Greve de revisores deixa CP sem comboios na noite de São João

Das 18 horas de 23 de junho até à 7 horas do dia seguinte, revisores dos depósitos de Porto e de Aveiro estarão de greve ao serviço, impedindo circulação de comboios suburbanos no Grande Porto.

A noite de São João no Porto e arredores não vai ter comboios para os passageiros. O sindicato que representa os revisores entregou na quarta-feira um pré-aviso de greve para o período entre as 18 horas de 23 de junho e as 7 horas do dia seguinte. A paralisação afeta os profissionais que pertencem aos depósitos do Porto e de Aveiro da CP.

Como consequência, não serão realizados os comboios dos serviços suburbanos da Área Metropolitana do Porto, que contemplam as linhas de Aveiro, Braga, Marco de Canaveses e de Guimarães.

Este será o segundo ano consecutivo em que uma greve impede a CP de reforçar a oferta de transportes públicos numa das noites mais movimentadas do Porto. Na última vez que houve comboios toda a noite nesta linha, em 2019, foram acrescentados 40 mil lugares nos serviços suburbanos da cidade Invicta, segundo informação divulgada na altura pela empresa.

O Sindicato Ferroviário da Revisão Comercial Itinerante (SFRCI) justifica a paralisação por estar contra a alegada violação de um acordo relativo ao acompanhamento das marchas em vazio (sem passageiros, entre a oficina e a estação), que pode pôr em causa postos de trabalho dos revisores.

A CP tem contrariado este receio e iniciou mesmo no final de maio um processo para contratar 70 revisores para as áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto. A empresa vai mais longe e lembra que estas operações “têm sido realizadas há mais de 20 anos, sem que tenha havido qualquer incidente de segurança“.

O sindicato SFRCI manifesta-se ainda contra a “discriminação salarial imposta à maioria dos trabalhadores da CP”. A transportadora contesta e alega ter proposto uma subida salarial “uniforme para todos os trabalhadores, num montante aproximado de 50 euros. Ao contrário do que afirma este sindicato, os aumentos salariais de 2023 foram maiores nos trabalhadores com salários mais baixos”.

No final de maio, a CP assinou um novo acordo para aumentos intermédios salariais. O documento foi subscrito por todos os sindicatos menos o SFRCI.

A greve em noite de São João coincide com a paralisação dos revisores a partir da sétima hora de trabalho, que começou na passada segunda-feira, 5 de junho, e que irá durar até 6 de julho.

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Bebé não paga bilhete na TAP mas é incluído em indemnização

  • Lusa
  • 8 Junho 2023

"Prova evidente é que o bebé paga taxas aeroportuárias e tem o seu cartão de embarque, o que implica que o bilhete não seja gratuito", justificou o juiz no acórdão de um tribunal em Bilbau.

Um tribunal espanhol condenou a TAP a incluir um bebé nas indemnizações pelo atraso de um voo, apesar de a criança não ter pagado bilhete nem ocupado um lugar do avião, por viajar no colo dos adultos.

A sentença de um tribunal de Bilbau, no País Basco (nordeste de Espanha), foi tornada pública nesta quinta-feira pela empresa de advogados ERREKLAMATU, especializada em reclamações relacionadas com voos, bancos e acidentes.

“Em caso de cancelamento ou atraso, os bebés também são sujeitos a uma indemnização”, em “determinados pressupostos”, como o do caso da família de quatro pessoas do País Basco que viajou de Lisboa para Bilbau, em 04 de junho de 2022, num voo da companhia aérea portuguesa TAP que teve um atraso de cinco horas, explicou a ERREKLAMATU, num comunicado em que revelou a sentença judicial, de um tribunal de primeira instância.

Por causa do atraso, a família (dois adultos e duas crianças, uma delas, um bebé com menos de dois anos de idade) pediu à TAP uma indemnização de 1.026,56 euros, correspondente a 250 euros por pessoa e outros gastos que teve por o voo não ter saído a horas.

Sempre segundo a ERREKLAMATU, a TAP aceitou parcialmente o pedido da família e propôs uma indemnização de 769,30 euros, que excluía a criança menor de dois anos, “alegando que o bebé não pagou bilhete nem ocupava um assento no voo”.

A companhia aérea recusava também pagar o excesso que a família teve de pagar de parque de estacionamento em Bilbau, por ter excedido o tempo de reserva que tinha feito previamente, por não ser “um conceito vinculado à assistência ao passageiro”.

A sentença do Tribunal de Primeira Instância n.º 12 de Bilbau, que a empresa de advogados hoje divulgou, condenou porém a TAP a pagar toda a indemnização que a família pediu.

No caso do bebé, segundo os advogados, o juiz argumentou que “na reserva emitida quando os bilhetes foram adquiridos, consta o nome do menor identificado como passageiro” e, além disso, “foi emitido um cartão de embarque com o seu nome e pagas as taxas, fixando-se por isso um preço para o bilhete”.

