Ano e meio depois do início da guerra, estas empresas continuam a operar na Rússia

  • Joana Abrantes Gomes
  • 26 Agosto 2023

Milhares de empresas estrangeiras saíram da Rússia desde fevereiro de 2022. Mas outras continuam no país, argumentando que vendem apenas "bens essenciais" ou que seriam prejudicadas pela saída.

Quando a Rússia iniciou a invasão em larga escala da Ucrânia, em 24 de fevereiro de 2022, milhares de empresas estrangeiras limitaram as suas operações ou deixaram mesmo o país como forma de condenar o conflito. Um dos casos mais sonantes foi o da McDonald’s: depois de mais de três décadas em solo russo, a cadeia de restaurantes de fast food norte-americana fechou as portas dos 850 restaurantes da marca no país e vendeu o negócio a um comprador local.

No entanto, outras multinacionais, oriundas de países como Alemanha, França, Itália ou Estados Unidos, continuam em atividade na Rússia. Auchan, Nestlé e Unilever são apenas algumas das empresas cujos bens e serviços que fornecem, assim como os impostos que pagam no país, contribuem para que o Kremlin continue a levar a cabo a sua guerra em território ucraniano.

De acordo com o Leave Russia (na tradução para português, significa “Sair da Rússia”), um projeto conjunto da Kiev School of Economics e de voluntários ucranianos da área das Tecnologias de Informação que lista as empresas internacionais com presença no mercado russo, recorrendo a uma base de dados da Universidade de Yale, há mais de 1.400 companhias estrangeiras que permanecem no país.

Uma delas é a Auchan, que continua a operar cerca de 240 lojas e a empregar milhares de trabalhadores através da sua subsidiária na Rússia. Em março deste ano, a Reuters noticiava que a cadeia retalhista francesa negou alegados planos de abertura de um novo supermercado no país, afirmando que “a Auchan na Rússia trabalha de forma autónoma, sem investimentos da empresa-mãe”. Anteriormente, justificou a manutenção em território russo dizendo que cessar as suas atividades na Rússia seria uma “falência premeditada” e acrescentou que continuaria a ser leal a uma “população que não tem qualquer responsabilidade pessoal” na guerra.

No setor têxtil, a Benetton, marca italiana associada à defesa da diversidade e igualdade racial, decidiu continuar as operações na Rússia como habitualmente. Embora tenha doado roupa e apoio a refugiados ucranianos e suspendido os planos de futuros negócios no país, o grupo defende-se com as suas “relações de longa data com parceiros comerciais e locais” e “uma rede de lojas que emprega mais de 600 famílias”.

Outra empresa da indústria do vestuário que se mantém na Rússia é a Guess. Esta fabricante norte-americana está, aliás, a duplicar os seus investimentos no país, readquirindo participações no seu negócio russo a parceiros locais e, aparentemente, aumentou em mais de 20% as suas receitas após a invasão, para cerca de 49,9 milhões de dólares.

A britânica Unilever, dona de marcas como a Dove, Cif, Lipton ou Axe, comprometeu-se a não fazer mais investimentos nem a obter lucros com a sua presença na Rússia, suspendendo todas as trocas comerciais dos seus produtos e as despesas com publicidade no país. No entanto, a empresa sediada em Londres não parece ter cumprido as promessas feitas ainda em março do ano passado, já que a sua entidade local duplicou os lucros para 9,2 mil milhões de rublos (95 milhões de euros) e aumentou em 10% o investimento em publicidade para 21,7 mil milhões de rublos (224 milhões de euros) face a 2021.

“Nós entendemos porque é que pedem à Unilever para sair da Rússia”, afirmou a empresa em julho deste ano, em reação a um protesto de uma organização de solidariedade para com a Ucrânia que acusava a companhia britânica de “patrocinar” a guerra da Rússia. Porém, “para empresas como a Unilever, que têm uma presença física significativa no país, a saída não acontece de uma vez”, justificou.

Entre as empresas de bens de consumo presentes na Rússia, encontra-se também a Nestlé. A gigante suíça prometeu vender apenas “bens essenciais” no país, como por exemplo leite em pó para bebés; mas, segundo o jornal suíço Neue Zürcher Zeitung, as prateleiras dos supermercados russos continuam a ter alimentos para animais de estimação, chocolates, cereais ou café das várias marcas detidas pela empresa — que também já foi acusada pelo Governo ucraniano, de “patrocinar a guerra de Putin”.

