Sapo disponibiliza conteúdos noticiosos no Telegram

Para aceder aos conteúdos Sapo Notícias, Sapo Desporto e Sapo Jornais no Telegram, é necessário instalar a aplicação e subscrever os respetivos canais ou apontar a câmara aos seus QR Codes.

O Sapo passou a disponibilizar conteúdos noticiosos no Telegram, pelo que os utilizadores já podem consultar notícias de última hora, de desporto e do mundo, selecionadas pelo Sapo, nesta aplicação.

“A pensar em quem não dispensa a revista de imprensa”, foi também criado um canal que fará, diariamente de manhã (09h00) o resumo das manchetes dos principais jornais portugueses.

Os conteúdos disponibilizados são selecionados por uma equipa de editores a partir de uma “vasta rede de parceiros de referência”, explica-se em comunicado. Para aceder aos conteúdos Sapo Notícias, Sapo Desporto e Sapo Jornais no Telegram, é necessário instalar a aplicação e subscrever os respetivos canais ou apontar a câmara aos seus QR Codes.

Em Portugal, o Telegram é já a segunda plataforma de comunicação mais utilizada em telemóvel e, com o lançamento destes três canais, o Sapo reforça uma estratégia de posicionamento em todos os meios e dispositivos valorizados pelos seus seguidores“, refere-se em nota de imprensa.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Art Directors Club of Europe e The One Club for Creativity unem esforços para promover a criatividade

Os dois Clubes estão a unir esforços para promover o valor da criatividade, impulsionar a indústria e aumentar o alcance e o impacto dos seus programas, explicam.

O Art Directors Club of Europe (ADCE), organização da qual faz parte do Clube da Criatividade de Portugal (CCP), vai passar a integrar o The One Club for Creativity (TOCC). Os dois Clubes sem fins lucrativos “estão a unir esforços para promover o valor da criatividade, impulsionar a indústria e aumentar o alcance e o impacto dos seus programas, sustentados pela receita que advém das inscrições dos prémios”, explicam em conjunto. O acordo representa uma expansão de recursos para as duas organizações, com as duas estruturas — a equipa do ADCE na Europa e as equipas do The One Club com sede em Nova iorque e Xangai — “a fornecer know-how local e experiência em diferentes áreas”.

Enquanto crente no poder da união e da diversidade – que está no ADN da Europa – estou mais do que entusiasmado em dar à criatividade europeia um palco global ainda mais proeminente através desta incrível nova parceria com o The One Club”, refere Alexander Schill, presidente do ADCE e CCO global do Serviceplan Group. “Nunca foi tão importante consolidar as nossas forças criativas para impulsionar a mudança e celebrar as nossas diferenças“, prossegue citado em comunicado.

Esta parceria estimula uma comunidade criativa global mais vibrante, diversificada e impactante“, acrescenta citado em comunicado Glenn Cole, presidente do The One Club e fundador e presidente criativo da 72andSunny. “Para os membros do ADCE e do One Club, oferece novas oportunidades, públicos e perspetivas. Para o mundo, expande o acesso a carreiras criativas através de programas como os Creative Boot Camps, ONE Creator Lab e ONE School. Colisões inesperadas estão no centro da criatividade. Mal posso esperar para ver o que iremos criar juntos”, acrescenta.

Através deste movimento, os programas do The One Club passam a estar acessíveis aos países europeus que integram a rede ADCE, que reúne 22 clubes e associações de 20 países, e abrange cerca mais de seis mil criativos. Um dos primeiros benefícios para o ADCE, destaca a organização, será a incorporação dos vencedores do ADCE Award no The One Club Global Creative Rankings, “tornando-o o principal ranking global do setor de agências, marcas, trabalho e profissionais criativos”.

O Global Creative Rankings passará a combinar pontos do The One Show, ADC Annual Awards global, ADCE Awards, ONE Asia Creative Awards, The One Club US chapter awards e as competições do Type Directors Club TDC. “Os pontos acumulados pelos vencedores do ADCE Awards darão visibilidade e prestígio a nível mundial, e contam para totais globais dos rankings de network e holding company“, concretiza.

Em simultâneo, o ADCE vai alargar o alcance de alguns dos seus programas, como o Creative Express e a Agency Exchange, levando-os para os Estados Unidos, Ásia e outras regiões. Serão também impulsionados programas como o Executive Creative Summit, o ONE School, programa gratuito de portfólio para criativos negros, e o Portfolio Night na Europa.

O The One Club for Creativity, que promove o The One Show, ADC Annual Awards, ONE Asia Creative Awards, Type Directors Club, Young Ones Student Awards, Young Guns, One Screen Short Film Festival ou Creative Week é uma das principais organizações a nível mundial que apoia a comunidade criativa. O ADCE, por seu turno, promove o Festival e Prémios anuais ADCE, assim como Programas Educativos para jovens talentos e criativos seniores.

Os sócios do Clube da Criatividade de Portugal integram a rede ADCE e os vencedores de Ouro, Prata, Bronze e Shortlist do Festival CCP, em Portugal, podem inscrever-se no ADCE Awards.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

BCE sobe juros em 25 pontos base para máximos desde 2001

Apesar da travagem da economia, banco central da Zona Euro mantém determinação no combate à inflação -- que se manterá acima do objetivo de 2% até 2025 -- e anuncia a oitava subida das taxas de juro.

O Banco Central Europeu (BCE) anunciou esta quinta-feira a oitava subida de juros consecutiva, aumentando as taxas diretoras em 25 pontos base, numa decisão que não trouxe surpresas e eleva a taxa de depósitos para máximos desde 2001, isto apesar da travagem da economia da Zona Euro.

“A inflação tem vindo a descer, mas as projeções indicam que permanecerá demasiado elevada durante demasiado tempo. O conselho do BCE está empenhado em assegurar o retorno atempado da inflação ao seu objetivo de médio prazo de 2%, adiantou o banco central em comunicado.

