Ordem dos Advogados portuguesa cessa regime de reciprocidade com Ordem brasileira

Chegou ao fim o o regime de reciprocidade entre a Ordem dos Advogados portuguesa e a brasileira. As diferenças na prática jurídica e as queixas recebidas estão entre os motivos apontados.

O Conselho Geral da Ordem dos Advogados (OA) deliberou, por unanimidade, cessar o regime de reciprocidade atualmente em vigor com a Ordem dos Advogados do Brasil. Esta tomada de posição não afeta os processos de inscrição de advogados que se encontrem em curso e entra em vigor a partir desta quarta-feira, dia 5 de julho. Entre os motivos apontados está a diferença na prática jurídica em Portugal e no Brasil e as queixas recebidas.

“Sem embargo do espírito de cooperação e amizade que pontifica as relações entre as duas ordens profissionais, perante a gravidade das questões identificadas e amplamente conhecidas, bem como a especial repercussão social que delas decorre, designadamente, no que se refere à garantia de uma efetiva proteção dos interesses legítimos dos cidadãos de ambos os países, deliberou o Conselho Geral da OA, reunido em sessão plenária do dia 3 de julho de 2023, por unanimidade dos presentes, fazer cessar o regime de reciprocidade de inscrição de advogados atualmente em vigor”, lê-se no site oficial.

O regime de reciprocidade permitia a inscrição na Ordem dos Advogados em Portugal de um advogado brasileiro sem que este tenha de realizar um estágio ou a prova de agregação, e vice-versa.

“Embora possa ter existido uma matriz de base comum aos ordenamentos jurídicos de ambos os países, constata-se que em Portugal têm sido adotadas opções legislativas muito distintas das que são implementadas no Brasil, até por força da aplicabilidade e transposição para o direito interno português do direito da União Europeia, o que, inevitavelmente, tem contribuído para que ambos os ordenamentos jurídicos se afastem e tenham evoluído em sentidos totalmente diferentes”, referem em comunicado.

Assim, a Ordem dos Advogados portuguesa considerou que as normas jurídicas atualmente em vigor em alguns ramos do Direito num e noutro ordenamento jurídico “já não são sequer equiparáveis”.

“É do conhecimento geral que existe uma diferença notória na prática jurídica em Portugal e no Brasil, e bem assim dos formalismos e plataformas digitais judiciais, sendo efetivo o seu desconhecimento por parte dos advogados brasileiros e portugueses quando iniciam a sua atividade em Portugal ou no Brasil, verificando-se que ocorre, por isso mesmo, a prática de atos próprios de advogado de elevada complexidade técnica, por quem não dispõe da necessária formação académica e profissional no âmbito dos ordenamentos jurídicos português e brasileiro”, justificam.

A OA sublinha ainda que existem “sérias” e “notórias” dificuldades na adaptação dos advogados brasileiros ao regime jurídico português, à legislação substantiva e processual e às plataformas jurídicas em uso corrente, “o que faz perigar os direitos, liberdades e garantias dos cidadãos portugueses e, de forma recíproca os dos cidadãos brasileiros”.

Cumpre ainda salientar que foram recentemente transmitidas à Ordem dos Advogados portuguesa inúmeras queixas relativas à utilização indevida do regime de reciprocidade em vigor, o qual só deverá produzir efeitos no âmbito da inscrição como advogado nas respetivas ordens profissionais e não para a obtenção de registo ou inscrição junto de outras Ordens de Advogados ou Associações Profissionais Equiparadas de outros Estados membros da União Europeia, que não são, nem nunca foram, parte deste acordo”, acrescentaram.

A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) já reagiu e mostrou-se “surpreendida” com a decisão. Em declarações ao jornal “O Globo”, a OAB aponta “discriminação” e “mentalidade colonial” e admite que vai lutar pelos direitos dos brasileiros.

“Estava em curso um processo de diálogo iniciado há vários meses com o objetivo de aperfeiçoar o acordo. A OAB, durante toda a negociação, opôs-se a qualquer mudança que validasse textos imbuídos de discriminação e preconceito contra advogadas e advogados brasileiros. A mentalidade colonial já foi derrotada e só encontra lugar nos livros de história, não mais no dia-a-dia das duas nações”, referiu a OAB.

As conversações entre as instituições decorreram entre o mês fevereiro e o mês de junho de 2023. Apesar de admitir que têm mantido um diálogo aberto com a Ordem brasileira, a Ordem dos Advogados portugueses diz que, segundo informação que foi remetida através de um email no dia 28 de junho de 2023, a OAB afirmou “não dispor de condições para poder proceder às alterações do atual regime de reciprocidade (e que mereceram o acordo de ambas as instituições no passado dia 23 de maio de 2023), nem no imediato, nem dentro de um prazo considerado por este como razoável”.

