Governo russo impõe venda de divisas a grandes exportadores durante seis meses
O rublo já perdeu um terço do seu valor desde o início do ano. Há dez dias atingiu o seu ponto mais baixo desde março de 2022 e desde então negoceia abaixo dos 100 rublos por dólar.
O Governo russo impôs esta sexta-feira a venda obrigatória de divisas aos principais exportadores do país até 30 de abril de 2024, numa tentativa de controlar a desvalorização da moeda nacional, o rublo.
A medida, que põe em prática um decreto do Presidente Vladimir Putin de 11 de outubro, afeta igualmente as subsidiárias dessas grandes empresas exportadoras.
As filiais devem vender as suas divisas, mesmo que estejam registadas e sediadas no estrangeiro, de acordo com a ordem governamental publicada hoje no portal oficial de informação jurídica da Rússia.
Além disso, os exportadores poderão solicitar uma isenção contactando a comissão governamental para os investimentos estrangeiros.
A medida aplica-se a 43 grupos de empresas dos setores da energia, metalurgia, química e madeira, bem como à exportação de cereais.
A percentagem da moeda que será sujeita à venda obrigatória – uma medida que a governadora do Banco Central da Rússia, Elvira Nabiulina, assegurou ter caráter pontual e temporário – será estabelecida pelo governo.
O rublo, que perdeu um terço do seu valor desde o início do ano, recuperou muito ligeiramente desde o final da semana passada.
Depois de ter atingido o seu ponto mais baixo desde março de 2022, há dez dias, e de ter ultrapassado os 100 rublos por dólar, está agora a ser negociado a 97,3 rublos por dólar.
Trata-se da segunda vez que o governo russo toma esta decisão desde o início da guerra na Ucrânia. Quatro dias após o início do conflito (24 de fevereiro de 2022), Putin decretou a venda obrigatória de 80% das divisas obtidas pelas empresas russas para travar o colapso do rublo, que estava então a ser negociado a 120 unidades por dólar.
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