Lucros recorde da TAP são “francamente animadores” para a privatização, diz Galamba
Ministro das Infraestruturas diz que os lucros recorde de 203,5 milhões de euros obtidos pela TAP até setembro dão boas perspetivas ao Governo para a privatização.
O ministro das Infraestruturas, João Galamba, disse esta terça-feira que os resultados da TAP, que reportou lucros recorde de 203,5 milhões de euros até setembro, são “francamente animadores” e dão boas perspetivas para a privatização.
“Os resultados são francamente animadores e mostram que depois de um ano de 2022 com resultados históricos, o ano de 2023 tudo indica que será ainda melhor e isso, obviamente, que são boas perspetivas para a privatização. Significa que temos uma empresa sólida, em crescimento, sustentável e isso é sempre uma boa notícia”, afirmou João Galamba, em declarações aos jornalistas à margem da cerimónia que assinalou o arranque da transferência da aviação executiva do Aeroporto Humberto Delgado para o Aeródromo Municipal de Cascais, em Tires.
A TAP registou lucros recorde de 203,5 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano e de 180,5 milhões no terceiro trimestre, segundo a informação divulgada esta terça-feira pela companhia aérea. Questionado sobre se estes resultados tornam mais difícil explicar aos portugueses a necessidade de privatizar a companhia aérea, João Galamba rejeitou a ideia e considerou que “significa apenas que o investimento que os portugueses fizeram na TAP está a ter retorno”.
Governo tomará “rapidamente” decisão sobre novo aeroporto
Já sobre o novo aeroporto, o governante garantiu que os prazos para a conclusão dos trabalhos da comissão técnica independente (CTI) para estudo da localização se mantêm, “perfeitamente a tempo” do desfecho do processo de privatização da TAP. A CTI deverá entregar o relatório final no final do ano, ou o mais tardar no início de janeiro e, segundo João Galamba, o Governo tomará depois “rapidamente” uma decisão.
Para o ministro da Infraestruturas, ainda que estejam a ser tomadas várias medidas para melhorar a operação no aeroporto de Lisboa, nomeadamente através da migração da aviação executiva para Cascais, continua a fazer sentido construir um novo aeroporto. “O Aeroporto Humberto Delgado durará muitos anos e é muito importante olharmos para medidas como esta, […] para usar e otimizar outras infraestruturas aeroportuárias do país, enquanto não temos uma nova infraestrutura”, referiu.
Na semana passada foi publicado em Diário da República um despacho para a criação de um grupo de trabalho cujo objetivo é definir a calendarização de obras e certificações necessárias para que o aeroporto de Cascais comece a assumir toda a aviação executiva do Aeroporto de Lisboa.
No mesmo dia, à margem do GreenPort Congress & Cruise, em Lisboa, o ministro disse que tem havido demonstrações de interesse por parte de companhias aéreas que desenvolvem aviões elétricos, que são ideais para rotas de curta duração, para usar os aeródromos portugueses com rotas de serviço público — Vila Real, Bragança, Viseu, Cascais e Portimão — para testes, estando também a ser preparado um despacho para a certificação dos aeródromos do interior no sentido de receber aeronaves elétricas.
Questionado naquela ocasião sobre a deslocalização da área militar de Figo Maduro do aeroporto de Lisboa, João Galamba adiantou que a medida, que também pretende ajudar a melhorar a operação do Aeroporto Humberto Delgado, vai implicar alterações ao contrato de concessão com a ANA/Vinci, que serão feitas por uma comissão de negociação. Questionado sobre para onde será deslocada a operação militar atualmente realizada em Figo Maduro, João Galamba remeteu a questão para o Ministério da Defesa Nacional.
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