“Por conseguinte, decidiu hoje aumentar as três taxas de juro diretoras do BCE em 25 pontos base”, acrescentou.

A subida era mais do que esperada pelo mercado e os analistas, antecipando um novo aumento em julho, procuram agora sinais em relação ao fim deste ciclo de aperto monetário que começou há cerca de um ano. Período durante o qual o banco central já procedeu a aumentos acumulados de 400 pontos base (quatro pontos percentuais) para controlar a escalada da inflação, situação que está a pressionar as famílias endividadas com crédito da casa e a enfraquecer a economia da região da moeda única, que se encontra, de resto, em recessão técnica.

Com esta subida, a autoridade monetária aumentou a taxa dos depósitos para 3,50%, a mais elevada desde maio de 2001, na altura da crise das dotcom, enquanto as taxas de juro aplicáveis às operações de refinanciamento e de cedência de liquidez sobem para 4,00% e 4,25%, respetivamente.

O novo aperto surge numa altura em que a taxa de inflação dá sinais de alívio, mas mantendo-se em níveis muito acima do objetivo do BCE. O índice de preços no consumidor da Zona Euro aumentou 6,1% em termos homólogos no mês de maio, já afastado do máximo histórico de 10,6% atingido em outubro. Já a inflação subjacente (exclui alimentos e energia) está a abrandar de forma bem menos intensa, com o registo de maio (5,3%) não muito longe do pico de março (5,7%).

De acordo com as projeções macroeconómicas de junho elaboradas pelo staff do banco central, a inflação subjacente deverá situar‑se em média em 5,4% em 2023, 3,0% em 2024 e 2,2% em 2025.

As pressões inflacionistas “permanecem fortes”, “embora alguns indicadores evidenciem sinais preliminares de abrandamento” da inflação, nota o BCE.

Porta aberta para mais subidas

Para o futuro, o conselho de governadores do BCE deixa a porta aberta a mais aumentos afirmando que as taxas de juro diretoras serão mantidas “em níveis suficientemente restritivos” enquanto “for necessário” para “lograr um retorno atempado da inflação ao objetivo de médio prazo de 2%”.

O BCE continuará a guiar-se pelos dados para determinar o “nível e duração adequados da restritividade” da política monetária. “Mais especificamente, as suas decisões sobre as taxas de juro continuarão a basear‑se na sua avaliação das perspetivas de inflação, à luz dos dados económicos e financeiros que forem sendo disponibilizados, da dinâmica da inflação subjacente e da força da transmissão da política monetária”, explica.

Os analistas sondados pela Reuters perspetivam aumentos em julho e também em setembro, embora subsista algum grau de incerteza em relação à evolução das taxas nos próximos meses.

Além do aumento dos juros, o BCE confirmou ainda que descontinuará os reinvestimentos ao abrigo do programa de compra de ativos (asset purchase programme – APP) a partir do próximo mês.

Quanto ao programa de compra de ativos devido à emergência pandémica (pandemic emergency purchase programme – PEPP), os reinvestimentos irão estender-se pelo menos até ao final de 2024.

Do outro lado do Atlântico, a Reserva Federal americana fez uma pausa na subida dos juros, mantendo as taxas das Fed Funds no intervalo 5%-5,25%, com Jerome Powell a sinalizar mais aumentos até final do ano.

(Notícia atualizada Às 13h35)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

“Rabo de Peixe” renova para segunda temporada

  • Lusa
  • 15 Junho 2023

O anúncio é feito três semanas depois da estreia da série. Nas duas primeiras semanas de exibição, "Rabo de Peixe" esteve no top global das dez séries mais vistas em línguas que não o inglês.

A série portuguesa “Rabo de Peixe”, criada pelo realizador Augusto Fraga, vai ter uma segunda temporada, revelou esta sexta-feira a plataforma de streaming Netflix.

O anúncio de que haverá uma segunda temporada é feito três semanas depois da estreia desta série de ficção, produzida pela Ukbar Filmes e realizada por Augusto Fraga e Patrícia Sequeira.

Por todas as pessoas que se emocionaram, riram e sofreram com aquele grupo de amigos de Rabo de Peixe, prometemos uma segunda temporada emocionante e surpreendente“, afirmou o realizador, citado no comunicado da Netflix.

Segundo a empresa, nas duas primeiras semanas de exibição, “Rabo de Peixe” esteve no top global das dez séries mais vistas em línguas que não o inglês.

Com produção da Ukbar Filmes, “Rabo de Peixe” foi a segunda série portuguesa para a Netflix realizada integralmente em Portugal, depois de “Glória”, de Tiago Guedes, produzida pela SPi e estreada em novembro passado.

“Inspirada (muito livremente) num evento real, ‘Rabo de Peixe’ conta a história ficcional de quatro amigos que veem a sua vida mudar com a chegada de uma tonelada de cocaína à costa da pequena vila açoriana Rabo de Peixe. A série é um thriller com toques de humor sarcástico e uma história baseada na esperança, nos sonhos, na amizade, no amor e no mar que promete conquistar e arrebatar o público português”, descreveu a Netflix, em comunicado.

O elenco da primeira foi encabeçado por José Condessa, Helena Caldeira, Rodrigo Tomás, André Leitão e Kelly Bailey, contando ainda com a participação de Maria João Bastos, Pepê Rapazote, Albano Jerónimo e Afonso Pimentel.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

OCDE alerta para preços na habitação

  • Ana Petronilho
  • 15 Junho 2023

“O mercado da habitação é um risco-chave para o sistema financeiro e requer uma monitorização cuidadosa”, alerta a OCDE.

Em Portugal, os preços da habitação subiram “muito rapidamente” nos últimos anos e atingiram valores que não conseguem ser suportados pelos salários nacionais. Para a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) os preços da habitação são mesmo apontados como a maior vulnerabilidade macrofinanceira do país.