Segundo os advogados, além das taxas aeroportuárias, a família tinha também pagado uma comissão de perto de seis euros para fazer a reserva da viagem.

O tribunal invocou o regulamento europeu n.º 261/2004, sobre os direitos dos passageiros afetados por voos atrasados, cancelados ou com ‘overbooking’ (mais reservas do que lugares disponíveis).

A sentença do tribunal espanhol, citada no comunicado dos advogados da ERREKLAMATU, defende que o regulamento europeu estabelece indemnizações para o passageiro “entendido como aquele que é transportado pela empresa, e que pelo simples facto de o ter sido teve de fazer uma reserva e adquirir um bilhete, mesmo que esse bilhete não lhe dê o direito ao uso de um assento diferente do dos seus progenitores”.

“Prova evidente é que o bebé paga taxas aeroportuárias e tem o seu cartão de embarque, o que implica que o bilhete não seja gratuito”, escreveu o juiz na sentença citada pelos advogados.

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Cabaz do IVA zero volta a aumentar. Custa mais 99 cêntimos

O cabaz de 44 produtos custava 131,06 euros esta semana, mais 99 cêntimos do que na semana anterior. Curgete, ervilhas congeladas e azeite foram os bens que mais aumentaram na última semana.

O cabaz do IVA zero custa mais 99 cêntimos esta semana. Após a descida da última semana, o conjunto de 44 produtos isento de IVA até final de outubro passou a valer 131,06 euros na última quarta-feira. Curgete, ervilhas congeladas e azeite virgem extra foram os três bens alimentares que mais aumentaram nos últimos dias, segundo as contas da Deco Proteste divulgadas nesta quinta-feira.

Os 131,06 euros são o terceiro valor mais alto deste cabaz desde que entrou em vigor a medida do IVA zero. A subida desta semana contraria a descida verificada no final de maio, quando este cabaz desceu 59 cêntimos, dos 130,66 euros para os 130,07 euros. Ainda assim, o conjunto de 44 artigos custa menos 7,71 euros (-5,56%) do que no dia anterior ao do arranque da medida.

As curgetes e as ervilhas congeladas foram os alimentos que mais aumentaram de preço na última semana (+15%), para 1,96 e 3,65 euros, respetivamente. O azeite virgem extra passou a custar mais 13%, para 7,36 euros. Contudo, estes produtos estão longe de ser os que mais encareceram desde que a medida entrou em vigor: os brócolos e a maçã Gala custam mais 11% desde o dia anterior ao início da medida, contabiliza a Deco Proteste.

Olhando para a variação de preços do cabaz desde o início do ano, a cebola teve o maior agravamento, custando mais 29% do que no dia 4 de janeiro, para 1,78 euros; o azeite virgem extra surge na segunda posição, com o preço a aumentar 24%; o carapau custa mais 46 cêntimos, para 4,75 euros, traduzindo um aumento de 11%.

Por categorias de produtos, apenas os congelados ficaram mais caros desde que arrancou a isenção de IVA em 44 artigos.

Cabaz essencial aumenta mais de cinco euros

Mais expressivo foi o aumento do cabaz essencial. O conjunto que reúne 63 produtos alimentares passou a custar mais 4,46 euros do que na semana passada, traduzindo-se num aumento de 2,05% face à semana passada. Ao fixar-se nos 222,06 euros, o cabaz registou o preço mais alto em cerca de um mês: a 10 de maio, o conjunto de bens custava 222,86 euros.

Face ao mesmo período de 2022, o aumento é de 20,77 euros, ou seja, mais 10,32%, segundo as contas da Deco Proteste.

Tal como no cabaz do IVA zero, a curgete, as ervilhas ultracongeladas e o azeite virgem extra foram os bens que mais contribuíram para o agravamento dos preços. Fora da isenção do IVA, os medalhões de pescada passaram a custar mais 12%, para 6,15 euros, e os douradinhos de peixe ficaram mais caros em 10%, para 6,20 euros.

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Portugal com a 12.ª maior taxa de desemprego da OCDE

  • Lusa
  • 8 Junho 2023

O número total de desempregados caiu para 33,04 milhões (face a anteriores 33,16 milhões), muito próximo do valor mais baixo alguma vez registado, atingido em julho de 2022.

A taxa de desemprego na OCDE manteve-se em abril nos 4,8%, pelo quarto mês consecutivo, no mínimo histórico desde a série iniciada em 2001, apresentando Portugal a 12.ª taxa mais alta entre os países.

De acordo com os dados divulgados nesta quinta-feira, Portugal registou uma taxa de desemprego de 6,8% em abril, sendo a 12.ª mais elevada entre os 34 membros da OCDE – Organização de Cooperação e de Desenvolvimento Económicos, sediada em Paris.

Num comunicado hoje divulgado, a OCDE sublinha que, entre os países, o desemprego jovem (15-24 anos) caiu três décimas em abril para 10,2%, próximo do mínimo de 2005.

