Oceanum Liberandum e EDP querem bater recorde de limpeza subaquática

Na campanha do ano passado, que contou com a colaboração de 597 mergulhadores de todo o mundo, foi possível retirar do mar mais de 3,5 toneladas de lixo.

Um recorde do Guinness já foi conquistado no ano passado, em Sesimbra: o de maior número de mergulhadores a efetuar uma ação de limpeza do mar em 12 horas, com a presença de 597 mergulhadores. Agora, a organização pretende alcançar o título de maior limpeza subaquática do mundo em 24 horas ou menos.

A Oceanum Liberandum volta a contar com o apoio da EDP na sua iniciativa de limpeza subaquática na costa de Sesimbra, no próximo dia 27 de maio. Este ano, o objetivo passa por superar a primeira edição e envolver ainda mais voluntários e entidades nacionais e internacionais, de modo a conquistar o recorde de maior limpeza subaquática do mundo em 24 horas ou menos.

Na campanha do ano passado, que contou com a colaboração de 597 mergulhadores de todo o mundo, foi possível retirar do mar mais de 3,5 toneladas de lixo, entre garrafas de plástico e de vidro, armadilhas de pesca, pneus, latas de alumínio, e outros resíduos que colocam em risco o ecossistema marinho.

“Além do objetivo imediato de recolha de resíduos do mar, esta iniciativa tem também o propósito de reforçar a importância das ações de proteção da vida marinha e alertar para a urgência do combate às alterações climáticas. Após a recolha, a organização pretende dar uma nova vida a esses resíduos, tentando que a maioria seja reutilizada na criação de peças de vestuário, móveis ou peças de arte – para tal, prevê-se o envolvimento de mais organizações que vão contribuir para dar uma segunda vida a esses artigos”, explica-se ainda no site da EDP.

“A EDP associa-se a esta iniciativa pelo seu compromisso com a ação climática e com as iniciativas que contribuem para proteger os oceanos. É nesse sentido que dirige boa parte dos seus esforços, tendo planos para investir 1,5 mil milhões de euros em projetos renováveis no oceano até 2025, com destaque para a aposta na energia eólica offshore. Um investimento que reflete um claro foco na sustentabilidade deste recurso vital para garantir uma transição energética que combata as alterações climáticas”, refere ainda a empresa de energia.

Qualquer mergulhador certificado pode participar nesta ação, necessitando apenas de se inscrever presencialmente num dos centros de mergulho parceiros ou através dos contactos disponibilizados no site da Oceanum Liberandum. A inscrição é gratuita.

A organização refere que é possível alugar gratuitamente o equipamento de mergulho no dia do evento, mas, dada a logística associada, solicita aos mergulhadores que levem o seu próprio equipamento. Não sendo isso possível, os mergulhadores devem indicar a necessidade de equipamento no contacto com os centros de mergulho. Cada mergulho terá uma duração máxima de 40 minutos.

Além dos mergulhadores envolvidos na limpeza subaquática, a organização pretende também mobilizar voluntários que ajudem na separação e contabilização dos resíduos recolhidos. Para tal basta que estes indiquem a sua disponibilidade através do email da associação.

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Comandante norte-americano admite reforço de meios na base das Lajes

  • Lusa
  • 5 Maio 2023

"Os Açores são uma localização estratégica. Os EUA e Portugal são basicamente melhores amigos e queremos garantir que continuamos a capitalizar essa relação", disse o comandante da base.

O comandante norte-americano da Base das Lajes, Brian Hardeman, defendeu esta sexta-feira que a infraestrutura continua a ser estratégica para os Estados Unidos da América (EUA), admitindo a possibilidade de um reforço de meios no futuro.

É algo que estamos a explorar, com base em futuras necessidades, que ainda estão a ser definidas. Os Açores são uma localização estratégica. Os Estados Unidos e Portugal são basicamente melhores amigos e queremos garantir que continuamos a capitalizar essa relação. Estamos definitivamente a considerar um reposicionamento e potencialmente trazer recursos adicionais, seja mão-de-obra ou outros, para ajudar em futuras missões, que ainda estão a ser definidas”, afirmou.

O comandante do 65th Air Base Group, estacionado na base das Lajes, na ilha Terceira, nos Açores, falava, em declarações aos jornalistas, durante um encontro com a comunicação social, numa altura em que decorre na ilha um exercício militar com quatro aeronaves KC-46 Pegasus, de reabastecimento aéreo. As quatro aeronaves e um Boeing C-17 trouxeram à ilha Terceira aproximadamente 300 militares de New Hampshire, que ficaram alojados na base das Lajes, para participar num exercício que durará cerca de quatro dias.

“Eles escolheram-nos devido à nossa ótima localização. Estão a fazer um exercício, que podiam fazer em qualquer lado, mas eu estou feliz por os podermos receber aqui, para permitir que possam treinar e executar a sua missão”, salientou o comandante. Desde a redução do efetivo, em 2015/2016, estão em permanência na base das Lajes 164 militares, apoiados por 420 civis portugueses, mas Brian Hardeman não fecha a porta a um eventual reforço.

