📹 Quanto custam os salários aos patrões? O ECO fez as contas

O empregador não tem apenas de pagar o salário ao trabalho, tem também outros custos como as contribuições sociais. Afinal, quanto custa um salário às empresas portuguesas? O ECO fez as contas.

Os empregadores portugueses têm a seu cargo não só os custos salariais, mas também vários outros custos por cada trabalhador, nomeadamente contribuições sociais, seguro e subsídio de refeição. O ECO fez simulações e explica-lhe em vídeo o que está em causa.

http://videos.sapo.pt/ZrzFlKQlIIVbHYJrnvEn

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Acessibilidades do novo aeroporto pagas pelo promotor mas alta velocidade e 3.ª ponte não, diz CTI

  • Lusa
  • 30 Dezembro 2023

A comissão para o estudo do aeroporto disseque as acessibilidades rodoviárias e ferroviárias devem ser pagas pelo promotor, mas a alta velocidade e a terceira ponte por outras fontes de financiamento.

“As infraestruturas rodoviárias e ferroviárias de ligação do novo aeroporto à rede existente rodoviária, ou às redes ferroviárias existentes, programadas e/ou planeadas de acordo com o Plano Ferroviário Nacional, deverão ser pagas pelo respetivo promotor aeroportuário”, esclareceu a comissão técnica independente CTI, que publicou no ‘site’ aeroparticipa.pt respostas a 51 perguntas que têm surgido com frequência no processo de consulta pública em curso.

A pergunta “quem paga as acessibilidades?”, bem como questões relacionadas com o projeto da alta velocidade previsto no Plano Ferroviário Nacional, ou com a terceira ponte sobre o Tejo estão entre as mais frequentemente que surgem “em diversos media, ou em mensagens enviadas diretamente à CTI”, segundo a comissão.

“No caso das ligações rodoviárias, envolvendo as autoestradas sob a exploração da Brisa, o respetivo contrato de concessão […] prevê que os custos destas ligações sejam suportados pela concessionária”, esclareceu também a comissão liderada por Rosário Partidário.

Já em resposta à questão “por que razão a Avaliação Ambiental Estratégica não considerou os custos do projeto da Alta Velocidade e da Terceira Travessia do Tejo na opção de localização no Campo de Tiro de Alcochete?”, a CTI disse que se trata de custos que dizem respeito “única e exclusivamente, à concretização do Plano Ferroviário Nacional (PFN) e da Rede Transeuropeia de Transportes (RTE-T), que estão cobertos por outras fontes de financiamento que nada têm a ver com a realização (ou não) do aeroporto”.

Questionada sobre se “a localização do aeroporto em Alcochete torna mais caro o projeto da alta velocidade (AV) previsto no Plano Ferroviário Nacional”, o grupo de especialistas respondeu de forma negativa, já que aquele plano “prevê duas opções para a ligação a Lisboa em AV, uma pela margem esquerda e outra pela margem direita”.

“De acordo com as Infraestruturas de Portugal, a estimativa dos custos de investimento para a alternativa pela margem direita é de 1.200 milhões de euros, enquanto pela margem esquerda é de 850 milhões de euros“, apontou, acrescentando que “a localização do aeroporto no Campo de Tiro de Alcochete introduz alterações que encurtam a extensão do traçado pela margem direita, perspetivando-se uma ligeira redução no valor de investimento total previsto”.

A CTI esclareceu ainda que o aeroporto no Campo de Tiro de Alcochete poderá avançar e vir a funcionar sem acessos ferroviários e, apenas, com acessos rodoviários, caso os projetos da Alta Velocidade e da Terceira Travessia do Tejo não avancem nas próximas décadas, “à semelhança, aliás, do projeto do aeroporto no Montijo apresentado pela ANA”.

A CTI responsável pela avaliação estratégica ambiental para o aumento da capacidade aeroportuária da região de Lisboa apresentou, em 05 de dezembro, o relatório preliminar, que servirá de base para a decisão do Governo sobre o novo aeroporto.

A comissão considerou que, das nove opções em estudo, Alcochete é a que apresenta mais vantagem, com uma primeira fase em modelo dual com o Aeroporto Humberto Delgado, passando depois para uma infraestrutura única na margem sul do rio Tejo.

Foi também considerada viável a opção de Vendas Novas, nos mesmos moldes, isto é, primeiro em modelo dual, passando depois para aeroporto único.

O relatório preliminar encontra-se em consulta pública até 26 de janeiro.

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Pedro Nuno Santos promete novo impulso com ciclo de reformas e contas certas

  • Lusa
  • 30 Dezembro 2023

O secretário-geral do PS afirma que 2024 será um ano de escolhas por parte dos portugueses e promete dar um novo impulso aos oito anos de governos de António Costa, abrindo um ciclo de reformas.

