Sindicato dos Funcionários Judiciais solidário com a luta da Ordem dos Advogados

O Sindicato dos Funcionários Judiciais declarou o seu "apoio incondicional" à Ordem dos Advogados na sua luta contra a alteração dos Estatutos.

O Sindicato dos Funcionários Judiciais mostrou-se solidário com a Ordem dos Advogados (OA), declarando o seu “apoio incondicional às ações que visem luta contra todas as tentativas de violação do Estado de direito democrático, dos direitos, liberdades e garantias dos cidadãos”. Esta posição surge após a bastonária da OA, Fernanda de Almeida Pinheiro, e ex-bastonários terem acusado o Governo de ataque político aos advogados com a alteração dos Estatutos da OA.

“O que tem vindo a revelar-se como prioritário para sucessivos Ministérios da Justiça, e a que o atual não foge, é a aposta no afastamento dos cidadãos da justiça, encaminhando-os para meios alternativos de resolução de litígios, privatizando o setor da justiça, medida com a qual não concordamos e contra a qual nos batemos, há tanto tempo”, lê-se na nota enviada pelo Sindicato à bastonária da OA.

O Sindicato dos Funcionários Judiciais garantiu ainda que irá atuar “sempre” ao lado do cidadão que necessita de aceder à justiça pública, tanto no “aconselhamento jurídico” como no “pleito”, por profissionais certificados e qualificados, “repudiando a instauração de um sistema de justiça cada vez mais privado e pouco passível de escrutínio”. “Sem uma Justiça real e efetiva não há Estado de Direito. Sem este, está em causa a Democracia”, acrescentou.

Na segunda-feira, Fernanda de Almeida Pinheiro reuniu-se com os antigos bastonários de forma a mostrar a unidade da classe contra a proposta de revisão dos Estatutos da Ordem dos Advogados, que consideram um ataque político com motivações por explicar. Entre os antecessores que estiveram presentes na conferência de imprensa estiveram António Marinho e Pinto e Guilherme Figueiredo, e declarações escritas de Elina Fraga e Rogério Alves.

Entre os pontos que os advogados recusam aceitar estão a abertura de atos próprios da profissão a quem não seja advogado, o que consideram por em causa a segurança jurídica dos cidadãos, como a questão do aconselhamento jurídico, que passa a poder ser praticada por não advogados.

Nós convivemos há demasiado tempo com a procuradoria ilícita que grassa por este país e não a combatem de forma eficaz e é pena porque se a combatessem de forma eficaz não tinham agora de vir dizer que estão a legalizar algo que sempre aconteceu, como se isso fosse desculpa para nós largarmos o combate a uma atividade que é ilícita. O mau aconselhamento jurídico prejudica gravemente os cidadãos e pode ter consequências muito graves”, criticou Fernanda de Almeida Pinheiro.

Se a bastonária criticou as “opções políticas” do Governo em relação a esta matéria, o antigo bastonário Marinho e Pinto não teve dúvidas em afirmar que “obedecem a interesses ocultos” e que o executivo tem que explicar aos portugueses uma alteração legislativa que lhes retira proteção e que pretende “transformar a sociedade portuguesa numa lei da selva”, em que impera a lei do mais forte.

O Governo em vez de procurar melhorar os serviços que são da sua competência está a abandalhar as profissões liberais cedendo a uma onda liberalizadora incompatível com a matriz social-democrata. (…) O PS está a transformar-se num partido neoliberal sem balizas éticas”, acusou o ex-bastonário, que disse que o partido e o Governo têm de justificar as medidas e explicar a quem é que elas beneficiam e quais as vantagens para os cidadãos.

No mesmo sentido, Guilherme Figueiredo acusou o PS e o Governo de quererem “assumir a tutela política das ordens profissionais” e disse que “todas as instâncias de fiscalização” estão sob a alçada do mesmo partido, o PS, “o que é grave”. Marinho e Pinto quis ainda deixar “uma nota contra o cinismo de se dizer que se despenaliza [a procuradoria ilícita] porque sempre se fez”, desafiando ironicamente: “Despenalize-se a violência doméstica, então”.

Fernanda de Almeida Pinheiro voltou a criticar que a proposta do Governo tenha sido apresentada ao final do dia de quarta-feira com prazo de resposta de 48 horas úteis, face aos feriados pelo meio, e disse que nada justifica “a pressa” com que o Governo quer concluir o processo de revisão dos Estatutos, nem sequer o Programa de Recuperação e Resiliência (PRR), que apenas exigia a regulamentação das sociedades multidisciplinares, “e isso está feito”.

