Vista Alegre passa de prejuízos a lucros nos primeiros seis meses do ano

  • Joana Abrantes Gomes
  • 27 Julho 2023

A empresa continua a registar resultados líquidos positivos em 2023. O EBITDA subiu mais de 30%, mas o volume de negócios caiu 5,3%.

A Vista Alegre Atlantis registou um lucro de 4,6 milhões de euros no primeiro semestre deste ano, em comparação com o resultado líquido negativo de 77 mil euros que teve no mesmo período de 2022.

De acordo com o comunicado enviado pela empresa à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), entre janeiro e junho, o volume de negócios ascendeu a 64,3 milhões de euros, menos 5,3% face ao semestre homólogo.

Nas vendas, destaca-se o canal Horeca (hotelaria e restauração), que registou um aumento de 27%, enquanto as geradas pelos produtos Vista Alegre e Bordallo Pinheiro, considerando o retalho físico e online, a nível nacional e internacional, cresceram 5,9%.

O EBITDA (resultado antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) da empresa detida pelo grupo Visabeira subiu 31,3% em relação ao primeiro semestre do ano passado, atingindo os 14,7 milhões de euros, enquanto a margem EBITDA passou de 16,5% para 22,9% neste período.

Segundo a Vista Alegre, a “gestão eficiente” das suas operações e a “evolução favorável” nas vendas da Vista Alegre e da Bordallo Pinheiro permitiram melhorar os resultados.

Nos diferentes segmentos, as vendas de porcelanas registaram um crescimento homólogo de 7,5% no semestre, as de faiança subiram 10,4% e as de cristal e vidro aumentaram 4,1%. O grés foi o único produto que teve uma queda na faturação, de 19,7%, devido à “redução verificada na venda de produtos de private label, ao nível do grés de forno”.

O mercado externo teve um peso de 73,6% no volume de negócios da empresa portuguesa, com 47,3 milhões de euros em vendas, destacando-se os contributos de Brasil, Estados Unidos, França, Espanha, Alemanha e Itália.

A dívida líquida consolidada da Vista Alegre Atlantis subiu de 69,3 milhões de euros no final do quarto trimestre de 2022 para 71,6 milhões de euros no primeiro semestre deste ano, mas “a boa performance operacional levou à melhoria do rácio de dívida líquida sobre EBITDA”.

Entre janeiro e junho, o grupo registou um resultado operacional de 8,5 milhões de euros, 281% acima do valor registado no período homólogo.

(Notícia atualizada às 18h53)

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Lucros da Sonae caem 41,6% no primeiro semestre para 69 milhões

O volume de negócios do grupo Sonae aumentou 12% nos primeiros seis meses, mas a margem de rentabilidade recuou ligeiramente.

A Sonae fechou o primeiro semestre com um lucro de 69 milhões de euros, menos 41,6% do que no mesmo período do ano anterior. O volume de negócios cresceu 12% para 3,83 mil milhões, mas a margem de rentabilidade caiu ligeiramente devido ao aumento dos custos.

“Em termos de desempenho operacional, as nossas equipas continuaram a trabalhar arduamente para mitigar os impactos da inflação nos consumidores e oferecer a melhor qualidade aos preços mais baixos, tendo sido capazes de reforçar as posições de liderança de mercado do Continente e da Worten”, afirma a CEO, Cláudia Azevedo, no comunicado de imprensa divulgado esta quinta-feira.

Durante o segundo trimestre de 2023 os negócios da Sonae continuaram a enfrentar um contexto macroeconómico desafiante, com a inflação persistentemente elevada e uma pressão significativa ao nível dos custos”, nota o grupo.

O crescimento de 12% do volume de negócios do semestre deveu-se sobretudo ao desempenho da Modelo Continente (MC) e da Worten, que ganharam quota de mercado, aponta a Soane. As vendas cresceram 13,1% na MC, para 3.048 milhões, e 6,9% na Worten, para 557 milhões de euros, com o canal online a representar mais de 15% das vendas totais. No imobiliário, a Sonae Sierra viu o resultado líquido crescer dez milhões para 38 milhões.

O resultado antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (EBITDA) aumentou 9,5% para 350 milhões de euros. Já a margem EBITDA recuou duas décimas para 9,1%, o que a Sonae atribui à absorção de parte das pressões inflacionistas.

Os lucros recuaram 41,6% para 69 milhões, com o agravamento das depreciações, amortizações, provisões e imparidades para 196 milhões e deterioração de 37,3% do resultado financeiro para os 59 milhões negativos.

A Sonae prosseguiu com a sua estratégia ativa de gestão de portefólio nos primeiros seis meses do ano. A MC chegou a acordo com os acionistas da Druni e da Arenal para a combinação das duas empresas, negócio que “criará um operador líder no segmento de saúde, bem-estar e beleza na Ibéria”, com vendas na casa dos 800 milhões. O fecho da operação está previsto para o segundo semestre de 2023.

A Bright Pixel continuou a reforçar o seu portefólio, com três novos investimentos no segundo trimestre, totalizando seis este ano. Conta já com mais de 40 empresas participadas.

Já em julho, a Sonae anunciou que vai sair da aliança de moda desportiva Iberian Sports Retail Group (ISRG), que integrava ainda os britânicos do JD Group e a família Segarra (espanhóis da Balaiko, donos da Sprinter). O grupo liderado por Cláudia Azevedo vai vender a posição de 30%, obtendo um encaixe financeiro de 300 milhões de euros e uma mais-valia estimada de 175 milhões.

A dívida líquida reduziu-se ligeiramente, em termos homólogos, dos 1.103 para os 1.067 milhões de euros.

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As razões de Carlos Alexandre para a prisão domiciliária dos arguidos do caso Altice

O juiz Carlos Alexandre sublinha que Armando Pereira colocou Hernâni Antunes "no centro do coração dos negócios da Altice em múltiplas oportunidades, como o próprio Hernâni o reconhece".