Atualmente, cerca de 10% dos advogados registados em Portugal são brasileiros. Dados avançados em dezembro de 2022 pela OA mostram que, dos cerca de 34 mil profissionais inscritos na instituição, 3.173 são brasileiros. Desses, quase 60% estão concentrados na região de Lisboa. Um aumento de quase 482%, já que em 2017 eram apenas 536 os advogados brasileiros em Portugal. Em 2019, estavam inscritos 2.270 brasileiros no total.

O acordo que existia até então entre a Ordem dos Advogados do Brasil e a Ordem dos Advogados portugueses favorecia a migração destes profissionais para Portugal, relativamente a outros. A reciprocidade entre Portugal e Brasil passou a constar no estatuto da Ordem dos Advogados Portugueses em dezembro de 2015. Atualmente, existem quase dois mil advogados nascidos em Portugal e que estão a exercer a profissão na Justiça brasileira.

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Juro dos novos depósitos de particulares sobe para 1,26%, mas continua dos mais baixos do euro

  • Lusa
  • 5 Julho 2023

Taxa em Portugal é a mais alta em oito anos, mas é a quarta mais baixa da Zona Euro, cuja taxa de juro média dos novos depósitos foi de 2,44%.

A taxa de juro dos novos depósitos a prazo de particulares subiu em maio para 1,26%, sendo este o valor mais alto em oito anos, apesar de Portugal ter o quarto valor mais baixo na área do euro, divulgou esta quarta-feira o Banco de Portugal (BdP).

Segundo o banco central, “em maio, a taxa de juro média dos novos depósitos a prazo de particulares aumentou de 1,03% para 1,26%, o valor mais elevado em oito anos”. Contudo, ainda segundo o regulador e supervisor bancário, este é o quarto valor mais baixo entre os países da área do euro.

Em maio, a taxa de juro média dos novos depósitos na Zona Euro foi de 2,44%, aparecendo Lituânia, Itália e França com valores mais altos (3,25%, 3,12% e 3,09%, respetivamente). Com remunerações mais baixas do que Portugal estavam apenas Chipre (0,94%), Eslovénia (1,09%) e Croácia (1,25%). Ainda assim, Portugal sobe uma posição já que em abril ocupava o antepenúltimo lugar.

Por prazos, os novos depósitos a prazo até um ano foram remunerados, em média, a 1,18% (0,95% em abril). Estes depósitos representam 76% dos novos depósitos a prazo.

a remuneração média dos novos depósitos com prazos de um a dois anos foi de 1,47% (1,29% em abril) e a dos novos depósitos acima de dois anos de 1,61% (1,12% em abril).

Em maio, o montante de novas operações de depósitos a prazo de particulares ascendeu a 7.490 milhões de euros, mais 1.276 milhões do que em abril, quando tinha havido queda do valor dos novos depósitos, saindo nomeadamente para certificados de aforro (em início de junho o Governo lançou uma nova série de certificados de aforro com remuneração mais baixa).

O fim dos CA da ‘série E’ (cuja taxa de juro base tinha um máximo de 3,5%) motivou críticas por parte dos partidos da oposição, nomeadamente o BE e o PCP, que acusam o Governo de ceder ou fazer um favor aos bancos. Uma acusação rejeitada pelo Governo.

Relativamente aos novos depósitos a prazo de empresas, segundo o banco central, liderado por Mário Centeno, estes tiveram em maio uma remuneração média de 2,37%, apenas mais 0,03 pontos percentuais, uma evolução menos expressiva do que em meses anteriores.

As novas operações de depósitos das empresas totalizaram 5.732 milhões de euros, menos 163 milhões de euros do que em abril.

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Hungria progrediu no respeito por Estado de direito mas Bruxelas quer ainda mais

  • Lusa
  • 5 Julho 2023

Bruxelas adianta, entre outras coisas, que falta adotar medidas que eliminem "os obstáculos que afetam as organizações da sociedade civil, que continuam sob pressão".

A Comissão Europeia reconheceu esta quarta-feira que a Hungria está a fazer progressos no Estado de direito, mas recomendou maior transparência no sistema judicial e político e reforço da independência dos meios de comunicação.

No relatório de 2023 sobre o Estado de direito, Bruxelas aponta que “a segurança jurídica foi prejudicada pelo ambiente regulamentar imprevisível e pela utilização extensiva e prolongada dos poderes de emergência do Governo, interferindo também com o funcionamento das empresas no mercado único”.

Pela positiva, a Hungria já acolheu “algumas das preocupações expressas no âmbito do procedimento previsto no nº 1 do artigo 7º do TUE [Tratado da União Europeia] iniciado pelo Parlamento Europeu”, nomeadamente sobre as carreiras dos juízes e a maior transparência do Supremo Tribunal, para além do reforço do papel do Conselho Nacional da Magistratura.