Por isso, a OCDE recomenda aos bancos que sejam “mais proativos” que tenham atenção e apresentem soluções “para prevenir que o rendimento das famílias entrem em colapso”. E essas soluções devem passar pela renegociação dos créditos à habitação para que “sejam adaptados à capacidade” das famílias em pagar as suas dívidas.

Apesar de prever a curto prazo uma queda acentuada dos preços da habitação, a descida deverá ser reduzida por causa da oferta e da procura de estrangeiros, que deverá continuar. Com este cenário, a OCDE sublinha que “o mercado da habitação é um risco-chave para o sistema financeiro e requer uma monitorização cuidadosa”.

No relatório divulgado esta quinta-feira com um “Estudo Económico da OCDE sobre Portugal”, a organização salienta ainda que a compra de habitação pelos estrangeiros ascende a cerca de 12% do valor total das transações do mercado, sobretudo nas regiões do Algarve, Lisboa e Porto. E enquanto a procura de não residentes continua, entre os portugueses, a perda de poder de compra acompanhada por uma subida das taxas de juros vão conduzir a uma redução de compra de habitação.

Depois do Fundo Monetário Internacional (FMI) e da Comissão Europeia, a OCDE é já a terceira instituição a alertar para o risco da crise na habitação provocar instabilidade no sistema financeiro.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Julgamento de Miguel Alves volta a ser adiado devido à greve dos funcionários judiciais

O julgamento do antigo secretário de Estado Adjunto de António Costa, Miguel Alves, e da empresária Manuela Couto foi adiado para os dias 14 de setembro e 4 de outubro devido à greve na justiça.

Ainda não foi desta que teve início o julgamento do antigo presidente da Câmara de Caminha e ex-secretário de Estado adjunto do primeiro-ministro, Miguel Alves, e da empresária Manuela Couto. Segundo avança o Observador, o motivo prende-se com a greve dos funcionários judiciais, que fez com que neste momento esteja a ser dada prioridade a casos urgentes. As novas sessões estão agendadas para 14 de setembro e 4 de outubro.

Previsto para ter início esta quinta-feira em Viana do Castelo, esta é a terceira vez que este julgamento é adiado, tendo uma delas sido devido à mesma greve

Em causa está a construção de um Centro de Exposições Transfronteiriço em Caminha, no distrito de Viana do Castelo, uma obra que ainda não começou depois do contrato-promessa entre o promotor e a autarquia ter sido assinado em 2020. Os dois arguidos estão acusados, em coautoria, do crime de prevaricação de titular de cargo político.

Recorda-se deste caso? O ECO/Advocatus faz-lhe uma resumo do mais importante.

No palco dos media

Foi a 26 de outubro de 2022 que este caso chegou aos “holofotes dos media”, quando a Procuradoria-Geral da República (PGR) informou que o Ministério Público (MP) estava a investigar o contrato-promessa de arrendamento para fins não habitacionais, aprovado em 2020 pela Câmara de Caminha, para a construção do Centro de Exposições Transfronteiriço (CET).

Isto depois de o Público ter avançado um alegado “adiantamento duvidoso” de 300 mil euros para aquele projeto, feito pelo agora secretário de Estado-Adjunto do primeiro-ministro, Miguel Alves, quando liderava a Câmara de Caminha, no distrito de Viana do Castelo.

Mas que contrato-promessa de arrendamento para fins não habitacionais foi esse? O que se sabe é que foi aprovado em 2020, pela maioria socialista na Câmara de Caminha, que era na altura liderada por Miguel Alves, e, por maioria, na Assembleia Municipal, com vista à construção do CET. Este contrato foi estabelecido com a empresa Green Endogenous, empresário Ricardo Moutinho.

Miguel Alves, ex-secretário de Estado Adjunto do primeiro-ministroANTÓNIO COTRIM/LUSA

Em abril de 2021, o município adiantou ao promotor uma verba de 369 mil euros para a concretização da obra, que nunca avançou. Daquele montante, 300 mil euros serviriam como adiantamento das rendas relativas ao 25.º ano do arrendamento e os 69 mil euros ao pagamento do IVA.

Apesar da aprovação deste contrato pela maioria socialista, os três vereadores do PSD que integravam a Câmara de Caminha rejeitaram aquele contrato por “não defender os interesses” do concelho e “visar a fuga ao visto do Tribunal de Contas”.

Em outubro de 2022, Rui Lages, atual presidente da Câmara de Caminha, reagiu a esta polémica e rejeitou qualquer “dúvida ou ilegalidade” nesse contrato-promessa.

E como reagiu o principal visado Miguel Alves? O até então secretário de Estado Ajunto do primeiro-ministro António Costa optou pelo silêncio. Mas dias depois veio a público dizer que “esteve a dirigir as primeiras explicações da PGR” e que apresentou a total disponibilidade para prestar esclarecimentos. Em entrevista aos meios de comunicação, mostrou-se seguro da legalidade do processo.

Miguel Alves é acusado e demite-se

A 10 de novembro de 2022 é conhecido o despacho: Miguel Alves é acusado de prevaricação pelo Ministério Público. O MP afirma que o antigo presidente da Câmara de Caminha violou normas de contratação pública, quando acordou com a empresária Manuela Couto a prestação de serviços de assessoria de comunicação para o município.

Miguel Alves e Manuela Couto foram assim acusados, em coautoria, na forma consumada, de um crime de prevaricação, punido até cinco anos de prisão. A investigação que levou o MP a acusar ambos teve origem “em denúncia anónima”.

Nenhum dos arguidos requereu a abertura de instrução, fase facultativa que visa decidir por um juiz de instrução criminal se o processo segue e em que moldes para julgamento, por isso o processo seguiu diretamente para julgamento no Tribunal Judicial da Comarca de Viana do Castelo.

