Marcelo quer celebrar próximo “10 de junho” em Pedrógão Grande
Chefe de Estado defendeu que a celebração do Dia de Portugal em 2024 deveria realizar-se na zona afetada pelos grandes incêndios de Pedrógão Grande.
O Presidente da República defendeu esta terça-feira que a celebração do Dia de Portugal em 2024 deveria realizar-se na zona afetada pelos grandes incêndios de Pedrógão Grande, em junho 2017.
“Esse sinal de vida [para o território afetado pelos fogos] poderia ser […] a junção de municípios aqui no Centro, para preparar a celebração do Dia de Portugal, tendo como ponto principal estes três municípios [Pedrógão Grande, Castanheira de Pera e Figueiró dos Vinhos], mas abrangendo a comunidade intermunicipal”, afirmou esta terça-feira Marcelo Rebelo de Sousa.
O Presidente da República discursava na cerimónia de homenagem às vítimas dos incêndios de 2017, no monumento recentemente aberto, situado na localidade de Pobrais, concelho de Pedrógão Grande, junto à estrada nacional 236-1, onde morreram muitas das vítimas do fogo de junho de 2017.
O Presidente da República considerou que o Dia de Portugal em 2024, caso seja naquele território, será “mais do que apenas um dia de celebração de Portugal”, mas um compromisso do país com a construção de um futuro, “mais coeso, territorialmente”.
“Eles e elas [vítimas e familiares das vítimas] merecem. Portugal merece. É o tal sinal de vida que esta água [que corre no monumento desenhado por Siza Vieira] nos quer transmitir”, acrescentou.
Passado pode repetir-se, alerta Costa
Por sua vez, o primeiro-ministro alertou que o passado pode repetir-se, referindo que o país está particularmente exposto aos riscos das alterações climáticas. “Ele [memorial] representa um alerta, o alerta de que o passado corre sempre o risco de se repetir e que Portugal é um país particularmente exposto aos riscos das alterações climáticas”, afirmou António Costa.
Segundo o chefe do executivo, “esse risco das alterações climáticas agrava todos os anos o risco de incêndio”, considerando que “é dever do Estado cuidar de prevenir esse risco” e de “preparar-se para enfrentar esse risco”.
O primeiro-ministro defendeu, contudo, que “esse risco exige “a mobilização de toda a sociedade”. “E é por isso que é muito importante a existência deste memorial como memorial de alerta”, adiantou, notando ainda que “64% dos incêndios ocorridos desde janeiro tiveram uma origem negligente”.
António Costa defendeu que depende de cada um “evitar transformar o risco de incêndio num incêndio efetivo”.“É um risco de alerta, para a necessidade da reforma estrutural da nossa floresta, um grito de alerta para a necessidade de revitalizarmos o Interior, um grito de alerta para prevenirmos e tornarmos o território mais resiliente e menos exposto ao risco”, prosseguiu.
O primeiro-ministro considerou, igualmente, que este é um “alerta para que cada comunidade aprenda, saiba, conheça o risco, porque só conhecendo o risco se pode também defender”, assim como um “alerta para o apoio” que tem de ser dado aos agentes de Proteção Civil.
(Notícia atualizada às 21h28 com as declarações do primeiro-ministro)
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