Grupo de aviação IAG admite concorrer à privatização da TAP

  • Lusa
  • 6 Junho 2023

A empresa-mãe da Iberia admite concorrer à privatização da TAP. O presidente do grupo IAG revelou estar a estudar as condições oferecidas pelo Governo.

A International Airlines Group (IAG), empresa-mãe da Iberia, admite concorrer à privatização da TAP, paralelamente ao processo de compra da Air Europa, caso as condições definidas pelo Governo português o permitam e façam sentido para a empresa.

Vamos ver o que o Governo português pondera neste processo e analisar se é interessante para a IAG“, indicou o presidente executivo do grupo de aviação, Luis Gallego, em declarações à agência EFE.

Gallego, que participa por estes dias da 79.ª assembleia geral da Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA), sublinhou que o grupo está sempre à procura de oportunidades de consolidação.

Recordou, por exemplo, que analisou a compra da Norwegian, mas nunca a concretizou, enquanto continua a tentar a da Air Europa, compra que depende do nível de exigências que a Direção-Geral da Concorrência e a Comissão Europeia (CE) impuserem a esta operação.

A TAP pode ser uma opção, mas primeiro temos de ver em que condições vai ser privatizada e se faz sentido para a nossa rede e para os nossos clientes“, referiu.

Explicou que, em princípio, os mercados em que a Air Europa e a TAP operam são complementares, já que esta última voa sobretudo para o Brasil, onde o seu grupo tem pouca presença. Logo “poderão ser duas operações a avançar em paralelo”.

Sobre a proximidade entre o aeroporto de Lisboa e o aeroporto de Madrid-Barajas, comentou que o grupo IAG, sendo internacional e com várias companhias aéreas (Iberia, British Airways, Vueling, Aer Lingus, Iberia Express e Level) trabalha, por exemplo, no Atlântico Norte, com uma dupla estrutura ‘hub’: Dublin e Londres.

Este tipo de preocupação surgiu também com a operação de compra da Aer Lingus, reconheceu, explicando que, nessa altura, questionou “se a sua integração na IAG ia ser má para a empresa irlandesa porque a BA poderia, de alguma forma, devorá-la”. “E não tem sido assim”, acrescentou.

Na sua opinião, o modelo IAG é o melhor, uma vez que é menos integrado a nível comercial e de rede e as marcas mantêm a sua identidade, os seus clientes e as suas receitas.

“Somos um modelo único”, que não tem tanto grau de sobreposição entre as diferentes marcas do grupo, destacou.

Na sua opinião, quando forem tornadas públicas as condições do processo de privatização da TAP, os três grandes grupos europeus da rede — IAG, Air France-KLM e Lufthansa — vão, “pelo menos”, ver se têm interesse.

Em relação à Air Europa, o grupo de aviação IAG já teve as primeiras reuniões com o Comissão Europeia (CE).

O grupo tem uma abordagem pró-ativa nas rotas onde considera poder haver mais problemas de concorrência, mas Gallego não revelou se é semelhante àquela que apresentou na primeira tentativa de obter a aprovação da CE para a operação, em plena pandemia de covid.

Estamos a rever com a CE o que poderá fazer sentido” porque o contexto em que os acordos com a Volotea e a World2Fly foram apresentados como solução possível é agora diferente.

As companhias aéreas estão a sair da crise e a procura é elevada, face a um contexto, naquela altura, em que muitas empresas poderiam desaparecer, embora também seja verdade que agora é hora de pagar a dívida gerada durante a Covid, considerou, sublinhando: “É outra abordagem, mas o problema é o mesmo”.

Sobre as perspetivas para este ano, disse que não se sabe se o atual crescimento do tráfego se vai manter ao longo do tempo.

O segundo trimestre e o terceiro têm boas perspetivas, mas o último não se sabe, uma vez que o tráfego corporativo ainda está abaixo dos níveis de 2019. Além disso, há muitas incertezas, como a guerra na Ucrânia e o preço do combustível, entre outras.

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Portugal é dos países que mais vende dívida pública a famílias

  • ECO
  • 6 Junho 2023

No final de 2022, investidores a retalho detinham cerca de 13% da dívida nacional, o que compara com 8% em Itália, 2,9% em França. Bagão Félix considera que o Governo errou ao terminar com série E.

Com os investidores a retalho a deter cerca de 13% do total da dívida nacional no final do ano passado, Portugal tem uma das maiores parcelas da dívida pública nas mãos das famílias entre os países da União Europeia, noticia o Jornal de Negócios (acesso pago). A percentagem é apenas próxima dos 8% de Itália, enquanto países como França (2,9%), Alemanha (1,6%) ou Espanha (1%) estão muito abaixo.

A decisão do Governo de mudar as condições dos Certificados de Aforro tem sido alvo de duras críticas por ser considerada uma cedência à banca. Em declarações à TSF (acesso livre), António Bagão Félix considera que o Governo errou ao terminar com a série E dos Certificados de Aforro, apontando que o argumento do Estado, de que está a gerir a dívida pública, “não colhe muito”. Apesar de a taxa de remuneração da série suspensa ser de 3,5%, “em termos líquidos dava 2,52% para o aforrador, mesmo assim longe da taxa de inflação”, assinala o antigo ministro das Finanças e antigo ministro da Segurança Social.