E o que é o crime de prevaricação? O nosso Código Penal define o que é este crime. É um tipo de crime contra a administração pública/Estado, cometido por funcionário público. Na prevaricação, o agente, no exercício da sua profissão, deixa de praticar atos necessários, ou até os pratica, mas de forma mais demora. Ou ainda, comete atos contrários ao que é disposto no ordenamento jurídico, ou seja, age de forma ilegal. Pode ser punido com pena de dois anos de prisão, mas se o facto for praticado com intenção de prejudicar ou beneficiar alguém, o funcionário é punido com pena de prisão até 5 anos.

Miguel Alves, ex-secretário de Estado Adjunto do primeiro-ministroANTÓNIO COTRIM/LUSA

Na sequência da acusação e no mesmo dia, Miguel Alves demitiu-se, depois da acusação por prevaricação. Demissão essa que já foi aceite pelo primeiro-ministro António Costa.

“Face à acusação deduzida pelo MP, e mesmo não tendo conhecimento dos seus termos e pressupostos, entendo não estarem reunidas as condições que permitam a minha permanência no Governo de Portugal. Agradeço a confiança depositada em mim pelo primeiro-ministro, o trabalho que foi possível fazer com todos os membros do Governo ao longo das últimas semanas. Estou de consciência tranquila, absolutamente convicto da legalidade de todas as decisões que tomei ao serviço da população de Caminha e muito empenhado em defender a minha honra no local e tempo próprio da Justiça”, escreveu Miguel Alves, numa carta enviada a António Costa.

Costa aceitou a demissão de Miguel Alves. “O primeiro-ministro recebeu e aceitou o pedido de demissão do Dr. Miguel Alves das funções de secretário de Estado Adjunto do primeiro-ministro, tendo já proposto a sua exoneração ao senhor Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa”, segundo comunicado do gabinete de António Costa.

O primeiro-ministro reagiu à demissão e disse que entendeu que “passando a haver uma situação de acusação, devia sair do Governo e exercer o seu direito de defesa”. António Costa lembrou que também já foi arguido – ainda que não acusado – e que sabia dos processos que envolviam Miguel Alves antes de o convidar para o Governo.

O que diz o despacho de acusação?

O despacho de acusação do Ministério Público afirma que o antigo presidente da Câmara de Caminha violou normas de contratação pública, quando acordou com a empresária Manuela Couto a prestação de serviços de assessoria de comunicação para o município.

A acusação refere que o processo teve origem numa denúncia anónima efetuada no Portal do Departamento Central de Investigação e Ação Penal em 3 de julho de 2019, a dar nota de que Miguel Alves, “celebrara vários contratos com a empresa MIT – Make It Happen, Branding Comunicacional, Lda, sociedade da empresária Manuela Couto”, em 2015 e em 2016.

Segundo a acusação, em 2014, Miguel Alves e Manuela Couto “mantiveram contactos com vista à prestação de serviços de comunicação, gestão de imagem e assessoria de comunicação à autarquia pelas sociedades MIT e Mediana”, detidas e controladas pela arguida.

O despacho refere que os arguidos, em reunião realizada em 4 de julho de 2014 na Câmara Municipal de Caminha, acordaram que uma das empresas “começaria, de imediato, a prestar serviços de assessoria de comunicação ao município”.

Miguel Alves

O MP diz que, pelo menos, durante o mês de julho de 2014 e a partir daquela data, a arguida Manuela Couto “determinou que funcionárias das suas empresas, nomeadamente da MT e da Mediana, prestassem serviços de assessoria de imprensa e promoção do município de Caminha, o que fez com conhecimento e acordo do arguido Miguel Alves”.

“Estes serviços de comunicação e assessoria foram efetivamente prestados pelas duas empresas MIT e Mediana (…), mas sem qualquer enquadramento formal, contratual ou contabilístico, nomeadamente, sem qualquer requisição externa, nota de despesa ou de encomenda ou documento equivalente, com vista à faturação dos serviços prestados pelas empresas à câmara, o que era do conhecimento do arguido Miguel Alves”, sustenta a acusação.

O MP explica que, “somente a 30 de março de 2015, por determinação do arguido Miguel Alves, e depois de já prestados” os serviços pela MIT e pela Mediana à autarquia, “sem qualquer procedimento de contratação ou suporte legal ou documental”, é que o então presidente deste município do distrito de Viana do Castelo “determinou e provocou o início de procedimento de contratação pública”.

O Portal Base apresenta dois contratos por ajuste direto no valor total de 71 mil euros (com IVA).

Para o MP, Miguel Alves, enquanto presidente da Câmara de Caminha, “agiu livre e lucidamente, em conjugação de esforços e fins com a arguida Manuela Couto, contratando os serviços de empresas” da arguida “sem qualquer procedimento de contratação pública”.

“Ainda em conjugação de esforços com Manuela Couto, o arguido provocou a necessidade de contratação de serviços de assessoria de comunicação para que fosse dado início a procedimento de contratação pública, bem sabendo que o mesmo teria de ter como resultado a adjudicação de tais serviços à IMT (ou a qualquer outra empresa gerida por Manuela Couto), por ter já incorrido na obrigação de pagamento de serviços já prestados”, frisa a acusação.

Para o MP, Miguel Alves violou as normas de contratação pública sobre a aquisição de serviços. “Que bem conheci e estava obrigado a respeitar, designadamente o procedimento de formação do contrato no que respeita à decisão de contratar e à sua fundamentação, à decisão de escolha do procedimento, ao convite à apresentação de proposta, à análise da proposta e do seu preço, à decisão de adjudicação , à redução do contrato a escrito, que no caso foram inexistentes”, sublinha o despacho de acusação.

Decisão desfavorável da Câmara de Caminha põe ponto final a centro de exposições

No início de dezembro do ano passado, a Câmara de Caminha assinou um despacho que ratificou a decisão desfavorável proposta pelos serviços de urbanismo ao Pedido de Informação Prévia (PIP), apresentado pelo empresário Ricardo Moutinho, para a construção de pavilhão multiusos.

