Metade das empresas não tem ferramentas tecnológicas para prevenir fraude e corrupção
Estudo da Deloitte diz que cerca de um terço das empresas (37%) considera que houve um aumento ligeiro do número de ocorrências de fraude no mercado empresarial no último ano.
Apesar da maioria das empresas portuguesas (92%) considerar “muito importante” ter tecnologia para prevenir a fraude e a corrupção, apenas 52% das empresas admite ter essas ferramentas, de acordo com um estudo da Deloitte Corruption & Fraud Survey de 2023, divulgado esta quarta-feira. Cerca de um terço das empresas inquiridas no estudo considera que se verificou um aumento de ocorrências no último ano.
Quase um terço das empresas portuguesas (31%) assume não ter uma estrutura definida para prevenir a ocorrência de corrupção e outras infrações conexas. Entre os que afirmam dispor de uma estrutura definida, a existência de um código de conduta/código de ética (65%) e de um canal de whistleblowing (60%) são os procedimentos mais frequentemente utilizados.
De acordo com o estudo que reuniu 137 empresas portuguesas, as empresas que afirmam dispor de tecnologia para prevenir a fraude e corrupção usam essencialmente ferramentas especializadas de analytics para a deteção de fraude (39%) e ferramentas para background checks (38%).
“Com esta edição do Corruption & Fraud Survey, procura-se contribuir para uma maior consciencialização junto do mercado português sobre a importância de uma abordagem preventiva, detectiva e remediadora. Esperamos que as organizações possam utilizar este estudo para robustecer a sua capacidade de prevenção, deteção e gestão de riscos de corrupção e fraude a que possam estar sujeitas”, diz Paulo Fernandes, partner da Deloitte, citado em comunicado.
Tentativa de fraude no mercado empresarial aumenta
Cerca de um terço das empresas inquiridas (37%) consideram que se verificou um aumento ligeiro do número de ocorrências de fraude no mercado empresarial no último ano e 18% consideram que esse aumento foi significativo – números que representam um pequeno aumento face à edição do ano anterior.
O estudo da Deloitte permitiu ainda identificar que 23% das empresas inquiridas experienciaram eventos de fraude ou conduta imprópria no último ano, sendo os crimes cibernéticos, fraudes tecnológicas e o desvio de fundos/apropriação indevida de ativos as ocorrências mais comuns. Quando questionados sobre qual o principal motivo para estes eventos, quase metade (46%) referiram a existência de sistemas de controlo ineficientes, seguida pela falta de valores éticos (32%).
Quando questionados sobre os principais riscos de corrupção e infrações conexas enfrentados pelas próprias empresas, mais de metade dos inquiridos (63%) referiu a existência de conflitos de interesses não divulgados, revelando uma elevada preocupação com este risco.
Apenas uma pequena parte dos inquiridos dispõe de ferramentas como inteligência artificial direcionada para a deteção de padrões de fraude (14%) ou procedimentos especializados em eDiscovery (12%). A necessidade de alteração e integração dos sistemas internos existentes (30%) e custos elevados de software e hardware (26%) são os principais desafios identificados associados à tecnologia em matéria de prevenção de fraude.
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