Se Armando Pereira, cofundador da Altice e o seu braço direito, Hernâni Antunes, ficassem em liberdade, seria dificultada a obtenção de prova e a sua veracidade bem como a probabilidade dos arguidos mudarem as suas versões. Estes são os fundamentos principais escolhidos pelo juiz de instrução Carlos Alexandre ao ter aplicado a prisão domiciliária aos dois principais arguidos da chamada Operação Picoas.

Em causa estão suspeitas de “viciação do processo decisório do Grupo Altice, em sede de contratação, com práticas lesivas das próprias empresas daquele grupo e da concorrência”, que apontam para corrupção privada na forma ativa e passiva. O Estado terá também sido prejudicado com uma fraude fiscal “superior a 100 milhões de euros”.

No despacho – a que o ECO teve acesso – o magistrado sublinha que Armando Pereira colocou Hernâni Antunes “no centro do coração dos negócios da Altice em múltiplas oportunidades, como o próprio Hernâni o reconhece, sendo por isso evidentes os perigos, não só de se liberalizarem os contactos de todos estes senhores, entre si, como também de se lhes permitir uma liberdade ambulatória que lhes permita exatamente forjar explicações ou, no limite, eximirem-se à ação da justiça”.

Ou seja: os fundamentos de forte perturbação do inquérito a decorrer, bem como o perigo de fuga. Assim, os arguidos ficaram sujeitos, cumulativamente, às seguintes medidas de coação: Termo de Identidade e Residência (TIR), proibição de contactos entre si e com todos os cidadãos e empresas mencionados no despacho de indiciação (com exceção de Cristina Couto, Melissa Antunes e Vânia Couto, com relação a Armando Pereira) e ainda a Obrigação de Permanência na Habitação. Esta prisão domiciliária que será controlada por guardas da GNR, colocados à porta de sua casa.

O Ministério Público (MP) tinha pedido prisão preventiva para o arguido Hernâni Vaz Antunes. E em relação a Armando Pereira, Rosário Teixeira propôs ao juiz de instrução criminal Carlos Alexandre a aplicação de prisão domiciliária, que foi aplicada pelo juiz, podendo esta medida ser convertida ou substituída por uma caução de dez milhões de euros. Uma proposta que já não foi atendida por Carlos Alexandre.

As razões no caso de Armando Pereira

Diz então Carlos Alexandre que Armando Pereira “não é só um homem rico mas o certo é que para os padrões do homem comum, do homem médio, que se rege pelas regras da experiencia comum e da normalidade do acontecer, um homem que viaja em jato privado, tem casas em várias geografias, onde dispõe de contas bancárias e até um regime especial do ponto de vista fiscal”, se tiver que escolher, neste momento, aonde escolheria residir, “num qualquer paraíso aonde possa obviar à Interpol ou à Europol ou em Portugal?!”, questiona o juiz.

Além deste perigo de fuga, o arguido “tem capacidade para, servindo-se de todas as fidelidades que granjeou ao longo das últimas décadas na Altice, onde ao contrário do que dizem as fontes abertas, nas quais se refere que já não detém qualquer comparticipação social naquela multinacional, o próprio diz que tem 22% do capital societário, pode com facilidade conformar explicações e continuar a sua atividade de facilitação”.

Sublinhando que o perigo de perturbação do inquérito é “elevado”, já que só em “fase adiantada do interrogatório é que o arguido foi reconhecendo saber que as empresas que lhe foram sendo elencadas eram do arguido Vaz Antunes”.

O cofundador da Altice e chairman da PT, Armando Pereira, durante a intervenção na sessão de apresentação da Altice Labs, centro de inovação do grupo Altice, com sede e coordenação em Portugal, Aveiro, 20 de janeiro de 2016. PAULO NOVAIS/LUSAPAULO NOVAIS/LUSA

Acresce ainda que, embora o cofundador da Altice não ocupe formalmente qualquer cargo no Grupo “tem enorme capacidade de determinação das diversas administrações das empresas que constituem o Grupo mesmo face às movimentações em curso na Administração da Altice e em resultado da lealdade dos que foram por si designados”.

Essa capacidade de determinação e influência no seio da Altice constitui um “claro perigo de perturbação do inquérito, uma vez que se indicia que o arguido poderá determinar a destruição de documentos que ainda não tenham sido apreendidos e condicionar os seus colaboradores nas declarações ainda a prestar no âmbito do inquérito”.

Carlos Alexandre – no seguimento do que foi apresentado pelo Ministério Público (MP) – diz que o perigo de continuação da atividade criminosa, “embora exista”, parece agora “estar mais mitigado em face das movimentações efetuadas dentro do Grupo Altice, com o afastamento de muitos dos intervenientes em investigação e com a apertada vigilância que a contratação passará a ter, nomeadamente, por parte do sócio maioritário, Patrick Draghi.

Por isso, “entendemos que não é, neste momento, suficiente a aplicação de uma medida de coação não privativa da liberdade, ainda que não executada em ambiente prisional, mas sim na habitação do arguido em território nacional”.

E no que toca a Hernâni Antunes, o principal arguido?

Neste caso, o magistrado relembra que este foi o arguido que “não se apresentou nem deu notícia de onde se encontrava, até à noite de 14 de julho, altura em que o seu advogado contactou as autoridades e o arguido veio a apresentar-se e a ser detido e conduzido a Lisboa”, escreve Carlos Alexandre. Que não deixa de elogiar ou referir os argumentos do advogado Rui Patrício, sócio da Morais Leitão, que tem razão quando “diz que o papel de Hernâni e a correspondência com a atuação de Armando não são muito diferentes”, como também, aos olhos do juiz de instrução criminal, não são diferentes os perigos apontados pelo MP e que o juiz reconhece.