Não tão surpreendente como os exemplos anteriores, por ter origem na China, um país com uma posição neutra relativamente ao conflito na Ucrânia, a retalhista de comércio eletrónico Alibaba continua a operar em território russo através da joint venture AliExpress, cujos lucros ascenderam a cerca de 160 milhões de dólares em 2022.

Por sua vez, a Cloudflare é uma das poucas empresas tecnológicas ocidentais que continuam a fornecer serviços de Tecnologias de Informação na Rússia, argumentando que a população russa merece continuar a ter acesso à internet fornecido pela Cloudflare. Em março, Matthew Prince, cofundador e diretor executivo da empresa, escreveu que “a Rússia precisa de mais acesso à internet, não de menos”. Esta posição, porém, exagera a importância da empresa norte-americana, visto que os russos dificilmente perderiam a capacidade de aceder à internet sem a Cloudflare. Embora tenha uma atividade comercial e de vendas mínima no país, tendo tomado medidas para garantir que não paga impostos ou taxas ao Governo russo, a tecnológica considera que sair da Rússia seria mais prejudicial do que benéfico.

Já a Emirates Airlines e a Etihad Airways são duas das companhias aéreas que tiraram partido do facto de as transportadores ocidentais já não poderem sobrevoar o espaço aéreo russo, passando a oferecer rotas mais curtas e mais baratas do que as que as companhias aéreas ocidentais podem agora fazer. Estes voos são possíveis porque os Emirados Árabes Unidos não implementaram sanções contra a Rússia.

Umas empresas mantêm maior presença que outras na Rússia, mas é preciso notar que se tornou mais difícil sair em definitivo do país, uma vez que o Kremlin impôs novas regras para tornar mais cara a saída de empresas de “países hostis” que aplicam sanções a Moscovo devido à guerra na Ucrânia. Em março, o Ministério das Finanças russo instituiu que os investidores estrangeiros devem doar ao Estado pelo menos 10% da venda dos seus ativos ao abandonarem o país. A Danone e a Carlsberg são exemplos de empresas que estavam a finalizar as vendas das suas operações a compradores locais quando o Presidente russo, Vladimir Putin, assinou uma ordem de nacionalização dos seus ativos locais no início de julho.

Ainda assim, a cervejeira Heineken conseguiu concluir, na sexta-feira, o acordo para vender os seus ativos e deixar a Rússia, tornando-se uma das poucas empresas de consumo a retirar-se com sucesso do país desde que o Kremlin alterou as regras. De acordo com uma nota, a cervejeira neerlandesa teve uma “perda cumulativa total esperada de 300 milhões de euros”. A Heineken estava na Federação Russa há 20 anos e este mercado representava 2% das suas vendas totais.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Primeira mulher em Portugal a assumir cargo de capitão de porto tomou posse

  • Lusa
  • 25 Agosto 2023

Mónica Martins, de 46 anos, passa a liderar a capitania da Póvoa de Varzim e Vila do Conde e vai garantir a segurança de uma das grandes comunidades piscatórias do país.

A capitão-de-fragata Mónica Martins, de 46 anos, tornou-se esta sexta-feira na primeira mulher em Portugal a assumir o cargo de capitão de porto e comandante-local da Polícia Marítima, liderando a capitania da Póvoa de Varzim e Vila do Conde.

A oficial tomou posse das suas funções nestas localidades do distrito do Porto, que acolhem a maior comunidade piscatória do país, e também uma das zonas balneares mais relevantes da região Norte, reconhecendo “responsabilidade extra” por ser a primeira mulher no cargo.

“Claro que sinto um peso maior nos ombros pelo facto de ser a primeira mulher, e de, por isso, ter muita atenção em cima de mim. Mas, tentarei executar as minhas competências como os meus antecessores. Só tenho de seguir o bom exemplo deles”, disse Mónica Martins, no final da tomada de posse.

A nova comandante da capitania poveira e vila-condense garantiu que o tema da emancipação da mulher no contexto profissional “não é algo” que lhe tenha, até aqui, “merecido grande reflexão”, vendo como “natural” a sua chegada a este cargo. “Tendo integrado o primeiro curso de mulheres da Escola Naval, é natural que seja pioneira em diversas situações na Marinha. Certamente que mais mulheres, com competência, vão chegar a estes cargos”, analisou.

Mónica Martins, que em 1994 integrou o primeiro grupo de mulheres a entrar na carreira de oficial da Marinha, na Escola Naval no Alfeite, desempenhava funções de comando na Zona Marítima dos Açores, antes de ser destacada para esta nova missão, que a deixou com “particular satisfação”.