Por outro lado, “a aplicação ineficaz dos acórdãos dos tribunais europeus pelas autoridades estatais das decisões dos tribunais europeus continua a ser uma fonte de preocupação“.

Na Hungria, destaca ainda o texto, “não se registou qualquer evolução no sentido de dar resposta aos vários desafios que se colocam ao pluralismo dos meios de comunicação social” e que tinham sido já identificados em relatórios anteriores.

Persistem as preocupações, considera o executivo comunitário, “no que respeita à independência funcional da autoridade responsável pelos meios de comunicação social, bem como à independência editorial e financeira dos meios de comunicação social de serviço público”.

No que respeita ao combate à corrupção, a Comissão destaca que Budapeste “está a introduzir uma série de reformas anticorrupção relevantes em resposta ao procedimento de condicionalidade da UE, incluindo a preparação de uma nova estratégia nacional anticorrupção para 2023-2025 e a criação de uma nova Autoridade para a Integridade, a fim de reforçar o controlo da utilização dos fundos da UE.

Bruxelas adianta também que falta adotar medidas que eliminem “os obstáculos que afetam as organizações da sociedade civil, que continuam sob pressão”.

O contencioso entre a Hungria e a União Europeia começou, formalmente, em dezembro de 2017, quando a Comissão Europeia deu início a um procedimento ao abrigo do artigo 7.º do Tratado da UE, em resposta aos riscos para o Estado de direito e os valores da UE na Polónia e na Hungria.

Em 2022, a Comissão Europeia congelou uma grande parte dos fundos europeus que deveriam ser entregues à Hungria.

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Relatório “levezinho” da CPI da TAP chumbado pelo PSD e IL

Toda a oposição aponta para relatório "feito à medida" de forma a não serem retiradas consequências políticas pelo primeiro-ministro junto do ministro das Infraestruturas.

A oposição está unida na crítica ao relatório preliminar da comissão parlamentar de inquérito à TAP. Os partidos defendem que o documento está “feito à medida” para que o primeiro-ministro não retire quaisquer consequências políticas junto do ministro das Infraestruturas, João Galamba. O PSD e a Iniciativa Liberal vão chumbar o documento, sendo que os liberais referem mesmo que não vão apresentar qualquer proposta de alteração.

O PSD vai votar contra o relatório. Não se pode rever na tentativa de salvar o ministro João Galamba e na tentativa de o primeiro-ministro ter uma saída airosa num relatório levezinho”, adiantou o deputado social-democrata Paulo Moniz. “Este relatório foi feito para que consequências políticas não existissem. É claríssimo”, acrescentou.

Luís Montenegro também já comentou o relatório, que considera “tendencioso”, “faccioso” e que branqueia “toda a ação dos membros do Governo”. “Isto é da máxima gravidade porque é uma desvalorização do papel dos deputados e deputadas no que concerne ao escrutínio no apuramento de responsabilidades dos atos da administração (da TAP) e do Governo”, afirmou o presidente do PSD, em declarações transmitidas pelas televisões.

Para o líder social-democrata, “há omissões que são absolutamente intoleráveis do ponto de vista democrático“, existindo “uma grande disparidade entre aquilo que aconteceu na comissão de inquérito e as conclusões do relatório”.

O Chega vai propor melhorias ao relatório, “não obstante o embaraço e a falta de vergonha”, nas palavras do líder do partido. Para André Ventura, “este relatório foi escrito pelo Governo e enviado para o grupo parlamentar do PS ontem à noite”.

Não participamos em farsas. Não faremos qualquer proposta de alteração“, anunciou, por sua vez, o líder da Iniciativa Liberal, Rui Rocha, que fala numa “obra de ficção que contraria a realidade”. “Há uma diferença brutal entre o relatório e o que foi dito”, referiu.

O PCP considera que a proposta de relatório, “sem surpresas, é um texto desenvolvido para tentar justificar a privatização da TAP”. “Há um afastamento do relatório das opções da TAP e que põem em causa o futuro da empresa”, avaliou o deputado Bruno Dias.

O Bloco de Esquerda lamenta a ausência de elementos como o papel de João Galamba na demissão da ex-líder da TAP, da referência aos acontecimentos no Ministério das Infraestruturas no dia 26 de abril e sobre a ausência de conferência de imprensa relativa aos resultados de 2022. “Parece-nos incompreensível que haja tamanha omissão. É um relatório à medida dos interesses do primeiro-ministro e de João Galamba”, afirmou o líder parlamentar, Pedro Filipe Soares.

Por fim, o PS defende que a CPI “deve apurar factos, para lá da interpretação política”. Para o deputado socialista Bruno Aragão, a CPI “não é uma comissão política. Temos de manter o objeto, a tutela política da TAP sem fugir a um período mais alargado que enforma esse período”, referindo-se à privatização de 2015 e à nacionalização parcial de 2016.