Tem ainda “razão o advogado de Hernâni Antunes quando diz que Hernâni colaborou e até estranhou a distanciação que Armando Pereira quis fazer de si quando para tudo o que necessitou, seja a disponibilização de casas, de cozinheiros, de cartões para uso de senhoras das relações de Armando Pereira, ou, ainda, para forjar faturas, a beneficio do genro de Armando Pereira ou do pai deste, a tudo se predispôs, até para comprar um carro para uma das senhoras, por forma a que Armando Pereira nunca se expusesse. Interroga-se o JIC se isto não é fidúcia o que é?!“, questiona, retoricamente.

Carlos Alexandre reforça ainda a colaboração do braço direito de Armando Pereira ao longo de quase três dias, “esclarecendo a sua participação pela forma que entendeu ser a mais adequada também aos seus interesses, mas o facto é que, em alguns casos de que foi feliz exemplo a repartição dos ganhos da comissão pelos direitos televisivos, o arguido foi além do que a indiciação permitia inferir”.

Porém, isso não impede que, também quanto a ele, “ocorram possibilidades de se ausentar do território nacional agora que é conhecedor dos factos e das dosimetrias penais que lhe correspondem, e bem assim, a esta data não podemos corroborar se é ou não ontologicamente impossível continuar a atividade qualquer que ela seja. O senhor Hernani Antunes é uma pessoa com uma facilidade de estabelecer contactos e granjear simpatias a todos os títulos notável, como se alcança da prova indiciária recolhida e do teor sonoro do seu interrogatório”.

É por isso que Carlos Alexandre considerou “adequada, proporcional e suficiente” para garantir os perigos invocados pelo MP, da prisão domiciliária aplicada a ambos os arguidos.

O juiz Carlos Alexandre à saída da casa do advogado Duarte Lima. Duarte Lima e o filho Pedro Lima foram detidos esta manhã pela Polícia Judiciária, devido a um caso de alegada fraude em que são suspeitos de envolvimento no desvio de 44 milhões de euros do BPN, 17 novembro, em Lisboa.JOSÉ SENA GOULÃO / LUSA

Por fim, quanto ao arguido Vaz Antunes, o tribunal entende “que o perigo de perturbação do inquérito é muito elevado e foi mesmo já consumado”. Na verdade, “o arguido terá sido alertado para o risco de vir a ser buscado e encarregou algumas das pessoas próximas, desde logo o arguido Gil Loureiro, de eliminar e ocultar elementos de prova que lhe pudessem ser desfavoráveis, continuando mesmo a verificar-se a ausência dos locais de residência relativamente a alguns dos seus colaboradores”.

Por outro lado, é “notória a capacidade de o arguido condicionar a determinação dos seus colaboradores, uma vez que vivem na sua dependência económica, o que poderá inviabilizar o sucesso de qualquer futura diligência de inquérito a efetuar, podendo, inclusive, com os meios financeiros que tem ao seu dispor tentar colocar esses mesmos colaboradores fora de Portugal, ou pura e simplesmente, entregar significativas como contrapartida do seu silêncio e ausência”.

É certo que o arguido “confessou grande parte dos factos que lhe vinham imputados e identificou beneficiários de muitos dos pagamentos indevidos que realizou para ganhar mercados e contratos. No entanto, como já acima referido, verifica-se uma dualidade de comportamentos, uma vez que ao mesmo tempo que confessa pagamentos indevidos a favor de Benchtrit e de Boubazine, se constata que lhes terá permitido a fuga, dado se evidenciar que estes dois últimos se encontravam em Portugal, juntos com o HERNÂNI, na data em que se iniciaram as diligências de busca. Por sua vez, o perigo de continuação da atividade criminosa é evidente e resulta, desde logo, das próprias declarações do arguido”.

Qualquer medida não privativa da liberdade, “como a obrigação de apresentação periódica e simples proibição de contactos, são, nesta fase, completamente desadequadas, já que não permitem fazer face ao perigo de continuação da atividade criminosa, ao perigo de perturbação do decurso do inquérito e ao perigo de fuga”.

Os restantes arguidos na Operação Picoas

À arguida Jéssica Antunes, filha de Hernâni Vaz Antunes, foi-lhe aplicada a obrigação de apresentações bissemanais na esquadra da PSP próxima da sua residência, proibição de se ausentar de Portugal, com apreensão de passaporte, proibição de contactos com os arguidos Armando Pereira, Ricardo Sobral, Duarte Loureiro e Gil Loureiro e com todos os colaboradores de todas empresas do seu pai e do Grupo Altice (incluindo os que foram, entretanto suspensos), proibição da prática de atos de administração, incluindo de movimentação de contas em bancos dos Emirados Árabes Unidos e ainda a prestação de caução de 500 mil euros.

O arguido Gil Loureiro fica sujeito, cumulativamente a obrigação de apresentações bissemanais na esquadra da PSP, proibição de se ausentar, com entrega do seu passaporte, proibição de contactos com os arguidos Armando Pereira, Ricardo Sobral e Jéssica Antunes e, bem assim, com todos os colaboradores de todas empresas do arguido Hernâni Antunes, proibição de atos de administração, incluindo de movimentação de contas na República Dominicana e uma caução de 250 mil euros.

Carlos Alexandre decidiu ainda que seja comunicado ao SEF e à entidade gestora do helicóptero, que o arguido Armando Pereira tem à sua disposição em Guilhofrei, para apreender este “para local próprio”.

Em causa estão suspeitas de “viciação do processo decisório do Grupo Altice, em sede de contratação, com práticas lesivas das próprias empresas daquele grupo e da concorrência”, que apontam para corrupção privada na forma ativa e passiva. O Estado terá também sido prejudicado com uma fraude fiscal “superior a 100 milhões de euros”.

O Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) do Ministério Público (MP), em colaboração com a Autoridade Tributária (AT), lançou no dia 13 de julho uma operação com cerca de 90 buscas domiciliárias e não domiciliárias.

Seis crimes de corrupção ativa agravada no setor privado, com referência a colaboradores da Altice (como Luís Alvarinho, Alexandre Fonseca), um crime de corrupção passiva no setor privado, com referência a decisões da Altice, quatro crimes de branqueamento de capitais e ainda crimes de falsificação de documentos, ainda não contabilizados na totalidade. Estes são os crimes imputados a Armando Pereira, cofundador da Altice.

Já Hernâni Vaz Antunes, braço direito de Pereira, terá contra si sete crimes de corrupção ativa agravada no setor privado (com referência a Armando Pereira e Alexandre Fonseca), oito crimes de fraude fiscal, seis crimes de branqueamento de capitais e ainda falsificação de documentos e falsas declarações, ainda não totalmente contabilizados. No total são mais de 35 crimes que o MP suspeita na chamada ‘Operação Picoas’.

Em causa estão ainda indícios de “aproveitamento abusivo da taxação reduzida aplicada em sede de IRC na Zona Franca da Madeira” através da domiciliação fiscal fictícia de pessoas e empresas, a que se soma a suspeita da utilização de sociedades offshore, indiciando os crimes de branqueamento e falsificação.

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Lucros da Altri descem 60% para 28 milhões de euros no primeiro semestre

  • Joana Abrantes Gomes
  • 27 Julho 2023

Empresa destaca nível de investimento nos primeiros seis meses, de 36,2 milhões de euros, o que compara com 18,8 milhões no período homólogo.

A Altri fechou o primeiro semestre de 2023 com um lucro de 28 milhões de euros, uma descida de 59,8% face ao mesmo período do ano passado, informou a empresa, esta quinta-feira, à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). No segundo trimestre, o resultado líquido agravou-se ainda mais (-79% em termos homólogos), atingindo 8,4 milhões de euros.

Este desempenho é reflexo do “reconhecimento da parte ineficaz da variação negativa no justo valor de um CFD contratado para a cobertura de flutuações no preço de compra de energia no longo prazo; do maior custo com juros, ainda que tenha sido em grande parte mitigado pelos ganhos dos instrumentos derivados associados ao hedge cambial; e do ganho não recorrente na venda de direitos de subscrição de ações no aumento de capital da Greenvolt obtido no período homólogo”, lê-se no comunicado.

Entre janeiro e junho deste ano, as receitas totais da empresa caíram 18,2% em relação aos primeiros seis meses de 2022, ascendendo a 426,6 milhões de euros. A papeleira justifica a quebra nas receitas com a “rápida evolução negativa dos preços da pasta Hardwood“, que, por sua vez, é consequência de “uma diminuição na procura global de pasta, que acabou também por afetar os volumes vendidos”.

As receitas também apresentaram uma redução no segundo trimestre, de 25,9%, comparativamente ao período homólogo, e uma quebra de 10,1% na variação em cadeia, totalizando 201,9 milhões de euros.

Segundo a empresa, depois de uma desaceleração no final de 2022 e de uma ligeira descida nos preços dos principais custos variáveis nos primeiros três meses deste ano, houve uma maior redução dos custos durante o último trimestre face ao período entre janeiro e março, em que se destaca a “evolução positiva do preços dos químicos, da energia elétrica e do gás natural, assim como do preço médio da madeira”.

Ao nível do EBITDA (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização), verificou-se um decréscimo de 37,9% nos primeiros seis meses do ano, para 81,2 milhões de euros, apesar da “evolução positiva ao nível dos custos”, enquanto a margem EBITDA reduziu-se em 6,1 pontos percentuais, para 19%. No segundo trimestre, o EBITDA atingiu os 31 milhões de euros, menos 55,5% face ao período homólogo e menos 38,2% em relação ao trimestre anterior.

Através da Biotek, da Caima e da Celbi, a Altri produziu 519,8 mil toneladas de fibras celulósicas no semestre, uma redução homóloga de 7,6% em resultado da paragem programada da principal unidade industrial do grupo – a Celbi – nos primeiros três meses do ano. Para outubro está programada a paragem para manutenção das unidades da Biotek e da Caima.

Entre abril e junho, a produção do Grupo Altri atingiu as 280,2 mil toneladas, praticamente em linha (-0,7%) com o trimestre homólogo, apresentando um acréscimo de 17% face ao trimestre anterior.

As vendas da empresa tiveram um recuo de 10,8% no primeiro semestre em relação aos primeiros seis meses de 2022, pressionadas pelo “efeito de destocking“, num total de 251,4 mil toneladas. No segundo trimestre, registou-se um volume de vendas de 274,2 mil toneladas, 5,7% abaixo do mesmo período do ano passado, mas 9,1% acima do trimestre anterior.

No primeiro semestre, o investimento do Grupo Altri cresceu 92,5%, num total de 36,2 milhões de euros, o que compara com 18,8 milhões no período homólogo, onde se incluem cerca de 14,2 milhões relacionados com a nova caldeira de biomassa para a Caima. Ao mesmo tempo, a dívida líquida ascendeu a 401 milhões de euros.

Em relação ao Projeto Gama, na Galiza, em que reitera que prevê anunciar a decisão final de investimento até ao fim deste ano, o grupo refere que “continua a trabalhar nas várias frentes para a tomada de decisão, nomeadamente no estudo de impacto ambiental, projeto de engenharia, viabilidade económica, estrutura de financiamento e acesso a fundos da União Europeia”.

O projeto Gama decorre de um memorando de entendimento assinado com a Impulsa, um consórcio público-privado da Comunidade Autónoma da Galiza, para estudar em exclusivo a construção de uma unidade industrial de raiz, com uma capacidade produtiva anual de 200.000 toneladas de pasta solúvel e fibras têxteis sustentáveis.