“No futuro, com base nas missões, esse número pode aumentar. Tudo depende de como as missões forem definidas”, adiantou. Nada está “definido com clareza” neste momento, mas “a concorrência estratégica é um ‘monstro’, que exige muita avaliação e análise”.

“Queremos ter a certeza de que estamos a dar o nosso melhor para cumprir essa tarefa. Não queremos fazer nada que seja prematuro, que possa interromper as relações entre Portugal e os Estados Unidos, fazendo algo que nos obrigue a recuar”, explicou. Desde o processo de redução que os militares são colocados nas Lajes por comissões de um ano, sem direito a acompanhamento familiar pago, mas a Força Aérea norte-americana está também a considerar reverter essa decisão.

“No futuro, estamos a considerar a melhor forma para trazer as famílias e mudar as comissões de 12 para 24 meses (…) Não é algo que vá acontecer de um dia para o outro, vai defetivamente levar algum tempo, mas é algo que os líderes estão a considerar”, adiantou o comandante norte-americano.

O KC-46 Pegasus, o mais moderno reabastecedor da Força Aérea norte-americana, tem capacidade para reabastecer um avião C17 ou 10 a 12 caças, em minutos, durante o voo, podendo também ele ser reabastecido no ar. Ainda assim, o comandante norte-americano considerou que a base das Lajes continua a ter um papel importante de apoio às aeronaves que cruzam o Atlântico, até porque tem “a segunda maior pista” em bases onde os Estados Unidos têm presença na Europa, “48% da capacidade combustível e 21% do espaço de estacionamento”.

“A base das Lajes é absolutamente estratégica. O que podemos fazer a partir deste local é praticamente único no Atlântico e na região de África”, reforçou.

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TAAG programa voo direto Luanda-Porto para período do natal e ano novo

  • Lusa
  • 5 Maio 2023

A programação visa atender à elevada procura sazonal que se regista na ligação entre estas duas cidades angolana e portuguesa, com a disponibilização de 14 serviços especiais em dezembro e janeiro.

A TAAG, linhas aéreas angolanas, programou para o natal e ano novo voos diretos entre Luanda e o Porto, para “agregar mais opções de mobilidade aos passageiros e clientes”, anunciou esta sexta-feira a companhia.

De acordo com o comunicado de imprensa da TAAG, a programação visa igualmente atender à elevada procura sazonal que se regista na ligação entre estas duas cidades angolana e portuguesa, com a disponibilização de 14 serviços especiais no mês de dezembro deste ano e janeiro de 2024.

“Os clientes e passageiros da TAAG podem adquirir desde já o seu bilhete de passagem nos pontos de venda habituais da companhia, beneficiando de tarifas mais vantajosas através da aquisição antecipada do bilhete”, avisa a companhia aérea na nota.

No natal, as saídas de Luanda com destino ao Porto serão em voo noturno e estão agendadas para os dias 15, 17, 20 e 22 de dezembro, enquanto as saídas do Porto para a capital angolana serão em voo diurno e estão agendadas para os dias 16, 18, 21 e 23 de dezembro do ano em curso.

Para o ano novo, as saídas de Luanda para o Porto serão em voo noturno e estão agendadas para os dias 3, 5 e 07 de janeiro de 2024, já as saídas do Porto para Luanda serão em voos diurnos e estão agendadas para os dias 4, 6 e 8 de Janeiro de 2024.

“A rota será operada por uma aeronave Boeing 777, com capacidade para 293 passageiros. A TAAG vem, desta forma, acomodar a procura e interesse dos passageiros, proporcionando às famílias e ao segmento corporativo uma ligação direta à cidade do Porto, um destino preferencial e de elevada demanda no período da quadra festiva”, sublinha o comunicado.

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MAI anuncia concurso público para obras nas instalações do Corpo de Intervenção da PSP

  • Lusa
  • 5 Maio 2023

O concurso público nas instalações policiais do Corpo de Intervenção da PSP, na Ajuda, terá um preço base de 1,137 milhões de euros, acrescido de IVA.

O ministro da Administração Interna anunciou esta sexta-feira que até meados de maio vai ser lançado o concurso público para a realização de obras nas instalações do Corpo de Intervenção (CI) da Polícia Segurança Pública na Ajuda, em Lisboa. Na cerimónia que assinalou o 15.º aniversário da Unidade Especial de Polícia (UEP) da PSP, que integra o Corpo de Intervenção, José Luís Carneiro avançou com o lançamento do concurso e realização das obras, “tão urgentes para dar melhorar condições e dignidade aos polícias” do CI.

Até meados de maio lançaremos o concurso para melhorar as infraestruturas numa unidade muito especial e exigente”, precisou o ministro. Há muitos anos que os polícias que fazem parte do Corpo de Intervenção se queixam das condições das instalações policiais na Ajuda.