Perante o desacordo com o Governo, os advogados avançam com os protestos e formas de luta aprovados em Assembleia-Geral Extraordinária no início do mês, assim como com queixas em instâncias europeias, tendo a bastonária afirmado que em relação “às questões fundamentais o Ministério da Justiça não tem abertura absolutamente nenhuma”, o que dificulta um acordo.

Os estatutos das ordens profissionais estão a ser revistos na sequência da alteração da lei que regula estas instituições, algumas das quais já se manifestaram contra as mudanças, entre elas a OA, que já manifestou disponibilidade para lutar e utilizar “todos os meios ao dispor”, nomeadamente “parar a justiça”, para protestar contra a proposta do Governo, que considera violar os princípios do Estado de Direito.

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OCDE sugere “aumento gradual dos impostos ambientais”

Apesar da recomendação para subir os impostos nos setores fora do regime de emissões da UE, a OCDE alerta para a proteção das famílias de baixos rendimentos.

Depois de várias medidas aplicadas pelo Governo para fazer face ao aumento do preço dos combustíveis, a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económico (OCDE) recomenda agora “aumentar gradualmente os impostos ambientais”, inclusive os que incidem sobre os combustíveis, salvaguardando no entanto as famílias mais pobres.

Esta é assim uma das recomendações da OCDE no mais recente relatório económico sobre Portugal: “Aumentar gradualmente os impostos ambientais para setores fora do regime de comércio de licenças de emissão da UE, incluindo impostos especiais de consumo sobre combustíveis, protegendo ao mesmo tempo as famílias de baixos rendimentos”.

A sugestão surge depois de o Governo congelar o aumento da taxa de carbono no final de 2021, para responder ao aumento de preços dos combustíveis. “Os preços do carbono variam entre setores e combustíveis”, destaca a OCDE.

O Governo já avançou com o descongelamento gradual da taxa de carbono, mas mantém ainda alguns apoios aos combustíveis em vigor.

Esta é uma das medidas sugeridas no âmbito do apoio à transição para uma economia verde e sustentável, que incluem também a aceleração do retrofitting e renovação de edifícios, usando uma mistura de regulamentação, subvenções e empréstimos”. Esta recomendação da OCDE deriva do facto de o parque edificado se encontrar “em mau estado de conservação”.

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OCDE sugere reduzir contribuições para Segurança Social dos trabalhadores com baixos salários

O objetivo é "mitigar o impacto dos aumentos dos custos do trabalho", nomeadamente com a subida do salário mínimo, indica a organização.

No mais recente relatório económico, a OCDE tem um conjunto de recomendações para Portugal que incluem a redução das contribuições patronais para a Segurança Social dos trabalhadores com baixos salários, ou seja, a Taxa Social Única (TSU). O objetivo é “mitigar o impacto dos aumentos dos custos do trabalho”, nomeadamente com a subida do salário mínimo, indica a organização.

Segundo a OCDE, as autoridades portuguesas devem “monitorizar de perto os efeitos dos aumentos do salário mínimo planeados e, se necessário, considerar reduzir a contribuição para a Segurança Social do empregador para os trabalhadores de baixos rendimentos para mitigar o impacto dos aumentos dos custos do trabalho”.

Esta subida no custo do trabalho surge numa altura em que “o salário mínimo como proporção do salário médio está entre os mais altos na OCDE”, destacam. Em 2023, o salário mínimo nacional aumentou de 705 euros para 760 euros, sendo que o Governo prevê, no acordo de rendimentos assinado com os parceiros sociais no ano passado, chegar aos 900 euros em 2026.

Num contexto de aumento do emprego, que devem continuar para que o país possa “atingir um crescimento mais inclusivo”, é ainda necessário “melhorar o equilíbrio de proteção entre os tipos de contrato” através de esforços para “restringir o uso de contratos temporários e reduzir o custo de despedimentos”, argumenta a organização.

Na área do trabalho, existe ainda o alerta para a necessidade de melhorar a produtividade, por forma a melhorar as condições de vida dos portugueses no futuro.

A organização salienta ainda que “o mercado de trabalho continua robusto”, ainda que projete que a taxa de desemprego continue a aumentar ao longo de 2023-24. A projeção é de uma taxa de 7,4% em 2023 e 7,5% em 2024, mais pessimista que os 6,7% e 6,4% estimados pelo Governo no Programa de Estabilidade.

Neste relatório, a OCDE projeta também um crescimento do PIB português de 2,5% em 2023, abrandando para 1,5% em 2024.