O número total de desempregados caiu para 33,04 milhões (face a anteriores 33,16 milhões), muito próximo do valor mais baixo alguma vez registado, atingido em julho de 2022.

O desemprego caiu em catorze países da organização, manteve-se estável em dez e aumentou em nove.

Na zona euro, o desemprego caiu uma décima para 6,5%, situando-se no mínimo.

Fora da Europa, houve quedas nos Estados Unidos, Japão, Coreia do Sul e Israel, com aumento no México, Colômbia e Austrália.

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Taxas Euribor sobem a três, seis e 12 meses

  • Lusa
  • 8 Junho 2023

Indexantes do crédito à habitação em Portugal voltam a aproximar-se de máximos dos últimos 15 anos, como consequência da política monetária restritiva do Banco Central Europeu.

As taxas Euribor subiram hoje a três, seis e 12 meses, face a quarta-feira.

  • A taxa Euribor a 12 meses, que atualmente é a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável, subiu nesta quinta-feira para 3,936%, mais 0,013 pontos do que na quarta-feira, depois de ter aumentado em 29 de maio para 3,982%, um novo máximo desde novembro de 2008. Segundo dados de março de 2023 do Banco de Portugal, a Euribor a 12 meses representa 41% do ‘stock’ de empréstimos para habitação própria permanente com taxa variável. Os mesmos dados indicam que as Euribor a seis e a três meses representam 33,7% e 22,9%, respetivamente. A média da taxa Euribor a 12 meses avançou de 3,757% em abril para 3,862% em maio, mais 0,103 pontos.
  • No prazo de seis meses, a taxa Euribor, que entrou em terreno positivo em 06 de junho de 2022, subiu hoje, ao ser fixada em 3,757%, mais 0,024 pontos, depois de ter atingido o novo máximo desde novembro de 2008, de 3,781%, verificado também em 29 de maio. A média da Euribor a seis meses subiu de 3,516% em abril para 3,682% em maio, mais 0,166 pontos.
  • No mesmo sentido, a Euribor a três meses subiu hoje, ao ser fixada em 3,486%, mais 0,027 pontos, face a quarta-feira. No dia 05 de junho deste ano, a taxa Euribor bateu um novo máximo desde novembro de 2008 ao ser fixada em 3,493%. A média da Euribor a três meses subiu de 3,179% em abril para 3,372% em maio, ou seja, um acréscimo de 0,193 pontos percentuais.

As Euribor começaram a subir mais significativamente a partir de 04 de fevereiro de 2022, depois de o Banco Central Europeu (BCE) ter admitido que poderia aumentar as taxas de juro diretoras devido ao acréscimo da inflação na zona euro e a tendência foi reforçada com o início da invasão da Ucrânia pela Rússia em 24 de fevereiro de 2022.

Na mais recente reunião de política monetária, em 04 de maio, o BCE voltou a subir, pela sétima vez consecutiva, mas apenas em 25 pontos base, as taxas de juro diretoras, acréscimo inferior ao efetuado em 16 de março, em 02 de fevereiro e em 15 de dezembro, quando começou a desacelerar o ritmo das subidas em relação às duas registadas anteriormente, que foram de 75 pontos base, respetivamente em 27 de outubro e em 08 de setembro.

Em 21 de julho de 2022, o BCE aumentou, pela primeira vez em 11 anos, em 50 pontos base, as três taxas de juro diretoras.

As taxas Euribor a três, a seis e a 12 meses registaram mínimos de sempre, respetivamente, de -0,605% em 14 de dezembro de 2021, de -0,554% e de -0,518% em 20 de dezembro de 2021.

As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 57 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.

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Tribunal da UE fala em decisão “indevida” de Bruxelas sobre ajudas ilegais à Amazon

  • Lusa
  • 8 Junho 2023

Em causa está uma decisão adotada pelo executivo comunitário em outubro de 2017, na qual a instituição argumentava que o Luxemburgo tinha concedido à Amazon vantagens fiscais indevidas.

O Tribunal Geral da União Europeia (UE) considerou nesta quinta-feira como “indevida” a decisão da Comissão Europeia que condenava alegadas ajudas estatais em forma de benefícios fiscais do Luxemburgo à ‘gigante’ de comércio eletrónico Amazon, insistindo na sua anulação.

“Na opinião da advogada-geral J. Kokott, a Comissão [Europeia] declarou indevidamente que o Luxemburgo tinha concedido à Amazon ajudas de Estado ilegais na forma de vantagens fiscais”, indica o Tribunal de Justiça da UE (TJUE) numa informação hoje enviada à imprensa.

Dando conta destas conclusões, o TJUE explica que, “para provar a existência de uma vantagem fiscal seletiva, a Comissão baseou-se no sistema de referência errado, a saber as Orientações da OCDE [Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico] em matéria de preços de transferência em vez do direito luxemburguês” e, por essa razão, Bruxelas “não conseguiu demonstrar na sua decisão que a decisão fiscal antecipada tivesse concedido uma vantagem seletiva a favor da Amazon”.