O PIP foi apresentado em agosto pela empresa Green Endogenous, de Ricardo Moutinho, à autarquia de Caminha para a construção, nas freguesias de Argela e Vilar de Mouros, do CET e de um parque de ciência e tecnologia automóvel.

Rui Lages, presidente da Câmara de Caminha, explicou na altura que assinou o despacho após ter recebido a informação técnica dos serviços de urbanismo relativa ao PIP Vilar de Mouros e Argela, propondo que fosse “proferida decisão desfavorável ao PIP” para a construção do CET “sustentada no Regime Jurídico de Urbanização e Edificação (RJUE)”.

Em novembro, a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-Norte), a Agência Portuguesa do Ambiente (APA), a Administração da Região Hidrográfica do Norte (ARH Norte) e as Infraestruturas de Portugal (IP) emitiram pareceres desfavoráveis ao projeto. As entidades alegaram que a viabilidade está dependente da aprovação de um plano de pormenor, uma vez que a operação que abrange áreas classificadas como a Reserva Ecológica Nacional (REN).

Em novembro, a Câmara de Caminha aprovou, por unanimidade, por proposta do presidente Rui Lages, a resolução do contrato promessa de arrendamento para fins não habitacionais celebrado, em 2020.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Dona da Centrum dá quatro semanas pagas aos trabalhadores para cuidar da família

Qualquer um dos 23.000 colaboradores da Haleon, 80 dos quais a trabalhar em Portugal, pode beneficiar desta licença.

A Haleon, dona de marcas como a Centrum, Voltaren e Sensodyne, decidiu lançar uma nova política interna que pretende ajudar os colaboradores que estejam a passar por um momento difícil e que precisem de dedicar-se quase por completo a um familiar doente. A empresa criou uma licença de até quatro semanas pagas, no prazo de um ano civil, para os cuidados de um familiar próximo (família imediata) que esteja em estado de saúde grave, sem afetar as condições salariais ou benefícios. Qualquer um dos 23.000 colaboradores da Haleon, 80 dos quais a trabalhar em Portugal, pode beneficiar desta licença.

“A Haleon nasceu como uma empresa com o propósito de ‘entregar uma melhor saúde no dia a dia com humanidade’, e as primeiras pessoas a quem se aplica este propósito são os nossos próprios colaboradores. A implementação desta nova política é um exemplo claro do rumo para o qual temos vindo a trabalhar para nos tornarmos uma referência enquanto empresa, em termos de responsabilidade social e cuidado com o bem-estar dos colaboradores”, justifica Mariana Carvalho, diretora geral da Haleon em Portugal.

“Queremos que os nossos colaboradores se sintam sempre apoiados ao longo das diferentes fases da vida, especialmente quando enfrentam situações difíceis na sua vida pessoal. Cuidar dos entes queridos é uma responsabilidade importante e queremos que as nossas equipas saibam que estamos sempre aqui para os apoiar”, continua a responsável, citada em comunicado.

Mariana Real Carvalho, diretora geral da Haleon em Portugal

A companhia que atua na área de consummer health oferece ainda um programa de assistência para os colaboradores e respetivo agregado familiar através do qual podem solicitar apoio jurídico, orientação financeira, aconselhamento sobre como cuidar da família e apoio emocional e psicológico 24 horas por dia, sete dias por semana.

A “Global Caregiver Leave Policy” complementa os mais recentes benefícios sociais e compromissos de bem-estar corporativo que a Haleon implementou em todo o mundo desde o seu nascimento em julho de 2022. Entre estas políticas está a extensão até 26 semanas de uma licença parental 100% remunerada para todos os colaboradores da Haleon, de forma a poderem conciliar a vida pessoal com os compromissos profissionais.

“Continuamos a avançar e a trabalhar incansavelmente para melhorar o equilíbrio entre a vida profissional e pessoal dos nossos colaboradores, bem como para criar um ambiente de trabalho ideal e agradável. Todas estas implementações, não só têm um impacto positivo nos colaboradores, como também são benéficas para a empresa. Demonstrar o nosso compromisso e ser uma referência em bem-estar corporativo ajuda-nos a aumentar a lealdade dos colaboradores e a tornarmo-nos ímanes de talento para continuarmos a ser uma empresa líder em consumer healthcare”, afirma Beatrice Sandri, diretora de recursos humanos da Haleon Southern Europe.

Todas estas implementações, não só têm um impacto positivo nos colaboradores, como também são benéficas para a empresa. Demonstrar o nosso compromisso e ser uma referência em bem-estar corporativo ajuda-nos a aumentar a lealdade dos colaboradores e a tornarmo-nos ímanes de talento para continuarmos a ser uma empresa líder em consumer healthcare.

Beatrice Sandri

Diretora de recursos humanos da Haleon Southern Europe

Na âmbito da Agenda do Trabalho Digno, foram também alteradas algumas normas neste campo. Foi criada uma licença anual não remunerada de cinco dias consecutivos para os cuidadores informais não principais, que tem de ser, contudo, comunicada ao empregador com dez dias de antecedência, com indicação das datas em que pretende gozá-la.

O documento que altera a Lei do Trabalho dá também o direito a estes colaboradores a 15 dias em que as faltas são justificadas (mas não são pagas).

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Rita Alarcão Júdice sai da PLMJ ao fim de 25 anos

Esta saída surge na sequência de, em maio, a sócia Teresa Madeira Afonso ter assumido a co-coordenação da área de Imobiliário do escritório, ao lado de Rita Alarcão Júdice e Francisco Lino Dias.

Ao fim de 25 anos, Rita Alarcão Júdice, sócia da PLMJ, sai do escritório fundado pelo pai, José Miguel Júdice. Contactada pela Advocatus, fonte oficial da PLMJ disse que “a Rita faz parte da história da PLMJ e estamos-lhe reconhecidos pelo seu contributo. Desejamos-lhe as maiores felicidades pessoais e profissionais.”