Os partidos com assento na CPI têm até dia 10 de julho para apresentar propostas de alteração ao relatório da responsabilidade da deputada socialista Ana Paula Bernardo. A apresentação e discussão da versão final está agendada para dia 13. Segue-se a apreciação do documento no plenário da Assembleia da República, prevista para dia 19.

A comissão parlamentar de inquérito para “avaliar o exercício da tutela política da gestão da TAP” foi proposta pelo Bloco de Esquerda e aprovada pelo Parlamento no início de fevereiro com as abstenções de PS e PCP e o voto a favor dos restantes partidos. Nasceu da polémica sobre a indemnização paga a Alexandra Reis para deixar a administração executiva da TAP, mas abordou também a privatização de 2015, a recompra de parte do capital pelo Estado em 2017, a compra da participação de David Neeleman em 2020, o plano de reestruturação aprovado em 2021 ou a demissão da antiga CEO.

Ao longo de três meses realizaram-se 46 audições presenciais, que duraram cerca de 170 horas, foram pedidos dez depoimentos por escrito e dezenas de documentos ao Governo, à TAP e a outras entidades.

(Notícia atualizada pela última vez às 13h59, com a reação de Luís Montenegro)

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Estado alegou risco de conflitos de interesses para afastar VdA na demissão da ex-CEO da TAP

  • ADVOCATUS
  • 5 Julho 2023

Risco de eventuais conflitos de interesses foi o argumento do Estado para afastar o consultor jurídico da Parpública para a TAP, a VdA, do processo de afastamento de Christine Ourmières-Widener.

O Ministério das Finanças invocou o risco de eventuais conflitos de interesses para afastar o consultor jurídico da Parpública para a TAP, a sociedade de advogados Vieira de Almeida (VdA), do processo de destituição de Christine Oumières-Widener e de Manuel Beja, avançou o Observador. Este argumento surge após se ter percebido que o escritório já tinha dado apoio jurídico ao Estado no acordo de saída de Antonoaldo Neves, outro ex-presidente da TAP.

Além disso, segundo o Observador, a VdA irá “em breve” deixar de representar a Parpública. Ainda assim, sobre o facto de o escritório de advogados ir prestar serviços jurídicos à IAG, grupo candidato à compra da companhia aérea portuguesa, fonte oficial da Parpública afirmou que “o procedimento de reprivatização da TAP ainda não foi lançado, salvaguardando-se previamente eventuais situações de incompatibilidade”.

O conflito de interesses tem vindo a ser levantado por vários deputados, que consideram que a VdA esteve envolvida em vários temas “sensíveis” relacionados com a TAP. Entre esses assuntos está que o aconselhamento jurídico que escritório deu ao Estado na negociação com David Neeleman em 2020 e a validação da legalidade da mobilização dos fundos Airbus por parte do empresário americano para realizar a capitalização da TAP na venda de 2015.

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Ministro da Economia sem “qualquer indicação” de que investimento chinês da CALB em Sines esteja em risco

Ministro da Economia revelou que estão "a discutir a questão dos incentivos" com a CALB e garantiu que não recebeu "qualquer indicação de que o investimento estivesse em risco".

O ministro da Economia desdramatizou os riscos de Portugal poder perder o investimento da CALB, a empresa chinesa que quer instalar uma fábrica de baterias em Sines. “Não recebemos qualquer indicação da CALB de que o investimento estivesse em risco”, garantiu o ministro da Economia, esta quarta-feira na comissão parlamentar de Economia, Obras Públicas, Planeamento e Habitação.

O Jornal Económico avançou que o projeto de construção de uma mega fábrica de baterias de lítio pelo grupo chinês China Aviation Lithium Battery Technology (CALB) em Sines está a ser reequacionado. A decisão de afastar a Huawei das redes 5G nacionais estaria subjacente a esta reavaliação, que se poderá estender a outros investimentos chineses em Portugal, por retaliação ou por perda de confiança no país, justifica o jornal com base em fontes diplomáticas.

Costa Silva garantiu aos deputados que esta notícia “é uma especulação sobre a posição do país relativamente à Huawei”, até porque “na notícia não aparece ninguém da empresa” e que tem “contactos muito assíduos com o management” da empresa, “incluindo a sua CEO e a sua representante em Portugal” e que não recebeu qualquer indicação de que o investimento estivesse em risco. “Vamos continuar a trabalhar com eles”, garantiu o responsável.