Em causa está uma decisão adotada pelo executivo comunitário em outubro de 2017, na qual a instituição argumentava que o Luxemburgo tinha concedido à Amazon vantagens fiscais indevidas de aproximadamente 250 milhões de euros.

“Ao abrigo das regras da UE em matéria de auxílios estatais, isto é ilegal, pois permitiu à Amazon pagar substancialmente menos impostos do que as outras empresas. O Luxemburgo tem agora de recuperar os auxílios ilegais”, defendia a Comissão Europeia.

Esta decisão foi depois contestada pelo Luxemburgo e pela Amazon e, perante isso, a primeira instância do tribunal entendeu que “a Comissão não tinha demonstrado que a carga fiscal tivesse sido artificialmente reduzida” e pediu a anulação da decisão.

Perante isso, o executivo comunitário interpôs um recurso deste acórdão do Tribunal Geral para o Tribunal de Justiça.

Agora, a advogada-geral defende que “a Comissão se baseou exclusivamente nas Orientações da OCDE em matéria de preços de transferência, embora o direito luxemburguês não fizesse referência a estas orientações quando foi emitida a decisão fiscal antecipada”.

Por isso, “o Tribunal Geral anulou corretamente a decisão em causa”, acrescenta.

Para a advogada-geral, “a Comissão cometeu um erro de direito ao não se basear no direito nacional luxemburguês como o sistema de referência pertinente para a sua análise da existência de uma vantagem seletiva” e, devido a este erro, “todas as considerações que se seguiram na decisão da Comissão estão também feridas de erros de direito”.

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Economia portuguesa com terceiro maior crescimento da UE no primeiro trimestre

Entre janeiro e março, PIB português cresceu 1,6% face ao trimestre anterior, ficando apenas atrás da Polónia e do Luxemburgo. Na variação homóloga, Portugal encontra-se no sexto lugar.

A economia portuguesa teve o terceiro maior crescimento na União Europeia no primeiro trimestre do ano. O PIB nacional subiu 1,6% face aos três meses anteriores, revelam os dados publicados nesta quinta-feira pelo gabinete de estatísticas europeu Eurostat. A zona euro, no entanto, entrou em recessão técnica.

Entre janeiro e março, o crescimento da economia em cadeia de Portugal apenas ficou atrás da Polónia (+3,8%) e do Luxemburgo (+2%). Em sentido contrário, a economia irlandesa registou a maior travagem, ao cair 4,6% face ao período entre outubro e dezembro de 2022.

Na média europeia, a economia cresceu 0,1%, regressando a terreno positivo depois do recuo de 0,2% no trimestre anterior. Na média da zona euro, contudo, a economia travou pelo segundo trimestre consecutivo, com menos 0,1%. Isto significa que entrou em recessão técnica.

Para esta diminuição contribuiu a descida de 0,3% nos gastos dos consumidores, o menor investimento público (-1,6%) e a diminuição das exportações (-0,1%). O investimento privado cresceu 0,6% na zona euro, assinala o Eurostat.

Na variação homóloga, Portugal registou o sexto melhor desempenho no primeiro trimestre do ano. A economia portuguesa aumentou 2,5%, voltando a diminuir o ritmo de crescimento face aos três trimestres anteriores. Nesta comparação, Portugal ficou atrás de Espanha, Chipre, Malta, Roménia e Croácia. A Estónia teve a maior travagem, ao cair 3,7%.

Evolução no trabalho

Os dados do Eurostat também permitem verificar o desempenho dos países em relação ao emprego e às horas trabalhadas. Nestes campos, Portugal tem um comportamento mais discreto em comparação com os homólogos europeus: em relação aos empregos criados, a economia portuguesa cresceu 1,2% em comparação com o trimestre anterior, recuperando de dois períodos consecutivos de quebra. Ainda assim, Portugal foi o quinto melhor país, empatado com a Croácia, e teve um desempenho acima da média da zona euro e da UE, de 0,6% e de 0,5%, respetivamente.

Na comparação com o primeiro trimestre de 2022, o crescimento do emprego de Portugal foi de apenas 0,3%, abaixo dos 0,4% no último trimestre de 2022. Portugal teve o segundo pior desempenho, apenas à frente da Hungria. Por conta disso, o comportamento português ficou abaixo da média da zona euro e da UE, de 1,6%.

Em relação às horas trabalhadas, Portugal teve um crescimento de 1,3% na variação em cadeia e de 1,6% na variação homóloga.

(Notícia atualizada às 10h46 com mais informação)

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Arrendamento de devolutos nunca será solução de larga escala, defende ministra da Habitação

  • Lusa
  • 8 Junho 2023

250 municípios estão a apostar em estratégias locais de habitação. Ministra Marina Gonçalves pondera linha bonificada para cooperativas e conta com transição de casas do alojamento local.

O arrendamento forçado de casas devolutas nunca será uma solução que responda em larga escala ao problema da habitação, reconhece a ministra Marina Gonçalves, mostrando abertura para discutir instrumentos que permitam mobilizar este património com maior assertividade.