Já Filipe Grilo, especialista em Economia da Porto Business School, admite que “financeiramente esta decisão faz sentido. “Mas discordo desta visão”, ressalva, defendendo que os Certificados devem funcionar mais como um incentivo à poupança do que como uma fonte de financiamento alternativo para o Estado.

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Maze Impact relança Maze X. Vai apoiar dez startups por ano

O Maze X investe em negócios focados nos segmentos mais vulneráveis da população que fazem face aos desafios causados pelas alterações climáticas, demográficas e digitais. Tem 1 milhão já assegurados.

Depois de dez anos a acelerar e investir em mais de 200 empresas europeias early-stage de impacto social e ambiental, a Maze Impact lança agora um novo veículo de investimento para apoiar equipas recém-formadas que se preparam para a sua primeira ronda de investimento. O MazeX investe em negócios focados nos segmentos mais vulneráveis da população que procuram fazer face aos desafios causados pelas alterações climáticas, demográficas e digitais. A Maze X planeia fazer dez investimentos por ano a partir de 2023. O montante global para o primeiro ano é de um milhão de euros e já está assegurado.

“Embora o investimento de impacto represente 18% do capital de risco europeu, existe ainda uma enorme oportunidade para investir em soluções que contribuam ativamente para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas que estão subfinanciados como a educação, a saúde mental e o futuro do trabalho. A Maze X investe em empresas recém-formadas e oferece uma abordagem prática para apoiar os empreendedores a escalarem o seu impacto”, comenta Rita Casimiro, diretora da Maze X, em comunicado.

Assegurámos financiamento para o primeiro ano — 1 milhão de euros — e, a partir de agora, estaremos continuamente a angariar fundos para os anos seguintes”, adianta fonte oficial ao ECO Trabalho.

O veículo Maze X foi lançado pela primeira vez em 2019 como um programa de aceleração de startups e, desde então, trabalhou com 29 empresas que angariaram em termos agregados 59 milhões de euros de investimento e geraram 31 milhões de euros em receitas. Metade destas empresas foi fundada por mulheres. Após esta experiência, o programa Maze X é agora relançado como um veículo de investimento.

Ao receberem investimento, as startups começam a sua jornada com um programa de apoio customizado de três meses onde irão melhorar a sua estratégia de vendas, go-to-market, angariação de investimento, e gestão do impacto. Após esse período, as startups mantém acesso vitalício à plataforma de serviços não financeiros da Maze X, que inclui diretórios de investidores, parceiros comerciais, especialistas, soluções de recrutamento, entre outros.

Embora o investimento de impacto represente 18% do capital de risco europeu, existe ainda uma enorme oportunidade para investir em soluções que contribuam ativamente para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas que estão subfinanciados como a educação, a saúde mental e o futuro do trabalho.

Rita Casimiro

Diretora da Maze X

O programa, a plataforma e a equipa da Maze X, com mais de dez anos de experiência em empreendedorismo e investimento de impacto, permite a estas equipas recém-formadas multiplicar por três a sua capacidade de execução antes da sua primeira ronda de financiamento, assegura a empresa europeia de investimento de impacto baseada em Lisboa.

A Maze X conta com o apoio do Grupo Ageas Portugal e da Fundação Ageas em Portugal, bem como de business angels como Andrea Sinclair, que foi nomeada Angel Investor of the Year pela UK Business Angels Association.

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Governo reforça em 40% financiamento para criar novas camas de cuidados continuados

  • ECO
  • 6 Junho 2023

A medida insere-se no âmbito do PRR, que prevê que até 2025 os cuidados continuados tenham mais 5.500 camas e os cuidados paliativos de baixa complexidade ganhem mais 400 camas.

O Governo vai aumentar em 40% o financiamento para a criação de novas camas da Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados (RNCCI) e da Rede Nacional de Cuidados Paliativos (RNCP).

De acordo com o Público (acesso condicionado), a medida insere-se no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), que prevê que até 2025 os cuidados continuados tenham mais 5.500 camas e os cuidados paliativos de baixa complexidade ganhem mais 400 camas. Assim, com este reforço, o valor de financiamento pelo PRR de cada nova cama de internamento passa de 30 para 42 mil euros.

O secretário de Estado da Saúde Ricardo Mestre explica ao jornal que o reforço no financiamento “visa criar as condições” para ser possível “implementar estas 5.500” novas camas da Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados e “reforçar a rede” que passará a ficar com 15 mil lugares.

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Kiev acusa Rússia de destruir barragem em Kakhovka. Destruição provocou derrame de 150 toneladas de óleo

  • Lusa
  • 6 Junho 2023

Destruição parcial da barragem resultou no derrame de 150 mil toneladas de óleo de motor no rio Dniepre. Inundações afetaram 24 localidades e cerca de mil civis foram retirados de Kakhovka.

As autoridades ucranianas acusaram esta terça-feira as tropas russas de fazerem explodir a barragem da central hidroelétrica de Kakhovka e pediram aos residentes nas zonas junto ao rio Dnipro, no sul da Ucrânia, que abandonem as habitações.

De acordo com as autoridades, a destruição resultou no derrame de 150 toneladas de óleo de motor no rio Dniepre. “Há também o risco de novas fugas de óleo, que terão um impacto negativo no ambiente”, alertou Daria Zarivna, assessora do chefe da administração presidencial ucraniana, Andriy Yermak, citada pela agência francesa AFP.