Fiquei muito contente quando soube que tinha sido selecionada para esta capitania. Sinto o peso e também o privilégio de garantir a segurança de uma das grandes comunidades piscatórias do país. Desde o primeiro momento que visitei as cidades senti-me muito bem acolhida”, confessou a nova comandante.

Mónica Martins rende no cargo Bruno Ferreira Teles, que cumpriu a missão nos últimos três anos na Póvoa de Varzim e Vila do Conde, desejando “muitas felicidade” à sua inédita sucessora. “Que seja tão feliz como eu nestes dois territórios, de onde parto de coração cheio, cheio, com muitas amizades e dívidas de gratidão que nunca conseguirei retribuir a todos os que me ajudaram nesta missão” disse o capitão-de-mar-e-guerra.

A oficializar a rendição do cargo, esteve João Dores Aresta, diretor-geral da Autoridade Marítima e comandante-geral da Polícia Marítima, que destacou o simbolismo desta tomada de posse. “É de particular importância estarmos na tomada de posse da primeira mulher capitão de porto, pois sublinha a notória e crescente relevância do papel feminino em cargos e profissionais, que dantes estavam apenas direcionadas para homens”, disse o vice-almirante.

João Dores Aresta considerou que este é “um forte indicador das mudanças sociais, culturais e profissionais” que há muito acontecem na Marinha, e mostrou-se convicto que “outros exemplos como estes, em cargos tão ou mais relevantes” vão acontecer na Autoridade Marítima Nacional”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Orbán critica pede aliança de direita para vencer Europeias

  • Lusa
  • 25 Agosto 2023

"Aqueles que pretendem "construir um império a partir das fundações de uma Europa liberal devem ser derrotados nas eleições europeias", disse o primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán.

O primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, afirmou esta sexta-feira que a atual Comissão Europeia é “a maior ameaça” ao seu país, e reiterou que quer uma aliança de direita para derrotar a esquerda nas eleições europeias de 2024. “A maior ameaça para a Hungria vem agora de Bruxelas”, disse o político nacionalista em Tihany, enquanto discursava no festival “Tranzit”, organizado por intelectuais próximos do Governo húngaro.

Sublinhando a conotação de Bruxelas com a esquerda, Orbán afirmou que aqueles que pretendem “construir um império a partir das fundações de uma Europa liberal devem ser derrotados nas eleições europeias”, agendadas para junho do próximo ano. O líder húngaro lamentou ainda o facto de os partidos de direita e de extrema-direita não se terem conseguido unir e voltou a acusar o Partido Popular Europeu (PPE), democrata-cristão, de procurar alianças com a esquerda.

“Se olharmos apenas para o que o outro lado (do espetro político) está a fazer, não haverá unidade e, se forçarmos a imprensa a escrever sobre nós de uma forma positiva, isso apenas conduzirá a uma nova vitória da esquerda”, referiu, acrescentando que sem haver unidade na direita europeia, uma derrota da esquerda não será possível.

O partido de Orbán, o Fidesz, foi obrigado a abandonar o grupo PPE no Parlamento Europeu em 2020, antes de uma votação sobre a sua suspensão, devido a posições que os eurodeputados conservadores consideravam estranhas à sua família política. Desde então, o Fidesz tentou várias vezes, sem sucesso até agora, aliar-se a forças ultraconservadoras e de extrema-direita, como a Liga Italiana, o PiS polaco ou o Vox espanhol.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Primeira-ministra da Estónia enfrenta pedidos de demissão devido a ligações do marido com Rússia

  • Lusa
  • 25 Agosto 2023

A empresa de transportes Stark Logistics, que é parcialmente propriedade do marido de Kallas, Arvo Hallik, continuou a fazer entregas para a Rússia após o início da guerra.

A oposição e os principais meios de comunicação da Estónia exigiram esta sexta-feira a renúncia da primeira-ministra, Kaja Kallas, após revelações de que uma empresa parcialmente controlada pelo seu marido continua a operar na Rússia.

O Partido do Centro estónio revelou que vai iniciar discussões sobre uma moção de censura contra Kallas, enquanto outra formação da oposição, o partido conservador Isamaa (Pátria), frisou que a primeira-ministra “não tem outra escolha a não ser renunciar imediatamente”, considerando que este escândalo causou “considerável danos aos interesses e reputação da Estónia”.

Na quarta-feira, a emissora pública ERR informou que a empresa de transportes Stark Logistics, que é parcialmente propriedade do marido de Kallas, Arvo Hallik, continuou a fazer entregas para a Rússia após o início da guerra na Ucrânia.

