Altice Portugal pisca olho aos investidores com receitas a crescerem 12% até setembro
Com Patrick Drahi a estudar uma possível venda da Altice Portugal, a dona da Meo revelou que as receitas cresceram 11,6% desde janeiro e o EBITDA disparou mais de 20%.
A Altice Portugal voltou a crescer no terceiro trimestre, numa altura em que circulam rumores de que o grupo internacional está a estudar a venda da operação no país.
Entre julho e setembro, as receitas da Altice Portugal subiram 9,1% face ao trimestre homólogo, num total de 742 milhões de euros. Analisando os primeiros nove meses do ano, as receitas aumentaram 11,6% em termos homólogos, atingindo 2.159 milhões de euros, revelou a empresa num comunicado.
Com as receitas cresceu também o lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (EBITDA), que atingiu 281 milhões de euros no trimestre, uma melhoria expressiva de 20,3% face ao trimestre homólogo que a Altice Portugal também atribui à “disciplina dos custos operacionais”.
Olhando para os nove meses até setembro, o EBITDA da Altice Portugal aumentou 13,5% e totalizou 781 milhões. A empresa, cujo capital é privado, nunca revela o resultado líquido.
Para esta melhoria dos resultados contribuíram tanto o segmento de consumo como o segmento empresarial. Este último beneficiou também de um negócio de construção de fibra ótica na Alemanha em que esteve envolvida a subsidiária Geodesia Internacional.
“A estratégia definida continua a resultar no aumento da base de clientes, no crescimento da receita e dos resultados operacionais, numa diversificação ímpar do portefólio de produtos e serviços, impulsionada pela inovação, no reforço constante das suas redes fixas e móveis e em elevados padrões de qualidade de serviço”, resume a Altice Portugal na referida nota.
Meo consegue mais receita por cliente
Analisando por segmentos, as receitas do consumo, onde se inclui a Meo, totalizaram 341 milhões de euros no trimestre, mais 3,4%. Não só a Altice Portugal tem mais clientes, como está a conseguir gerar mais receita média por cada cliente.
Nos serviços empresariais, as receitas fixaram-se em 401 milhões de euros no trimestre, uma variação positiva de 14,4% face ao mesmo trimestre do ano passado.
Além da instalação e manutenção de fibra na Alemanha, a Altice Portugal justifica a melhoria com a “convergência de serviços telco e não-telco na base de clientes” e pelo “crescimento das novas linhas de negócio que respondem às tendências atuais de transformação digital, pela expansão para mercados adjacentes e pelo contínuo crescimento da Altice Labs decorrente da exportação de inovação tecnológica para o mercado internacional”.
O investimento no trimestre foi de 110 milhões de euros, uma redução face aos 114,4 milhões de euros investidos no terceiro trimestre do ano passado.
Estes resultados são as credenciais da Altice Portugal para uma possível venda. O ECO sabe que o grupo Altice tem sondado o mercado e a imprensa internacional noticiou que Patrick Drahi, o dono da Altice, se prepara para receber uma primeira ronda de propostas por ativos já em dezembro.
Além disso, a Altice Portugal vê-se a braços com as consequências de uma investigação das autoridades à forma como ex-colaboradores e fornecedores terão lesado a empresa e o Estado em vários milhões de euros. O grupo revelou na semana passada que terá afastado todos os fornecedores sob investigação até ao final deste ano.
(Notícia atualizada às 12h10 com mais informação)
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