Ritmo de contração da atividade na Zona Euro acelerou em dezembro
"Os números pintam um quadro desanimador, uma vez que a economia da zona euro não mostra sinais claros de recuperação. Pelo contrário, está em contração há seis meses consecutivos", diz economista.
O ritmo de contração da atividade na Zona Euro acelerou em dezembro em cadeia, terminando assim um quarto trimestre em que a atividade total caiu ao ritmo mais rápido em 11 anos, com exceção dos meses afetados pela pandemia em 2020.
O avanço do índice de atividade HCOB Eurozone PMI, compilado pela S&P Global – que integra a IHS Markit – e publicado esta sexta-feira, situou-se em 47 pontos em dezembro, abaixo dos 47,6 de novembro e abaixo dos 50 que separam o crescimento da contração.
O setor da indústria transformadora, que caiu pelo nono mês consecutivo, continua a liderar o declínio da atividade na Zona Euro, embora seja acompanhado por uma queda cada vez mais acentuada nos serviços, que já caem há cinco meses.
“Os números pintam um quadro desanimador, uma vez que a economia da Zona Euro não mostra sinais claros de recuperação. Pelo contrário, está em contração há seis meses consecutivos”, adverte o economista-chefe do HCOB, Cyrus de la Rubia, que considera que a probabilidade de a Zona Euro entrar em recessão a partir do terceiro trimestre “continua a ser muito elevada”.
De acordo com a S&P Global, o mês de dezembro foi marcado por um novo abrandamento nos setores da indústria transformadora e dos serviços, tendo ambos registado “quedas acentuadas” nas novas encomendas e uma redução das encomendas em carteira.
Esta situação conduziu a um declínio do emprego pelo segundo mês consecutivo, enquanto as empresas reduziram a sua capacidade operacional em consonância com o agravamento da situação da carteira de encomendas e com a persistência de “perspetivas sombrias” para os próximos doze meses.
Entretanto, o índice indica “sinais contraditórios” em matéria de inflação, uma vez que a inflação dos custos dos fatores de produção abrandou, mas a inflação dos preços de venda acelerou, o que, segundo o economista-chefe do HCOB, “sugere que as empresas conseguiram transferir alguns dos aumentos de custos para os clientes”.
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