Num comunicado divulgado no mesmo dia, a Stark Logistics referiu que tinha apenas um cliente estoniano, a Metaprint, que está atualmente em processo de encerramento da sua fábrica na Rússia, e que a Stark Logistics estava a fazer entregas para ajudar a esse encerramento.

Na sequência destas revelações, Kallas, primeira-ministra da Estónia desde 2021, garantiu na rede social Facebook que todo o comércio com a Rússia deve “parar enquanto a guerra de agressão russa contra a Ucrânia continuar”. A governante sublinhou também que a empresa do seu marido estava a ajudar um dos seus clientes estonianos na Rússia “de acordo com as leis e sanções impostas”.

Arvo Hallik pediu esat sexta-feira desculpas “pela situação e pelos danos causados” à mulher, acrescentando que irá “vender imediatamente” as suas ações na Stark Logistics e retirar-se da empresa. Hallik garantiu também que a sua mulher “não tinha conhecimento” das suas atividades profissionais. Além da oposição, os principais meios de comunicação da Estónia também pediram hoje a demissão de Kallas.

O diário Eesti Päevaleht frisou que a primeira-ministra “deve apresentar a sua carta de demissão” sem que isso signifique “que deva necessariamente abandonar o cargo”. Considerando insuficientes as explicações de Kallas, o jornal Postimees, por seu lado, “aconselhou amigavelmente a primeira-ministra a começar hoje a fazer as malas para partir e evitar constrangimentos ainda maiores no futuro”.

O governo de Kaja Kallas, uma coligação entre o seu Partido Reformista, o Partido Social Democrata (SDE) e o partido liberal Eesti 200, tomou posse em 17 de abril. O Parlamento da Estónia será retomado em 11 de setembro.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Taxas de juro vão ter de estar “em níveis suficientemente restritivos pelo tempo necessário”, diz Lagarde

A presidente do BCE alerta que podem surgir mais choques nos preços e na oferta, pelo que é necessária cautela na política. Objetivo continua a ser levar a inflação para a meta dos 2%.

Christine Lagarde, presidente do BCE, defendeu que as taxas de juro vão ter de estar “em níveis suficientemente restritivos pelo tempo necessário” para levar a inflação de volta para a meta de 2%, no discurso em Jackson Hole, esta sexta-feira. “Nesta era de incerteza, é ainda mais importante que os bancos centrais forneçam uma âncora para a economia e garantam a estabilidade de preços em linha com os seus respetivos mandatos”, reiterou. Mesmo assim, mostra-se “confiante” que no final de 2023 os números da inflação “vão ser diferentes”.

A líder do banco central rejeita assim a ideia de alterar a meta de inflação de 2% a médio prazo, que seria “enganador”. Apesar de acreditar na evolução da taxa, aponta que a queda na inflação da Zona Euro tem de ser “oportuna e sustentável” antes de poderem concluir que foram bem sucedidos.

Lagarde focou o discurso no cenário em mudança que se vive – com alterações nos mercados de trabalho, a transição energética e o aprofundamento do fosso geopolítico –, alertando que “é provável que soframos mais choques provenientes do próprio lado da oferta”, em vez das flutuações da procura privada que costumavam impactar mais as dinâmicas da atividade económica.

Além disso, “a mudança no cabaz energético global também deverá aumentar a dimensão e a frequência dos choques no fornecimento de energia, com o petróleo e o gás a tornarem-se menos elásticos enquanto as energias renováveis ​​ainda enfrentam desafios de intermitência e armazenamento”, nota a líder do banco central.

No novo ambiente que se vive, diz, é também possível que se verifiquem choques nos preços “maiores do que na pandemia”. Tendo em conta este contexto, “a tarefa dos bancos centrais será manter as expectativas de inflação firmemente ancoradas no objetivo, enquanto estas alterações nos preços relativos se desenrolam”, considera.

“Este desafio poderá tornar-se mais complexo no futuro devido a duas mudanças no comportamento de fixação de preços e salários que temos observado desde a pandemia”, admite. Por um lado, as empresas já ajustaram as estratégias de preços, o que dificultou também o controlo da inflação. E, por outro, um mercado de trabalho mais restritivo “colocou os trabalhadores numa posição mais forte para recuperarem as perdas salariais reais”.

Lagarde já tinha alertado no Fórum BCE, que se estava a entrar numa nova fase, onde após a manutenção das margens de lucros, os custos do trabalho estariam agora a pressionar inflação.