(Notícia atualizada às 18h59)

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Lucros da EDP sobem 43% no primeiro semestre para 437 milhões de euros

Energética revela que os valores são suportados pela recuperação de 68% da produção hidroelétrica "que tinha sido fortemente impactada pela seca extrema em Portugal no primeiro semestre de 2022". 

A EDP fechou os primeiros seis meses do ano com lucros de 437 milhões de euros, traduzindo-se num aumento de 43% quando comparado com o período homólogo do ano passado. Numa base recorrente, o lucro teria sido ainda maior, de 517 milhões de euros, 72% acima do registado na primeira metade de 2022.

De acordo com o relatório e contas divulgado esta quinta-feira pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), os valores são suportados pela recuperação de 68% da produção hidroelétrica “que tinha sido fortemente impactada pela seca extrema em Portugal no primeiro semestre de 2022”. No final de julho, o nível médio dos reservatórios das albufeiras da EDP em Portugal encontrava-se em máximos dos últimos 10 anos para este período do ano, informa a energética.

No que toca ao EBITDA (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização), o relatório informa que este aumentou 24% para os 2,4 milhões de euros numa altura em que os custos financeiros líquidos aumentaram 8% para os 416 milhões de euros.

A EDP chegou a junho com um aumento da dívida de 16%. De acordo com o comunicado, como “resultado da aceleração do investimento em renováveis e em redes de eletricidade”, a dívida da energética no primeiro semestre situou-se nos 15,3 mil milhões de euros, quando em dezembro era de 13,2 mil milhões de euros.

Relativamente ao investimento conduzido pela EDP, no primeiro semestre, este cifrou-se em 2,9 mil milhões de euros no primeiro semestre, dos quais 97% tiveram como destino o setor das energias renováveis e as redes de eletricidade. A energética de Miguel Stilwell d’Andrade explica que aposta “reforça o compromisso da EDP com a transição energética.” O investimento em nova capacidade de energias renováveis atingiu os 2,3 milhões de euros dos quais mais de 80% está situada nos Estados Unidos e Europa.

EDP vende projetos renováveis na Polónia por 500 milhões

O dia fica também marcado por mais um passo na estratégia de rotação de ativos renováveis da EDP.

Esta quinta-feira, a CMVM dá conta de que a EDP concluiu a venda de três projetos eólicos em operação na Polónia de 300 megawatts (MW) por 490 milhões de euros à Orlen Wind 3, uma companhia detida pela petrolífera polaca Orlen.

Aos três projetos, comissionados em 2021/2022, acrescem ainda 159 megawatts (MW) de projetos solares híbridos em desenvolvimento, indica o comunicado. De acordo com a EDP, a transação está ainda sujeita a condições precedentes, regulatórias e outras, habituais para uma transação desta natureza.

A venda deste projeto sucede à transação concluída, também esta semana, em Espanha. A EDP Renováveis concluiu a venda de nove projetos eólicos, com uma capacidade de 257 megawatts (MW), à austríaca Verbund por 460 milhões de euros.

Segundo o relatório de contas, estas rotações de ativos deverão acompanhar outras transações atualmente em curso no continente americano uma vez que integram parte do programa de rotação de ativos do grupo. Feitas as contas, a EDP espera fechar o ano com um encaixe superior a 1,5 mil milhões de euros.

Quanto a perspetivas para o resto do ano, a energética espera atingir no segundo semestre de 2023 um EBITDA recorrente de cerca de cinco mil milhões de euros, lucros de cerca 1,1 milhões de euros e uma dívida líquida de 15 mil milhões de euros, “em linha com os objetivos financeiros no plano estratégico 2023-2026”, apresentado ao mercado a 2 de março de 2023.

Notícia atualizada às 18h53

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BCP quer regressar aos dividendos em 2024. BCE tira 10 milhões ao banco

Miguel Maya avançou que o banco quer regressar ao pagamento de dividendos aos acionistas no próximo ano e revelou que fim da remuneração das reservas custará 10 milhões.

Apresentação dos resultados do 1S 2023 do Millennium BCP - 27JUL23
Miguel Maya e Miguel Bragança, CEO e CFO do BCP.Hugo Amaral/ECO

Apresentação dos resultados do 1S 2023 do Millennium BCPO BCP quer regressar aos dividendos no próximo ano, revelou esta quinta-feira o CEO do banco, Miguel Maya. A instituição vai ter um impacto de 10 milhões de euros com a decisão do Banco Central Europeu (BCE) de cortar a remuneração das reservas mínimas.

“No nosso plano estratégico, o tema do pagamento dos dividendos está claríssimo. É normal pagar dividendos. É expectável que o banco pague dividendos. E é essa claramente a nossa intenção em 2024 relativamente ao exercício de 2023“, referiu o CEO Miguel Maya na conferência de apresentação dos resultados.

De acordo com o gestor, o banco não tem limitações regulamentares em relação à distribuição de dividendos.

O BCP não pagou dividendos no último exercício. Miguel Maya lembrou que a proposta de não distribuir resultados pelos acionistas foi aprovada por larga maioria na assembleia geral, porque “era positivo para a afirmação e desenvolvimento do banco” em face do contexto desafiante. O cenário mudou agora.

Já questionado sobre a decisão do BCE de cortar para 0% a remuneração das reservas mínimas, conhecida esta quinta-feira e que entra em vigor a 20 de setembro, Miguel Maya adiantou que irá custar cerca de dez milhões de euros por ano, ainda que seja um valor variável pois evolui em função do crescimento do banco.