No que diz respeito às contribuições para a Segurança Social, é ainda de destacar o reparo da OCDE de que “os esforços para fortalecer ainda mais a sustentabilidade do sistema de pensões devem garantir a manutenção do nível das prestações de velhice, limitando ao mesmo tempo os aumentos das contribuições, uma vez que estas podem pesar nas perspetivas de emprego”.

A organização não tem assim recomendações definitivas no que diz respeito à melhoria da sustentabilidade da Segurança Social, já que o exposto anteriormente “deixa a idade de reforma como a única margem de ajuste”, mas “tanto a idade legal quanto a efetiva de aposentação estão já acima da média da OCDE”.

Já no campo das prestações sociais, salienta-se mais uma recomendação para “consolidar os diferentes programas de apoio às famílias com baixos rendimentos e simplificar as condições de elegibilidade, considerando o aumento global do nível e cobertura das prestações de rendimento mínimo”. A OCDE defende também que se deve “expandir permanentemente a proteção social aos trabalhadores” irregulares.

(Notícia atualizada às 12h20 com mais informação)

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Conferência Arts & Laws of AI discute impacto da Inteligência Artificial na arte

  • BRANDS' ADVOCATUS
  • 15 Junho 2023

A CCA Law Firm está a organizar a conferência "Arts & Laws of AI", que se realiza no dia 22 de junho, às 18 horas, integrada no ciclo "Tech Talks". O evento será híbrido e acontecerá em Lisboa.

No próximo dia 22 de junho, a sede da CCA Law Firm, em Lisboa, receberá a conferência Arts & Laws of AI, que está integrada nas “Tech Talks” da sociedade de advogados.

A conferência, que começará às 18 horas, vai decorrer em inglês, em formato híbrido, e vai dedicar-se à intersecção entre a Inteligência Artificial e as artes.

Para discutir os mais recentes desenvolvimentos em IA, em que se inclui o potencial da IA generativa e do ChatGPT, a conferência conta com um painel de quatro especialistas, nomeadamente Adriaan Spronk, Creative Developer na Cyango; Aline Arenque, Investigadora no Nova IPSI e Advogada; Giulia Priora, Diretora no Nova IPSI e Professora Auxiliar na Nova School of Law; e Tiago Loureiro, Senior AI Engineer e Published Researcher.

O evento, que será moderado por Eduardo Magrani, Senior Of Counsel da Área de Tecnologias, Media e Telecomunicações da CCA, visa debater de que forma a Inteligência Artificial está a influenciar diversas disciplinas artísticas e negócios, além de discutir os principais desafios legais da IA nesse contexto.

O evento começará com um café de boas-vindas, às 17h30, e a sessão de debate começará às 18 horas, com a duração de uma hora. Os interessados poderão inscrever-se aqui para assistir ao evento presencial ou, quem pretenda assistir por via online, poderá registar-se aqui.

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Taxa de empregos disponíveis em Portugal recua ligeiramente para 1,3% no primeiro trimestre

Bélgica, Holanda e Áustria são os países com as taxas de empregos disponíveis mais altas (4,7%), enquanto Portugal está na cauda da Europa, com uma taxa de 1,3%.

A taxa de empregos vagos na Zona Euro foi, no primeiro trimestre de 2023, de 3%, ligeiramente superior ao verificado para a União Europeia (UE), cuja taxa se situou nos 2,8%. Os resultados traduzem-se numa ligeira diminuição face ao trimestre anterior, no caso da Zona Euro (3,1% no quatro trimestre de 2022) e, no caso da UE, manteve-se estável. Bélgica, Holanda e Áustria são os países com as taxas de empregos disponíveis mais altas (4,7%), enquanto Portugal apresenta uma taxa de 1,3%, mostram os dados divulgados esta quinta-feira pelo Eurostat.

No primeiro trimestre ano, Portugal registou a sexta taxa mais baixa de empregos vagos. Apenas a Eslováquia (1,1%), a Bulgária, Espanha, a Polónia e a Roménia (os quatro países com taxas de 0,9%) apresentam resultados inferiores aos nacionais.

 

A taxa nacional de empregos disponíveis tem vindo seguir uma trajetória de queda. Recuou 0,2 pontos percentuais (p.p.) face ao quatro trimestre de 2022, 0,4 p.p. relativamente ao terceiro trimestre do ano passado e 0,1 p.p. comparativamente ao segundo trimestre de 2022. Já em termos homólogos, manteve-se estável.