Para a elaboração de políticas permanecer robusta neste mundo em mudança há, para a presidente do BCE, três elementos-chave: clareza, flexibilidade e humildade. Têm de ser claros quanto ao objetivo, ter flexibilidade na análise da situação e ser humildes relativamente às limitações das previsões e à incerteza que ainda persiste, enumera.

Na última reunião, há cerca de um mês, o BCE anunciou uma subida de 25 pontos base das taxas de referência do euro, a nona subida consecutiva de juros. O próximo encontro realiza-se em setembro e é ainda incerto se o banco central vai fazer uma pausa ou voltar a subir, mas Lagarde já assegurou que não haverá um corte e sinalizou que as taxas vão ficar num “nível restritivo” pelo tempo que for necessário.

Em julho, a inflação voltou a recuar na Zona Euro, pelo terceiro mês consecutivo, situando-se nos 5,3%. Mantém-se, no entanto, longe da meta do BCE de 2%.

Antes da intervenção, a presidente do BCE publicou um vídeo no Twitter onde salientou que o trabalho de levar a inflação para a meta de 2% “ainda não acabou”. Notou também que este simpósio é “a Sintra do Oeste”, numa referência à reunião na vila portuguesa onde se juntam os banqueiros centrais.

(Notícia atualizada às 21h00)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Marcelo promulga diploma que altera estatuto de Tribunais Administrativos e Fiscais

  • Lusa
  • 25 Agosto 2023

Presidente promulgou o diploma apesar de não ter acolhido "sugestões do Conselho Superior dos Tribunais Administrativos e Fiscais".

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, promulgou o diploma que introduz alterações ao estatuto dos Tribunais Administrativos e Fiscais e ao Código do Procedimento e de Processo Tributário, assinalando que não acolheu “sugestões” do Conselho Superior.

Embora não acolhendo sugestões do Conselho Superior dos Tribunais Administrativos e Fiscais, atendendo às inovações introduzidas, o Presidente da República promulgou o diploma que altera o Estatuto dos Tribunais Administrativos e Fiscais, o Código de Procedimento e de Processo Tributário e o regime das secções de processo executivo do sistema de solidariedade e segurança social”, lê-se na nota, publicada esta sexta-feira no site da Presidência da República.

O Governo aprovou na quinta-feira, em Conselho de Ministros, este decreto-lei, que, explicou, pretende aumentar a capacidade e celeridade da justiça nestas áreas. De acordo com o Governo, “o impacto destas alterações vem contribuir diretamente para o cumprimento do objetivo de aumentar a capacidade de resposta da jurisdição administrativa e tributária, tornando-a mais eficiente, mais célere e mais transparente“.

Na nota, o Executivo destacou que “a prevista promoção da especialização dos tribunais, no que concerne concretamente à criação de novas subsecções, corresponde igualmente a uma das reformas previstas no Plano de Recuperação e Resiliência [PRR]”.

A proposta de lei, publicada no site da Assembleia da República, explica que “não obstante as medidas adotadas pelo legislador nos últimos anos, a jurisdição administrativa e fiscal enfrenta ainda sérios desafios e constrangimentos que a impedem, muitas vezes, de dirimir, num prazo razoável, os litígios que lhe são submetidos pelos cidadãos, pelas empresas e pelas entidades públicas”.

Segundo esta proposta, é “fundamental robustecer a capacidade de resposta dos tribunais administrativos e fiscais, e otimizar o respetivo funcionamento, através de um conjunto de alterações, de alcance cirúrgico, a diplomas estruturantes desta jurisdição”.

Assim, “no sentido de acompanhar a crescente complexidade técnico-jurídica de determinados litígios”, consagra-se, “no artigo 32.º do ETAF [Estatuto dos Tribunais Administrativos e Fiscais], a criação de subsecções especializadas nos Tribunais Centrais Administrativos”, entre outras medidas.

 

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Produtores de citrinos do Algarve defendem mais fontes de aprovisionamento de água

  • Lusa
  • 25 Agosto 2023

Produtores algarvios defendem novas "fontes de aprovisionamento, sejam elas uma nova barragem, sejam açudes, transvases. Nós não concordamos com a política de gerir apenas aquilo que há”.

Os produtores de citrinos da região do Algarve defenderam esta sexta-feira a necessidade de se criarem mais fontes de aprovisionamento de água, alertando para o risco de quebras significativas na produção devido à seca.

