Lucros dos CTT aumentam 80% no primeiro semestre
Empresa postal obteve um resultado líquido de 26 milhões de euros no primeiro semestre, com aumentos expressivos nas receitas de encomendas, do banco e da venda de Certificados de Aforro.
Os CTT CTT 0,00% lucraram 26 milhões de euros entre janeiro e junho, um resultado líquido que é quase 80% superior ao obtido no mesmo semestre do ano passado, revelou a empresa postal esta quinta-feira num relatório enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
Apesar de uma queda nas receitas do correio tradicional, a empresa registou aumentos significativos nas encomendas, no Banco CTT e na venda de Certificados de Aforro. O EBITDA dos Correios, indicador que contempla os lucros antes de juros, impostos, depreciações e amortizações, cresceu quase 59% e atingiu 80,1 milhões de euros.
No semestre, o tráfego de correio endereçado encolheu mais de 6%, o que significa a entrega de menos 15 milhões de objetos. As receitas do segmento Correio e Outros ressentiram-se, descendo 7,7%, para 222,9 milhões de euros.
No negócio de Expresso e Encomendas, as receitas cresceram mais de 15% e tocaram 141,3 milhões. Concretamente, os CTT alcançaram crescimentos das receitas com encomendas de 7% em Portugal, 18,7% em Espanha e, embora com uma presença bastante inferior, de mais de 28 no mercado moçambicano.
Analisando o banco, os rendimentos operacionais com este negócio ficaram perto dos 70 milhões de euros, num crescimento acima de 20% em termos homólogos. Para tal contribuiu o crescimento da margem financeira (+33,8%, para 46 milhões).
Enquanto isso, as receitas com comissões aumentaram 2,9% no semestre e os depósitos totalizavam 2.395,7 milhões no final de junho, um aumento de 5,1% face a dezembro de 2022. No final do semestre, o rácio de transformação do Banco CTT ascendeu a 75%.
No negócio dos Serviços Financeiros e Retalho brilharam, novamente, os Certificados de Aforro. O forte apetite dos aforradores por este produto de poupança do Estado, que chegou a pagar uma taxa base de 3,5%, refletiu-se nas contas dos CTT, que viram as receitas deste segmento dispararem 91,4% no semestre, totalizando 46,3 milhões.
“Verificou-se uma evolução positiva dos rendimentos no primeiro semestre de 2023, que continuou a tendência de 2022, fruto de uma maior atratividade dos títulos de dívida pública, em especial dos Certificados de Aforro, num contexto de taxas de juro mais favoráveis a este produto de poupança”, admite a empresa.
Porém, o Governo mudou os certificados e baixou a rentabilidade, pelo que este efeito não será tão pronunciado no segundo semestre, até porque os CTT deixam de ter o exclusivo da venda de títulos de dívida pública. “A entrada da nova série a partir de 5 de junho e a alteração das respetivas condições de comercialização, com taxas de juro máximas mais baixas, aumento do prazo de subscrição e a diminuição do montante máximo que pode ser aplicado, conduziu, já em junho, a uma queda na procura”, sublinham os Correios.
Do lado das despesas, os gastos operacionais dos CTT subiram 3,6% no período e atingiram 441,1 milhões de euros.
Esta quinta-feira, antes de se conhecerem estes resultados, os CTT perderam 0,54% na bolsa de Lisboa, com as ações a recuarem para 3,68 euros. No entanto, desde o início do ano, a empresa acumula ganhos de quase 17%.
Evolução das ações dos CTT em Lisboa
(Notícia atualizada pela última vez às 17h28)
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