Azerbaijão lança operação militar em Nagorno-Karabakh
Baku justificou a operação militar com a morte de quatro polícias e dois civis azeris na sequência da explosão de minas em Nagorno-Karabakh, durante a madrugada.
O Azerbaijão anunciou esta terça-feira ter lançado “operações antiterroristas” contra as forças arménias em Nagorno-Karabakh, uma região disputada por arménios e azeris, horas depois de seis pessoas terem morrido na explosão de minas. “Começaram as operações antiterroristas na região”, disse o Ministério da Defesa do Azerbaijão num comunicado, citado pela agência francesa AFP.
“Começaram as operações antiterroristas na região”, disse o Ministério da Defesa do Azerbaijão num comunicado, citado pela agência francesa AFP. O Azerbaijão disse ter informado a Rússia e a Turquia da operação em Nagorno-Karabakh. Um jornalista da AFP disse ter ouvido detonações em Stepanakert, a principal cidade do enclave situado no sul do Cáucaso.
O deputado arménio Tigran Abrahamian afirmou nas redes sociais que o Azerbaijão “abriu fogo contra várias posições militares” em Nagorno-Karabakh. O anúncio da operação azeri surge três anos após o início da anterior guerra de Nagorno-Karabakh, em setembro de 2020, que as forças do Azerbaijão venceram ao fim de seis semanas.
Os separatistas de Nagorno-Karabakh relataram cinco mortos e 80 feridos na sequência da operação militar do Azerbaijão, pedindo “um cessar-fogo imediato” para iniciar negociações, enquanto Baku anunciou a morte de um civil. “O Ministério da Saúde de Artsakh [como os arménios designam Nagorno-Karabakh] reporta 80 feridos como resultado da ofensiva militar do Azerbaijão, incluindo civis – 15 feridos e 5 mortos. A situação permanece crítica”, escreveu, na rede social X (antigo Twitter), o Ministério dos Negócios Estrangeiros daquela autoproclamada república.
As autoridades separatistas também publicaram fotografias e vídeos de crianças feridas e de casas destruídas. “Artsakh apela ao Azerbaijão para que cesse fogo imediatamente e se sente à mesa de negociações para abordar a situação”, acrescentou ainda o ministério. As Forças de Defesa de Artsakh relataram, na mesma rede, que os combates prosseguiam ao final da tarde “em toda a linha de contacto” com o Azerbaijão.
“As Forças Armadas azeris usam fogo de artilharia e foguetes, ‘drones’ de ataque e aviação de combate”, acrescentaram. Por seu lado, o Azerbaijão anunciou um primeiro balanço de um civil morto nos confrontos em Nagorno-Karabakh. Um engenheiro civil “morreu de um ferimento por estilhaços na sequência de um ataque das forças armadas arménias com armas de grande calibre, incluindo morteiros, contra Shusha”, uma cidade controlada pelo Azerbaijão, declarou o Ministério Público azeri num comunicado.
A chefe da diplomacia francesa, Catherine Colonna, considerou já que a operação militar é “ilegal, injustificável e inaceitável”, em declarações à margem da Assembleia Geral da ONU. “Gostaria de sublinhar que consideramos o Azerbaijão responsável pelo destino dos arménios do Nagorno-Karabakh“, disse aos jornalistas, acrescentando que a França estava em contacto com os seus parceiros europeus e com os Estados Unidos da América, bem como com as autoridades da Arménia e do Azerbaijão.
Baku justificou a operação militar com a morte de quatro polícias e dois civis azeris na sequência da explosão de minas em Nagorno-Karabakh, durante a madrugada (hora local). As autoridades do Azerbaijão acusaram os separatistas arménios da região disputada da responsabilidade pelas mortes, que consideraram dever-se a atos de terrorismo.
Nagorno-Karabakh, uma região montanhosa do Azerbaijão de maioria arménia, declarou a independência de Baku na sequência da desintegração da União Soviética, em 1991. A declaração da independência desencadeou um conflito armado de que saíram vencedores os separatistas apoiados pela Arménia. Trinta anos mais tarde, no outono de 2020, as forças armadas do Azerbaijão reconquistaram dois terços do território, situado no sul do Cáucaso.
(notícia atualizada às 16h35 com mais informação)
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