Lembrando que a figura do arrendamento forçado para habitações devolutas já existe na lei, a ministra da Habitação, refere, em entrevista à Lusa, que o objetivo da proposta do Governo é tornar este instrumento eficaz.

“Temos de realmente tornar estes instrumentos eficazes na dimensão que eles têm” e ver em que medida respondem, disse a ministra, reconhecendo que este “não é um instrumento em si que vai resolver a política habitacional, nunca será um instrumento que responda em larga escala”, ainda que possa ser muito útil.

“Aquilo que nós estamos aqui a fazer é acrescentar um instrumento para os municípios, na definição de estratégias, onde muitos destes municípios, estes em concreto [Lisboa e Porto], dizem ter carências habitacionais, têm carências habitacionais e estão a trabalhar para resolver essas carências”, referiu a ministra quando questionada sobre o facto de as autarquias de Lisboa e do Porto já terem dito que não pretendem fazer uso do arrendamento forçado.

A ministra admite, contudo que se a eficácia da medida é posta em causa e se há instrumentos alternativos, que é neles que se deve trabalhar. “Se acharmos em conjunto, no debate do parlamento, que há instrumentos que conseguem mobilizar o património devoluto com maior assertividade do que aquele que nós apresentamos, estamos sempre dispostos a fazer essa discussão”, afirmou.

A ministra assinalou também que “todos” os 308 municípios do país estão a trabalhar nas Estratégias Locais de Habitação (ELH), no âmbito do programa 1.º Direito.

Desse total, adiantou, 250 já têm as ELH “em execução, em projeto ou em obra”, número representa pouco mais do que os 242 que já o tinham feito há dois meses, quando o Governo fez o último balanço.

Mas, a ministra sublinha que “a maior parte” dos restantes 58 municípios está “mesmo em fase final de aprovação” das estratégias.

“É um esforço que está mesmo a ser feito por todo o país, inclusive nas regiões autónomas, em complementaridade com os programas regionais que estão em curso”, sublinha.

Os municípios identificaram, até agora, cerca de 67 mil famílias a viverem em condições indignas.

As Estratégias Locais de Habitação assentam “em mais de 40%” na reabilitação do parque habitacional dos municípios, “muito dele devoluto porque não havia fontes de financiamento”, contabiliza a ministra.

Marina Gonçalves regista também “um avanço muito positivo” no número de proprietários privados que querem reabilitar devolutos. “Temos várias centenas de proprietários privados que já apresentaram candidaturas no IHRU [Instituto da Habitação e Reabilitação Urbana]”, disse.

Transição do alojamento local

A ministra da Habitação não tem previsões sobre o número de casas do alojamento local que possam sair desta atividade para o arrendamento habitacional, mas afirma que “quantas mais forem, melhor”, pois todas ajudam na resposta ao problema da habitação.

“Temos cerca de 70 mil apartamentos no alojamento local, no país todo […]. Se tivéssemos parte de apartamentos, destes 70 mil, que são apartamentos habitacionais, [se parte deles] pudessem ser mobilizados para a habitação, era uma grande ajuda para aquela que é a emergência e a urgência da resposta habitacional”, sublinha a ministra.

Marina Gonçalves não tem previsões sobre o número destas casas que possa passar para o arrendamento habitacional, mas não tem dúvidas: “Quantas mais vierem deste número, melhor resposta teremos no mercado habitacional, nesta modalidade de apartamento”, sendo “difícil dizer que seriam 10, que seriam 20, que seriam 100”.

O programa Mais Habitação contempla incentivos fiscais, determinando que quem mude uma casa do alojamento local (AL) para o arrendamento fique isento de IRS nas rendas durante vários anos, não tendo também limites na definição do valor da renda. Por outro lado, nas zonas de pressão urbanística, o AL será sujeito a uma contribuição extraordinária de 20% – que incide sobre uma parte do rendimento gerado e cujo cálculo tem em conta os valores médios do arrendamento e da receita do imóvel.

O objetivo desta medida é, precisa a ministra, criar incentivos que mobilizem e não obrigar à mudança. “Não estou a obrigar, não estou a acabar com o alojamento local, não estou a obrigar a transitar para o arrendamento, estou a criar um incentivo para dizer: é apelativo o arrendamento”, acentua.

Sobre os vistos ‘gold’ e nomeadamente a reivindicação das regiões autónomas de ficarem de fora das novas limitações contempladas no Mais Habitação, Marina Gonçalves considera que, com a proposta do Governo em discussão no parlamento, esta é a fase “de ouvir todas as propostas”.

Salienta, contudo, que mais de 90% dos investimentos dos vistos ‘gold’ é no imobiliário, o que acaba por ter um efeito indireto no mercado habitacional “porque faz aumentar, obviamente, o custo da habitação”, como refere o relatório que mediu o impacto destas autorizações de residência.