O ministro da Economia recordou que a empresa já reservou o terreno em Sines. A CALB, o sexto maior produtor de baterias para carros elétricos do mundo, avançou com um contrato de reserva de 90 hectares em Sines para a instalação de uma fábrica de baterias em Portugal, como avançou o Público, citando o presidente da Aicep, Filipe Santos Costa. Mas aguardam ainda a “disponibilidade do país em termos de energia, vão necessitar que isto seja resolvido e estamos a resolver”, garantiu Costa Silva.

Além desta “preocupação”, o ministro da Economia revelou que estão “a discutir a questão dos incentivos”, e reiterou que não recebeu “qualquer indicação em contrário”.

O responsável citou o relatório da Agência Internacional de Energia e Geologia da necessidade de produção de baterias de 10 mil gigawatts hora, 50 vezes o que existe hoje no mundo e as 780 gigafactories são sobretudo na China e esse é “um player que se quer deslocalizar para a Europa”.

“Vamos continuar a lutar por este investimento, garantiu o ministro da Economia, acrescentando que além do investimento da CALB, Portugal tem “outras manifestações de interesse para construir baterias elétricas em Portugal, mas este investimento é importante e vamos cuidar de que isto não passe de uma tempestade num copo de água”, concluiu.

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Portugal com 14% de pessoas que nem estudam nem trabalham, abaixo da média da UE

Roménia e Itália estão entre os países com a taxa mais elevada de pessoas fora do mercado de trabalho, entre aqueles que não estudam. Portugal está abaixo da média europeia.

Nos primeiros três meses do ano, havia 18,2% de pessoas, entre os 15 e 64 anos, que não estudava, nem trabalhava na União Europeia. Portugal registava uma taxa de 13,9%, abaixo da média europeia, revela o Eurostat esta quarta-feira.

Roménia e Itália estão entre os países com a taxa mais elevada de pessoas fora do mercado de trabalho, entre aqueles que não estudam, com 25,8% e 25,6%, respetivamente. Grécia (22,8%), Croácia (21,8%) e Bélgica (19,6%) são os países que se seguem. Entre os países com a taxa mais baixa estão a Suécia (8,3%) e Estónia (12,3%).

Portugal surge no período com uma taxa de 13,9%, valor abaixo da média europeia.

Motivos para a situação ‘nem, nem’

Dos 44 milhões de pessoas que se encontravam nesta situação ‘nem, nem’ nos primeiros três meses do ano, uma larga maioria (77,8%) não estava à procura de emprego, não tinha encontrado um trabalho e não queria trabalhar. Uma fatia de 20,3% não estava à procura, mas pretendia trabalhar; e 2,8% procurava ativamente emprego, mas não o estava a encontrar de forma imediata; 1,2% não estava à procura mas encontrou trabalho que ia começar mais tarde.

“Entre as pessoas que não estudavam e não estavam na força de trabalho, 21,1% não queria trabalhar pois estava reformado e outros 20,7% por situação de doença ou incapacidade, e 18,2% por ser cuidador ou outras razões familiares“, aponta o Eurostat

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Euribor desce a três meses e sobe a seis e a 12 meses com máximo no prazo mais longo

  • Lusa
  • 5 Julho 2023

As taxas Euribor desceram a três meses e subiram a seis e a 12 meses, face a terça-feira, para novo máximo no prazo mais longo.

As taxas Euribor desceram esta quarta-feira a três meses e subiram a seis e a 12 meses, face a terça-feira, para novo máximo no prazo mais longo.

  • A taxa Euribor a 12 meses, que atualmente é a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável, subiu esta quarta-feira para 4,165%, mais 0,001 pontos, face a terça-feira, um novo máximo desde 20 de novembro de 2008. Segundo dados de março de 2023 do Banco de Portugal, a Euribor a 12 meses representava 41% do stock de empréstimos para habitação própria permanente com taxa variável. Os mesmos dados indicam que a Euribor a seis e a três meses representava 33,7% e 22,9%, respetivamente. A média da taxa Euribor a 12 meses avançou de 3,862% em maio para 4,007% em junho, mais 0,145 pontos.
  • No prazo de seis meses, a taxa Euribor, que entrou em terreno positivo em 06 de junho de 2022, subiu ao ser fixada em 3,895%, mais 0,007 pontos que na terça-feira, depois de ter subido em 23 de junho até 3,933%, também um novo máximo desde novembro de 2008. A média da Euribor a seis meses subiu de 3,682% em maio para 3,825% em junho, mais 0,143 pontos.
  • A Euribor a três meses, por sua vez, caiu esta quarta-feira para 3,589%, menos 0,024 pontos, face ao dia anterior, depois de na segunda-feira ter atingido um novo máximo desde 04 de dezembro de 2008 (3,613%). A média da Euribor a três meses subiu de 3,372% em maio para 3,536% em junho, ou seja, um acréscimo de 0,164 pontos percentuais.