Esta linha política do novo líder dos socialistas consta de uma mensagem vídeo de Ano Novo que Pedro Nuno Santos divulga este sábado nas redes sociais.

“Os governos socialistas fizeram avanços muito importantes nos últimos oito anos. O que pretendemos no novo ano é dar um novo impulso ao trabalho feito por António Costa e abrir um novo ciclo de reformas e de progresso em Portugal. Neste novo ciclo, só o PS está em condições de assegurar aos portugueses um projeto de governabilidade, que garanta a estabilidade, defenda das instituições democráticas, desenvolva e reforme o Estado social e acelere a transformação da economia”, declara o novo líder dos socialistas na mensagem.

Pedro Nuno Santos assinala que a crise política aberta com a demissão de António Costa das funções de primeiro-ministro, em novembro passado, “pôs fim a um ciclo de estabilidade governativa e lançou o país numa situação em que os portugueses serão chamados a decidir o seu futuro” nas eleições legislativas antecipadas de 10 de março.

Por isso, na sua perspetiva, 2024 será um ano de escolhas em relação ao caminho que Portugal pretende seguir no futuro.

“As minhas prioridades são as prioridades de sempre do PS. Visam dar resposta às preocupações da esmagadora maioria dos portugueses”, sustenta, antes de prometer manter uma linha de continuidade em relação às políticas de “melhoria de rendimentos de quem trabalha e das pensões de quem trabalhou uma vida inteira”.

Nesta linha de continuidade, o secretário-geral do PS fala ainda “em cuidados de saúde gratuitos“, numa “escola pública de qualidade independentemente dos rendimentos”, assim como do “acesso a uma habitação digna que as famílias possam pagar” e de uma economia “competitiva e inteira”.

“Fazer isto tudo mantendo contas certas e sustentáveis que garantam segurança ao país no futuro”, completa.

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Luís Montenegro nega benefício indevido e diz que não está “nada condicionado”

O presidente do PSD disse que o inquérito da PGR sobre a construção da casa em Espinho é uma oportunidade para escalarecer assunto, pois "não deve nada a ninguém".

Luís Montenegro negou este sábado ter recebido qualquer benefício indevido na construção da sua casa em Espinho, sublinhando que a investigação da PGR a partir de uma denúncia anónima não condiciona a sua ação política.

“Quero desde já dizer que não me sinto nada, mas mesmo nada, condicionado na minha liberdade para exercer as funções políticas que hoje desempenho”, disse o presidente do PSD, em conferência de imprensa. “Não vacilo um segundo na caminhada que nos leva ao encontro dos portugueses e nos levará também numa expressiva vitória nas eleições de 10 de março”.

Não pedi nem aceitaria qualquer benefício indevido, mas numa sociedade justa também não posso aceitar ser prejudicado ou mesmo retrair-me em exercer os meus direitos só para proteger a minha imagem pública”, vincou.

A Procuradoria-Geral da República confirmou, esta sexta-feira, que está a ser realizado um inquérito aos benefícios fiscais que Luís Montenegro terá recebido com a construção de uma casa em Espinho.

O Ministério Público explicou que este inquérito é dirigido pelo Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) do Porto, encontrando-se em segredo de justiça e não tendo arguidos. A investigação pretende saber como decorreu o processo de licenciamento da obra e o processo de construção, assim como quem foi o responsável pela construção e como foram pagos os materiais.

Segundo a CNN, em causa está um imóvel com 829,6 metros quadrados, que recebeu alvará de utilização em 2021, altura em que o preço médio de venda de imóveis no concelho estava nos dois mil euros por metro quadrado. No entanto, com base na estimativa entregue em 2016 à Câmara de Espinho no processo de licenciamento, estava implícito um preço por metro quadrado de 500 euros (no total de 332 mil euros), a que é preciso somar 100 mil euros que Montenegro pagou pelo imóvel devoluto que ali existia.

A lei obriga os políticos a declararem qualquer alteração patrimonial que supere em 50 vezes o salário mínimo nacional, indicando ainda o “valor patrimonial efetivo” dos imóveis, contudo o presidente do PSD omitiu o valor patrimonial efetivo do imóvel nas declarações de rendimentos entregues entre 2015 e 2022.

“Insinuações e calúnias”

Montenegro disse este sábado que “a denúncia anónima suscitará muitas dúvidas nos seus verdadeiros propósitos”, mas adiantou que não se vai “queixar disso”.

“Pelo contrário, esta é uma oportunidade de tirar de cima de mim e da minha família um peso incrível de insinuações e calúnias que carregamos há mais de um ano”, afirmou, “ainda bem que o Ministério Público abriu um inquérito, e ainda bem que a justiça vai tomar uma posição sobre a minha conduta”.