Fonte do gabinete do ministro da Administração Interna disse à Lusa que o concurso público terá um preço base de 1,137 milhões de euros, acrescido de IVA, sendo objetivo desta empreitada “dar continuidade ao propósito de reabilitar o edifício do Corpo de Intervenção, reforçando a sua funcionalidade, salubridade, segurança e habitabilidade”.

Criada a 5 de maio de 2008, a UEP constitui-se como unidade de reserva da PSP especialmente vocacionada para operações de manutenção e restabelecimento da ordem pública, resolução e gestão de incidentes críticos, intervenção tática em situações de violência concertada e de elevada perigosidade, complexidade e risco, segurança de instalações sensíveis e de grandes eventos, segurança pessoal dos membros dos órgãos de soberania e de altas entidades, inativação de explosivos e segurança em subsolo e aprontamento e projeção de polícias para missões internacionais.

Segundo a PSP, a UEP desenvolve anualmente, em média, cerca de 2.900 missões, na sua maioria de apoio a policiamentos de maior complexidade ou risco, reforço de patrulhamento, segurança a instalações críticas e sensíveis, apoio à estrutura de investigação criminal, bem como a segurança a altas entidades e proteção de testemunhas.

Além do Corpo de Intervenção, a UEP compreende o Grupo de Operações Especiais (GOE), Corpo de Segurança Pessoal (CSP), Centro de Inativação de Explosivos e Segurança em Subsolo (CIEXSS) e Grupo Operacional Cinotécnico (GOC).

No discurso, José Luís Carneiro afirmou também que, em breve, Portugal terá “uma das mais complexas operações de segurança”, referindo-se à Jornada Mundial da Juventude (JMJ), que se realiza em Lisboa de 01 a 06 de agosto e contará com a presença do Papa Francisco e de cerca de 1,5 milhões de jovens. “Sei que estão prontos e têm vindo a trabalhar com o secretário-geral do Sistema de Segurança Interna”, que está a coordenar a operação de segurança da JMJ, disse.

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Galp pede clarificação do regime fiscal em Portugal para poder avançar com investimentos

CEO da petrolífera pede esclarecimentos sobre o quadro fiscal português, numa altura em que os dois investimentos em Sines, avaliados em 486 milhões de euros, estão em consulta pública.

Filipe Silva apela que as matérias relacionadas com o quadro fiscal português sejam esclarecidas, antes de a Galp avançar com os próximos projetos no país.

Para o CEO, os próximos dois investimentos em Sines, ligados à produção de biocombustíveis avançados e hidrogénio verde, que se encontram em consulta pública, “estão prontos para avançar” estando já alocados os recursos necessários para a viabilização dos projetos. No entanto, afirma que “os regimes fiscais em Portugal têm de ser clarificados” de forma a não comprometer os investimentos. Os dois projetos estão avaliados em 486 milhões de euros.

“Estamos prontos para avançar [com o HVO@Galp e GalpH2Park]. Temos pessoas e fornecedores alinhados. Este é um projeto importante mas os regimes fiscais em Portugal precisam de ser clarificados. Precisamos de ter um ambiente propício a grandes decisões”, recomendou o CEO esta sexta-feira durante uma chamada com analistas, na sequência da divulgação dos resultados da petrolífera referente ao primeiro trimestre. “A Galp tem sido taxada a 64% em Portugal. Precisamos de outras condições”, acrescentou.

Filipe Silva tinha lançado o mesmo apelo num vídeo publicado esta manhã, onde defendeu que “a clarificação das questões fiscais é importante para nós antes de iniciarmos os nossos novos projetos em Portugal“, fazendo referência à decisão anunciada, em março, pelo Tribunal Constitucional onde libertava os distribuidores e transportadores de gás de pagarem a Contribuição Extraordinária do Setor Energético (CESE).

“Vimos progressos na decisão recente do Tribunal Constitucional a nosso favor no âmbito dos impostos extraordinários sobre o setor da energia. Vamos ver”, disse.

A Galp Energia lucrou 250 milhões de euros no primeiro trimestre de 2023, valor que fica 62% acima dos 155 milhões verificados no mesmo período do ano passado, segundo um comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) esta sexta-feira.

Já o EBITDA, ou seja, os lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização, atingiu os 864 milhões, quase em linha com o período homólogo (-1%).

Este resultado é impulsionado por “um forte desempenho operacional, nomeadamente no Industrial & midstream e atividades comerciais”, salienta a petrolífera. O segmento industrial inclui a refinação, sendo que a margem da Galp se fixou nos 14,3 dólares por barril, acima dos 4,8 dólares registados no mesmo período do ano passado e também mais alta do que a do quarto trimestre de 2022, de 13,5 dólares.

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Walk Talks. Coragem não é sobre não ter medo, é sobre enfrentar o medo

  • Trabalho
  • 5 Maio 2023

Uma conversa, enquanto se caminha, que se repete aqui todas as semanas. Bem-vindos à Walk Talks.

“Coragem não é não ter tempo medo. É, tendo medo, enfrentar esse medo”, começa por dizer Nuno Santos Fernandes. E é precisamente quando enfrentamos os nossos limites que mais descobrimos sobre nós próprios.