Em termos setoriais, a área dos serviços verificou 3,4% de empregos vagos ao nível da Zona Euro e 3,2% na UE. Já na indústria e construção, a taxa de empregos disponíveis na Zona Euro estava nos 2,7%, enquanto na UE se situava nos 2,5%. As taxas não mostram grandes alterações face ao trimestre anterior, nem mesmo comparativamente ao período homólogo.

no caso português, havia 2% de empregos vagos nos serviços e 1,3% na indústria e construção. Os valores traduzem-se, respetivamente, numa ligeira diminuição de 0,1 p.p. e num pequeno aumento também de 0,1 p.p. face ao mesmo período do ano passado.

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Tribunal da UE apoia clientes polacos no caso dos créditos em francos suíços

Bancos não podem cobrar pelo custo de capital nos contratos de empréstimo em moeda estrangeira que foram considerados inválidos porque continham cláusulas abusivas, considera tribunal da UE.

O Tribunal da Justiça da União Europeia (TJUE) manifestou-se esta quinta-feira a favor dos clientes polacos com crédito da casa em francos suíços, num caso que se arrasta há anos e poderá custar aos bancos cerca de 20 mil milhões de euros. Uma das instituições visadas neste processo pertence ao BCP, o Bank Millennium.

Em causa neste processo estão centenas de milhares de famílias polacas que pediram empréstimos à habitação em moeda estrangeira, sobretudo francos suíços, para beneficiarem de taxas de juro mais baixas. Mas o disparo da divisa suíça em relação ao zloty provocou um aumento significativo dos empréstimos, levando a que muitos clientes colocassem os bancos polacos em tribunal.

A decisão do tribunal da UE, conhecida agora, significa que os bancos não podem cobrar pelo custo de capital nos contratos de empréstimo em moeda estrangeira que foram considerados inválidos porque continham cláusulas abusivas. Um veredicto que era esperado pelos analistas e que está em linha com a opinião do advogado-geral, emitida em fevereiro.

“O direito da União não se opõe a que, em caso de anulação de um contrato de mútuo hipotecário ferido de cláusulas abusivas, os consumidores peçam ao banco uma compensação que exceda o reembolso das prestações mensais pagas”, refere o tribunal. “Em contrapartida, opõe-se a que o banco alegue pretensões análogas contra os consumidores”, acrescenta.

O TJUE considera que se os bancos pudessem pedir uma compensação extra aos clientes, “a concessão de tal direito contribuiria para eliminar o efeito dissuasivo exercido sobre os profissionais” no que toca à inclusão de cláusulas abusivas nos contratos.

“Não se pode admitir que [o banco] retire vantagens económicas do seu comportamento ilícito nem que este seja indemnizado pelas desvantagens provocadas por tal comportamento”, referiu o tribunal, que também desvalorizou o argumento sobre a estabilidade dos mercados financeiros, considerando que “não é pertinente no âmbito da interpretação da diretiva, que visa proteger os consumidores”.

Em reação a esta decisão, o regulador financeiro polaco KNF afirmou que a decisão é negativa para o setor bancário e para a economia em geral, mas assegurou que os bancos estão seguros.

“Os bancos construíram recentemente uma almofada apropriada, aumentando sua resiliência e capacidade de absorver os custos relacionados à decisão desfavorável do TJUE”, afirmou o regulador, instando os clientes a chegarem a um acordo com os bancos em relação a este tema em vez de optarem pelo “caminho judicial caro e demorado”.

Avisou, no entanto, para o impacto negativo que esta decisão terá na erosão do capital dos bancos, o que diminuirá “a capacidade de continuarem a financiar as necessidades habitacionais das famílias polacas, bem como de toda a economia”.

Um dos bancos envolvidos neste caso é o Bank Millennium, que já colocou de lado mais de mil milhões de euros para fazer face aos riscos legais associados a este processo. O banco é controlado pelo BCP, que desvaloriza 0,41% para 0,2161 euros na bolsa de Lisboa.

A decisão do TJUE “não resolve o litígio nacional”, mas caberá aos tribunais decidirem em conformidade.

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Conselho Superior do Ministério Público analisa impacto da portaria de distribuição de processos

  • Lusa
  • 15 Junho 2023

A tomada de posição assumida pelo Conselho Superior do Ministério Público surge na sequência de queixas já manifestadas sobre o impacto da portaria de distribuição de processos nos tribunais.

O Conselho Superior do Ministério Público (CSMP) vai analisar o impacto da nova portaria de distribuição eletrónica de processos nos tribunais, que prevê a presença obrigatória de procuradores nos sorteios, tendo pedido mais informações às Procuradorias-Gerais Regionais.