A advogada era sócia e co-coordenadora da área de Imobiliário e Turismo. Tem mais de 25 anos de experiência no apoio a clientes portugueses e internacionais em diversos projetos imobiliários. Mais recentemente, passou a colaborar com o PSD e com António Leitão Amaro, vice- presidente do partido, na elaboração de propostas na área da habitação.

Licenciada em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade Católica Portuguesa, em 1997, está inscrita na Ordem dos Advogados desde 2000 e é sócia da PLMJ desde 2013.

Esta saída surge na sequência de, em maio deste ano, a sócia Teresa Madeira Afonso ter assumido a co-coordenação da área de Imobiliário do escritório, ao lado de Rita Alarcão Júdice e Francisco Lino Dias. Na altura, em comunicado, a PLMJ afirma que o objetivo é “continuar a consolidação do posicionamento em assuntos e clientes com um perfil eminentemente transacional”.

Advocatus Summit Lisboa 2020 - 10NOV20
Rita Alarcão Júdice, ao fim de 25 anos, sai do escritório fundado pelo pai.Hugo Amaral/ECO

“A nossa visão para o posicionamento do escritório é clara e está a aportar resultados que se têm superado ano após ano e este caminho é para continuar. Queremos ter equipas que, além de um profundo conhecimento do setor de atividade em que operam, sejam capazes de combinar expertises diferentes e de oferecer aos nossos clientes a abordagem que cada vez mais procuram e onde nos posicionamos: um perfil transacional e de operações de grande dimensão e elevada complexidade”, disse Bruno Ferreira, managing partner.

A assessoria feita por Rita Júdice na PLMJ centrou-se no acompanhamento de diversos tipos de transações imobiliárias que envolvem processos de investimento ou de desinvestimento de ativos imobiliários (centros comerciais, edifícios de escritórios, hotéis, parques logísticos e portfolios variados). E ainda na estruturação e negociação de complexos contratos de arrendamento e de cedência de espaços, incluído em operações de sale and leaseback bem como diversos projetos de construção, incluindo de hotéis, de edifícios de escritórios e de campus universitários. É ainda membro da Comissão Executiva da Urban Land Institute (ULI) Portugal e é ainda associada da WIRE – Women in Real Estate.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Taxas Euribor sobem a três e a seis meses para novos máximos

  • Lusa
  • 15 Junho 2023

As taxas Euribor subiram, nesta quinta-feira, a três, a seis e a 12 meses face ao dia anterior, nos dois prazos mais curtos para novos máximos desde dezembro de 2008.

As taxas Euribor subiram hoje a três, a seis e a 12 meses face a quarta-feira, nos dois prazos mais curtos para novos máximos desde dezembro de 2008.

  • A taxa Euribor a 12 meses, que atualmente é a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável, subiu nesta quinta-feira para 3,965%, mais 0,021 pontos do que na quarta-feira, depois de ter subido em 29 de maio para 3,982%, um novo máximo desde novembro de 2008. Segundo dados de março de 2023 do Banco de Portugal, a Euribor a 12 meses representa 41% do stock de empréstimos para habitação própria permanente com taxa variável. Os mesmos dados indicam que a Euribor a seis e a três meses representam 33,7% e 22,9%, respetivamente. A média da taxa Euribor a 12 meses avançou de 3,757% em abril para 3,862% em maio, mais 0,103 pontos.
  • No prazo de seis meses, a taxa Euribor, que entrou em terreno positivo em 6 de junho de 2022, avançou hoje, ao ser fixada em 3,818%, mais 0,028 pontos e um novo máximo desde dezembro de 2008. A média da Euribor a seis meses subiu de 3,516% em abril para 3,682% em maio, mais 0,166 pontos.
  • No mesmo sentido, a Euribor a três meses subiu nesta quinta-feira, ao ser fixada em 3,547%, mais 0,025 pontos e também um novo máximo desde dezembro de 2008. A média da Euribor a três meses subiu de 3,179% em abril para 3,372% em maio, ou seja, um acréscimo de 0,193 pontos percentuais.

As Euribor começaram a subir mais significativamente a partir de 4 de fevereiro de 2022, depois de o Banco Central Europeu (BCE) ter admitido que poderia subir as taxas de juro diretoras devido ao aumento da inflação na zona euro e a tendência foi reforçada com o início da invasão da Ucrânia pela Rússia em 24 de fevereiro de 2022.

Na mais recente reunião de política monetária, em 04 de maio, o BCE voltou a subir, pela sétima vez consecutiva, mas apenas em 25 pontos base, as taxas de juro diretoras, acréscimo inferior ao efetuado em 16 de março, em 2 de fevereiro e em 15 de dezembro, quando começou a desacelerar o ritmo das subidas em relação às duas registadas anteriormente, que foram de 75 pontos base, respetivamente em 27 de outubro e em 08 de setembro.

Em 21 de julho de 2022, o BCE aumentou, pela primeira vez em 11 anos, em 50 pontos base, as três taxas de juro diretoras. As taxas Euribor a três, a seis e a 12 meses registaram mínimos de sempre, respetivamente, de -0,605% em 14 de dezembro de 2021, de -0,554% e de -0,518% em 20 de dezembro de 2021.

As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 57 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Processos visando Pingo Doce suspensos no Tribunal da Concorrência após decisão do Constitucional

  • Lusa
  • 15 Junho 2023

Os processos que visam a Pingo Doce entrados no Tribunal da Concorrência, em Santarém, estão suspensos a aguardar a decisão que vier a ser proferida pela Relação de Lisboa.

Os processos que visam a Pingo Doce entrados no Tribunal da Concorrência, em Santarém, estão suspensos a aguardar a decisão que vier a ser proferida pela Relação de Lisboa, na sequência da declaração de inconstitucionalidade da apreensão de correio eletrónico.