No episódio desta semana das Walk Talks, Nuno Santos Fernandes e João Perre Viana, os partner e mentores da Walking Mentorship, falam-nos sobre coragem, e deixam ainda uma sugestão para os mais curiosos: a série “Band of Brother“.

http://videos.sapo.pt/Qdz9AaCSZn1UsCZqZ3uE

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Tripulantes exigem afastamento de diretor-geral da easyJet das negociações laborais

  • Lusa
  • 5 Maio 2023

O sindicato disse que José Lopes, "despudoradamente, imputou ao sindicato a intenção de encerramento da Base de Faro quando, na véspera" tinha afastado esse cenário.

O Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC) exigiu esta sexta-feira o afastamento do diretor-geral da easyJet em Portugal, José Lopes, das negociações com os trabalhadores, criticando declarações do responsável no parlamento, segundo um comunicado. “Além da lamentável intervenção do diretor-geral” no parlamento fomos “surpreendidos pela notícia de que o mesmo, na Base de Faro, quebrou uma vez mais a confidencialidade inerente às negociações e revelou a última proposta da easyJet aos tripulantes”, lamentou a estrutura sindical.

“Mais grave ainda, apresentou propostas de algumas situações laborais, das quais nem sequer deu conhecimento ao sindicato – o seu interlocutor direto”, disse o SNPVAC, acusando o diretor-geral de adotar “práticas avessas à intervenção sindical, tão características de outras empresas do setor”. O sindicato disse ainda que o responsável, “despudoradamente, imputou ao sindicato a intenção de encerramento da Base de Faro quando, na véspera” questionados pela estrutura, disse o SNPVAC, “afirmaram perentoriamente que essa questão não estava a ser equacionada”.

“Entendemos que num processo em que há diferendo entre as partes, atitudes como estas não conduzirão, por certo, a bom porto, nem contribuem para soluções consensuais”, referiram, destacando que “provocar indignação e descontentamento aos tripulantes, não é, nunca foi, e jamais será o caminho certo para a paz social”.

Exigiremos à empresa a necessidade de cessar, de imediato, este tipo de atuação, salvo se o seu intento for o de agudizar e extremar o diferendo em curso”, salientaram, destacando que “será condição imperativa o afastamento do diretor-geral, do processo de negociação”. O diretor-geral da Easyjet assumiu na quarta-feira que a empresa está empenhada em “melhorar as condições” dos seus trabalhadores em Portugal, mas pediu “bom senso” para garantir a sustentabilidade da operação.

“Estamos empenhados em melhorar as condições de todos os nossos colaboradores em Portugal, mas temos de continuar a usar o bom senso para que este projeto possa continuar e compreendemos que existe quem não queira que isto aconteça, quem exige que não continue e que não cresça”, disse José Lopes na Comissão de Trabalho, Segurança Social e Inclusão.

De acordo com o country manager da Easyjet para Portugal, a empresa afasta o que disse terem sido as propostas apresentadas pelos sindicatos, com aumentos iguais ou superiores a 60%. Na mesma comissão, numa audição realizada mais cedo, o SNPVAC assinalou que os trabalhadores da Easyjet em Portugal recebem cerca de menos 60%, em média, que os restantes trabalhadores da empresa na Europa.

Ana Dias, diretora do sindicato, registou que o SNPVAC não pretende aumentos que igualem esses valores, mas pede “um aumento que, pelo menos, acompanhe o crescimento da Easyjet aqui em Portugal”. Perante estas declarações, José Lopes disse que a empresa já apresentou “quatro propostas diferentes”, contra duas do sindicato, e que uma delas consagra oscilações em várias modalidades entre os 18% e os 40%.

“Continuam nestes valores que são completamente irrealistas e que põem em causa o futuro da nossa empresa em Portugal”, detalhou o country manager da Easyjet, que remeteu para as declarações do sindicato na audição anterior. “Ainda há pouco, na audição anterior, ouvi dizer que o SNPVAC não quer aumentos de 60%, quer aumentos relacionados com o aumento do custo de vida, então assinamos já o contrato”, garantiu José Lopes.

De acordo com o gestor, do lado da Easyjet “essa abertura existe”, e remeteu para o Acordo de Empresa, que tem “uma proposta de mais 8% no primeiro ano e na ordem dos 20% a três anos, bem acima daquilo que é a inflação”.

Nós queremos continuar a melhorar as condições das pessoas que trabalham connosco, se não o fizéssemos não conseguíamos crescer mais do dobro desde a pandemia para cá”, garantiu o responsável da empresa. Uma destas propostas contempla, segundo o responsável, aumentos entre os 18% e os 30% no caso dos contratos a tempo completo e entre os 29% e os 40% nos casos dos contratos a tempo parcial, a três anos.