“O CSMP deliberou, por unanimidade, recolher contributos através das Procuradorias-Gerais Regionais, até ao final de junho, sobre a aplicação da Portaria n.º 86/2023, (…) que procede à alteração das regras relativas à distribuição, por meios eletrónicos, dos processos nos tribunais judiciais e nos tribunais administrativos e fiscais, para apreciação em próxima sessão plenária”, lê-se no último boletim do CSMP publicado no site da Procuradoria-Geral da República (PGR).

A tomada de posição assumida pelo CSMP surge na sequência de queixas já manifestadas sobre este tema pelo Sindicato dos Magistrados do Ministério Público (SMMP). O sistema de distribuição eletrónica de processos esteve inclusivamente em foco numa reunião realizada no passado dia 2 de junho entre o SMMP e a ministra da Justiça.

Catarina Sarmento e Castro adiantou então, segundo o comunicado divulgado pelo SMMP, que o Governo está a trabalhar “no sentido de melhorar o sistema eletrónico e resolver algumas das questões levantadas em sede de implementação prática”, assegurando que estão a ser ouvidos “os operadores judiciários para avançarem para uma proposta de alteração legislativa”.

De acordo com o sindicato, a ministra “reconheceu os aspetos negativos da lei que o SMMP tem vindo a salientar, designadamente o aumento da burocracia e o desperdício de meios humanos”.

As leis que alteram as regras de distribuição processual foram aprovadas pelo parlamento em 2021 e esperaram mais de um ano pela portaria que as regulamenta, que foi publicada em Diário da República no final de março e entrou em vigor no passado mês de maio.

As preocupações manifestadas pela magistratura judicial e pelo Ministério Público prendem-se com a nova obrigação de “reunir diariamente, em todos os locais onde ocorre distribuição, um conjunto de operadores da justiça para assistir ao ato da distribuição, que até aqui dispensava, na maioria dos casos, qualquer intervenção humana, e elaborar uma ata à qual é anexado o resultado da distribuição”, conforme determina a portaria do Ministério da Justiça.

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Vinte editoras musicais processam Twitter por violação “maciça” de propriedade intelectual

  • Lusa
  • 15 Junho 2023

As editoras exigem um julgamento com júri, para obter uma indemnização de 150 mil dólares (cerca de 139 mil euros) por cada obra alvo de infração.

Vinte grandes editoras discográficas, incluindo a Universal e Sony, processaram esta quarta-feira o Twitter, acusando a rede social de beneficiar das composições dos seus artistas, no que consideram uma “violação maciça da propriedade intelectual que prejudica criadores de música”.

Estas editoras avançaram como uma ação civil num tribunal de Nashville, no Estado norte-americano do Tennessee, contra a X Corp, empresa do bilionário Elon Musk que inclui o Twitter, noticiou a agência Efe.

As empresas musicais exigem um julgamento com júri, para obter uma indemnização de 150 mil dólares (cerca de 139 mil euros) por cada obra alvo de infração, sendo que em alguns casos algumas composições podem somar “centenas de milhares” de dólares.

De acordo com o documento, o Twitter utiliza os repertórios de música e vídeo dos denunciantes para “atrair e reter” utilizadores e potenciar as suas interações, o que “alimenta o lucrativo negócio publicitário” da rede social “às custas dos autores e em detrimento das suas” composições, protegidas por direitos de ‘copyright’ (direito de autor).

“O Twitter rejeitou apelos para obter licenças ou outros acordos necessários para poder utilizar legalmente as composições musicais na sua plataforma”, referem ainda as empresas, que apontam que outras redes sociais como TikTok, Facebook, Instagram, YouTube e Snapchat pagam para a utilização destas obras.

O processo refere-se apenas ao Estado do Tennessee, onde fica Nashville, uma das capitais mundiais da música, por ser a sede de muitos dos denunciantes e artistas afetados.

As editoras destacam que gastaram “tempo e recursos significativos para identificar” as obras infratoras e violações específicas de “direitos de autor”, e referem ter notificado a rede social da existência de cerca de 300.000 ‘tweets’ ilegais.

O Twitter foi adquirido no ano passado por Musk, que há meses faz mudanças para tentar criar valor com os serviços da rede social e aumentar a sua receita, cortando despesas como pessoal. Esta semana, Musk cedeu o comando a Linda Yaccarino, a nova presidente executiva (CEO) do Twitter.

Depois de comprar o Twitter por 44.000 milhões de dólares (cerca de 40.300 milhões de euros), Musk demitiu vários dos principais dirigentes da empresa, incluindo o anterior CEO Parag Agrawal. Também despediu mais de dois terços dos funcionários, permitindo o regresso à rede social de figuras controversas que tinham sido banidas e alterando o sistema de autenticação de contas.