Luís Montenegro disse que falou deste assunto pela última vez até a justiça se pronunciar. “Falo hoje porque tenho consciência que o tempo político e mediático não é exatamente igual ao tempo da justiça“.

O líder do PSD quis ainda deixar claro que “cada cêntimo que investi nas obras da casa da minha família foi pago com o esforço do meu trabalho e da minha mulher, diretamente por nós e de acordo com as licenças emitidas pelas autoridades competentes”.

“Cada fatura emitida e paga respeitou o regime fiscal e legal vigente no respetivo momento”, disse, adiantando que todas as faturas foram comunicadas à Autoridade Tributária.

(Notícia atualizada às 13h41)

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Finanças já publicaram as novas tabelas de retenção de IRS. Veja as simulações

O Governo publicou em DR as novas tabelas de de retenção na fonte de IRS, com alívio fiscal para trabalhadores dependentes e pensionistas. Veja aqui as simulações do ministério das Finanças.

O Governo publicou na sexta-feira em Diário da República as novas tabelas de retenção na fonte de IRS sobre rendimentos de trabalho dependente e pensões de residentes no continente, que trazem alívio fiscal em todos os escalões já a partir de janeiro.

“Desde o segundo semestre de 2023, que tem vindo a ser aplicado um novo modelo de retenção na fonte assente na progressividade que caracteriza o IRS e, em particular, na lógica da aplicação de taxa marginal, em harmonia com os escalões que relevam para a liquidação anual do imposto, evitando, assim, situações de regressividade, em que a aumentos da remuneração mensal bruta correspondessem diminuições da remuneração mensal líquida”, lê-se no DR.

“As novas tabelas de retenção na fonte refletem a redução transversal de IRS aprovada pela Lei do Orçamento do Estado para 2024, incluindo a atualização do valor de referência do Mínimo de Existência para efeitos do cálculo da liquidação de IRS e a respetiva proteção em sede de IRS do aumento da remuneração mínima mensal garantida (RMMG) de 760 (euro) para 820 (euro) em 2024″, adianta o boletim.

Veja aqui as novas tabelas:

Em comunicado, o ministério das Finanças afirmou que “as novas tabelas de retenção na fonte aprovadas para 2024 vão reforçar os rendimentos dos trabalhadores e pensionistas já no início do próximo ano, concretizando a diminuição do IRS aprovada no Orçamento do Estado para 2024″.

Adiantou que a aplicação das tabelas, aprovadas e publicadas em Diário da República, resultará num aumento do rendimento líquido mensal das famílias.

Por exemplo, um contribuinte não casado, sem filhos, com um salário em torno do valor médio (cerca de 1.300 euros) terá uma redução da retenção na fonte na ordem dos 16%, o correspondente a um ganho de rendimento líquido mensal na ordem dos 28 euros por mês (ou seja, 392 euros por ano).

um contribuinte nas mesmas condições, mas com um salário em torno dos 2.000 euros por mês terá uma redução da sua retenção na fonte na ordem dos 14%, o que corresponde a um ganho líquido mensal na ordem dos 56 euros por mês (784 euros por ano).

Quem ganha o salário mínimo, que em janeiro sobe para 820 euros, não pagará IRS, pelo que não estará sujeito a retenções na fonte. Para esse valor o ganho de rendimento líquido mensal face ao ano passado corresponderá a cerca de 28 euros por mês (392 euros por ano), explicou o ministério liderado por Fernando Medina.

Adiantou que “os trabalhadores da Administração Pública terão em 2024 ganhos de rendimentos por duas vias: os aumentos salariais definidos no âmbito do reforço do Acordo de Médio Prazo de Melhoria dos Rendimentos, dos Salários e da Competitividade de pelo menos 52 euros ou 3%, e a redução do IRS que também será refletida nas respetivas retenções na fonte”.

Veja aqui as simulações feitas pela Ministério das Finanças:

Impacto nos trabalhadores dependentes, por sujeito passivo:

 

Impacto nas famílias, por agregado:

 

Impacto nos pensionistas:

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CE da Global Media responde a acionistas minoritários com pedido de auditoria e fala em casos de “gestão pouco transparente”

Um dia depois dos acionistas minoritários da Global Media terem acusado o World Opportunity Fund de incumprimento, Comissão Executiva anuncia auditoria para apurar situações "menos claras".

A comissão executiva da Global Media, liderada por José Paulo Fafe, respondeu na manhã deste sábado a Marco Galinha, Kevin Ho, José Pedro Soeiro e Mendes Ferreira, acionistas que na sexta-feira, em comunicado, se demarcaram se dos atrasos no pagamento de salários a trabalhadores e da situação vivida na empresa, denunciando uma “situação de manifesto incumprimento” de contrato por parte do World Opportunity Fund, que é o maior acionista do grupo.