“Aquilo que nós achamos que deve ser uma política de futuro é que se pense noutras fontes de aprovisionamento, sejam elas uma nova barragem, sejam açudes, transvases. Nós não concordamos com a política de gerir apenas aquilo que há”, disse à agência Lusa o presidente do conselho de administração da Cooperativa Agrícola de Citricultores do Algarve (Cacial), José Oliveira.

O também presidente da AlgarOrange (Associação de Operadores de Citrinos do Algarve) falava à Lusa na sequência dos alertas feitos esta sexta pelo ministro do Ambiente e Ação Climática, Duarte Cordeiro, e das medidas que estão a ser implementadas para mitigar os efeitos da seca.

No final de uma reunião da Comissão Permanente de Prevenção, Monitorização e Acompanhamento dos Efeitos da Seca, Duarte Cordeiro disse que Portugal tem 48% do território em situação de seca severa a extrema e indicou que foi intensificada a fiscalização e monitorização do uso dos aquíferos. Questionado sobre estas medidas, o produtor ressalvou que “são insuficientes” e que se deve “ir mais além”.

“Melhorar a gestão sim, mas a região não deve ficar pela situação de gerir melhor. São precisas mais fontes de aprovisionamento de água”, insistiu. Descrevendo a situação na região do Algarve, o presidente da Cacial disse que os produtores de citrinos estão “muito preocupados”, uma vez que já existem pomares com “regas de sobrevivência”.

“Estamos muito preocupados porque se não chover substancialmente durante o inverno teremos certamente problemas graves no decorrer do próximo ano. Neste momento já há pomares com regras de sobrevivência houve cortes nas dotações de água com origem nas barragens para a agricultura”, contou. José Oliveira referiu que neste momento as produções mais afetadas são aquelas que utilizam água das barragens, mas que também já se verificam problemas nos pomares regados por captações subterrâneas.

“As tiragens e os furos também começam a descer muito de nível. Antevemos muitos problemas se não chover substancialmente para que se possa repor uma boa quantidade de água nas barragens e também nos lençóis freáticos”, insistiu.

Em situação mais crítica encontram-se os pomares que utilizam as águas das barragens de Bravura (Lagos) e de Silves, no barlavento algarvio, mas José Oliveira alerta para a possibilidade de o problema de seca vir a afetar em igual medida toda a região. Segundo o responsável, houve este ano uma quebra na produção de 50% na variedade de verão.

O ministro do Ambiente adiantou que o volume de água nas barragens do Algarve é 30% inferior ao verificado no ano passado, nesta época. Duarte Cordeiro disse que medidas de mitigação dos efeitos da seca resultaram numa redução de 14% no consumo de água para uso agrícola no sotavento algarvio.

O governante adiantou que será fiscalizado um novo aquífero no Algarve (Querença – Silves), com monitorização de todas as captações, nomeadamente a fiscalização de uso indevido de furos. Está igualmente prevista a redução do consumo no aquífero do Sado e a suspensão de todos os títulos atribuídos este ano.

Para a barragem de Odelouca, no barlavento algarvio, serão mobilizados cinco milhões de euros do Fundo Ambiental, já que a capacidade atual “não corresponde aquilo que é o volume disponível”, explicou. O investimento deverá concretizado no prazo de um ano, para reforçar a capacidade da infraestrutura em 25 hectómetros cúbicos.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Portugal e São Tomé assinam acordo para formar função pública são-tomense

  • Lusa
  • 25 Agosto 2023

A “governação eletrónica” é o principal desafio de São Tomé e Príncipe. Peritos da administração portuguesa serão colocados durante 12 meses naquele país ao abrigo do programa +Colabora.

Portugal e São Tomé e Príncipe celebraram esta sexta-feira um memorando de entendimento para o envio de quadros portugueses para formar funcionários da administração pública são-tomense. O memorando de entendimento entre as duas diplomacias prevê que o programa +Colabora ajude São Tomé e Príncipe a qualificar a sua função pública, com recurso a técnicos portugueses destacados.

“Este trabalho começou por ter uma missão de diagnóstico em maio de 2023” e, perante a análise, os dois países identificaram as áreas de atuação, explicou, na cerimónia, o secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação português, Francisco André. O acordo surgiu de um “pedido expresso do Estado são-tomense ao qual” o Governo português respondeu “prontamente”, pelo “impacto que tem a médio, curto e longo prazo” na transformação do país.

Após a assinatura do memorando, segue-se a “seleção de peritos altamente qualificados da administração pública portuguesa” que serão colocados em São Tomé durante 12 meses para ajudar a qualificar a administração são-tomense nas várias áreas identificadas. Trata-se de um investimento superior a 600 mil euros, salientou o governante português.