Em relação aos Certificados de Aforro, o CEO disse que ainda não está a analisar a possibilidade de comercializar este produto. “O BCP não é indiferente às condições, há muitas variáveis em jogo”, frisou. Também afastou que tivesse tido qualquer conversa com o Ministério das Finanças sobre a redução da taxa de juro. “Nem conversa de corredor, que fique claríssimo. Não houve uma única conversa sobre esta matéria”, atirou Maya.

O BCP registou lucros de 423,2 milhões de euros no primeiro semestre do ano, uma subida de 580% em relação ao mesmo período do ano passado.

A subida dos juros ajudou no negócio do banco liderado por Miguel Maya na primeira metade do ano, apesar de a atividade na Polónia continuar a pesar nas contas devido ao caso dos créditos em francos suíços.

(Notícia atualizada às 18h17)

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Fidelidade adapta plataforma Just In Case à JMJ Lisboa

  • ECO Seguros
  • 27 Julho 2023

A seguradora oficial da Jornada Mundial da Juventude 2023 preparou plataforma e produtos para voluntários e peregrinos e tem 70 colaboradores na organização.

A Fidelidade é a seguradora oficial da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) Lisboa 2023, garantindo cobertura e proteção de serviços de assistência até e durante o encontro de jovens de todo o mundo com o Papa, que vai decorrer de 1 a 6 de agosto de 2023.

Para a JMJ Lisboa 2023, a Fidelidade vai disponibilizar seguros de Responsabilidade Civil, Acidentes de Trabalho, Acidentes Pessoais para peregrinos ou voluntários, Saúde e Bens Patrimoniais. Para os eventos pré-jornadas a Fidelidade disponibilizou condições especiais para seguros de Acidentes Pessoais e Responsabilidade Civil.

O envolvimento da seguradora na JMJ levou ainda a uma adaptação da solução Just in Case, plataforma de seguros de viagem on-demand, ao tema específico para a JMJ Lisboa 2023. A ferramenta permite complementar o seguro da Jornada ou incluir o programa de viagens dos peregrinos que permaneçam em Portugal para além das datas em que ocorre o evento.

A Fidelidade criou uma bolsa de voluntariado para cerca de 70 colaboradores, que já estão a participar na organização da JMJ Lisboa 2023.

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WhatsApp vai passar a ter mensagens de vídeo instantâneas

Esta nova funcionalidade já começou a ser implementada e estará disponível para todos os utilizadores e países, incluindo Portugal, durante as próximas semanas,

O WhatsApp vai passar a oferecer uma nova funcionalidade e forma de comunicar: mensagens de vídeo instantâneas. Através desta funcionalidade, os utilizadores vão poder gravar e partilhar vídeos pessoais curtos diretamente numa conversa, revelou a empresa em comunicado.

Com um tempo máximo de duração de 60 segundos, a mensagem de vídeo será tão simples de enviar como já acontece com uma mensagem de voz, bastando para isso tocar para mudar para modo de vídeo e segurar enquanto for para gravar, explica a companhia.

O Whatsapp também vai permitir gravar o vídeo com a opção de mãos-livres, devendo o utilizador deslizar para cima de forma a que a gravação continue mesmo sem a necessidade de usar as mãos.

Vídeo exemplificativo publicado por Mark Zuckerberg:

Quando abertos, os vídeos serão reproduzidos automaticamente sem som, sendo o mesmo ativado caso os utilizadores toquem no vídeo.

“As mensagens de vídeo são protegidas com encriptação ponto a ponto para mantê-las seguras”, refere também a aplicação em comunicado.

Esta nova funcionalidade já começou a ser implementada e estará disponível para todos os utilizadores e países durante as próximas semanas, incluindo em Portugal.

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Drones proibidos no espaço aéreo da Cova da Iria a partir de sábado

  • Lusa
  • 27 Julho 2023

A interdição aérea a drones tem início este sábado. Papa chega a Lisboa no dia 2 de agosto, tendo prevista uma visita de duas horas ao Santuário de Fátima no dia 5.

A utilização de drones no espaço aéreo da Cova da Iria vai estar proibida a partir de sábado devido à deslocação do Papa Francisco ao santuário, no dia 5 de agosto, no âmbito da Jornada Mundial da Juventude (JMJ). “O espaço de Fátima tem interdição aérea e, portanto, não está autorizada a utilização de qualquer drone neste recinto”, disse à agência Lusa o major Carlos Canatário, oficial de comunicação e relações públicas da operação da GNR em Fátima.

Segundo Carlos Canatário, a GNR “tem a capacidade e tem o equipamento ‘antidrone’ de poder detetar e intercetar qualquer drone que seja ou que esteja passível de ser utilizado em todo este recinto”. Mais de um milhão de pessoas são esperadas em Lisboa para a JMJ, com o Papa Francisco, de 1 a 6 de agosto.

O Papa chega a Lisboa no dia 2 de agosto, tendo prevista uma visita de duas horas ao Santuário de Fátima no dia 5, para rezar pela paz e pelo fim da guerra na Ucrânia. A GNR, à semelhança da visita do Papa Francisco, em maio de 2017, vai também fazer revistas aleatórias no recinto do Santuário de Fátima, nos dias 04 e 05, pelo que pede aos peregrinos que cheguem atempadamente ao recinto do santuário.

“Aquilo que vamos procurar é elevar o nível de segurança nos momentos em que nos parece mais crítico e fazê-lo de forma aleatória, de acordo com aquilo que é o nosso trabalho de informações e aquilo que é o trabalho da visibilidade e do controlo que os militares têm do terreno”, adiantou, referindo que tais revistas ocorrerão apenas no recinto do santuário apenas.

Neste espaço, destacou este responsável, “como é natural, deve haver uma preocupação acrescida, sobretudo com os bens e os volumes que as pessoas possam trazer consigo”. Sobre as preocupações, o major Carlos Canatário apontou a segurança do chefe de Estado do Vaticano, que obriga a um conjunto de medidas adicionais, além da segurança, “em termos genéricos, de todos quantos visitam Fátima”, sendo uma preocupação acrescida o recinto do santuário.