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Sindicato do SEF anuncia greve para maio e junho nos aeroportos

  • Lusa
  • 5 Maio 2023

A paralisação no aeroporto de Lisboa vai decorrer entre as 05:00 e as 10:00 de 20 a 22 de maio, de 27 a 29 de maio, de 3 a 5 de junho, de 10 a 12 de junho, de 17 a 19 de junho e de 24 a 26 de junho.

O Sindicato dos Inspetores de Investigação, Fiscalização e Fronteiras (SIIFF) anunciou esta sexta-feira a realização de vários períodos de greve a partir de 20 de maio para os aeroportos de Lisboa, Porto, Faro e Madeira. Em causa está a incerteza quanto ao futuro dos inspetores do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) depois de o Governo ter aprovado, a 6 de abril, o decreto-lei que estabelece o regime de transição dos trabalhadores do SEF na sequência do processo de reestruturação.

O SIIFF entregou dois pré-avisos de greve que vão decorrer nos meses de maio e junho, sendo um deles para o aeroporto de Lisboa e o outro para os aeroportos de Faro, do Porto e da Madeira, bem como para os restantes postos de fronteira.

Segundo os pré-avisos, entregues no dia em que o Ministério da Administração Interna anunciou o plano destinado a reforçar a capacidade operacional dos aeroportos portugueses durante o período de verão devido ao aumento de passageiros, a paralisação no aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, vai decorrer entre as 05:00 e as 10:00 de 20 a 22 de maio, de 27 a 29 de maio, de 3 a 5 de junho, de 10 a 12 de junho, de 17 a 19 de junho e de 24 a 26 de junho.

Nos restantes aeroportos e postos de fronteira, nomeadamente marítimas, a greve vai decorrer nos dias 22 e 29 de maio e 5, 12, 19 e 26 de junho. No pré-aviso de greve, o SIIFF recorda que a aprovação do decreto-lei decorreu de uma negociação coletiva entre o Governo e as estruturas representativas dos trabalhadores com o objetivo de discutir a transição da extinta carreira de investigação e fiscalização do SEF para a carreira de investigação criminal da Polícia Judiciária.

Da negociação mencionada, não resultou qualquer compromisso entre as partes que reflita os assuntos discutidos e decisões assumidas pelo Governo. Certo é que até à presente data, é desconhecido o teor do decreto-lei aprovado, assim como qualquer calendário que nos permita aferir das datas de concretização/operacionalização de todo este processo”, critica o sindicato.

A estrutura sindical considera que, “passados mais de três anos desde que o Governo deu a conhecer a sua intenção de extinguir o SEF, é inaceitável que os trabalhadores da CIF/SEF continuem a ser confrontados com este clima de incerteza e remetidos a um alheamento total quanto ao seu futuro”.

Perante “esta indefinição”, e até que o Governo se digne a dar conhecimento do decreto-lei aprovado em Conselho de Ministros e apresente, “com o necessário grau de certeza, a calendarização da operacionalização do processo de transição dos trabalhadores da CIF/SEF”, o sindicato diz não restar “outra alternativa senão a de demonstrar profunda indignação, através do recurso a todos os meios legalmente previstos”, nomeadamente a greve.

Além do SIIFF, o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras tem ainda um outro sindicato de inspetores e uma estrutura sindical que representa os trabalhadores não policiais.

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Chineses já faturam 31 milhões com bois do Alentejo que eram do Novobanco

Quase falida há uma década, a Monte do Pasto foi comprada em 2019 pela CESL Asia ao Novobanco e assume-se como a maior criadora portuguesa de bovinos. Fatura 31 milhões e exporta 95% da produção.

Instalada na região do Baixo Alentejo, a Monte do Pasto soma trinta mil cabeças de gado distribuídas por 11 herdades nos concelhos de Cuba e Alvito, 85 parques de recria de novilhos e ainda quatro parques de ovinos, numa área total de 4.200 hectares. Com 40 anos no mercado e perto de 65 trabalhadores, reclama o estatuto de maior criador português de bovino, com um volume de negócios anual na ordem dos 31 milhões de euros.

A empresa foi fundada em 1981, mas atravessou algumas dificuldades ao longo do percurso. Foi, inclusive, “completamente reestruturada” em 2014, ano em que Clara Moura Guedes, licenciada em Gestão, assumiu a liderança da empresa. Um ano depois iniciava um novo ciclo de expansão e crescimento, ao aumentar os parques de recria, o investimento tecnológico e a aposta na exportação.

Em entrevista ao ECO, a presidente executiva recorda que no ano em que iniciou funções, apesar de os acionistas, compostos por um conjunto de fundos, acreditarem no potencial da empresa, a Sapju, como se chamava na altura, estava “praticamente parada e numa situação financeira muitíssimo complicada”. Em 2019, através das subsidiárias Focus Platform e Focus Agriculture, o grupo CESLAsia, com sede em Macau, adquiriu a empresa ao Novo Banco, um dos principais credores, num negócio avaliado em 37,5 milhões de euros.