Por sua vez, o ministro dos Negócios Estrangeiros de São Tomé e Príncipe, Gareth Guadalupe, considerou que este acordo mostra as “boas relações” entre os dois países, que “se vêm a consolidar dia após dia, em ações concretas”. E este acordo “é um exemplo do que são ações concretas”, afirmou o governante. “[Com a ajuda] será possível materializar a estratégia de reforma da administração pública são-tomense que tanto almejamos”, acrescentou Gareth Guadalupe.

“Nós é que agradecemos porque o pedido foi nosso e queremos agradecer a pronta resposta de Portugal”, disse, apontando a “governação eletrónica”, com recurso a processos de digitalização, como o principal desafio de São Tomé e Príncipe nesta área.

As “Grandes Opções do Plano 2023 de São Tomé e Príncipe preconizam a reforma da administração pública” e a estratégia de cooperação portuguesa “consagra como prioridade o desenvolvimento de capacidades, (…) o fortalecimento de instituições eficazes, responsáveis e transparentes” e “a construção de quadros jurídico-legais e regulatórios estáveis, modernos e inovadores, assim como a capacitação de organizações e recursos humanos”, refere o protocolo assinado.

O atual Programa Estratégico de Cooperação Portugal-São Tomé e Príncipe termina em 2025 e prevê o apoio a ações de capacitação institucional, formação e assistência técnico, pelo que o +Colabora “tem por objetivo o apoio ao desenvolvimento de capacidades da administração pública” do país africano. O acordo contempla as áreas da administração pública, agricultura e desenvolvimento rural, igualdade de género e direitos das mulheres, justiça, juventude e desportos, finanças públicas, trabalho e assuntos sociais.

 

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Diretor do Museu Britânico demite-se após roubo de 1.500 peças

  • Lusa
  • 25 Agosto 2023

Hartwig Fischer afirma ser evidente que o museu "não reagiu de forma tão exaustiva como deveria" e que a responsabilidade deve "recair no diretor".

O diretor do Museu Britânico, Hartwig Fischer, anunciou a sua demissão do cargo, na sequência do roubo de mais de 1.500 peças da coleção da instituição londrina, denunciado há dois anos, noticiou hoje a BBC.

Em comunicado, Hartwig Fischer afirma ser evidente que o museu “não reagiu de forma tão exaustiva como deveria”, quando tomou conhecimento dos roubos em 2021, tendo na altura considerado que as denúncias de roubo eram pouco credíveis, pelo que nada foi feito. Na semana passada, o museu anunciou ter despedido um dos seus funcionários por suspeita de roubo, e no início desta semana, o jornal Telegraph noticiou, citando funcionários do museu, que mais de 1.500 peças de valor inestimável estavam perdidas.

“Nos últimos dias, tenho estado a analisar em pormenor os acontecimentos relacionados com os roubos do Museu Britânico e a investigação sobre os mesmos. É evidente que o Museu Britânico não reagiu de forma tão abrangente como deveria ter reagido aos avisos de 2021 e ao problema que agora se revelou plenamente. A responsabilidade por essa falha deve, em última análise, recair sobre o diretor”, afirmou Hartwig Fischer no comunicado.

O responsável, que ocupava o cargo de diretor do museu desde 2016, referiu ainda que apresentou a demissão ao presidente do conselho de administração e que cessará funções logo que seja estabelecido um regime de liderança provisório.

George Osborne, presidente do conselho de administração do museu, afirmou ter aceitado a demissão de Fischer, considerando que este atuou “de forma honrada ao confrontar-se com os erros cometidos”. “Nunca ninguém duvidou da integridade de Hartwig, da sua dedicação ao seu trabalho ou do seu amor pelo museu”, acrescentou.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Cinco países da UE querem alargamento de restrições a cereais ucranianos

  • Lusa
  • 25 Agosto 2023

A Polónia avisou que se a UE não der luz verde a uma extensão das restrições, irá impô-las unilateralmente. “A Polónia certamente o fará, a Hungria certamente o fará”, disse ministro polaco.

Cinco países da União Europeia aliados da Ucrânia decidiram apelar em conjunto à extensão das restrições às importações de cereais ucranianos, para proteger os seus agricultores até ao final do ano, anunciou esta sexta-feira o Governo polaco.

Após uma reunião por videoconferência com os seus homólogos da Roménia, Eslováquia, Hungria e Bulgária, o ministro da Agricultura polaco, Robert Telus, informou que os cinco países chegaram a uma posição comum sobre o assunto.