“Uma terceira preocupação relacionada com a criminalidade de uma forma geral”, apontou, acrescentando “a fluidez do tráfego rodoviário”.

Apesar destas preocupações, o oficial da GNR expressou “uma mensagem de confiança”, pois, não obstante de ser previsível a deslocação de muitas pessoas a Fátima, a Guarda e todas as outras entidades fizeram “um trabalho e uma preparação que permite acolher muita gente em Fátima, que permite acolher muita gente em Fátima em segurança e que permite receber um conjunto de pessoas muito alargado a Fátima com alguma naturalidade”.

Na peregrinação internacional aniversária de 12 e 13 de maio ao santuário, a GNR detetou 16 ‘drones’ a iniciar o voo ou a voar, sendo que cinco deles se encontravam em infração, uma vez que o espaço aéreo se encontrava interdito, tendo sido apreendidos e levantados os respetivos autos de contraordenação.

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Câmara vai assumir 51% da Parques de Sintra

  • Lusa
  • 27 Julho 2023

A autarquia detém 15% da Parques de Sintra – Monte da Lua, enquanto a Direção-Geral do Tesouro e Finanças é responsável por 35%.

A Câmara Municipal de Sintra e o Ministério das Finanças concordaram com a necessidade de a autarquia assumir 51% do capital social da Parques de Sintra – Monte da Lua, empresa que gere a manutenção do património do concelho.

Atualmente, a autarquia (no distrito de Lisboa) detém 15% da Parques de Sintra – Monte da Lua, enquanto a Direção-Geral do Tesouro e Finanças é responsável por 35%, a mesma percentagem detida pelo Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas. Os restantes 15% são detidos pelo Turismo de Portugal.

Num comunicado divulgado esta quinta-feira, o município anunciou que o presidente da autarquia, Basílio Horta, e o ministro das Finanças, Fernando Medina, definiram na quarta-feira “a solução para resolver o impasse laboral que se vive na Parques de Sintra”, cujos trabalhadores têm vindo a fazer várias greves por melhores salários, entre outros motivos. Os governantes, é referido, “concordaram com a urgência de aplicar o novo Acordo de Empresa e a necessidade de a autarquia assumir 51% do capital social da empresa”.

O Governo, pode ler-se também, exprimiu a vontade de os restantes 49% ficarem “na titularidade do Estado”. A informação foi também revelada por Basílio Horta na Assembleia Municipal de Sintra de quarta-feira, depois de uma reunião em que estiveram presentes o autarca, o ministro das Finanças, a administração da Parques de Sintra e o secretário de Estado do Tesouro, Pedro Sousa Rodrigues.

Segundo o autarca, a tutela considerou que “a solução é indiscutivelmente a que melhor assegura a proteção do património público, e cria melhores soluções para potenciar a sua valorização e a fruição do monumentos e parques sob a gestão da Parques de Sintra”.

Basílio Horta, que já tinha revelado disponibilidade para resolver o impasse laboral na empresa, concordou com a solução, mas sublinhou que “implicará a aprovação” dos órgãos municipais. “A reunião permitiu definir um grupo restrito de trabalho, constituído por um representante da Câmara Municipal de Sintra e representantes do Ministério das Finanças, que irá seguir todo o processo jurídico-financeiro para a sua concretização da decisão até ao final do corrente ano”, referiu, citado na nota.

Basílio Horta pediu a Fernando Medina que, “no mais curto período possível, fosse assinada uma decisão unânime”, tomada por todos os acionistas da Parques de Sintra Monte da Lua, no sentido de aprovar o novo Acordo de Empresa. Basílio Horta defendeu também que sejam asseguradas “a sustentabilidade da empresa e as legítimas aspirações dos trabalhadores”.

A proposta, aceite pelo Governo, “vai implicar a aplicação da equiparação das tabelas remuneratórias constantes no regime já definido para a Administração Pública”. Para sexta-feira está agendada uma reunião entre o presidente da Câmara Municipal de Sintra com o Sindicato dos Trabalhadores da Administração Pública (SINTAP).

A Parques de Sintra – Monte da Lua conta com cerca de 300 trabalhadores e é responsável pela gestão do Parque e Palácio de Monserrate, Castelo dos Mouros, Palácio Nacional de Sintra, Parque e Palácio Nacional da Pena, Convento dos Capuchos, Chalet e Jardim da Condessa d’Edla, Farol do Cabo da Roca, Palácio Nacional e Jardins de Queluz, Vila Sassetti, Escola Portuguesa de Arte Equestre e Santuário da Peninha.

As paralisações dos últimos meses têm reivindicado a implementação de um sistema de carreiras que valorize as diversas profissões (e não uma carreira única), a regulamentação e a atualização dos subsídios, e o pagamento a 100% das horas extraordinárias em dia de descanso semanal e feriado, para todos os trabalhadores.

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Lucros da Euronext sobem 0,9% no segundo trimestre

  • Lusa
  • 27 Julho 2023

Apesar de um "período com fraco volume de negociação", a Euronext avança que teve um "sólido desempenho".

A Euronext, que gere vários mercados bolsistas europeus, incluindo a bolsa de Lisboa, anunciou esta quinta-feira lucros de 120 milhões de euros no segundo trimestre deste ano, uma subida de 0,9% face ao período homólogo do ano passado.

Em comunicado, a empresa realça que, no segundo trimestre, “registou um sólido desempenho, apesar de ter sido um período com fraco volume de negociação, demonstrando o sucesso e a resiliência do seu modelo de negócio, consequência da sua estratégia de diversificação”.

No segundo trimestre, as despesas operacionais subjacentes diminuíram 0,7% para 152 milhões de euros e o EBITDA (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização consolidado) ajustado atingiu 216,1 milhões de euros, 2,5% abaixo do registado em igual período do ano passado.