“Não queremos com isto desincentivar o investimento no país, pelo contrário, mas já temos uma política de vistos geral, um regime geral de atribuição de vistos que assenta também no investimento”, precisa a governante, lembrando que esta é uma discussão que está a ser feita um pouco por toda a Europa.

Relativamente a medidas como a que foi tomada pelo Canadá (que impediu a venda de casas a não residentes) e ao impacto que a atração de nómadas digitais está também a ter nos preços da habitação, Marina Gonçalves, admite que esta terá algum impacto indireto, mas “não tem dimensão”.

“[O impacto dos nómadas digitais] Não tem uma dimensão por si, vista individualmente, uma dimensão indireta no preço da habitação”, refere, considerando que, com isto, não quer dizer que não se deva “fazer esse debate no futuro”.

Linha bonificada para cooperativas

O Governo ainda está a desenhar a linha de financiamento para as cooperativas, “mas a ideia é que seja bonificada”. Marina Gonçalves reconhece entraves no acesso ao financiamento e ao crédito por parte das cooperativas.

“Estamos a trabalhar com o Banco de Fomento numa linha de financiamento sustentável, mais duradoura, em função dos projetos, que permita responder às cooperativas enquanto projeto” coletivo e não individual, “de cada cooperante”.

“Ainda estamos a definir o modelo, mas a ideia é que seja uma linha bonificada pelo Estado, para permitir essa sustentabilidade”, adianta, recordando o exemplo recente de dois terrenos do Estado colocados a concurso que “ficaram desertos, precisamente pela dimensão de financiamento” e pela “incapacidade das cooperativas” de acederem a esse financiamento.

Questionada sobre a hipótese de as cooperativas poderem propor terrenos públicos a projetos, a ministra disse que “a ideia é conjugar várias dimensões”: mobilização de terrenos públicos para aquele fim habitacional, linha de financiamento e capacitação do setor cooperativo.

Em abril, quando ouvidas pela Lusa, as cooperativas notavam que persistem entraves ao acesso ao financiamento e à participação em todas as fases dos projetos e queixaram-se da falta de “um diálogo sério” sobre o que são realmente cooperativas.

Por exemplo, a Rizoma, uma dessas cooperativas, defende alterações ao crédito.

“Quando cada membro tem de fazer individualmente um empréstimo à banca, está-se a matar a ideia de que o dinheiro é comum. O risco deixa de ser partilhado e passa a ser uma ideia individualizada do que é viver numa cooperativa”, explicou Bernardo Fernandes, membro da Rizoma, um dos cinco coletivos da Área Metropolitana de Lisboa que integram a Rede Co-Habitar, já com dois projetos em processo de construção, nos concelhos de Mafra (distrito de Lisboa) e Moita (Setúbal).

Segundo dados fornecidos à Lusa pela Cooperativa António Sérgio para a Economia Social, atualmente estão registadas 175 cooperativas de habitação e construção, na “grande maioria” em regime de propriedade individual, ainda que a propriedade coletiva tenha começado “a ser mais usada recentemente, em algumas das poucas cooperativas de habitação e construção que se têm vindo a constituir e que pretendem usar o sistema de habitação colaborativa”.

A ministra Marina Gonçalves promete um “trabalho de parceria”, entre Estado (Instituto da Habitação e Reabilitação Urbana), municípios e cooperativas, para “montar um modelo que seja eficaz”.

Só depois desse trabalho serão conhecidos critérios de elegibilidade, montantes e prazos.

“A proposta, neste momento, está a ser desenhada”, ressalva.

O Programa Mais Habitação propõe o reforço fiscal e da linha de financiamento das cooperativas, incluindo uma verba de 250 milhões de euros para os setores privado e cooperativo, mas desconhece-se a parte que será aplicada especificamente às cooperativas.

“O setor cooperativo é parte fundamental para responder de forma estrutural aos problemas de habitação, no modelo colaborativo e na lógica de partilha de comunidade”, destaca Marina Gonçalves.

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Empresas vão poder usar verbas do Fundo de Compensação em creches e refeitórios

  • Lusa
  • 7 Junho 2023

As empresas que aumentarem salários em pelo menos 5,1% este ano, através de portarias de extensão, terão também direito ao benefício fiscal em sede de IRC nos anos de 2023 e em 2024,

As empresas vão poder usar as verbas do Fundo de Compensação do Trabalho (FCT) para investirem em creches ou refeitórios, além de apoios à habitação e formação, desde que haja acordo dos trabalhadores, disse esta quarta-feira a ministra do Trabalho.

A mobilização das verbas do FCT, fundo criado no tempo da troika em 2013 para ajudar a pagar parte das indemnizações por despedimento, e cujo valor global ascende a cerca de 675 milhões de euros, podem ser usadas “para outros investimentos”, disse a ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Ana Mendes Godinho, à saída de uma reunião da Concertação Social.