Ao “insólito comunicado”, como o descreve, o documento que tem como título “Nota da Comissão Executiva” responde com o anúncio de uma auditoria a “todas as decisões, operações e negócios que conduziram o Global Media Group ao estado atual, não sendo de descurar uma posterior decisão em recorrer a outras instâncias, no sentido de apurar eventuais responsáveis por situações menos claras e que indiciam em alguns casos uma gestão, no mínimo, pouco transparente”, lê-se no documento ao qual o +M teve acesso.

Em seis pontos, e começando por lembrar que Marco Galinha tem assento neste órgão, a comissão executiva, diz que “todas as decisões relevantes para o grupo, incluindo o plano de reestruturação, foram atempadamente apresentadas por esta Comissão Executiva ao Conselho de Administração, bem como, também, a todos os seus acionistas, tendo recebido deles, sem qualquer exceção, o seu pleno e inequívoco apoio”.

Acrescenta que no decurso da última reunião, a 15 de dezembro, “e após esta Comissão Executiva ter apresentado um ‘raio X’ da situação financeira do grupo, e exposto algumas situações e procedimentos detetados que nos suscitaram sérias dúvidas quanto à sua legalidade e transparência, aproveitámos para solicitar aos acionistas que fizessem algum esforço financeiro no sentido de minorar a difícil situação existente a nível financeiro, pedido esse que foi liminarmente rejeitado, não se mostrando qualquer deles disponível para tal”.

O comunicado realça que no decurso da citada reunião, “os acionistas decidiram transmitir a esta Comissão Executiva um voto de confiança e reafirmar o seu apoio ao plano de reestruturação em curso” e frisa que “as dificuldades financeiras existentes do grupo não são novas e a reestruturação aprovada e em curso é indispensável para a sobrevivência do grupo”.

Agora, “na sequência do comunicado” subscrito pelos acionistas minoritários, o representante do World Opportunity Fund avança então com o anúncio de uma auditoria e eventual “posterior decisão em recorrer a outras instâncias”.

Ontem, recorde-se, Marco Galinha, Kevin Ho, José Pedro Soeiro e Mendes Ferreira, acionistas minoritários do Global Media Group (GMG), afirmaram que “existe uma situação de manifesto incumprimento por parte do World Opportunity Fund, Ltd., quanto a obrigações relevantes dos contratos, que, ao não ter ocorrido, teria permitido o pagamento dos salários e o cumprimento de outras responsabilidades”.

Segundo estes, o processo de venda das participações ao World Opportunity Fund decorreu “com respeito de todas as regras de compliance e de boa governança normalmente exigidas nesta tipologia de negócios, tendo, nomeadamente, sido realizado um extenso e transparente processo de due diligence económico-financeiro por parte do novo investidor”.

Com a formalização da venda, a gestão executiva do grupo foi entregue a novos administradores e ao novo investidor,não tendo os signatários qualquer responsabilidade nas decisões executivas, entretanto tomadas pela nova administração”, asseguraram.

Os acionistas não deixarão de recorrer a todos os meios ao seu dispor para exercer os direitos legais e contratuais que lhes assistem e, bem assim, de tudo fazer quanto estiver ao seu alcance para restaurar a credibilidade do GMG e das suas marcas, honrando a história do Grupo e de todos aqueles que diariamente dão o seu melhor por um jornalismo de excelência”, referem na nota.

No mesmo documento, os quatro acionistas manifestam a sua “solidariedade com todos os trabalhadores da GMG” e expressaram uma “firme intenção de defender os interesses da empresa e reverter a inusitada situação a que esta foi conduzida”.

A Global Media é controlada maioritariamente pelo World Opportuny Fund (WOF), fundo que começou por entrar com uma participação de 38%, no capital da Páginas Civilizadas, empresa de Marco Galinha, que por sua vez reforçou na altura para 50,25% a sua participação no Global Media Group. Semanas depois, o WOF passou a controlar mais de 50% da referida Páginas Civilizadas. Mas, como a própria Entidade Reguladora da Comunicação Social (ERC) já sinalizou, desconhece-se qual é acionista efetivo que está a usar o WOF para controlar aquele grupo de media.

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“Agora é que vamos ver impacto” da política monetária no crédito e investimento, alerta Ricardo Reis

Os efeitos da política monetária sentem-se com cerca de 12 meses de atraso, pelo que no próximo ano será possível perceber como afetou a produção das empresas e a procura.

Apesar das subidas de juros terem parado por agora, no próximo ano ainda se vão sentir as “restrições da política monetária”, que demora algum tempo a produzir efeitos, alerta o economista Ricardo Reis. Será possível perceber como afetou o crédito e o investimento, enquanto o mercado de trabalho tem sido “flexível”.