Com a missão de dar a volta ao negócio deficitário, Clara Moura Guedes conseguiu voltar a colocar a Monte do Pasto no mapa agropecuário, até chegar ao ponto de “liderar a criação de bovinos a nível nacional”. A Monte do Pasto exporta 95% da produção, principalmente para a Ásia (tendo em conta a ligação acionista) e para o Norte de África (Marrocos e Argélia). Exportam também animais vivos para Israel.

Bem-estar animal e sustentabilidade são os atuais pilares do negócio. A CEO da Monte do Pasto alerta que existem “muitos mitos, no setor da agropecuária e dos produtos agroalimentares, que importa desmistificar e não correspondem à realidade”. Com base nesta premissa, está envolvida no projeto Ethical Meat – Sistema Integrado de Produção Sustentável de Carne – que tem como objetivo “criar uma carne de qualidade e sustentável ao longo de todo o processo, sempre focado no bem-estar animal”.

O projeto Ethical Meat, que representa um investimento de cerca de um milhão de euros, cofinanciado pelo Compete 2020, vai ser concluído no final deste ano. Materializa a iniciativa estratégica da União Europeia – “Do Prado ao Prato” – para a transição para um sistema alimentar mais saudável, seguro e sustentável ao longo da cadeia alimentar.

Clara Moura Guedes destaca-o como “um projeto muito inovador neste setor” e que prevê que os animais sejam criados ao ar livre. “Queremos reduzir ao mínimo o stress dos animais, através da alteração do maneio. Estamos a trabalhar com especialistas a nível mundial desta área do bem-estar animal e também com as universidades de Évora e do Minho”, conta a gestora.

É possível desenvolver agropecuária sustentável e conseguir, ao longo de todo o processo, respeitar os animais e o seu bem-estar.

Clara Moura Guedes

CEO do Grupo Monte do Pasto

A Monte do Pasto controla todas as áreas do processo e consegue intervir ao longo de toda a fase.“É uma forma de intervir ao longo de todas as fases da cadeia de produção de carne – do prado ao prato”, diz a gestora, que já trabalhou em multinacionais como a L’Oréal. Ainda associado a este projeto, a Monte do Pasto criou quatro parques, que, segundo a CEO da empresa, “são pioneiros na Europa em bem-estar animal”.

Da criação à produção e venda de carne

A Monte do Pasto, que há poucos dias participou na Ovibeja, tem certificações associadas a melhores práticas de agricultura regenerativa (Produção Baixo Carbono), de bem-estar animal (Beter Leven 3 Stars e Welfai). O sistema de produção da marca de carne, intitulada True Born, obteve a Rotulagem Facultativa “Do Prado ao Prato”, atribuída pelo Ministério da Agricultura e Alimentação.

A marca True Born nasceu em 2021 e é feita exclusivamente a partir dos bovinos criados nas herdades do grupo. A marca posiciona-se num segmento de alta qualidade e foi pensada com foco na exportação, principalmente Macau e Hong Kong. Clara Moura Guedes explica que a marca também é vendida em Portugal, mas em canais de distribuição mais especializados, como mercearias gourmet.

Na ótica da gestora, é possível desenvolver agropecuária sustentável e conseguir ao longo de todo o processo respeitar os animais e o seu bem-estar. “Tudo isto contribui, por um lado, por um respeito profundo pelos animais e, por outro lado, pela criação de um produto de melhor qualidade e mais sustentável”, conclui Clara Moura Guedes.

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Organização Mundial da Saúde declara fim da pandemia de Covid-19

A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou esta sexta-feira que a Covid-19 já não representa uma emergência de saúde à escala mundial, apesar de continuar a ser uma ameaça. 

A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou esta sexta-feira o fim da pandemia: “É com grande esperança que declaro o fim da Covid-19 como emergência de saúde global. No entanto, isto não significa que a Covid-19 deixou de ser uma ameaça global à saúde”, disse o diretor-geral, Tedros Ghebreyesus.

Ao ECO, o ministro da Saúde, Manuel Pizarro, diz que o fim da pandemia representa “uma vitória” da ciência e sublinha que “os portugueses demonstraram uma enorme capacidade de adaptação, acolheram as orientações sanitárias e aderiram fortemente à vacinação”. E frisa que, nos últimos três anos, “os milhares de profissionais de saúde” assumiram “num período tão exigente” um “compromisso com a saúde dos portugueses” a que se soma a postura dos trabalhadores “dos setores essenciais” que se “mantiveram ao serviço” assim como “as autarquias e as instituições sociais”.

De futuro, acrescenta ainda o ministro, “importa agora preservar as lições aprendidas” que são “essenciais para continuar o trabalho de fortalecimento do Serviço Nacional de Saúde e da Saúde Pública”.

Foi em março de 2020, que a OMS declarou a Covid-19 como uma pandemia à escala global, considerando-a a “maior crise sanitária global do nosso tempo”. Três anos depois, a já foram identificados mais de 765 milhões de casos de infeção por todo o mundo e quase sete milhões de pessoas já morreram com a doença. Entre 3 e 30 de abril foram detetados quase 2,8 milhões de novos casos e mais de 17.000 mortes, de acordo com o último balanço.