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Bracarense Ricardo Rio vai liderar rede global de autarcas

A partir de agosto, o social-democrata Ricardo Rio vai ser presidente do comité executivo do Global Parliament of Mayors (GPM), uma rede que junta mais de 60 autarcas de todo o mundo.

O presidente da Câmara Municipal de Braga, Ricardo Rio, vai ser presidente do comité executivo do Global Parliament of Mayors (GPM), uma rede que reúne presidentes de câmara de todo o mundo. O autarca português vai suceder em agosto ao homólogo de Mannheim (Alemanha), Peter Kurz. Rio é membro do GPM desde 2018 e foi nomeado tesoureiro e membro do comité executivo em 2019.

“É com grande orgulho que assumo a presidência do GPM. Desde o início, em 2016, o GPM desenvolveu uma história de unir autarcas de todo o mundo para enfrentar questões globais do século XXI, gerando impacto global e local e promovendo o papel das cidades em organizações internacionais, como as Nações Unidas e o G7, e trabalhando em questões fundamentais como a democracia, a partilha de talento ou as alterações climáticas. O GPM continuará a servir como um espaço para facilitar a colaboração entre governos locais e para promover os interesses das cidades no palco global”, afirma Ricardo Rio, citado em comunicado.

O primeiro-ministro, António Costa, congratulou-se com a eleição do autarca bracarense, numa publicação feita no Twitter. “Saúdo o Dr. Ricardo Rio pela sua eleição como presidente do Comité Executivo do GPM. As cidades são palcos globais que, em articulação com o poder central e integradas em plataformas internacionais, promovem o desenvolvimento e o progresso das sociedades”, escreveu o governante nesta rede social.

O GPM organiza e amplifica a voz e a influência dos autarcas em todo o mundo e fortalece a relação com governos nacionais, redes, instituições multinacionais, grupos da sociedade civil e empresas. Neste momento, reúne mais de 60 autarcas da Europa, América, Ásia e África, funcionando também com parcerias com diversas organizações internacionais.

Ricardo Rio, presidente da Câmara de Braga

Ricardo Rio é atualmente membro do comité executivo do Eurocities e membro do Steering Committee dos Champion Mayors para o crescimento inclusivo da OCDE. Foi um dos representantes portugueses no Congresso das Autoridades Locais e Regionais do Conselho da Europa e é membro da delegação portuguesa do Comité Europeu das Regiões. Em 2021, foi eleito como World Mayor para a sustentabilidade pela City Mayors Foundation.

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O “financiamento verde” veio para ficar

  • BRAND'S CAPITAL VERDE
  • 15 Junho 2023

Pedro Gouveia Alves, do Montepio Crédito, apresenta, em entrevista ao ECO, o Eco Financiamento. Trata-se de uma solução financeira que apoia a troca de veículos a combustão por elétricos ou híbridos.

Com o objetivo de se tornar neutra em carbono até 2050, a União Europeia tem vindo a implementar algumas medidas nesse sentido que, nalguns setores mais poluentes, como o setor da mobilidade, têm vindo a ser antecipadas.

As mudanças começaram por acontecer no macro, com várias empresas a alterarem a sua frota de veículos a combustão por elétricos ou híbridos, bem como várias empresas de transporte, que optaram por adquirir autocarros sem emissões. Mas, para atingir a neutralidade carbónica em 2050, estas mudanças têm de ser feitas não só no macro, mas também no micro.

Por essa razão, já são várias as pessoas que trocaram os seus carros poluentes por opções elétricas ou híbridas, e outras já começam a ponderar fazê-lo. No entanto, há duas questões que ainda fazem com que haja alguma hesitação nessa tomada de decisão: a falta de informação e a incapacidade de suportar a despesa associada à troca.

Para dar resposta a estas dúvidas, o Montepio Crédito criou o Eco financiamento, uma nova solução financeira que promove o financiamento para a compra de viaturas elétricas e híbridas plug-in. Em entrevista ao ECO, Pedro Gouveia Alves, Presidente Executivo do Conselho de Administração do Montepio Crédito, explica por que surgiu a necessidade de criarem esta solução e revela tudo aquilo que ela oferece aos clientes.

Em que consiste o produto Eco financiamento do Montepio Crédito?

O Eco financiamento reflete o posicionamento do Montepio Crédito na promoção do financiamento de viaturas eletrificadas (elétricas e híbridas), no esforço de transição energética a que estamos a assistir na mobilidade rodoviária.