A política monetária levada a cabo pelo Banco Central Europeu resultou em dez subidas consecutivas das taxas de juro, seguidas por duas pausas. Mas os efeitos sentem-se com cerca de 12 meses de atraso, nota o economista, em entrevista ao ECO.

Desta forma, “agora é que vamos ver o impacto que tiveram na procura de crédito e investimento“, bem como os efeitos na produção das empresas. Além disso, apesar da pausa nas subidas as taxas “ainda vão ficar altas, não dando um estímulo adicional” ao consumo, recorda.

Este alerta também já foi dado por Mário Centeno na apresentação do boletim económico de dezembro, onde sinalizou que os “próximos meses serão de aperto financeiro”, já que com a redução da taxa de inflação, a taxa de juro real fica cada vez mais alta. “Os próximos meses vão assistir a um aumento do aperto das condições financeiras, porque apesar da estabilidade nas taxas diretoras do Banco Central Europeu (BCE), com a taxa de inflação cada vez mais reduzida, a taxa de juro real está cada vez mais alta”, admitiu o governador do Banco de Portugal.

Apesar deste impacto, por agora o mercado de trabalho português tem mostrado resiliência. “O mercado de trabalho em Portugal tem sido flexível, a população está muito protegida e o mercado é muito flexível em relação à média europeia”, aponta Ricardo Reis. “Está numa mudança”, acrescenta, apontando que tem tido também o impulso da imigração.

Destaca-se nesta situação o setor dos serviços, nomeadamente ligados ao turismo, que “com toda a sua sazonalidade também tem um papel muito importante”, destaca o economista.

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“Estamos desiludidos com o que o Governo fez. Vamos ver se o novo agarra oportunidades”, diz Ricardo Reis

Economista Ricardo Reis defende que são necessárias reformas estruturais, que o Governo de António Costa não concretizou. Crescimento económico apenas virá com aumento da produtividade, sublinha.

As expectativas já estão altas para o próximo Governo. As discussões sobre a necessidade de reformas já decorrem há vários anos, mas o sentimento relativamente ao atual Governo é de desilusão, aponta ao ECO o economista Ricardo Reis. “Vamos ver se novo Governo agarra oportunidades“, afiança, defendendo que são precisas mudanças estruturais para alcançar um crescimento sustentável.

A crítica que tem sido feita aos governos de António Costa é de “falta de capacidade reformadora“, algo que poderia impulsionar a economia portuguesa, como defende Ricardo Reis, que lidera o Comité de Datação dos Ciclos Económicos da Fundação Francisco Manuel dos Santos, cujo trabalho resultou num livro intitulado “Crises na Economia Portuguesa: de 1910 a 2022”.

Neste livro, a equipa de economistas detalha todas as crises vividas em Portugal, tendo encontrado surpresas como perceber “quão fechada e agrícola a economia era” no início do século passado, a ponto de não ter entrado em crise durante a guerra civil espanhola e a Grande Depressão. Nessa altura, as crises quase se alinhavam com as más colheitas, nomeadamente do vinho, exemplifica o economista. Agora, as crises têm tido mais causas externas, como aconteceu na última — provocada pela pandemia de Covid-19. E são precisas alterações estruturais para que a economia não continue estagnada.

O Comité vai continuar a trabalhar, nomeadamente para perceber se nos próximos anos se vai viver uma nova crise ou não. “As perspetivas são de um crescimento pequeno”, assume Ricardo Reis, mas “se vai chegar a recessão ou não”, ainda é uma incógnita.

A estagnação advém do “excesso de protecionismo” e da fraca concorrência externa, pelo que “faltam reformas estruturais na educação e na concorrência que nos permitam tornar líderes” nos mercados externos, diz o economista.

O principal motor do crescimento deve então ser “a capacidade de trabalho, de empreendedorismo dos empresários e a capacidade de facilitar os negócios”, defende. “Numa economia que tem de crescer duma forma sustentada e não apenas cíclica, o crescimento virá sempre com o aumento da produtividade“, reitera.

As previsões do Governo são de um crescimento de 2,2% em 2023 e 1,5% em 2024, enquanto o Banco de Portugal está mais pessimista e prevê um crescimento de 1,2% no próximo ano.

Para impulsionar as reformas estruturais, um aspeto que tem sido mencionado pelos políticos é o acesso aos fundos do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). O economista defende que é importante não perder tempo e aplicar os fundos, mas “tão ou mais importante que se o dinheiro está a ser bem aplicado é a capacidade de corrigir o rumo”.

“A grande crítica a programas como o PRR é serem desenhados num gabinete e depois não há flexibilidade para corrigir o rumo”, defende. Assim, o Governo que tomar posse após as eleições de 10 de março vai ter de cumprir o que foi acordado com a Comissão Europeia pelo antecessor, o que foi já até recordado pelo primeiro-ministro demissionário.