Na sequência do acórdão do Tribunal Constitucional (TC), de 16 de março último, que julgou parcialmente procedente o recurso interposto pela Jerónimo Martins e pela Pingo Doce — Distribuição Alimentar da decisão adotada em março de 2020 pelo Tribunal da Relação de Lisboa (TRL), estão suspensos uma dezena de processos entrados no Tribunal da Concorrência, Regulação e Supervisão (TCRS), dois dos quais, com coimas totais próximas dos 400 milhões de euros, tinham julgamentos a decorrer, segundo consulta feita esta quinta-feira pela Lusa.

Na decisão de março, o TC julgou inconstitucional a norma extraída do Regime Jurídico da Concorrência, segundo a qual, em processo contraordenacional por prática restritiva da concorrência, é permitida à Autoridade da Concorrência (AdC) a busca e apreensão de mensagens de correio eletrónico abertas mediante autorização do Ministério Público (MP), determinando que o acórdão do TRL, alvo do recurso, fosse reformado.

O acórdão do TRL que motivou o recurso da Jerónimo Martins/Pingo Doce para o TC tinha confirmado o entendimento do TCRS, que, em junho de 2019, indeferiu a impugnação das diligências de busca e apreensão realizadas pela AdC em fevereiro de 2017, com base num mandado emitido pelo MP, no âmbito de um processo contraordenacional por práticas restritivas da concorrência.

As buscas à Pingo Doce e outras empresas de distribuição resultaram de certidões extraídas do processo aberto, em 2016, pela AdC contra a Super Bock, por envolvimento em práticas restritivas da concorrência (fixação de preços de venda ao público no mercado nacional de distribuição retalhista de base alimentar), no âmbito do qual foram realizadas buscas entre 25 de janeiro e 03 de fevereiro de 2017.

Nesse processo, a AdC entendeu existirem indícios do envolvimento de empresas de distribuição, tendo realizado buscas adicionais entre 7 de fevereiro e 3 de março de 2017, nomeadamente nas instalações da Pingo Doce — Distribuição Alimentar (nas quais foram apreendidas 14 mensagens de correio eletrónico), e extraído várias certidões que deram origem a outros processos contraordenacionais.

Como refere a juíza Marta Campos, que julga um dos processos em curso no TCRS, desde dezembro de 2022, se o “ato originário” for nulo, pode levar à nulidade de todos os outros que se lhe seguiram ou que usaram as mensagens de correio eletrónico visadas como meio de prova, “num verdadeiro efeito dominó”.

Para a juíza Vanda Miguel, que conduz o outro julgamento, iniciado em outubro de 2022, a decisão do TC veio alterar “o paradigma normativo tendencialmente estabilizado até então”.

Na sua decisão de adiamento do julgamento que envolve a Central de Cervejas, a Primedrink e as empresas de distribuição ITMP (Intermarché), Cooplecnorte (E.Leclerc), Auchan, Modelo Continente, Pingo Doce e Lidl, com coimas que totalizam perto de 304 milhões de euros, Vanda Miguel afirma que a decisão que vier a ser tomada pelo TRL, em sequência do acórdão do TC, terá “efeitos diretos” neste processo relativamente aos emails apreendidos nas instalações da Pingo Doce.

Pelo que, em 26 de abril último, decidiu adiar a audiência de julgamento até que essa decisão (ainda não proferida) transite em julgado.

Neste julgamento estão em causa dois processos, que foram apensos, por concertação, de forma indireta, dos preços de venda, “uma prática prejudicial para os consumidores”.

Um dos processos refere-se à decisão da AdC relativa à combinação de preços entre Modelo Continente, Pingo Doce, Auchan e Intermarché e o fornecedor Sociedade Central de Cervejas (SCC), um administrador desta e um diretor de unidade de negócio da Modelo Continente.

No outro, a AdC condenou as mesmas cadeias de supermercados (Modelo Continente, Pingo Doce, Auchan e Intermarché), às quais se juntaram a Lidl e a Cooplecnorte (responsável pelo E.Leclerc), por combinação de preços através da fornecedora de bebidas alcoólicas Primedrinks.

No primeiro caso, a investigação da AdC determinou que as práticas duraram mais de nove anos (entre 2008 e 2017), concluindo que os distribuidores e o fornecedor concertaram os preços de vários produtos da SCC (as cervejas Sagres e Heineken, mas também Bandida do Pomar e Água do Luso), para os fazer subir de forma gradual e progressiva no mercado retalhista.

No segundo caso, está em causa a fixação indireta de preços de venda ao consumidor de vários produtos da Primedrinks (como os vinhos do produtor Esporão e Aveleda, os whiskies The Famous Grouse ou Grant´s, o gin Hendrick’s ou ainda o vodka Stolichnaya), prática que, segundo a AdC, durou mais de 10 anos (entre 2007 e 2017), tendo igualmente em vista a subida, gradual e progressiva, dos preços no mercado retalhista.

O outro processo com julgamento a correr desde dezembro de 2022 no TCRS tem como recorrentes a Super Bock, a Modelo Continente, a Pingo Doce, o Intermarché, a Auchan e dois diretores da Modelo Continente, com coimas no total de 92.866.536 euros.

Perante o requerimento da Pingo Doce para suspensão dos autos até trânsito em julgado da decisão que vier a ser tomada pelo TRL, a juíza Marta Campos deferiu parcialmente o pretendido, determinando, no passado dia 08 de maio, a suspensão e consequente adiamento da audiência de julgamento por dois meses.

As juízas justificam a decisão de adiamento ou suspensão dos julgamentos com o facto de poderem vir a ser “praticados atos inúteis” e utilizada “prova considerada ilícita” (as mensagens eletrónicas).

“Até ao momento, a principal tese que sustentava a validade das mensagens de correio eletrónico reconduzia-se à distinção entre mensagens abertas/lidas e mensagens não lidas”, entendimento que foi afastado pelo TC no acórdão de 16 de março, sublinha Marta Campos.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Portugal só executou três de 15 recomendações do Conselho da Europa contra a corrupção

  • Lusa
  • 15 Junho 2023

Portugal adotou totalmente apenas três das 15 recomendações do Conselho da Europa para o combate à corrupção em 2022, segundo o relatório do Grupo de Estados Contra a Corrupção (GRECO).