Segundo o grupo, no segundo trimestre registou “a percentagem mais elevada de receitas não relacionadas com volume de negociação”, já que 61% das receitas são provenientes de atividade não relacionada com a negociação. “Estas receitas provêm especialmente da atividade inerente ao fornecimento de Soluções Tecnológicas e de Serviços de Dados Avançados, tendo coberto 148% das despesas operacionais subjacentes, excluindo D&A”, assinala.

A Euronext registou uma quota de mercado média de 65,4%. “De uma forma geral, o desempenho robusto da Euronext no segundo trimestre de 2023 reflete o forte crescimento orgânico das atividades não relacionadas com volume de negociação, e ainda um bom desempenho dos produtos de renda fixa e do comércio de energia”, pode ler-se no comunicado.

O grupo realça que, “apesar de um mercado de IPO [entradas em bolsa] pouco dinâmico, verificaram-se 16 novas admissões de empresas nos mercados Euronext”. “O maior IPO na Europa teve também lugar na Euronext no segundo trimestre de 2023. A receita que corresponde às admissões foi de 55,1 milhões de euros (-0,5%), impactada negativamente pela depreciação da moeda norueguesa (NOK) ao longo do ano (corresponde a um crescimento de 2,1% se excluirmos os impactos cambiais)”, considera.

Já a negociação de rendimento fixo registou uma receita na ordem dos 25,3 milhões de euros, o correspondente a um crescimento de 1,4%, “impulsionada pelo aumento das taxas de juro”.

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Lucro do BCP dispara mais de 500% para 423 milhões no primeiro semestre

Banco liderado por Miguel Maya registou uma subida de 580% dos lucros para 423,2 milhões de euros no primeiro semestre.

O BCP BCP 2,17% registou lucros de 423,2 milhões de euros no primeiro semestre do ano, uma subida de 580% em relação ao mesmo período do ano passado.

A subida dos juros ajudou no negócio do banco liderado por Miguel Maya na primeira metade do ano, apesar de a atividade na Polónia continuar a pesar nas contas devido ao caso dos créditos em francos suíços.

O ano está a correr muito bem”, referiu o CEO na apresentação dos resultados semestrais, que “são muito mais condizentes com o que é o banco e o trabalho de preparação para o futuro”, salientou. O bom desempenho abre a porta à distribuição de dividendos no próximo ano, revelou Miguel Maya.

De acordo com o banco, a margem financeira – diferença entre os juros pagos nos depósitos e os juros cobrados nos depósitos – somou quase 40% para 1.374,4 milhões de euros, à boleia da subida das taxas de juro do Banco Central Europeu (BCE). A taxa da margem foi de 3,3% durante os seis primeiros meses do ano. Já as comissões estabilizaram nos 387 milhões de euros.

O banco adianta que sofreu com os efeitos relacionados com o Bank Millennium na Polónia: no primeiro semestre registou encargos de 399,1 milhões associados à carteira de créditos hipotecários em francos suíços, dos quais provisões de 331,6 milhões de provisionamento decorrentes da decisão do Tribunal de Justiça da União Europeia.

O banco polaco enfrenta mais de 18 mil processos individuais em tribunal, sendo que acumula provisões de mais de 1,3 mil milhões.

Por outro lado, ainda em relação ao negócio polaco, teve uma receita extra de 127 milhões com a venda da participação (80%) da Millennium Financial Services – que já havia sido contabilizada no primeiro trimestre.

Grande parte do resultado líquido veio assim da atividade em Portugal, que teve um lucro de 353,7 milhões de euros. Já a Polónia lucrou 77 milhões e a operação em Moçambique 48,5 milhões.

O BCP chegou a junho com ROE (rentabilidade dos capitais próprios) de 16,8%, já acima do objetivo do plano estratégico de 10% – o valor de referência no mercado.

Depósitos e crédito em queda em Portugal

Apesar do crescimento dos resultados, o banco tem menos negócio. Em Portugal, os recursos de clientes (sobretudo depósitos) caíram 1,38% para 66,04 mil milhões de euros no final de junho. Maya destacou não só o impacto da fuga de poupanças para os Certificados de Aforro, mas também das amortizações antecipadas com recurso aos depósitos.

Em termos internacionais, os recursos de clientes dispararam 9,58% para 26,4 mil milhões, compensando, a nível do grupo, as saídas no mercado doméstico.

Em relação ao crédito, a carteira de empréstimos contraiu 1,7 % em Portugal para 39,9 mil milhões e 0,3% nas operações internacionais para 18 mil milhões.

Mais de 700 clientes do BCP com bonificação de juros

Miguel Maya revelou que há mais de 700 clientes a beneficiarem da bonificação dos juros do crédito da casa, sendo que a bonificação média ronda os 37 euros.

O gestor recusou-se a comentar se a medida do Governo é demasiado restritiva ou não – o ministro Fernando Medina anunciou esta semana que a medida vai ser revista para alargar mais famílias. “Isso é um tema que não compete ao banco, é ao Governo [que cabe] considerar se altera ou não. O BCP executa com grande rigor o que está no diploma”.

Quanto às reestruturações, o CEO do banco disse que há 9.000 créditos reestruturados. Mais de 1.800 renegociações foram realizadas ao abrigo do Decreto-Lei n.º 80-A/2022, sendo que as restantes tiveram lugar por iniciativa do banco. Tivemos uma preocupação de analisar a situação de todos os clientes”, disse Miguel Maya, afastando um problema transversal com o crédito da casa em Portugal.

“Olhando para o todo não há nenhum problema, olhando para cada caso há problemas”, sublinhou.

Miguel Maya adiantou ainda que metade de novos contratos da casa celebrados este ano já têm taxa fixa.

(Notícia atualizada às 18h37)

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