António Costa avisou um eventual Governo PSD quer “gostem ou não gostem” vão ter de construir 32 mil casas até 2026. “Gostem ou não gostem, o PRR está contratualizado entre Portugal e a União Europeia e estamos obrigados a cumpri-lo até às 24 horas do dia 31 de dezembro de 2026”. (…) Gostem ou não gostem, vão ter mesmo de executar os 32 mil fogos que estão contratualizados com a UE. Se não os construírem perdemos o dinheiro”, avisou o chefe de Governo demissionário.

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SNS com nova organização em 2024 para tentar facilitar acesso e circulação de utentes

  • Lusa
  • 30 Dezembro 2023

O SNS vai passar a estar organizado em Unidades Locais de Saúde (ULS), que integram hospitais e centros de saúde debaixo de uma única gestão, e desaparecem as Administrações Regionais de Saúde.

A partir de 01 de janeiro, o país ficará inteiramente coberto por 39 ULS, numa reorganização que tem como objetivo facilitar o acesso das pessoas e a sua circulação entre os centros de saúde e os hospitais.

As ULS também deverão reforçar a aposta na promoção da saúde e na prevenção da doença.

A partir de janeiro, as ULS serão financiadas de acordo com o risco clínico das pessoas a que dão resposta, um processo que deve avançar de forma gradual.

Um despacho publicado este mês explica que, na prática, os utentes passam a ser classificados e agregados tendo em conta a previsível necessidade de recurso ao SNS. Atualmente, o financiamento é determinado sobretudo pela produção, ou seja, pelo número de atos praticados.

A ferramenta que será usada combina informações sobre diagnósticos, prescrições clínicas, utilização dos serviços de saúde, entre outras, ajudando a identificar os subgrupos populacionais que têm características comparáveis e que apresentam necessidades em saúde semelhantes.

No total, serão três subgrupos: elevado risco clínico, constituído “pelos cerca de 5% dos portugueses que sofrem de doenças complexas”, risco moderado, que inclui os “25% que vivem com pelo menos uma doença crónica que se sobrepõe às outras”, e um terceiro grupo que integra “as pessoas saudáveis, os não-utilizadores do SNS e os que têm apenas doenças agudas episódicas”.

Outra das alterações na organização do SNS tem que ver com a generalização das Unidades de Saúde Familiar (USF) modelo B, onde os profissionais de saúde serão remunerados em função do desempenho.

Nas USF modelo B os profissionais recebem uma remuneração-base e um pagamento variável, associado ao desempenho, designadamente pelo alargamento da lista de utentes, pela realização de domicílios e pela qualidade no acesso e na assistência clínica.

O Governo estima que a transição para modelo B de todas as USF fará com que 250 a 300 mil portugueses ganhem médico de família.

Outra das apostas são os Centros de Responsabilidade Integrados (CRI), que são estruturas de gestão intermédias dentro dos hospitais, criadas por proposta dos profissionais e que têm autonomia funcional.

Cada CRI estabelece com o Conselho de Administração um compromisso de assegurar aos cidadãos mais acesso e melhores resultados em saúde, adotando modelos de organização inovadores e valorizando, também do ponto de vista remuneratório, o desempenho dos profissionais.

Será igualmente no próximo ano que avançará o regime de dedicação plena, que corresponde a um modelo de organização do trabalho que estimula uma maior dedicação ao serviço público.

No caso das USF e dos CRI, a dedicação plena é associada ao cumprimento de objetivos e a um sistema de pagamento de salário composto pela remuneração base, por suplementos e por incentivos ao desempenho, associados ao estímulo do trabalho em equipas multidisciplinares.

Será também permitida a adesão individual dos médicos à dedicação plena, enquanto não está generalizada a organização dos hospitais em CRI.

Nos hospitais, os profissionais dos CRI, bem como os médicos que exerçam funções de direção de serviço ou de departamento, poderão estar em dedicação plena, bem como os médicos que desejem aderir voluntariamente a esse regime. Esses profissionais terão um horário semanal de 40 horas (35 horas + 5 horas de dedicação plena). A prestação das cinco horas confere direito a um suplemento correspondente a 25 % da remuneração base mensal.

A dedicação plena será considerada o regime normal de trabalho nas USF de modelo B. Em todos os outros casos, a adesão é voluntária.

Os médicos que adiram à dedicação plena são livres de exercer em unidades privadas ou do setor social,

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Líder da OMS “muito preocupado” com crescente ameaça de infeções em Gaza

  • Lusa
  • 29 Dezembro 2023

Até meados de dezembro, as pessoas que vivem em abrigos "continuaram a adoecer", com perto de 180.000 pessoas a sofrerem de infeções respiratórias superiores.