O diretor-geral da OMS referiu ainda que durante o último ano, “comité de emergência e a OMS têm estado a analisar os dados com cuidado, considerando quando seria o tempo certo para baixar o nível de alarme”, tendo na quinta-feira o comité de emergência reunido pela 15.º vez e decidido declarar o fim emergência global. “Eu aceitei esse conselho”, afirmou Tedros Ghebreyesus.

A pandemia está em recuar, com o aumento da imunidade da população através da vacinação e da infeção”, a mortalidade está a diminuir e há, consequentemente uma “diminuição da pressão sobre os sistemas de saúde”, justificou o responsável, referindo que “essa tendência permitiu que a maioria dos países voltasse à vida como a conhecíamos antes”.

A “Covid-19 mudou o nosso mundo e mudou-nos“, disse o responsável, pedindo que se retirasse lições da pandemia, mas sublinhando que agora é tempo de os países “começarem a gerir a Covid-19 juntamente com outras doenças infecciosas”. Ainda assim, o diretor-geral da OMS avisa que não hesitará em voltar a declarar a Covid como uma emergência global se necessário for. “Se for necessário, não hesitarei em convocar outro comité de emergência caso a Covid-19 volte a colocar o nosso mundo em perigo“, apontou.

Em Portugal, o Governo foi levantando as restrições impostas na sequência da pandemia de Covid-19. Assim, desde o final de agosto que o uso de máscara deixou de ser obrigatório nos transportes públicos e nas farmácias, mas apesar do levantamento do estado de alerta (que terminou a 1 de outubro de 2022) a única medida que se manteve, e que terminou no início de abril deste ano, era o uso obrigatório de máscara nas unidades de saúde, lares de idosos ou de acolhimento de pessoas vulneráveis nas unidades da rede de cuidados continuados.

(Notícia atualizada pela última vez às 15h15)

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AB InBev reestrutura equipa de marketing depois de polémica com influencer transgénero

Alissa Heinerscheid, vice-presidente de marketing da Bud Light que supervisionou a campanha, e Daniel Blake, diretor de marketing das marcas da Anheuser-Busch's, foram afastados.

Uma quebra de 1% do volume global de negócio na venda de cervejas nos EUA, uma “reestruturação” na equipa de marketing e o triplicar do investimento com publicidade no verão. São estes os principais estilhaços da polémica decisão da AB InBev em promover a sua cerveja Bud Light através de uma influencer transgénero.

Em abril, a influencer transgénero Dylan Mulvaney colocou um vídeo no Instagram a abrir uma lata de Bud Light, na qual estava desenhado o seu rosto, enviada pela empresa como parte de uma campanha.

As reações não se fizeram tardar e atingiram a marca pelos dois lados: se parte do mercado dos EUA – principalmente a faixa populacional mais conservadora – reagiu negativamente à parceria, o mesmo aconteceu com os clientes que a ação pretendia alcançar, que criticaram a falta de apoio da marca à influenciadora, depois das críticas.

Michel Doukeris, CEO da InBev, minimizou o impacto negativo destas reações e do boicote que se seguiu. Referindo que ainda é muito cedo para comentar o impacto total, o CEO revelou que as vendas da marca nos EUA, nas primeiras três semanas de abril, tiveram uma quebra equivalente a 1% do volume global da empresa, cita a Bloomberg.

Embora tenha referido que o impacto do boicote americano à Bud Light é gerível e que não é previsível que afetem os resultados anuais, Doukeris concorda que até 1% do volume da maior produtora de cerveja mundial é significativo, refere a Marketing Week.

No entanto, de acordo com o Beer Business Daily, o volume de vendas da marca (fora de restaurantes, cafés e bares), em relação ao ano anterior, caiu 21,1% na segunda semana de abril e 26,1% na terceira, ao passo que as marcas concorrentes – como a Coors Light e Miller Lite – viram as suas vendas subirem.

O CEO da AB InBev quis também deixar claro que a situação se refere a “uma lata, uma influenciadora, um post e não uma campanha”, revelando ainda aos investidores os resultados positivos do primeiro trimestre.

Nos primeiros quatro meses do ano, a AB InBev – que também detém outras marcas de cerveja como a Corona ou a Budweiser – vendeu um total de 140,548 hectolitros (+ 0,9% face ao período homólogo) e aumentou a receita em 13,2%, face ao mesmo período do ano passado, alcançando a marca de 12 mil milhões de euros. O lucro também cresceu 12,4%, para um total de 6,57 mil milhões de euros.

A polémica acarretou também mudanças na equipa de marketing. Conforme divulgou o The Wall Street Journal, perto do final do mês de abril a Anheuser-Busch, empresa americana subsidiária da AB InBev, confirmou que Alissa Heinerscheid, vice-presidente de marketing da Bud Light que supervisionou a campanha, e o seu chefe, Daniel Blake, diretor de marketing das marcas da Anheuser-Busch’s, foram afastados da empresa.