Portugal adotou totalmente apenas três das 15 recomendações do Conselho da Europa para o combate à corrupção em 2022, segundo o relatório do Grupo de Estados Contra a Corrupção (GRECO) divulgado esta quinta-feira.

De acordo com o documento, além da execução completa de 20% das recomendações, Portugal cumpriu de forma parcial outras 10 recomendações, ou seja, 66,7%, enquanto duas recomendações (13,3%) estão completamente por realizar.

As recomendações deste organismo do Conselho da Europa para os seus 48 estados-membros visam, essencialmente, três setores: membros do parlamento, juízes e procuradores.

Relativamente aos deputados foram feitas pelo GRECO cinco recomendações contra a corrupção e em defesa de maior transparência, estando as cinco propostas parcialmente aplicadas.

A magistratura judicial foi alvo do maior número de recomendações — seis -, mas apenas uma (16,7%) foi já totalmente executada. Há ainda três (50%) que estão em implementação entre os juízes e duas (33,3%) que estão ainda por aplicar efetivamente.

Por último, os procuradores foram visados por quatro recomendações, das quais metade foram já aplicadas, enquanto a outra metade está parcialmente realizada.

Em comparação com os dados do relatório anterior, referente a 2021, Portugal não regista muitas diferenças: tinham então sido aplicadas totalmente três recomendações, tendo sete sido parcialmente aplicadas e cinco ficado por implementar.

Numa visão global do combate à corrupção entre os estados-membros, e tendo em conta os diferentes ritmos dos países nas práticas anticorrupção, o GRECO expressou a sua preocupação pelos obstáculos à transparência levantados por diversos governos e de como essas práticas podem favorecer práticas ilícitas.

“Os governos devem garantir na prática o princípio geral da transparência dos documentos públicos. Qualquer exceção à regra da divulgação pública deve ser limitada a um mínimo e ser cuidadosamente justificada. No que se refere especificamente aos contratos públicos, o controlo público e o acesso aos documentos oficiais são fundamentais para prevenir eficazmente a corrupção”, referiu o presidente do organismo, Marin Mrcela.

Para o também membro do Supremo Tribunal da Croácia, a aplicação das recomendações do órgão do Conselho da Europa “deve ser mais reforçada”, sublinhando que o poder político continua a apresentar os índices mais baixos de aplicação: “Mais progressos requerem uma vontade genuína dos deputados de se empenharem nos esforços de luta contra a corrupção, e a mudança depende de os próprios deputados tomarem medidas e chegarem a acordo”.

No conjunto dos 48 Estados-membros, a situação em 2022 indica que 49,43% das recomendações foram completamente aplicadas, 33,42% parcialmente aplicadas e 17,15% estão ainda por cumprir. A maior percentagem de medidas totalmente concretizadas diz respeito aos procuradores (59,48%), seguidos dos juízes (51,81%) e dos deputados (38,71%).

O GRECO, órgão de monitorização do Conselho da Europa criado em 1999 e com sede em Estrasburgo, França, tem vindo a emitir recomendações relacionadas com política anticorrupção e integridade, transparência e supervisão das atividades governativas, conflitos de interesse, proibição ou restrição de certas atividades, declaração de ativos e rendimentos e mecanismos de responsabilização e execução de medidas.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Crédito ao consumo sobe 2% para valor recorde de 2,5 mil milhões até abril

Consumidores pediram mais de 2,5 mil milhões de euros nos quatro primeiros meses de 2023, o montante mais elevado em, pelo menos, dez anos. Isto apesar do travão registado em abril.

Os bancos e outras instituições financeiras concederam mais de 2,5 mil milhões de euros em crédito ao consumo nos primeiros quatro meses do ano, o valor mais elevado desde 2013, quando o Banco de Portugal começou a compilar os dados.

Trata-se de um aumento de 2% em relação ao mesmo período do ano passado, altura em que ainda se verificavam alguns constrangimentos por causa da pandemia e quando os agentes económicos se ajustavam à realidade da guerra na Ucrânia.

Ainda assim, os empréstimos aos consumidores travaram de forma significativa em abril, de acordo com o supervisor: foram concedidos 550 milhões de euros, o que representa uma quebra de 26% em comparação com o mês anterior (março) e menos 5% em relação a abril de 2022.

A subida das taxas de juro está a provocar um abrandamento na procura de crédito bancário por parte das famílias, sobretudo para a compra de casa, e os bancos antecipam que o cenário de enfraquecimento prolongue nos próximos meses.

Em termos acumulados, a evolução positiva deveu-se sobretudo ao crédito automóvel e ao crédito concedido através do cartão de crédito e outras facilidades, segmentos em que as novas operações de financiamento aumentaram 6% e 8% neste período, respetivamente.

No caso do crédito para a compra de carro, as famílias pediram quase 900 milhões de euros entre janeiro e abril deste ano. Embora os montantes concedidos através de locação financeira ou ALD tenham registado quedas, o crédito automóvel com reserva de propriedade e outros aumentou tanto nos novos (+20% para 193,4 milhões) como usados (9% para 682,9 milhões) em quatro meses.

Em relação ao cartão de crédito, os empréstimos por esta via ascenderam a quase 430 milhões, segundo os dados do supervisor.

Em sentido contrário, o crédito pessoal, que conta para quase metade do crédito aos consumidores, registou um decréscimo de 3% no primeiro trimestre, totalizando os 1,18 mil milhões de euros, com os outros créditos pessoais (sem finalidade específica, lar, consolidado e outras finalidades) a recuar 4% para 1,13 mil milhões.

Já o crédito pessoal com finalidade da educação, saúde, energias renováveis, entre outras finalidades, aumentou 5%, mas para apenas 44,7 milhões nos quatro primeiros meses.

(Notícia atualizada às 12h00)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.