Numa mensagem na rede social Telegram, Yermak acusou a Rússia de ter cometido um ecocídio, um crime contra o ambiente.

Yermak alertou também que as cheias irão afetar os sistemas de irrigação na zona e prejudicar gravemente a produção agrícola, sendo “um golpe para a segurança alimentar mundial”. Trata-se do “pior desastre provocado pelo homem no mundo nas últimas décadas”, considerou Yermak, citado pela EFE.

O Comando Sul das Forças Armadas ucranianas avançou a destruição da infraestrutura, a 60 quilómetros da cidade de Kherson, e indicou que está a investigar a extensão dos danos, bem como a velocidade e a quantidade de água que deverá afetar as áreas vizinhas.

A Agência Internacional da Energia Atómica declarou que não havia “qualquer risco imediato para a segurança nuclear da central” de Zaporizhzhia, mas que estava a acompanhar a situação. Ainda assim, uma porta-voz do comando do sul da Ucrânia disse que a destruição da barragem afetará “certamente” o funcionamento da central nuclear, mas que não havia “necessidade de agravar a situação agora e tirar as conclusões mais críticas”.

O chefe da Administração Militar Regional de Kherson, Oleksandr Prokudin, disse, num vídeo publicado na plataforma Telegram, pouco antes das 07:00 (05:00 em Lisboa), que “o exército russo cometeu mais um ato de terror”.

Pelas 13h00, o ministro do Interior ucraniano, Igor Klymenko deu conta de que a destruição parcial da barragem de Kakhovka, no sul da Ucrânia, provocou já inundações em 24 localidades e cerca de mil civis foram retirados da zona.

As autoridades ucranianas disseram anteriormente que as inundações podem afetar 26 mil pessoas em 80 localidades.

O Ministério do Interior ucraniano pediu aos residentes de 10 aldeias na margem direita do rio Dnipro e de partes da cidade de Kherson que reúnam os documentos essenciais e animais de estimação, desliguem os aparelhos elétricos e abandonem as casas.

Imagens que circulam nas redes sociais, e que parecem ser de uma câmara de vigilância, com vista para a barragem, mostram um foco de luz, uma explosão e a barragem a desabar.

O chefe do gabinete da Presidência ucraniana, Andriy Yermak, revelou que o Presidente Volodymyr Zelensky, convocou, de forma urgente, uma reunião do Conselho de Segurança do país, após “mais um crime de guerra cometido pelo terroristas russos“.

Em resposta, Moscovo disse que a barragem desmoronou “devido a danos” causados pelo conflito, confirmando que os terrenos próximos estão a sofrer inundações.

“A barragem não aguentou, um suporte desabou e a inundação começou”, disse uma fonte à agência de notícias oficial russa TASS.

A barragem e a sua central hidroeléctrica, construídas em 1956, eram uma das maiores instalações energéticas da Ucrânia, contendo cerca de 18 quilómetros cúbicos de água e fornecendo eletricidade a mais de três milhões de pessoas.

Sendo uma parte crucial da infraestruturas energética do país, “a sua destruição teria consequências de grande alcance para além da área imediata“, disse Mustafa Nayyem, diretor da Agência Estatal para a Restauração da Ucrânia, acrescentando que poderia “levar a centenas de milhares de vítimas“.

“As forças militares russas podem considerar que o rompimento da barragem poderia cobrir a sua retirada da margem direita do Dnipro e impedir ou atrasar o avanço da Ucrânia através do rio”, disse Nayyem.

O autarca da cidade ocupada de Nova Kakhovka disse que, por volta das 02:00 (23:00 de segunda-feira em Lisboa), as forças ucranianas realizaram “uma série de ataques à central hidroelétrica de Kakhovka, que destruíram as válvulas”.

Também de acordo com a TASS, Vladimir Leontiev disse a água estava a sair da represa “de forma incontrolável”.

A Ucrânia e a Rússia tinham vindo a trocar acusações sobre alegados ataques à barragem e, em outubro, Zelensky avisou que a Rússia tinha colocado explosivos na estrutura para causar uma inundação e dificultar o avanço das tropas ucranianas.

Em fevereiro, os níveis da água na barragem de Kakhovka estavam tão baixos que muitos temiam um colapso na central nuclear de Zaporijia, ocupada pelos russos, cujos sistemas de arrefecimento são abastecidos com água de um reservatório mantido pela barragem.

Em meados de maio, após fortes chuvas e com a neve de inverno a derreter, os níveis da água subiram além dos níveis normais, inundando aldeias próximas.

 

Notícia atualizada às 13h36 com mais informações

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Hoje nas notícias: Certificados de Aforro, camas e Segurança Social

  • ECO
  • 6 Junho 2023

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

Portugal tem uma das maiores parcelas da dívida pública nas mãos das famílias entre os países da União Europeia. O antigo ministro das Finanças António Bagão Félix defende que o Governo errou ao mudar as condições dos Certificados de Aforro. O Governo vai aumentar em 40% o financiamento para a criação de camas de cuidados continuados e cuidados paliativos. Conheça estas e outras notícias em destaque na imprensa nacional esta terça-feira.

Portugal é dos países que mais vende dívida pública a famílias

Com os investidores a retalho a deter cerca de 13% do total da dívida nacional no final do ano passado, Portugal tem uma das maiores parcelas da dívida pública nas mãos das famílias entre os países da União Europeia. A parcela é apenas próxima dos 8% de Itália, enquanto países como França (2,9%), Alemanha (1,6%) ou Espanha (1%) estão muito abaixo.

Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago)

Bagão Félix considera “um erro” mudança nos Certificados de Aforro

António Bagão Félix considera que o Governo errou ao terminar com a série E dos Certificados de Aforro, apontando que o argumento do Estado, de que está a gerir a dívida pública, “não colhe muito”. Apesar de a taxa de remuneração da série suspensa ser de 3,5%, “em termos líquidos dava 2,52% para o aforrador, mesmo assim longe da taxa de inflação”, assinala o antigo ministro das Finanças, em declarações à TSF.

Leia a notícia completa na TSF (acesso livre)

Governo reforça em 40% financiamento para criar novas camas de cuidados continuados

O Governo vai aumentar em 40% o financiamento para a criação de novas camas da Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados e da Rede Nacional de Cuidados Paliativos. A medida insere-se no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), que prevê que até 2025 os cuidados continuados tenham mais 5.500 camas e os cuidados paliativos de baixa complexidade ganhem mais 400 camas. Assim, com este reforço, o valor de financiamento pelo PRR de cada nova cama de internamento passa de 30 para 42 mil euros.

Leia a notícia completa no Público (acesso condicionado)

Escolha de tribunal para julgar processos de dívida à Segurança Social é inconstitucional

O Tribunal Constitucional considera que a forma como a lei está redigida no Decreto-Lei 42/2001 viola a Constituição da República, pois permite ao Instituto da Segurança Social concentrar os julgamentos em tribunais com sentenças mais favoráveis aos seus interesses, pondo em causa as competências da Assembleia da República e o equilíbrio entre os litigantes.

Leia a notícia completa no Público (acesso condicionado)

Pesca ilegal: Inspeção está mais apertada e “o crime não compensa”

O número de autos levantados pela Direção-Geral de Recursos Marinhos tem vindo a aumentar: foram 152 em 2020, 166 em 2021, 233 em 2022 e 86 até maio deste ano. E, embora os autos nem sempre sejam condenações, a secretária de Estado das Pescas alerta que a fiscalização contra a pesca ilegal está “muito mais apertada” e que “o crime não compensa”. A prioridade das autoridades é combater a fuga à venda em lota e a captura de pescado subdimensionado.

Leia a notícia completa na Rádio Renascença (acesso livre)

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O dia em direto nos mercados e na economia – 6 de junho

  • ECO
  • 6 Junho 2023

Ao longo desta terça-feira, 6 de junho, o ECO traz-lhe as principais notícias com impacto nos mercados e nas economias. Acompanhe aqui em direto.

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Advogados reúnem para votar contra revisão do seu Estatuto e contra Lei das Ordens Profissionais

A Ordem dos Advogados (OA) realiza esta terça-feira uma Assembleia-Geral extraordinária, de forma a que a classe se possa pronunciar sobre as alterações ao seu estatuto.

A Ordem dos Advogados (OA) realiza esta terça-feira uma Assembleia Geral extraordinária, de forma a que a classe se possa pronunciar sobre as alterações ao seu estatuto, necessárias para a concretização da Lei das Associações Públicas Profissionais, que entrará em vigor nos próximos meses.

A Assembleia Geral Extraordinária da Ordem dos Advogados, que reunirá, no Largo de São Domingos, no dia 6 de junho de 2023, pelas 14.00, terá como ponto único a discussão e votação das medidas a adotar em resposta ao processo legislativo de alteração do Estatuto da Ordem dos Advogados.

“É literalmente com isto que nos querem deixar: uma toga para enfeitar”, diz a bastonária e o seu Conselho Geral, em comunicado divulgado à classe. “Permitir que os atos próprios sejam praticados por não advogados/as; substituir cada vez mais a consulta jurídica por ferramentas de inteligência artificial; desjudicializar a justiça ao máximo e criar formas processuais que dispensem a intervenção de advogado/a. Todos estes assuntos estão neste momento em cima da mesa e a ganhar cada vez mais força.É hora de agirmos! Não podemos, como sucedeu no passado recente, esperar para ver o que acontece e depois tentar reverter factos consumados”, diz o mesmo comunicado.

Sede da Ordem dos Advogados.Hugo Amaral/ECO

A bastonária defende que, está neste momento a ser elaborada, “não por nós, mas por tecnocratas sem conhecimento efetivo da profissão, uma alteração profunda ao nosso Estatuto Profissional. Sabemos o que pretende a Autoridade para a Concorrência (cuja opinião está vertida no relatório em anexo) e sabemos o que consta na nova Lei das Associações Públicas Profissionais. Não podemos esperar para ver! Temos de agir já! Que o dia 6 de junho seja também o nosso Dia D”, concluiu.

“Esta Ordem pública profissional também não aceitará qualquer ingerência do Estado na sua autorregulação, bem como não compactuará com qualquer solução que belisque o sigilo profissional ou possa pôr em causa a relação de confiança entre advogado e cliente“, disse Fernanda de Almeida Pinheiro, em conferência de imprensa que decorreu a 5 de maio, no Largo de São Domingos, em Lisboa. Uma comunicação que, segundo a bastonária dos advogados, tem o apoio do Conselho Geral e de todos os Conselhos Regionais, de Deontologia, Conselho Superior e Conselho Fiscal da Ordem dos Advogados.