Segundo Michel Doukeris, a empresa encontra-se num processo de “reestruturação” para que os seus profissionais seniores de marketing estejam “mais intimamente conectados com todos os aspetos das [suas] marcas” e vai ainda triplicar os gastos em media com a marca neste verão, num “esforço para reavivar o apoio à marca”, refere a Marketing Week.

Segundo este meio, o CEO da AB InBev afirmou o grupo sabe que as suas marcas têm um bom desempenho quando se focam em desporto, música e na conexão com os consumidores. A marca Bud Light é habitualmente promovida em eventos desportivos.

Segundo a Marketing Week, a AB InBev diz que aprendeu “grandes lições” com este boicote. No entanto, nas atuais circunstâncias, as marcas do grupo não pretendem fazer nada e manter-se-ão em linha com os planos previamente traçados, à semelhança da abordagem adotada pela Corona durante a pandemia.

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Santos Silva convidou homólogo ucraniano a visitar Portugal

  • Lusa
  • 5 Maio 2023

O presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, convidou o presidente do parlamento ucraniano a discursar no parlamento português, e indicou que Volodymyr Zelensky aceitou o convite.

O presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, esclareceu que o convite para visitar Lisboa e discursar no parlamento português foi endereçado ao seu homólogo ucraniano, Ruslan Stefanchuk, e não ao Presidente daquele país, Volodymyr Zelensky.

“Aparentemente ter-me-ei equivocado, peço desculpa. Evidentemente que eu fiz o convite ao presidente do parlamento da Ucrânia para estar aqui, e não ao Presidente da Ucrânia, porque eu convido presidentes de parlamento”, afirmou Santos Silva no final na reunião plenária.

“Fica o equívoco sanado”, acrescentou.

No início da reunião plenária, o presidente do parlamento português tinha afirmado: “Convidei o Presidente da Ucrânia a visitar Lisboa e a dirigir-se também, em sessão plenária, ao nosso parlamento. Fi-lo, como disse, ao abrigo dos poderes que tenho, mas ciente também de que teria a imensa maioria do parlamento comigo quando formulei esse pedido, que foi imediatamente aceite”.

O presidente do parlamento disse ainda que disponibilizou “o conhecimento muito grande que existe” na Assembleia, “seja ao nível dos senhores deputados, da Comissão de Assuntos Europeus, mas também de outras comissões, seja ao nível dos senhores funcionários”, para apoiar a Ucrânia no processo de candidatura à adesão à União Europeia.

De seguida, Augusto Santos Silva afirmou que a sua expectativa “é que na próxima visita do presidente Stefanchuk aqui à Assembleia da República”, seja possível “assinar um memorando de entendimento, formalizando essa cooperação”.

De acordo com o Regimento, compete ao presidente da Assembleia da República, ouvida a conferência de líderes, “convidar, a título excecional, individualidades nacionais e estrangeiras a tomar lugar na sala das reuniões plenárias e a usar da palavra”.

Augusto Santos Silva fez uma visita oficial à Ucrânia na terça e quarta-feira, a convite do seu homólogo Ruslan Stefanchuk, na qual foi acompanhado por deputados das bancadas do PS, PSD, IL e BE, mas não do Chega ou do PCP.

“A visita permitiu encontros muito importantes com o Presidente da República da Ucrânia, com o primeiro-ministro, com o presidente do parlamento ucraniano, que teve aliás a gentileza de me convidar a proferir uma intervenção na sessão plenária do parlamento”, indicou no início dos trabalhos parlamentares, depois de o assunto ter sido abordado pelo PSD.

O presidente da Assembleia da República indicou também que a visita “incluiu também um ponto especialmente tocante, que foi a possibilidade de visitar a Universidade de Kiev, em que se ensina e estuda português, e ter encontro com os respetivos professores e estudantes”.

“Foi uma maneira também ela expressiva de comemorar o Dia Mundial da Língua Portuguesa e a cooperação que existe, não só a nível dos governos e dos parlamentos, como também ao nível das instituições académicas entre os dois países”, afirmou.

Santos Silva considerou que “foi uma visita muito importante”, tendo agradecido “a colaboração de todos na organização, incluindo na absoluta discrição” com que, a seu pedido, “os membros da comitiva se comportaram”.

“Isso foi essencial para que a visita fosse possível também do ponto de vista logístico e de segurança, como os senhores deputados que me acompanharam podem, se quiserem, informar os respetivos grupos parlamentares”, acrescentou.

Antes, o líder parlamentar do PSD pediu para palavra para congratular a viagem que “o senhor presidente, acompanhado por deputados desta casa, fez à Ucrânia”, que “muito enobreceu este parlamento”.

“E saudar o regresso de todos, num momento em que o conflito na Ucrânia se está a intensificar, mas que esperamos que possa ser concluído o mais rapidamente possível”, apontou Joaquim Miranda Sarmento.

(Notícia alterada às 18h09 com esclarecimento de Augusto Santos Silva sobre o convite endereçado ao presidente do Parlamento ucraniano e não ao Presidente ucraniano)

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