O chefe da Organização Mundial da Saúde (OMS) manifestou esta sexta-feira “muita preocupação” com a crescente ameaça representada pelas doenças infecciosas na Faixa de Gaza, desde o início da guerra entre Israel e o movimento islamita palestiniano Hamas.

À medida que as pessoas continuam a ser deslocadas em massa para o sul de Gaza (…), os meus parceiros da OMS e eu continuamos muito preocupados com a ameaça crescente de doenças infecciosas”, sublinhou Tedros Adhanom Ghebreyesus, numa publicação na rede social X.

Tedros lembrou que algumas famílias têm sido forçadas a mudar-se várias vezes e muitas estão abrigadas em instalações de saúde sobrelotadas. O responsável da agência da ONU alertou também que, até meados de dezembro, as pessoas que vivem em abrigos “continuaram a adoecer”, com perto de 180.000 pessoas a sofrerem de infeções respiratórias superiores.

Tedros Adhanom Ghebreyesus apontou ainda 136.400 casos de diarreia, metade destes em crianças com menos de 5 anos, 55.400 casos de piolhos e sarna, 5.330 casos de varicela, 42.700 casos de erupção cutânea, incluindo 4.722 casos de impetigo, ?4.683 casos de Síndrome de Icterícia Aguda e 126 casos de meningite.

A OMS está a “trabalhar incansavelmente” com os parceiros para apoiar as autoridades de saúde “no aumento da vigilância e controlo das doenças”, com o fornecimento de medicamentos e kits de testes para apoiar a rápida deteção e resposta a doenças infecciosas como a hepatite, salientou.

Esta agência está também a tentar melhorar o acesso a serviços seguros de água, alimentação, higiene e saneamento, acrescentou. A guerra já matou mais de 21.500 palestinianos, na sua maioria mulheres e crianças, segundo as autoridades do Hamas, que controla a Faixa de Gaza, e provocou uma crise humanitária que deixou um quarto da população do enclave em situação de fome.

O número de mortos, divulgado pelo Ministério da Saúde do território governado pelo Hamas, não faz distinção entre civis e combatentes. Os responsáveis israelitas têm rejeitado os apelos internacionais para um cessar-fogo, afirmando que tal equivaleria a uma vitória do Hamas, movimento considerado terrorista pelos países ocidentais e que Israel prometeu desmantelar.

Telavive também prometeu trazer de volta os mais de 100 reféns ainda detidos pelo Hamas desde o ataque de 7 de outubro a território israelita, o que desencadeou a guerra, e que provocou a morte a cerca de 1.200 pessoas, na sua maioria civis. O exército israelita confirmou que 168 militares foram mortos desde o início da ofensiva terrestre.

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Banco de Portugal volta a dispensar reserva contracíclica no 1.º trimestre de 2024

  • Lusa
  • 29 Dezembro 2023

“A percentagem de reserva contracíclica de fundos próprios a vigorar a partir de 01 de janeiro de 2024 manter-se-á em 0% do montante total das posições em risco”, indicou a instituição.

O Banco de Portugal (BdP) vai manter a dispensa de constituição de reserva contracíclica para a banca no primeiro trimestre de 2024, à imagem do que tem acontecido anteriormente, anunciou a instituição esta sexta-feira, em comunicado. “A percentagem de reserva contracíclica de fundos próprios a vigorar a partir de 01 de janeiro de 2024 manter-se-á em 0% do montante total das posições em risco”, indicou.

O BdP disse que “a decisão foi tomada por deliberação do Conselho de Administração de 12 de dezembro de 2023, tendo sido consultado o Conselho Nacional de Supervisores Financeiros”.

A instituição recordou que “a percentagem de reserva contracíclica de fundos próprios aplica-se a todas as posições em risco de crédito, cuja contraparte seja o setor privado não financeiro nacional, de instituições de crédito e de empresas de investimento sujeitas à supervisão do Banco de Portugal ou do Banco Central Europeu (Mecanismo Único de Supervisão)”, sendo revista trimestralmente.

A decisão sobre a percentagem de reserva contracíclica de fundos próprios é publicada no site do Banco de Portugal, onde pode também ser consultada informação sobre as percentagens de reserva contracíclica aplicáveis a exposições a Estados-membros da União Europeia/Espaço Económico Europeu.

A reserva contracíclica de capital corresponde a uma reserva adicional constituída por fundos próprios (capital) principais de nível 1 (Common Equity Tier 1), que tem como objetivo proteger o setor bancário nos períodos em que o risco sistémico cíclico aumenta, devido a um crescimento excessivo do crédito, segundo a informação disponível no site do banco central.

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Ligação aérea entre Bragança e o Algarve “em risco”

  • Lusa
  • 29 Dezembro 2023

A concessão que liga Bragança, Vila Real, Viseu, Tires (Cascais) e Portimão vai terminar a 28 de fevereiro do próximo ano e se for prorrogada, nos moldes atuais, a Sevenair não tem interesse.