As Euribor começaram a subir mais significativamente a partir de 4 de fevereiro de 2022, depois de o Banco Central Europeu (BCE) ter admitido que poderia subir as taxas de juro diretoras devido ao aumento da inflação na zona euro e a tendência foi reforçada com o início da invasão da Ucrânia pela Rússia em 24 de fevereiro de 2022.

Na mais recente reunião de política monetária, realizada em 15 de junho, o BCE voltou a subir os juros, pela oitava reunião consecutiva, em 25 pontos base – tal como em 4 de maio -, acréscimo inferior ao de 50 pontos base efetuado em 16 de março, em 2 de fevereiro e em 15 de dezembro, quando começou a desacelerar o ritmo das subidas.

Antes, em 27 de outubro e em 8 de setembro as taxas diretoras subiram em 75 pontos base. Em 21 de julho de 2022, o BCE tinha aumentado, pela primeira vez em 11 anos, em 50 pontos base, as três taxas de juro diretoras.

As taxas Euribor a três, a seis e a 12 meses registaram mínimos de sempre, respetivamente, de -0,605% em 14 de dezembro de 2021, de -0,554% e de -0,518% em 20 de dezembro de 2021.

As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 57 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.

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Sindicatos convocam conjunto de greves na Portway em julho e agosto

O anúncio foi feito esta quarta-feira através do SITAVA, SINDAV, STHA e SIMAMEVIP. Em causa está a forma de cálculo do pagamento dos feriados em escala.

Um grupo de quatro sindicatos da Portway convocou uma greve total nos dias 30 e 31 de julho e 5 e 6 de agosto. Será ainda feita greve a todo o trabalhado suplementar a partir de 19 de julho, bem como em feriados a partir de 1 de agosto, ambas “por tempo indeterminado”. O anúncio foi feito esta quarta-feira através do SITAVA, SINDAV, STHA e SIMAMEVIP, sindicatos da empresa do grupo Vinci que presta serviços de assistência em terra nos aeroportos portugueses. Em causa está a forma de cálculo do pagamento dos feriados em escala.

“É sabido que, depois de oito meses de aplicação do AE2020 [Acordo de Empresa em 2020], entendeu a empresa, unilateralmente, alterar a forma de cálculo do pagamento dos feriados em escala, ao arrepio do espírito que havia sido acordado (alteração do coeficiente 1,50 para 0,50)“, acusam os sindicatos, em comunicado.

Segundo o SITAVA, SINDAV, STHA e SIMAMEVIP, o Acordo de Empresa dispõe que “o trabalho prestado em dia feriado, que seja dia normal de trabalho, dará direito a um acréscimo de 50% da retribuição correspondente.”

“Desde a primeira hora que estes quatro sindicatos procuraram, das mais variadas formas, que a Portway reconhecesse a nossa razão e voltasse ao pagamento de acordo com o espírito negocial”, continuam. Entendo que a Portway/Vinci não está a “prosseguir um caminho de diálogo, provocando uma situação de conflito, dando aos trabalhadores todos os argumentos para lutarem pelos seus direitos, designadamente por trabalho digno e com direitos”, os sindicatos avançaram para o pré-aviso de greve.

Além disso, o SITAVA, SINDAV, STHA e SIMAMEVIP acusam a Portway de estar “a direcionar os seus trabalhadores a filiarem-se numa determinada organização”, que não estes sindicatos. Algo que consideram “absolutamente inqualificável”.

“Não resta outra alternativa que não seja: greve a todo o trabalho suplementar a partir de 19 de julho e por tempo indeterminado; greve ao trabalho em dia feriado que seja dia normal de trabalho, a partir de 1 de agosto e por tempo indeterminado; e greve total nos dias 30 e 31 de julho, 5 e 6 de agosto“, anunciam.

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“Esta não é a versão do Partido Socialista”, diz responsável pelo relatório da CPI à TAP

Ana Paula Bernardo, relatora da comissão parlamentar de inquérito à TAP, considera que exclusão do caso Galamba das conclusões "explica-se por não integrar o objeto da comissão".

Ana Paula Bernardo, relatora da comissão parlamentar de inquérito (CPI) à TAP, defendeu a exclusão dos desacatos no Ministério das Infraestruturas ou da reunião preparatória de deputados do PS com a ex-CEO com o facto de estarem fora do âmbito e terem sido tratadas noutras instâncias. Afirmou também que o relatório não é “a versão do PS”, nem procura desresponsabilizar o Governo.

“Este é um relatório sobre a TAP. Não pretende ser um diário da CPI. É um relatório sobre a gestão da empresa e gestão da tutela politica da TAP. Aqui importa ter presente que foi isso que nos foi exigido”, começou por apontar a deputada socialista e e ex-consultora para a área social da Casa Civil do presidente da República, numa conferência de imprensa de apresentação da versão preliminar.