O acordo de rendimentos assinado em outubro na Concertação Social já previa a mobilização das verbas do fundo para habitação, formação de trabalhadores e indemnizações, mas segundo a ministra, foi acolhida uma proposta dos parceiros para que possa também ser usada, por exemplo “em creches e refeitórios”. O uso das verbas para estes fins só pode ser mobilizado “com o acordo dos representantes dos trabalhadores”, referiu a governante.

As empresas deixaram de contribuir com os descontos mensais de cerca de 1% para o FCT em maio, com a entrada em vigor da Agenda do Trabalho Digno. De acordo com a proposta do Governo, a mobilização das verbas do FCT pode ser feita “a partir do último trimestre de 2023 e até 31 de dezembro de 2026”.

Os saldos das empresas inferiores a 400 mil euros podem ser mobilizados até duas vezes, enquanto os saldos superiores a este valor podem ser mobilizados até quatro vezes, segundo a proposta.

Empresas abrangidas por portarias de extensão têm incentivo fiscal em 2023 e 2024

As empresas que aumentarem salários em pelo menos 5,1% este ano, através de portarias de extensão, terão direito ao benefício fiscal em sede de IRC nos anos de 2023 e em 2024, disse ainda a ministra do Trabalho.

A majoração em IRC, que estava prevista no acordo de rendimentos assinado em outubro na Concertação Social e no Orçamento do Estado para 2023 (OE2023) aplicar-se-á assim em 2023 e 2024 também às portarias de extensão mas, nos dois anos seguintes, o benefício fiscal irá abranger apenas as empresas que negoceiem diretamente através da contratação coletiva.

Em causa está o benefício fiscal em sede de IRC para as empresas que aumentem salários em pelo menos 5,1% este ano, através da negociação coletiva, como define o acordo. Para a ministra, esta foi a “solução equilibrada” encontrada entre os parceiros sociais para a operacionalização da medida.

A solução não mereceu, no entanto, o acordo da CIP – Confederação Empresarial de Portugal, com o presidente, Armindo Monteiro a defender que a medida devia abranger todas as empresas que este ano aumentassem salários em pelo menos 5,1%, independentemente da negociação coletiva.

O presidente da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP), João Vieira Lopes, disse que “a solução não foi ótima, mas foi aceitável” e indicou que na próxima reunião será discutida a possibilidade de, no âmbito do Orçamento do Estado para 2024 (OE2024), ser alargada a mais empresas.

Segundo o relatório do OE2023, mais de 500 mil empresas poderão beneficiar do incentivo fiscal à valorização salarial, medida cujo impacto orçamental em 2024 será de 75 milhões de euros. A medida prevê uma majoração em 50% de todos os custos – quer remuneração fixa, quer contribuições sociais – inerentes à valorização salarial.

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Mais de um quinto dos trabalhadores recebiam salário mínimo em março

  • Lusa
  • 7 Junho 2023

"Em março de 2023, havia menos 80 mil trabalhadores" com salário mínimo nacional face a março de 2022, "apesar do volume de emprego ter crescido", segundo o Governo.

A percentagem de trabalhadores a receber o salário mínimo nacional caiu 2,2 pontos percentuais no primeiro trimestre do ano, face ao período homólogo, para 22,4%, segundo dados do Ministério do Trabalho divulgados esta quarta-feira na Concertação Social.

O documento apresentado na reunião com os parceiros sociais não refere, contudo, qual o número total de trabalhadores a receber atualmente o salário mínimo nacional. Os cálculos do gabinete de estratégia e planeamento do ministério têm por base as declarações mensais de remunerações dos trabalhadores por conta de outrem e dos MOE (membros de órgãos estatutários – administradores, gestores e gerentes não sujeitos contrato de trabalho).

A diminuição da percentagem de trabalhadores a ganhar o salário mínimo “foi transversal a ambos os géneros e aos jovens (-3,0 pontos percentuais (p.p.) nas mulheres, -1,5 p.p. nos homens e -2,6 p.p. nos trabalhadores com menos de 25 anos)”, indica o ministério.

Assim, acrescenta a mesma fonte, “em março de 2023, havia menos 80 mil trabalhadores” com salário mínimo nacional face a março de 2022, “apesar do volume de emprego ter crescido”.

O documento indica ainda que cerca de 107 mil trabalhadores mudaram de posto de trabalho entre outubro de 2022 e março de 2023 tendo obtido um aumento salarial médio de 13%, ou seja, cerca de 150 euros. Do total de trabalhadores que mudaram de posto de trabalho, 52 mil são jovens que receberam, em média, aumentos de 16% (cerca de 160 euros) no mesmo período de seis meses.

O Governo volta também a destacar que, em termos gerais, até abril, os salários cresceram em média cerca de 8% face ao ano passado, para 1.328 euros, ao mesmo tempo que se regista um crescimento do emprego declarado (mais 180 mil trabalhadores face a 2022).

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Sindicatos de professores marcam greve para 15 e 20 de junho às provas de aferição

  • Lusa
  • 7 Junho 2023

O pré-aviso de greve, entregue esta quarta-feira, abrange os dias 15 e 20 de junho, e as provas de aferição do 1.º ciclo do ensino básico (2.º ano).

