Receitas de jogos sociais vão aumentar 8,2% em 2024

O Governo prevê que as receitas com jogos sociais, explorados pelo departamento de jogos da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, vão aumentar 8,2% no próximo ano. A Santa Casa enfrenta algumas dificuldades, nomeadamente depois da nova provedora, Ana Jorge, denunciar alguns problemas dentro da entidade. Mesmo assim, poderá contar com a exploração de uma nova lotaria europeia.

Segundo o relatório do Orçamento do Estado para 2024, entregue esta terça-feira no Parlamento, a previsão de execução das receitas de jogos sociais deste ano é de 207,2 milhões de euros, acima dos valores inscritos no Orçamento de 2023 (205,7 milhões).

Já para o próximo ano, prevê-se que as receitas do departamento de jogos da SCML atinjam 224,2 milhões de euros, mais 16,9 milhões do que no ano anterior. Estes números representam assim uma subida de 8,2% face a 2023.

A partir de novembro, a SCML vai explorar em exclusividade uma nova lotaria europeia apelidada de EuroDreams. Trata-se de um jogo europeu de apostas simples, como as que são feitas no Totoloto ou o Euromilhões, e cujo lançamento está previsto para 6 de novembro. O EuroDreams, que contempla dois sorteios semanais e é destinado aos jovens, será um dos fatores a impulsionar as receitas da instituição.

A SCML tem estado envolta em polémica desde que foi conhecido que o Ministério Público ia investigar contratações externas de funcionários na instituição, após ter recebido uma queixa de que entravam para o índice remuneratório mais alto. Além disso, o Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social (MTSSS) pediu uma auditoria externa à Santa Casa Global, criada para gerir lotarias e jogos de apostas no mercado externo.

Em agosto, foram anunciados cortes nos planos de patrocínios para eventos desportivos, sendo que a SCML estaria a analisar todos os apoios que a instituição concede, no âmbito de uma avaliação para o próximo ano. O objetivo seria reduzir as despesas e aumentar as receitas, para melhorar a situação financeira da instituição. Entretanto no mês passado, Ana Jorge, que assumiu funções em maio, disse existirem “indícios de irregularidades” na Santa Casa Global.