“Ao longo do trabalho fomos tendo discussões sobre acontecimentos que não dizem respeito diretamente ao objeto da TAP e muitos deles não é competência da CPI tirar conclusões”, considerou a antiga secretária-geral-adjunta da UGT.

É o caso dos desacatos de 26 de abril no Ministério das Infraestruturas, que envolveram Frederico Pinheiro, antigo adjunto João Galamba, e membros do gabinete do ministro, bem como a recuperação do computador. “O caso já foi remetido para as entidades judiciais relevantes e o inquérito decorrerá de forma independente”, sublinhou Ana Paula Bernardo, acrescentado que a Assembleia da República “fez já um conjunto de diligências” sobre a intervenção do SIS.

“A não inclusão mais detalhada e não integração nas conclusões explica-se por não integrarem o objeto da comissão e já terem sido tratadas noutras instâncias”, defendeu a deputada socialista. O mesmo disse sobre a reunião preparatória com a ex-CEO, Christine Ourmières-Widener, e deputados socialistas antes de ser ouvida no Parlamento em janeiro, que foi remetida à Comissão de Transparência e Estatuto dos Deputados.

A opção da não inclusão não é desvalorizar ou querer ignorar a situação. Estas situações exigem que os seus responsáveis tenham uma reflexão“, acrescentou.

Ana Paula Bernardo defendeu, como consta do relatório, a atuação do Governo na saída da antiga administradora Alexandra Reis. “O Ministério das Finanças não teve qualquer conhecimento sequer do processo de negociação nem do valor. Quanto ao Ministério das Infraestruturas e da Habitação, houve conhecimento da negociação do valor mas não houve informação nem conhecimento dos termos em que contrato foi concluído e dos termos da renúncia comunicada à CMVM”. “Não é tentativa de desresponsabilizar [o Governo], é apresentar um conjunto de factos”, argumentou.

“Esta não é uma versão do Partido Socialista”, chegou a dizer Ana Paula Bernardo. O relatório preliminar visa a privatização feita em 2015 pelo Governo de Passos Coelho, não usando do mesmo tom em relação às decisões tomadas pelos Executivos socialistas. A relatora deixou, no entanto, uma crítica: “No período seguinte, há uma crítica, porque o Estado, na recompra, mantém riscos significativos na TAP e não mantém o proporcional dos direitos económicos. Essa decisão pode ser questionada no âmbito do interesse público”.

Ana Paula Bernardo considerou que o relatório pode ser útil para a reprivatização da TAP já em marcha. “O relatório aborda a gestão em vários momentos da TAP. Creio que haverá um conjunto de reflexões e de pistas que devem ser consideradas no quadro de uma futura reprivatização da TAP”, defendeu, considerando, no entanto, que não compete à CPI dar orientações para o momento seguinte.

A relatora não quis comentar a possibilidade de o PS ficar sozinho a aprovar o relatório final. “Esta é uma versão provisória. Até à versão final podem existir alterações substantivas. Será sobre o relatório final que os partidos irão definir o sentido de voto”.

Sem matéria para o Ministério Público, por ora

O envio do relatório ou indícios ao Ministério Público não está, por ora, em cima da mesa. “Neste momento não consta do relatório nenhuma nota nesse sentido. Veremos se surge alguma informação que justifique o envio”, respondeu Ana Paula Bernardo.

Pedro Filipe Soares, do Bloco de Esquerda, defendeu após a conferência de imprensa da deputada socialista que o relatório e a matéria apurada devem ser enviadas para o Ministério Público. Tipicamente é isso que acontece nas comissões parlamentares de inquérito.

Os partidos com assento na CPI têm até dia 10 de julho para apresentar propostas de alteração ao relatório da responsabilidade da deputada socialista Ana Paula Bernardo. A apresentação e discussão da versão final está agendada para dia 13. Segue-se a apreciação do documento no plenário da Assembleia da República, prevista para dia 19.

A comissão parlamentar de inquérito para “avaliar o exercício da tutela política da gestão da TAP” foi proposta pelo Bloco de Esquerda e aprovada pelo Parlamento no início de fevereiro com as abstenções de PS e PCP e o voto a favor dos restantes partidos. Nasceu da polémica sobre a indemnização paga a Alexandra Reis para deixar a administração executiva da TAP, mas abordou também a privatização de 2015, a recompra de parte do capital pelo Estado em 2017, a compra da participação de David Neeleman em 2020, o plano de reestruturação aprovado em 2021 ou a demissão da antiga CEO.

Ao longo de três meses realizaram-se 46 audições presenciais, que duraram cerca de 170 horas, foram pedidos 10 depoimentos por escrito e dezenas de documentos ao Governo, à TAP e a outras entidades.

