sete principais bancos em Portugal – Caixa Geral de Depósitos (CGD), BCP, Santander Totta, Novobanco, BPI, Crédito Agrícola e Banco Montepio – e concluiu que fecharam o ano passado com um ROE (rentabilidade dos capitais próprios) de 9,3%, subindo 4,1 pontos percentuais em relação a 2021.
Eduardo Areilza acredita que o ROE vai superar os 10% este ano, porque os bancos ainda vão ganhar mais com a subida dos juros. “Vai ser um ano muito bom”, vaticina. “Ainda há espaço para melhoria no repricing dos ativos. Enquanto os juros dos depósitos não vão mudar de mês para mês, (…) a margem de juros vai ser boa”, referiu.
Em relação à eficiência, o relatório dá conta de um rácio de 47,49% entre receitas operacionais e despesas no final do ano passado. Apesar de ter piorado ligeiramente em relação ao ano anterior, devido ao aumento dos custos com a inflação, o setor português posiciona-se favoravelmente em relação aos bancos europeus, que registavam uma média de 60,6%.
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