A plataforma de nove organizações sindicais de professores apresentou esta quarta-feira um pré-aviso de greve para os dias 15 e 20 de junho, às provas de aferição do 1.º ciclo do ensino básico (2.º ano).

A plataforma é composta pela Associação Sindical de Professores Licenciados (ASPL), Federação Nacional dos Professores (Fenprof), Federação Nacional da Educação (FNE), Pró-Ordem dos Professores (Pró-Ordem), Sindicato dos Educadores e Professores Licenciados (Sepleu), Sindicato Nacional dos Profissionais de Educação (Sinape), Sindicato Nacional e Democrático dos Professores (Sindep), Sindicato Independente dos Professores e Educadores (SIPE) e Sindicato Nacional dos Professores Licenciados pelos Politécnicos e Universidades (Spliu).

Os professores estão a realizar há vários meses greves com reivindicações relacionadas com a carreira, designadamente a contagem do tempo de progressão congelado (seis anos, seis meses e 23 dias), a última das quais na terça-feira, durante a qual milhares de professores saíram à rua no norte e no sul do país “para exigirem respeito” e pedirem os seis anos, seis meses e 23 dias de tempo de serviço prestado e não pago.

Apesar de manifestarem cansaço da luta, prometem “não parar”. O secretário-geral da Fenprof, Mário Nogueira, disse durante o protesto que os professores “estão determinados em lutar agora” e no próximo ano letivo caso seja necessário, considerando que o Ministério liderado por João Costa está “a levar a escola e a profissão de docente a definharem”.

A plataforma de nove organizações de professores promete novo protesto para sábado, no Peso da Régua, onde se celebra o 10 de Junho.

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ONU prevê agravamento do impacto da rutura de barragem

  • Lusa
  • 7 Junho 2023

O desastre provavelmente irá piorar nas próximas horas, pois o nível das águas continua a subir e mais localidades serão inundadas, adianta a ONU.

As Nações Unidas (ONU) consideraram esta quarta-feira provável que o impacto humanitário da destruição da barragem de Kakhovka, no sul da Ucrânia, “se agrave nas próximas horas” e que isso aumente seriamente os riscos de saúde das populações mais próximas.

O porta-voz da ONU, Stéphane Dujarric, disse que o Escritório de Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA) e cinco outras agências avaliam os danos e a resposta humanitária com organizações e autoridades locais em Kherson, onde a barragem está localizada.

“Dizem-nos que o desastre provavelmente irá piorar nas próximas horas, pois o nível das águas continua a subir e mais localidades serão inundadas. Isso afetará o acesso das pessoas aos serviços essenciais e aumentará seriamente os riscos sanitários”, explicou Dujarric na sua conferência de imprensa diária em Nova Iorque.

A rutura da barragem de Kakhovka inundou centenas de casas e mais de 10.000 hectares de terras agrícolas na margem oeste do rio Dniepre, que divide a província de Kherson e cuja margem oriental é controlada pela Rússia. Cerca de 5.900 pessoas foram retiradas das zonas inundadas, segundo a última atualização das autoridades ucranianas e russas.

A ONU e as suas agências distribuíram milhares de garrafas de água, produtos de purificação de água e outros itens essenciais para crianças, assim como alimentos, em cinco cidades em Kherson e Mykolaiv, disse o OCHA. A agência alertou que centenas de milhares de pessoas dependiam do reservatório de Kakhovka para obter água potável e os seus níveis “estão a diminuir rapidamente”, um problema além da potencial contaminação das fontes de água devido às inundações.

“A destruição da barragem provavelmente afetará a segurança alimentar”, já que as novas plantações estavam na superfície inundada e danificaram os sistemas de irrigação não apenas na região de Kherson, mas também em Dnipro e em Zaporijia. A área inundada é ainda maior na margem leste do rio, onde estava localizada a nova central hidroelétrica de Kakhovka, mas as autoridades ucranianas não podem oferecer um balanço preciso dos danos, já que esta parte da província de Kherson é ocupada pela Rússia.

Martin Griffiths, subsecretário-geral da ONU para os Assuntos Humanitários e Coordenador de Assistência de Emergência, disse na terça-feira aos membros do Conselho de Segurança que a destruição da barragem é “possivelmente o incidente mais significativo de danos a uma infraestrutura civil” desde que a invasão russa da Ucrânia começou, em fevereiro de 2022.

A Ucrânia e a Rússia acusam-se mutuamente da destruição de parte da barragem, que fornece água à península da Crimeia, ocupada e anexada pela Rússia em 2014.

A generalidade da comunidade internacional culpou a Rússia, mas o secretário-geral da ONU, António Guterres, mostrou-se prudente numa reação divulgada na terça-feira, por falta de informações independentes. Considerou, porém, tratar-se de uma “monumental catástrofe humana, económica e ecológica”, e mais uma “consequência devastadora da invasão russa” da Ucrânia.

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