Presidente da Anacom aconselha sucessora a estudar bem os dossiês
João Cadete de Matos não quis comentar nenhuma declaração da futura presidente da Anacom, que em breve o substituirá no cargo, mas deixou alguns conselhos para o próximo mandato.
O ainda presidente da Anacom recusou esta quinta-feira comentar as declarações da sua sucessora, Sandra Maximiano, que considerou haver “excesso de zelo” da atual administração no cumprimento da sua missão. Ainda assim, dará “com certeza alguns conselhos” à futura presidente do regulador, disse o responsável no dia em que o Conselho de Ministros aprovou a sua substituição.
Um desses conselhos que Cadete de Matos vai dar a Sandra Maximiano, “se tiver oportunidade”, é estudar sempre os dossiês e ouvir os especialistas antes de se pronunciar sobre qualquer assunto. “Diria que é um bom princípio para qualquer pessoa que esteja a gerir uma entidade reguladora, de facto, estudar os assuntos, ouvir as equipas, só nos pronunciarmos depois de ouvir esse estudo e essa análise, depois de ouvirmos o que quem trabalha connosco tem a dizer.”
O segundo conselho que dará a Sandra Maximiano será “não ter medo de tomar decisões”, rematou o economista, que está ao comando da Anacom desde agosto de 2017.
Por fim, “aquilo que eu direi também à sucessora no cargo é que quero, de facto, que seja feliz. Acho que é importante sermos felizes nas funções, e que a felicidade dela seja a felicidade da Anacom e do país, porque a Anacom também não existe só por si. O propósito é servir o país, e portanto essa é a palavra que lhe transmitirei”, concluiu o presidente.
Esta segunda-feira, o ECO publicou declarações exclusivas da futura presidente da Anacom. Numa entrevista à saída de uma audição no Parlamento, Sandra Maximiano considerou que tem havido “excesso de zelo” da parte da administração liderada por Cadete de Matos, e asseverou que “de boas intenções o inferno está cheio”. “O conceito de independência não significa fechar ao diálogo”, defendeu também a sucessora.
Sandra Maximiano falou ainda de alguns dossiês do setor das telecomunicações, mostrando-se preocupada com as refidelizações e opinando sobre a decisão das autoridades portuguesas de excluir os chamados fornecedores de “alto risco” das redes 5G no país: “Sejam que fornecedores sejam, o que eu acho que é importante é que se garanta da parte desses fornecedores a segurança”, defendeu, minutos depois de ter prometido uma regulação “estável e previsível”.
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