A carreira aérea que liga Trás-os-Montes ao Algarve pode estar em risco, afirmou esta sexta-feira à Lusa Sérgio Leal, diretor de voos da Sevenair, que faz a ligação. “Da parte da Sevenair, não dizemos isso com agrado nenhum, até porque acreditamos e sabemos que é uma linha com real interesse para o país”, declarou Sérgio Leal.

A concessão que liga Bragança, Vila Real, Viseu, Tires (Cascais) e Portimão vai terminar a 28 de fevereiro do próximo ano. Além disso, se os valores apresentados pelo Governo como indemnização compensatória pela prestação do serviço se mantiverem nos moldes atuais, que têm sido de 2,4 milhões de euros por ano, e mesmo que seja proposto um ajuste direto até à conclusão de um futuro concurso, a empresa disse que não tem “nem interesse, nem condições” para continuar a operação.

A esta medida compensatória dada pelo Estado, junta-se a venda de bilhetes como receita. Mas o valor angariado tem sido insuficiente. “Já está a dar prejuízo há algum tempo. Neste último concurso foi notório. Anualmente, só no combustível, face àquilo que apresentámos inicialmente na nossa proposta há quatro anos, tivemos aumentos [das despesas] para mais do dobro. Tivemos prejuízos só nessa vertente, a nível anual, de cerca de 300 mil euros”, detalhou Sérgio Leal, referindo ainda subidas substanciais com a manutenção das aeronaves.

Desde 2009, nunca houve um ajuste de valores. E em 2015 acrescentámos duas rotas: Viseu e Portimão”, lamentou Sérgio Leal, que vincou que já fizeram chegar a preocupação ao Governo e à Autoridade Nacional de Aviação Civil (ANAC). Quanto ao concurso público, Sérgio Leal explicou que, por norma, são lançados com seis meses de antecedência.

“É um concurso lançado a nível da União Europeia (…). Por isso, é necessário um tempo de preparação para os operadores conhecerem as peças do concurso (…). Depois, a proposta tem que ser analisada e aprovada no final pelo Tribunal de Contas (…)”, descreveu Sérgio Leal. Sobre o concurso, Sérgio Leal disse que, inicialmente, chegaram a pensar que iria decorrer nos prazos considerados normais, porque foram contactados em “finais de julho, inícios de agosto”.

“Nessa altura, tivemos oportunidade de fazer saber à ANAC algumas condicionantes e prejuízos que tivemos. E, se houvesse um novo concurso, até sugerimos algumas alterações que seriam benéficas para a operação”. Depois disso, Sérgio Leal garantiu que não tiveram mais quaisquer novidades.

“Somos um prestador de serviços. Não quer dizer que não haja outro operador que o faça. No entanto, desde que começámos a operar esta linha, somos os únicos a concorrer. (…) Quando mais ninguém concorre, já de si se percebe que não é uma linha que seja comercialmente fantástica”, frisou Sérgio Leal. O diretor disse que este alerta é um reforço do que já fizeram anteriormente, “sem esperar pela última hora”.

“Se for para ser lançada uma prorrogação, com base nos mesmos pressupostos do contrato que está agora a acabar, para nós não terá qualquer interesse. Não a conseguimos fazer nos moldes atuais, sem algo revisto”, sublinhou Sérgio Leal. No último concurso, lançado em 2018 e concluído em 2019, houve a necessidade de prorrogação, pedido que foi acedido pela empresa. Desta vez, e sem alterações, tal não se vai repetir.

“Não temos condições nem interesse em fazê-lo. Queremos cumprir as nossas responsabilidades até ao final, como temos feito (…). Até ao 28 de fevereiro, iremos voar. Mais do que isso, não”, garantiu Sérgio Leal. Em 2023, a carreira aérea, que funciona com um avião com 18 lugares, transportou cerca de 13 mil passageiros e está numa “curva ascendente”, segundo dados da empresa responsável. Em 2018, números pré-pandemia, rondou os 12 mil viajantes. Durante a pandemia e com obras na pista de Vila Real, a ocupação caiu para 40%.

Bragança tem voos regulares com Lisboa desde 1997. A ligação foi interrompida entre 2012 e 2015, por decisão do Governo de então, e retomada em 2015 com um contrato de concessão de três anos e o alargamento dos voos até ao Algarve. No final de 2018, a continuidade do serviço foi posta em causa por o contrato estar a terminar e ainda não ter sido lançado novo concurso. Em dezembro desse ano, o Governo anunciou a abertura do concurso e por um prazo mais longo de quatro anos.

A Lusa tentou contactar o Ministério das Infraestruturas e da Habitação, sem resposta até ao momento.

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