Com a oferta Eco financiamento, o Montepio Crédito pretende estimular a familiaridade dos Clientes com as novas soluções que o mercado automóvel apresenta, de modo a reduzir alguns preconceitos que ainda vão existindo na adoção de viaturas elétricas ou eletrificadas.

O que motivou a criação desta solução?

A política de transição energética que está a ser implementada no espaço da União Europeia, a par da ambição de rápida redução de emissões de gases poluentes e com efeitos de estufa, vai acelerar a venda de viaturas tendencialmente de emissões zero. O Montepio Crédito quer estar sempre na vanguarda das soluções para os seus Clientes. Detetamos a necessidade de criar um produto que respondesse a uma dessas necessidades: disponibilizar as condições necessárias para financiar a aquisição de viaturas elétricas e híbridas, que permitam poupar e defender o ambiente. Assim surgiu a solução Eco financiamento.

Quais são as necessidades mais comuns dos clientes que ficam asseguradas com o Eco financiamento?

Através do Eco financiamento, os nossos Clientes asseguram que têm acesso a uma solução financeira que lhes permite adquirir o seu veículo elétrico ou híbrido a um preço mais competitivo. Para além disso, o Eco Financiamento, quando utilizado para a aquisição de automóveis elétricos e híbridos plug-in, inclui outras vantagens, como é o caso da oferta de um carregador doméstico (instalação incluída), que permite efetuar o carregamento da viatura a preços significativamente mais baixos quando comparados com os tradicionais combustíveis.

Pedro Gouveia Alves, Presidente Executivo do Conselho de Administração do Montepio Crédito
Que expectativas têm para este produto?

Temos, desde o início, expectativas muito positivas, pois sabíamos que estávamos a responder a uma necessidade que os Clientes demonstravam ter cada vez mais. Na verdade, muitos portugueses já optaram por esta solução, pelo que se estão a confirmar as nossas melhores expectativas.

Como tem sido a adesão ao Eco financiamento?

A adesão ao Eco financiamento tem sido muito positiva. A oferta, disponível através dos nossos parceiros e através dos nossos canais diretos, facilita a escolha dos nossos Clientes, uma vez que as condições são bastante mais favoráveis quando comparadas com as que fazem parte da oferta clássica. Hoje, os financiamentos para a aquisição de viaturas novas eletrificadas já são feitos através da adesão à oferta Eco Financiamento.

Ainda sentem que há alguma resistência à transição para veículos híbridos/elétricos ou consideram que, havendo financiamento, isso deixa de ser um problema?

Como na adoção de qualquer inovação pelo mercado, temos Clientes que aderem mais rapidamente (os chamados “early-adopters”). A maioria espera por uma maior maturidade da tecnologia para decidir mudar. Começamos a assistir a este fenómeno: à medida que as marcas de referência alargam a sua oferta para modelos elétricos, a confiança aumenta. Por outro lado, com o anúncio do fim de produção de viaturas a combustão, os Clientes começam a ponderar a transição. Quando observamos estes comportamentos, verificamos que os níveis de risco de crédito associados a estes Clientes tende a ser mais baixo, permitindo assim fazer refletir no preço condições mais atrativas para quem decide dar este passo.

O futuro passará por mais financiamentos verdes?

Sem dúvida que sim. O “financiamento verde” veio para ficar. Não é apenas uma moda. A consciencialização da população relativamente à necessidade de adotar comportamentos amigos do ambiente e sustentáveis para o planeta vai-se massificando. Igualmente, as políticas seguidas pelas diversas geografias no que respeita ao cumprimento de metas ambientais, está a forçar o mercado a orientar as suas escolhas para novas opções de mobilidade. O Eco financiamento é já um exemplo de como as soluções de financiamento verde não serão apenas o futuro. São já o presente.

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Já foram entregues cinco milhões de declarações de IRS

Faltam cerca de duas semanas para terminar o prazo de entrega do IRS, que arrancou a 1 de abril. Maioria dos contribuintes já submeteu declaração ao Fisco.

Faltam duas semanas para terminar o prazo de entrega do IRS este ano, referente aos rendimentos de 2022, e o Portal das Finanças já contabiliza mais de cinco milhões de declarações. Nos últimos anos, foram entregues cerca de seis milhões de declarações de IRS, número que inclui também substituições.

Este ano, foram entregues à Autoridade Tributária e Aduaneira 5.045.390 declarações de IRS, segundo as estatísticas disponíveis no Portal das Finanças. A campanha de IRS deste ano arrancou, como habitual, a 1 de abril, pelo que os contribuintes já tiveram dois meses e meio para tratar desta obrigação fiscal.