(notícia atualizada às 12h012)

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Critical Software desafia estudantes de engenharia a desenvolver tecnologia

A multinacional volta a abrir as portas do laboratório de inovação tecnológica a 13 estudantes de engenharia que terão a oportunidade de desenvolver um protótipo através de tecnologia de ponta.

A Critical Software arranca com a segunda edição da Innovation Experience que tem como objetivo desafiar os estudantes a criar protótipos através de tecnologia de ponta. O evento decorre entre 10 e 14 de julho, nas instalações da empresa em Coimbra, e vai reunir 13 estudantes de engenharia de todo o país.

Durante cinco dias, os participantes terão a oportunidade de desenvolver um protótipo através da tecnologia de ponta disponibilizada no laboratório de inovação da tecnológica, o FIKALAB. Os alunos serão acompanhados por mentores especialistas nas áreas da robótica, internet of things, inteligência artificial, machine learning, drones, computação, eletrónica, entre outras.

“Através dos projetos ambiciosos da Innovation Experience, a Critical Software pretende contribuir para a formação dos engenheiros do futuro, expondo alunos universitários a desafios de engenharia complexos. Nesta iniciativa os jovens selecionados trabalham lado a lado com engenheiros seniores da Critical Software de modo a desenvolver a sua criatividade e a capacidade de projetar soluções inovadoras. É uma situação que beneficia ambas as partes, uma vez que todos os anos recebemos uma visão fresca sobre os desafios que lançamos, tal como uma grande energia por parte destes alunos. Acredito que esta edição não será exceção”, diz Filipe Simões, diretor de inovação da Critical Software, citado em comunicado.

Segundo a Critical Software, “os projetos deste ano estão pensados para ter continuidade, pelo que caso seja essa a sua vontade, os alunos poderão continuar ligados ao seu desenvolvimento após a conclusão da iniciativa, o que permitirá acrescentar ainda mais valor à experiência destes alunos numa primeira ligação à empresa”. Apesar da Innovation Experience decorrer na cidade de Coimbra, a tecnológica portuguesa pretende atrair universitários de todo o país. As despesas com a estadia, transporte e almoço estão incluídas no programa.

A Critical Software foi fundada em 1998 e conta com mais de 1.000 colaboradores nos escritórios em Portugal, Reino Unido e Alemanha.

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Linha para apoiar turismo já pagou 1,3 milhões a 76 empresas. Governo alarga acesso à medida por causa da inflação

  • Joana Abrantes Gomes
  • 5 Julho 2023

Acesso ao Consolidar + Turismo passa a abranger empresas que em 2022 tivessem EBITDA negativo mas que, em 2019, ano de conjuntura macroeconómica "menos complexa", tenha sido positivo.

O Governo decidiu alargar o acesso à linha Consolidar + Turismo, destinada a apoiar as micro e pequenas empresas do setor que apresentam dificuldades em gerir a dívida, tornando elegíveis as empresas com EBITDA (lucro antes de juros, impostos depreciação e amortização) negativo em 2022, mas que era positivo em 2019, segundo um diploma publicado esta quarta-feira no Diário da República. Desde que entrou em vigor, a medida já apoiou 76 empresas com 1,3 milhões de euros e recebeu mais de centena e meia de candidaturas.

Este apoio, anunciado no início de dezembro e que conta com uma dotação de 30 milhões de euros, destina-se às micro e pequenas empresas do setor turístico que registem “um crescimento da rubrica de financiamentos obtidos entre 31 de dezembro de 2019 e 31 de dezembro de 2022, superior a 15%” e que, até ao final do ano passado, tenham tido um EBITDA e uma situação líquida positiva e “a situação tributária e contributiva regularizada”.

Com o despacho agora publicado, é introduzida uma alteração às condições de elegibilidade à linha Consolidar + Turismo, que passa a incluir empresas que “possuírem EBITDA positivo em 2022 ou, não possuindo, terem possuído EBITDA positivo em 2019”.

A alteração, que entra em vigor na quinta-feira e se aplica também às candidaturas já em análise, deve-se ao facto de 2022 ter sido “um ano fortemente marcado pelo persistente aumento dos custos de produção, com reflexo direto no aumento dos custos de exploração e, por essa via, nos resultados operacionais”, podendo “ter originado situações conjunturais e excecionais de EBITDA negativos”.

Até à data, a linha Consolidar + Turismo recebeu 154 candidaturas, “das quais 76 empresas beneficiaram já do respetivo apoio, com um financiamento associado de 1,3 milhões de euros”, lê-se no despacho. O apoio não pode exceder até 75% das prestações a pagar aos bancos no âmbito das linhas anteriores e não poderá exceder o valor máximo de 40 mil euros por empresa, sendo que no caso dos territórios de baixa densidade este montante é aumentado para 50 mil euros por empresa.

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