No dia 28 de abril, a SIC Notícias avançou que estava em discussão no Parlamento uma proposta de lei que faria com que deixasse de ser obrigatória uma licenciatura em Direito para o acesso à profissão de advogado. A notícia deixava ainda claro a posição contrária da bastonária da Ordem dos Advogados à proposta em questão.

De seguida, o gabinete de imprensa da ministra da Justiça, Catarina Sarmento e Castro, e da ministra Adjunta e dos Assuntos Parlamentares, Ana Catarina Mendes, desmentiram tal situação em comunicado sublinhando que o teor das notícias avançadas é “totalmente falso”.

A bastonária diz que essa ideia foi clarificada pelo Governo, mas que no que toca “a outras profissões inscreverem-se na Ordem dos Advogados, o Ministério da Justiça, antes desse desmentido, disse que essa hipótese estava em cima da mesa. E deu o exemplo dos administradores de insolvência”.

“É totalmente falso o teor das notícias avançadas dando conta que a “Licenciatura em Direito pode deixar de ser obrigatória para acesso à profissão de advogado”. Nunca tal esteve em cima da mesa no âmbito da nova Lei das Associações Públicas Profissionais, nem qualquer hipótese remotamente próxima que permita essa leitura”, leu-se no comunicado.

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Poluição dos plásticos custa 300 mil milhões de dólares à economia mundial todos os anos

Estudo do Credit Suisse indica que a poluição dos plásticos tem um impacto de 300 mil milhões de dólares por ano. Nas últimas seis décadas, recurso ao plástico ultrapassou crescimento do PIB mundial.

Que a poluição dos plásticos tem impacto na biodiversidade e no clima, já é sabido. Mas agora, o Credit Suisse revela que esta poluição também tem custos. Num estudo divulgado pelo Centro de Sustentabilidade do banco suíço, estima-se que a poluição dos plásticos a nível mundial tenha um custo de 300 mil milhões de dólares por ano. “E, de acordo com algumas estimativas, esse valor pode atingir os 1,5 mil milhões de dólares“, cita o estudo.

Segundo a análise, cerca de 19 milhões de toneladas de lixo são perdidas anualmente “através de fugas para os ambientes terrestres e aquáticos”, valor que corresponde a cerca de 6% dos resíduos anuais de plástico produzidos a nível mundial. Para os autores do estudo, este montante é considerado como “o mais prejudicial para o ambiente”, pois estas fugas são predominantemente constituídas por microplásticos.

“Quando o plástico se infiltra no ambiente, tem muitos impactos negativos no clima, na biodiversidade e a nível social. O custo da poluição por plásticos é estimado em, pelo menos, 300 mil milhões de dólares por ano e, de acordo com algumas estimativas, pode atingir 1,5 mil milhões de dólares“, revela o relatório.

O valor da fatura deverá continuar a aumentar, face à tendência verificada nas últimas décadas e às previsões do banco. Através de um método matemático desenvolvido pelo Credit Suisse e a Plastic Kaya Identity. A mesma instituição aponta que, nos últimos 60 anos, a utilização de plástico ultrapassou “drasticamente” o crescimento do produto interno bruto (PIB) mundial e o crescimento da população. “O crescimento económico mundial tem estado fortemente dependente do plástico”, refere a nota.

Segundo a análise, entre 1960 e 2020, o recurso ao plástico aumentou quase 5000%, enquanto o PIB cresceu cerca de 650% e a população mais do que duplicou, aumentando aproximadamente 160%. “Por cada dólar de PIB adicionado à economia global, os dados sugerem que uma quantidade crescente de plástico foi necessária”, escreve o documento.

Embora a Plastic Kaya Identity aponte para uma estabilização na intensidade do uso de plástico no PIB a partir do ano 2000, devido à crescente “noção pública sobre o impacto do plástico no clima, biodiversidade e variáveis sociais”, certo é que as projeções não são animadoras.

Num cenário de referência, no qual as tendências atuais se prolonguem e não sejam adotadas medidas políticas adicionais, o Crédit Suisse prevê que os resíduos plásticos anuais quase dupliquem, de aproximadamente 350 milhões de toneladas para cerca de 670 milhões de toneladas, até 2060. Já a poluição do plástico, ou “o plástico mal gerido”, como descreve a entidade, deverá aumentar de aproximadamente 80 milhões de toneladas para pouco mais de 100 milhões de toneladas, no mesmo ano.

Emissões de plástico equivalem a 1.500 centrais a carvão

Olhando para a vertente do clima, estima-se que mais de 90% do plástico seja produzido com combustíveis fósseis. E, embora o Credit Suisse admita que seja “complexo” estimar o total de emissões de gases com efeito estufa que resultam da indústria do plástico, os dados da OCDE preveem que as emissões anuais do ciclo de vida do plástico se situem, aproximadamente, nas 3,1 gigatoneladas de CO2
equivalente. Este valor é equivalente ao que seria emitido anualmente por cerca de 1.500 centrais eléctricas alimentadas a carvão, com uma capacidade média de 500 megawatts (MW), indica.