O último ponto de situação das Finanças foi feito há cerca de um mês e indicava que o Fisco já reembolsou perto de 1.800 milhões de euros na campanha de IRS em curso. Até dia 16 de maio, tinham sido entregues quase 3,9 milhões de declarações, das quais cerca de 38% foram submetidas através do IRS automático.

É de recordar que deve verificar se as informações do IRS automático estão corretas antes de aceitar a declaração pré-preenchida, mas se não o fizer até ao final do prazo essa é assumida como a correta.

Já para quem não tem acesso ao IRS automático, tem de preencher os dados relativos aos rendimentos do ano passado até 30 de junho, sob pena de estar sujeito a multas por atrasos na entrega.

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Costa Silva espera que garantias Efacec não sejam acionadas

  • Lusa
  • 15 Junho 2023

O ministro da Economia e do Mar confirma que as garantias de 85 milhões de euros incluídas na injeção que o Estado fez na Efacec não foram acionadas, sublinhando esperar que tal não venha acontecer.

O ministro da Economia e do Mar disse nesta quinta-feira que as garantias de 85 milhões de euros incluídas na injeção que o Estado fez na Efacec não foram acionadas, sublinhando esperar que tal não venha acontecer.

“As garantias não foram acionadas e esperamos que não sejam. O objetivo é o Estado recuperar [o valor investido] e ao mesmo tempo manter a empresa”, afirmou o ministro da Economia e do Mar, António Costa Silva, na Grande Entrevista da RTP3, que foi transmitida na terça-feira à noite.

O Estado injetou 132 milhões de euros na Efacec, a que se somam mais 85 milhões de euros em garantias. António Costa Silva já tinha referido ter “grande expectativa” de que este valor pode ser recuperado. Questionado sobre o valor da venda da Efacec ao fundo alemão Mutares, o também gestor reiterou que “os negócios não são para se fazer num bazar, na praça pública”, sublinhando que em causa está uma “grande empresa tecnológica”, que se articula com toda a cadeia no mercado português.

“Não nos podemos esquecer que [a Mutares] é cotada na bolsa de Frankfurt. Na altura que revelarmos o valor, tudo pode mudar”, vincou, comprometendo-se a tornar a informação pública assim que a operação estiver concluída.

O processo depende ainda das chamadas condições precedentes, que incluem a autorização da Comissão Europeia, que, por sua vez, exige um teste de mercado, o pronunciamento das autoridades da concorrência e a negociação com os credores financeiros. “Tudo o que eu possa dizer agora pode prejudicar esse processo e eu não quero, em prol do interesse público”, insistiu.

O titular da pasta da Economia esteve, esta terça-feira, na Assembleia da República, num debate de urgência pedido pelo PSD, no qual já tinha sido questionado sobre o valor da venda da Efacec. Na altura, Costa Silva disse que, “num processo desta delicadeza”, quaisquer números que se revelem podem “contaminar” o negócio. O governante apelou também aos deputados para que não façam “descarrilar” a venda da Efacec.

Já sobre os mais de 2.000 trabalhadores da empresa, o ministro da Economia voltou a dizer que a ideia do fundo alemão é preservar a força de trabalho, apostando também na sua qualificação.

Na semana passada, o Governo aprovou, em Conselho de Ministros eletrónico, a proposta do fundo alemão Mutares para a privatização da Efacec. Em conferência de imprensa no Ministério da Economia, Costa Silva assegurou que a proposta foi “meticulosamente analisada”, garantindo que esta dá ao executivo “conforto” quanto ao futuro e manutenção da Efacec enquanto “um grande projeto industrial e tecnológico”. O governante destacou ainda que a Mutares tem no seu core business‘ (negócio principal) apostar em empresas com dificuldades, apresentando resultados positivos.

No dia 11 de abril, a Parpública anunciou ter recebido propostas vinculativas melhoradas de quatro candidatos à compra de 71,73% da Efacec, no âmbito do processo de reprivatização da empresa. As propostas vinculativas melhoradas foram apresentadas pela Mutares, Oaktree, Oxy Capital e Agrupamento Visabeira-Sodecia.

O Governo aprovou em novembro do ano passado um novo processo de reprivatização da participação social do Estado de 71,73%, com um novo caderno de encargos, depois de ter anunciado em 28 de outubro que a venda da Efacec ao grupo DST não foi concluída por não se terem verificado “todas as condições necessárias” à concretização do acordo de alienação.

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