A Comissão Europeia autorizou estes cinco países, no início de junho, a prorrogar até 15 de setembro as suas medidas restritivas destinadas a bloquear a comercialização de trigo, milho e girassol ucranianos no seu território, para travar a descida de preços nos mercados locais.

A Polónia avisou que se a União Europeia (UE) não der luz verde a uma extensão das restrições, irá impô-las unilateralmente. “A Polónia certamente o fará, a Hungria certamente o fará”, disse Telus. Em julho, estes cinco países já tinham apelado à UE para que lhes fosse permitido prolongar as restrições para além de 15 de setembro.

A questão das importações de cereais ucranianos causou uma disputa diplomática entre a Polónia e a Ucrânia, dois países aliados. Em julho, um conselheiro presidencial polaco, Marcin Przydacz, disse que Varsóvia estava a dar prioridade à “defesa dos interesses dos agricultores da UE, pedindo a extensão das restrições às importações de cereais ucranianos”.

Przydacz apelou à Ucrânia para mostrar apreço pelo “papel que a Polónia desempenhou” no apoio contra a agressão russa. A Ucrânia reagiu convocando o embaixador polaco ao Ministério dos Negócios Estrangeiros em Kiev.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Rússia recupera corpos de passageiros do avião em que viajava Prigozhin

  • Lusa
  • 25 Agosto 2023

"Os gravadores de voo foram apreendidos pelos investigadores e um exame pormenorizado do local está em andamento", informou o Comité de Investigação Russo.

As autoridades russas anunciaram esta sexta-feira a recuperação dos corpos das 10 pessoas que morreram na queda do avião que transportava o líder do grupo Wagner, Yevgeny Prigozhin, bem como os gravadores de voo da aeronave.

“Os corpos de 10 vítimas foram recuperados no local da queda do avião. Testes genéticos moleculares estão em curso para estabelecer as identidades. Os gravadores de voo foram apreendidos pelos investigadores e um exame pormenorizado do local está em andamento”, informou o Comité de Investigação Russo, na conta da rede social Telegram.

O Presidente russo, Vladimir Putin, tinha prometido uma investigação aturada à queda do avião que transportava vários dirigentes do grupo mercenário Wagner, incluindo Prigozhin, e que caiu na passada quarta-feira, quando viajava de Moscovo para São Petersburgo.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Tribunal de Contas aprova concessão de transportes públicos da região de Leiria

A aprovação do Tribunal de Contas "irá permitir que o arranque do próximo ano letivo, ao nível dos transportes escolares, decorra sem perturbações de maior", diz a CIM da Região de Leiria.

O Tribunal de Contas já deu luz verde ao contrato relativo à nova concessão do serviço de transportes públicos – que vai servir dez municípios – à nova empresa nacional RDL Rodoviária do LIS II (do grupo Barraqueiro SGPS/Rodoviária do Tejo S.A.), avança a Comunidade Intermunicipal da Região de Leiria (CIMRL). A concessão decorre por um período de quatro anos e representa uma operação superior a 25 milhões de euros.

“A circunstância de ter sido possível ainda durante o mês de agosto obter a aprovação do Tribunal de Contas, relativa à nova concessão do serviço de transportes públicos, irá permitir que o arranque do próximo ano letivo, ao nível dos transportes escolares, decorra sem perturbações de maior“, refere a CIM da Região de Leiria, em comunicado.

A CIMRL explica que este novo “contrato de concessão da exploração do serviço público de transporte de passageiros, em modo rodoviário, na Região de Leiria foi subscrito com a empresa, no passado dia 26 de abril de 2023, representando no imediato um investimento direto dos municípios de 1,2 milhões euros para modernização do serviço e melhorar a eficiência ambiental do transporte público”.

O objetivo dos 10 municípios que integram a CIM da Região de Leiria é “assegurar um sistema de transportes públicos adequado às necessidades de transporte das populações”, incluindo o serviço de transporte público regular de passageiros de âmbito municipal, intermunicipal e inter-regional.

A comunidade intermunicipal prevê abranger “alguns serviços de transporte escolar especializado, novos serviços de proximidade e a prestação de serviços de transporte ocasional de passageiros em autocarro”.

A região de Leiria abrange os municípios de Alvaiázere, Ansião, Batalha, Castanheira de Pera, Figueiró dos Vinhos, Leiria, Marinha Grande, Pedrogão Grande, Pombal e Porto de Mós, num território com 287 mil habitantes.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.