O principal impacto dos plásticos a nível social resulta, precisamente, das emissões, explica o Crédit Suisse. “A exposição aos plásticos pode afetar a fertilidade, a atividade hormonal, e a atividade neurológica, sendo as mulheres grávidas e as crianças de tenra idade são particularmente vulneráveis”. Já a nível da biodiversidade, os efeitos da poluição dos plásticos refletem-se na poluição da água ou dos solos, “constituindo uma ameaça para os organismos aquáticos e terrestres”, e ainda numa ameaça para a vida marinha.

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Jovens empresários evitam eleições em 2023 com mudança nos estatutos

Direção liderada por Alexandre Meireles, que não se podia recandidatar por limite de idade, continua em funções na Associação Nacional de Jovens Empresários. Mandato passou de três para quatro anos.

Alexandre Meireles vai continuar à frente da Associação Nacional de Jovens Empresários (ANJE) durante mais um ano, depois de os associados, por proposta da direção nacional, terem aprovado uma mudança nos estatutos da instituição para alargar os mandatos da direção de três para quatro anos.

A associação empresarial sediada no Porto, que soma cerca de 5.500 associados e emprega mais de meia centena de pessoas, adiantou ao ECO que “esta decisão acontece por causa do forte impacto da pandemia, que condicionou o período de implementação das linhas de ação projetadas para o mandato 2020-2023”, pelo que a atual direção vai continuar em funções até 2024.

Esta alteração estatutária, que segue a opção tomada recentemente pela AEP – os mandatos dos órgãos dirigentes foram alargados de três para quatro anos, tendo a associação patronal nortenha fixado também um máximo de dois mandatos para todos os membros –, adia, na prática, a renovação na liderança da ANJE. É que Meireles não se pode recandidatar ao cargo, por já ter mais de 40 anos de idade.

“Esta decisão foi unânime e permite que a direção continue a acompanhar até ao fim a viabilização de projetos fundamentais como o Portugal Fashion, que tem estado a ser redesenhado, depois da assinatura de um memorando de entendimento com a Universidade Católica e com a consultora Deloitte para planear os próximos anos. O futuro passa por reajustar o projeto de forma que fique menos dependente dos fundos comunitários e mais robusto, pela agregação de novos nomes da moda nacional”, salienta o presidente da ANJE.

Com este ano adicional de mandato, acredito que conseguiremos prosseguir a missão de desburocratizar, agilizar e otimizar a concretização e desenvolvimento de planos de negócio que aportem valor à economia nacional.

Alexandre Meireles

Presidente da Associação Nacional de Jovens Empresários (ANJE)

Além deste “projeto estruturante”, o dirigente frisa ao ECO que há outras ações em curso no âmbito da estratégia desenhada para “fomentar a criação, consolidação e aceleração de projetos empresariais com potencial – e que acabou por ser de alguma forma impactada pelo atípico período [vivido] entre 2020 e 2021”. “Com este ano adicional de mandato, acredito que conseguiremos prosseguir a missão de desburocratizar, agilizar e otimizar a concretização e desenvolvimento de planos de negócio que aportem valor à economia nacional”, acrescenta.

“Fixar talento” e aplicar recomendações dos jovens

Organizada em várias áreas operacionais e diversos núcleos regionais (Norte, Centro, Lisboa e Vale do Tejo, Alentejo e Algarve), a organização que no início deste ano contratou Pedro Galego, ex-assessor de Fernando Medina, para diretor executivo, assinala que “os associados acreditam que os novos mandatos de quatro anos permitem acompanhar de forma mais contínua e programada os projetos, não estando tão sujeitos à imprevisibilidade de fatores externos, como foi o caso da pandemia da Covid-19”.

Alexandre Meireles, presidente da ANJED.R. 21 fevereiro, 2020

Na direção nacional desde 2017, primeiro como diretor e desde fevereiro de 2020 como presidente – sucedeu nesse ano a José Pedro Freitas, que saiu da organização por ter também atingido o limite de idade –, Alexandre Meireles, natural de Amarante, é formado em Engenharia Eletrotécnica pelo ISEP e pós-graduado em Gestão pela Porto Business School. Entre 2009 e 2011 passou pelo grupo Mota-Engil, assumindo a coordenação da divisão de energia.

O atual líder das clínicas Psicoespaço e cofundador e diretor geral da mykai Pokebowls, uma rede de restauração criada em 2016 e dedicada ao conceito de poke (salada de peixe cru criada pelos pescadores havaianos), tem como vice-presidentes na ANJE o administrador da Mota-Engil, Manuel Mota, o CEO do Grupo VPM, Francisco Mendes, o fundador e gestor de negócio da agência Three Clover, Hugo Vieira.

Em declarações ao ECO, Meireles sublinha a necessidade de as empresas e o Governo liderado por António Costa traçarem “estratégias para fixar talento e garantir o bem-estar profissional e pessoal dos jovens”. E pressiona o Executivo socialista a aplicar as medidas que constam na “carta de recomendações” que a ANJE divulgou em março, divididas por seis “premissas” para uma política pública para a juventude.

“Se o conseguirmos, alcançaremos uma forma perfeita de encerrar o mandato de quatro anos desta direção da ANJE. E, mais importante, daremos um novo contributo em prol de uma economia portuguesa mais projetada para um crescimento sustentado”, completa o presidente desta associação fundada a 29 de julho de 1986 para dar voz os jovens empresários portugueses.

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Os trunfos e fraquezas de Pedro Nuno Santos para a audição no Parlamento

O antigo ministro das Infraestruturas vai ser ouvido sobre a TAP na Comissão de Economia, quebrando vários meses de silêncio, com o seu futuro político em jogo.

