Blinken pede moderação da ofensiva na Faixa de Gaza
A administração Biden mantém conversações "quase todos os dias" com o Governo israelita para pressioná-lo a minimizar os danos aos civis na Faixa de Gaza.
O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, pediu esta quarta-feira a Israel que conduza operações na Faixa de Gaza que visem apenas o Hamas e evitem a morte de civis, mas também à comunidade internacional que pressione o movimento palestiniano.
“É claro que o conflito deve passar para uma fase de menor intensidade. Esperamos e queremos ver uma mudança [de Israel] para operações mais direcionadas, com um número menor de forças e que estejam focadas na liderança do Hamas e na rede de túneis“, disse o chefe da diplomacia dos Estados Unidos numa conferência de imprensa de balanço de 2023.
Segundo Blinken, a administração dos Estados Unidos mantém conversações “quase todos os dias” com o Governo israelita para pressioná-lo a minimizar os danos aos civis na Faixa de Gaza. Mas também acusou o Hamas de ser responsável pela falta de novas tréguas no conflito e criticou o silêncio por parte da comunidade internacional em relação ao grupo islamita para “acabar com o sofrimento das mulheres e crianças”.
O secretário de Estado falou ainda sobre as negociações para aprovação de uma resolução no Conselho de Segurança das Nações Unidas sobre a Faixa de Gaza e disse que os Estados Unidos pretendem que o texto facilite a entrada de ajuda humanitária no enclave palestiniano. “É importante garantir que aquilo que a resolução pede realmente faz avançar este esforço e não faz nada que possa complicar a entrada da ajuda humanitária. É nisso que estamos focados”, defendeu.
A votação da resolução, promovida pelos Emirados Árabes Unidos, está adiada desde segunda-feira, enquanto prosseguem as negociações para evitar que os Estados Unidos utilizem o seu poder de veto para derrubar a proposta.
A administração do Presidente norte-americano, Joe Biden, opõe-se a um cessar-fogo na Faixa de Gaza porque acredita que permitiria o rearmamento do Hamas e já vetou duas resoluções no Conselho que apelavam ao fim das hostilidades.
Após um ataque sem precedentes do Hamas que causou cerca de 1.200 mortes e cerca de 240 sequestros em território israelita em 7 de outubro, o Exército de Telavive conduziu desde então uma poderosa ofensiva aérea, terrestre e marítima na Faixa de Gaza.
A operação militar já deixou mais de 19 mil mortos e acima de 51 mil feridos, a maioria dos quais mulheres, crianças e idosos, segundo números das autoridades locais de Gaza, controladas pelo grupo islamita palestiniano, bem como 1,9 milhões de deslocados, 85% da população total do enclave, de acordo com a ONU.
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