Pedro Nuno Santos quebra esta terça-feira o silêncio, mais de cinco meses depois dos factos que ditaram a sua demissão de ministro das Infraestruturas, a saída do secretariado nacional do PS e a suspensão do mandato de deputado. O ex-governante, apontado como sucessor de António Costa, vai ser ouvido na Comissão de Economia do Parlamento, num aquecimento antes de ir à comissão parlamentar de inquérito (CPI) à TAP, na próxima semana.

Esta espécie de comissão paralela à CPI foi inaugurada pelo PS a propósito do uso de fundos da Airbus por David Neeleman para capitalizar a companhia aérea na privatização de 2015, e depois estendida pelo PSD. Os socialistas chamaram antigos governantes social-democratas e depois os social-democratas juntaram-lhe ex-ministros socialistas.

O PSD quis entretanto anular a audição de Pedro Marques (decorreu a semana passada) e Pedro Nuno Santos, mas os socialistas não permitiram. E é assim que o antigo ministro das Infraestruturas será ouvido na Comissão de Economia, Obras Públicas, Planeamento e Habitação sobre a “situação da TAP no período 2015-2023”, num ensaio geral para a comissão de inquérito prevista para dia 15 de junho.

Pedro Nuno Santos chega ao embate com os deputados numa posição fragilizada, depois de se ter demitido a 29 de dezembro na sequência da indemnização bruta de 500 mil euros paga à antiga administradora Alexandra Reis, entretanto parcialmente devolvida, mas também pode puxar alguns temas para sua defesa. Saiba quais.

As fraquezas

Ainda que esse seja um tema central da CPI, os deputados não deixarão de confrontar Pedro Nuno Santos com as suas responsabilidades e contradições no caso Alexandra Reis na Comissão de Economia. O antigo ministro começou por alegar desconhecimento do processo, juntando-se ao seu colega das Finanças, Fernando Medina, para pedir esclarecimentos à TAP.

No comunicado divulgado no dia em que se demitiu, afirmou que só naquele momento teve conhecimento dos termos do acordo entre a TAP e então administradora, mas que saía porque foi o seu secretário de Estado das Infraestruturas que deu aval ao acordo, entendendo, por isso, “assumir a responsabilidade política”. Só que poucas semanas depois, a 20 de janeiro, emitiu um novo comunicado onde admite que afinal não só sabia como autorizou o acordo de cessação de funções de Alexandra Reis.

Na CPI surgiram outras evidências do conhecimento prévio de Pedro Nuno Santos em relação à vontade da ex-CEO, Christine Ourmières-Widener, em fazer mudanças na administração.

A autorização foi dada ao secretário de Estado das Infraestruturas, Hugo Mendes, através de mensagens na rede social WhatsApp. Pela CPI à TAP passaram vários exemplos da informalidade das comunicações entre o Ministério das Infraestruturas e a antiga CEO da companhia aérea, o que também vir a ser usado contra Pedro Nuno Santos.

A gestora francesa afirmou na sua audição na CPI, no início de abril, que Hugo Mendes lhe transmitiu que a “única porta de entrada no Governo” era o Ministério das Infraestruturas, apesar de a tutela financeira caber às Finanças. As divergências com o então ministro, João Leão, e o impacto na gestão da TAP também deverão merecer perguntas.

O caso Alexandra Reis é uma meada com vários fios. A nomeação da antiga administradora para presidente da NAV Portugal, a entidade responsável pela navegação aérea, poucos meses depois de sair da TAP com uma elevada indemnização é outro dardo que os deputados poderão atirar.

A injeção de 3,2 mil milhões de euros de ajudas de Estado na TAP será também um tema incontornável. O elevado custo suportado pelos contribuintes num momento em que os portugueses apertam o cinto será usado como munição.

Os trunfos

Alguns temas que a oposição irá usar para atacar Pedro Nuno Santos vão ser usados pelo ex-ministro para o contra-ataque. Um deles é justamente o dinheiro público injetado na TAP. Seguindo o guião repetido várias vezes, o putativo candidato a sucessor do primeiro-ministro irá defender que sem a sua intervenção a companhia área hoje não existiria, ter-se-iam perdido muito mais empregos, diretos e indiretos, e a transportadora não estaria a contribuir para o crescimento do turismo, que tão importante tem sido para a retoma da economia no pós-pandemia.

Pedro Nuno Santos também levará algumas cartas na mão para o ataque, em particular ao PSD. A principal será a utilização de 227 milhões de dólares de fundos da Airbus para a capitalização da TAP por David Neeleman, na privatização da companhia aérea em novembro 2015, dois dias depois do Governo do PSD e CDS ser chumbado na Assembleia da República. Dinheiro que o sócio de Humberto Pedrosa na Atlantic Gateway, que ficou com 61% da transportadora portuguesa, recebeu em troca da desistência de uma encomenda de 12 aviões A350 e da realização de uma nova de 53 aeronaves.

Uma análise legal da Serra Lopes, Cortes Martins & Associados, pedida pela TAP e divulgada pelo ECO, conclui que a companhia aérea ficou na prática a pagar a sua própria capitalização, o que é ilegal. Além disso, segundo uma auditoria pedida pela transportadora à consultora irlandesa Airborne, em 2022, a companhia aérea portuguesa está a pagar mais do que as concorrentes pelos mesmos aviões. Foi o próprio Pedro Nuno Santos que anunciou no Parlamento o envio destes elementos para o Ministério Público, que depois abriu um inquérito.

Para se defender no caso Alexandra Reis, o ex-ministro deverá usar a auditoria da Inspeção-Geral de Finanças, que atribui responsabilidades apenas à ex-CEO e ao antigo presidente do conselho de administração, Manuel Beja. Mesmo a deliberação da DGTF que demite os administradores parece salvaguardar o antigo ministro o seu secretário de Estado, ao defender que apenas anuíram ao valor da indemnização, “não existindo evidência do conhecimento daqueles então membros do Governo sobre o teor, em concreto, do clausulado do acordo, ao que acresce que a sua intervenção foi sempre baseada na informação que lhes foi prestada pela CEO”.

Resta saber se o Partido Socialista vai colocar-se inteiramente ao lado de alguém que já não está no Governo, quando é este que mais recentemente tem estado debaixo de fogo.

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Taxa de juro dos novos Certificados de Aforro não vai além de 2,37%

Os investidores terão de esperar mais de três anos para receberem o mesmo montante de juros que receberiam anteriormente com Certificados de Aforro. E isto se a Euribor a 3 meses não baixar dos 2,5%.

Os novos Certificados de Aforro perderam encanto. Na melhor das hipóteses, os aforradores podem agora almejar uma taxa interna de rendibilidade líquida de impostos (TIR) máxima de 2,37%. Mas, para isso, têm de manter o seu capital investido 15 anos, o prazo máximo permitido por lei pela atual série de Certificados de Aforro (Série F), e esperar que a taxa Euribor a três meses não baixe dos 2,5%.

A anterior série (Série E) era bem mais favorável. Até sexta-feira, todos os aforradores que aplicassem as suas poupanças em Certificados de Aforro poderiam ambicionar alcançar uma TIR máxima de 3,06%, tendo para isso que manter os títulos em carteira por 10 anos (limite máximo permitido por lei para esta série).

No bolso dos pequenos investidores, esta diferença traduz-se num montante de 120 euros de juros por cada 1.000 euros investidos pelo prazo de 10 anos. Mas não só. De acordo com cálculos do ECO, e assumindo a aplicação das taxas de juro base máximas ao longo de todo o período do investimento em ambas as séries, só ao fim de 13 anos de investimento na Série F é que o total de juros superará os juros pagos pela Série E em apenas 10 anos.

Ou seja: os aforradores vão ter agora de esperar mais três anos e seis meses para receberem o mesmo montante de juros que recebiam anteriormente.

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A taxa de juro base da Série F é calculada da mesma forma que a da Série E: média da taxa Euribor a 3 meses nos últimos 10 anos no antepenúltimo dia do mês. Porém, se anteriormente a esta taxa era conferido um prémio de subscrição de 1%, a nova série não conta com essa benesse.

Além disso, a taxa de juro base máxima da Série E era de 3,5% e a atual não vai além dos 2,5%. Isso faz com que a rendibilidade seja duramente afetada ao longo de todo o período e mesmo já considerando que a partir do 12.º ano (inclusive) a Série F oferece prémios de permanência acima de 1%.

De acordo com cálculos do ECO, estas diferenças refletem-se em diferenças consideráveis entre as TIR das duas séries, aumentando significativamente à medida que a taxa Euribor a 3 meses baixe da fasquia dos 2,5% (hoje está nos 3,49%).

Assim, um investimento a cinco anos e assumindo que durante este período a taxa Euribor a 3 meses não baixa dos 2,5%, a TIR de um investimento em Certificados de Aforro da Série E é de 2,83%, cerca de 1,44 vezes superior à TIR de 1,96% que pagarão os Certificados de Aforro da Série F.

Mas se a Euribor a 3 meses baixar para 1%, a diferença da TIR do investimento entre as duas séries escala para mais do dobro, com os títulos da Série E a oferecem uma TIR de 1,74% enquanto os Certificados de Aforro da Série F pagarão apenas 0,87%, assumindo igualmente um investimento a cinco anos.

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Se os pequenos investidores terão de contar com menos juros dos seus investimentos em Certificados de Aforro, os bancos viram retirar alguma pressão sobre os depósitos.

Se, por exemplo, anteriormente uma aplicação a um ano em Certificados de Aforro oferecia, no máximo, 2,54% líquidos, agora a mesma aplicação confere uma rendibilidade líquida de 1,81% – isto assumindo uma taxa Euribor a 3 meses sempre acima de 2,5% ao longo do período de investimento.

Isto significa que agora, os bancos, para igualarem a atual remuneração dos Certificados de Aforro, têm de pagar uma taxa de juro bruta (TANB) de 2,51% por um depósito a 12 meses, quando antes teriam de pagar 3,53%.

Mesmo assim, segundo os dados mais recentes do Banco de Portugal, a oferta comercial dos bancos ainda está longe desta meta. Em abril, a taxa de juro média dos novos depósitos a prazo de particulares aumentou de 0,90% para 1,03%, e os novos depósitos com prazo até 12 meses foram remunerados, em média, a 0,95%.

(Texto corrigido às 13h35 com alteração da TIR líquida máxima dos novos Certificados de Aforro para 2,37%.)

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