Após novas respostas de Costa sobre Banco de Portugal, PSD não avança para inquérito parlamentar

  • Lusa
  • 31 Maio 2023

PSD já recebeu segundo conjunto de respostas do primeiro-ministro sobre alegada interferência no Banco de Portugal. Apesar de não serem "totalmente esclarecedoras", não avança com inquérito.

O líder parlamentar do PSD afirmou esta quarta-feira que o partido já recebeu um segundo conjunto de respostas do primeiro-ministro sobre uma alegada interferência no Banco de Portugal e, apesar de não serem “totalmente esclarecedoras”, não avançará para inquérito parlamentar.

Na conferência de imprensa em que apresentou um requerimento enviado a António Costa sobre a atuação das secretas na recuperação de um portátil do ex-adjunto do Ministério das Infraestruturas, Joaquim Miranda Sarmento foi questionado sobre uma outra iniciativa semelhante do PSD.

No início de março, o PSD endereçou um segundo conjunto de 14 perguntas ao primeiro-ministro sobre a alegada interferência no Banco de Portugal em benefício da empresária angolana Isabel dos Santos, depois de em novembro ter enviado um primeiro requerimento com 12 questões, às quais considerou não ter obtido respostas esclarecedoras por parte de António Costa.

Nessa ocasião, Miranda Sarmento considerou que seria uma “última oportunidade” para o primeiro-ministro esclarecer este tema e, questionado se o PSD admitia avançar para uma comissão de inquérito, respondeu que o partido mantinha “em aberto todos os instrumentos parlamentares” de que dispõe.

Essas respostas não foram totalmente esclarecedoras, mas entendemos que não era matéria para acionar esse procedimento parlamentar.

Joaquim Miranda Sarmento

Líder parlamentar do PSD

Agora, questionado se estas respostas já foram dadas, o líder parlamentar do PSD respondeu afirmativamente, mas já excluindo um inquérito parlamentar. “Essas respostas não foram totalmente esclarecedoras, mas entendemos que não era matéria para acionar esse procedimento parlamentar”, afirmou.

De acordo com o site do parlamento, as respostas do primeiro-ministro foram dadas em 13 de abril, mas têm caráter confidencial. “A resposta foi entregue diretamente aos senhores deputados com caráter confidencial”, refere-se, apenas.

As perguntas do PSD prendiam-se com “uma eventual interferência” no “processo de idoneidade que o Banco de Portugal não concedeu à engenheira Isabel dos Santos” e também sobre a venda e resolução do Banif.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Presidente da República diz que é fácil de deduzir com quem falou sobre SIS

  • Lusa
  • 31 Maio 2023

"É uma ilação fácil de estabelecer, uma vez que o senhor primeiro-ministro tomou a iniciativa de falar num contacto feito com o senhor Presidente da República", disse o Presidente da República.

O Presidente da República afirmou hoje que teve contactos com “uma só entidade oficial” sobre a intervenção do SIS na recuperação de um computador levado do Ministério das Infraestruturas, e considerou fácil deduzir quem foi. Marcelo Rebelo de Sousa falava em resposta a perguntas dos jornalistas, no antigo picadeiro real, junto ao Palácio de Belém, em Lisboa.

O chefe de Estado reiterou que foi em 29 de abril — dia em que o ministro das Infraestruturas, João Galamba, falou publicamente do assunto em conferência de imprensa — que teve “o primeiro contacto oficial” sobre a intervenção do Serviço de Informações de Segurança (SIS) após os incidentes na noite de 26 de abril no Ministério das Infraestruturas.

O Presidente da República referiu-se a esse “primeiro contacto oficial” de 29 de abril e logo depois ao contacto revelado pelo primeiro-ministro entre os dois depois da atuação do SIS, realçando que António Costa esclareceu no parlamento que nessa conversa “não tinha falado do SIS”.

Segundo Marcelo Rebelo de Sousa, “somando um mais um dá para perceber quem foi o alguém que contactou o Presidente da República no dia 29, portanto, é uma ilação fácil de estabelecer, uma vez que o senhor primeiro-ministro tomou a iniciativa de falar num contacto feito com o senhor Presidente da República“.

O chefe de Estado lamentou que os jornalistas não tivessem entendido quem é essa pessoa, pela ordem dos factos que enunciou: “Até pensei que tivessem compreendido a ligação, mas enfim”.

“O que eu posso dizer mais é que ao longo deste período todo só tive um contacto oficial, sempre o mesmo, um. Não tive dois, três, quatro, cinco. Concentrei os contactos numa só entidade oficial”, acrescentou.

O SIS interveio na recuperação de um computador levado do Ministério das Infraestruturas em 26 de abril por Frederico Pinheiro, ex-adjunto do ministro João Galamba, que tinha sido demitido nessa noite.

Este caso envolve denúncias contra Frederico Pinheiro por violência física no Ministério das Infraestruturas, rejeitadas pelo próprio, que se queixa de ter sido sequestrado no edifício.

Após os incidentes de 26 de abril, surgiram publicamente versões contrárias entre elementos do gabinete do ministro das Infraestruturas e Frederico Pinheiro também sobre informações a prestar pelo Governo à Comissão Parlamentar de Inquérito à Tutela Política da Gestão da TAP.

A 29 de abril, o ministro João Galamba deu uma conferência de imprensa sobre estes acontecimentos, na qual falou sobre o recurso ao SIS e em que nomeou vários governantes com os quais disse ter-se aconselhado sobre o que deveria fazer.

Há uma semana, durante o debate com o Governo sobre política geral na Assembleia da República, o primeiro-ministro, António Costa, afirmou que falou com o ministro das Infraestruturas já depois da atuação do SIS: “Falei com o ministro João Galamba, tal como falei com outros ministros, como falei com o Presidente da República, como falei com ‘n’ pessoas”.

Esta resposta foi dada ao líder parlamentar do PSD, Joaquim Miranda Sarmento, mas depois complementada em discussão com o presidente do Chega, André Ventura, tendo António Costa clarificado que não falou com Marcelo Rebelo de Sousa sobre a atuação dos serviços de segurança.

“Se eu disse de alguma forma que tinha informado o senhor Presidente da República sobre a intervenção do SIS, aproveito a sua pergunta para corrigir imediatamente. Eu nunca informei o senhor Presidente da República sobre a intervenção do SIS, que fique claro”, esclareceu o primeiro-ministro.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Alvarez & Marsal: “Bancos portugueses são eficientes. Não descartaria interesse internacional”

Bancos portugueses operam num "bom ambiente" e são mais eficientes e podem ser um alvo apetecível para um banco estrangeiro, considera Eduardo Areilza, diretor da Alvarez & Marsal.

Eduardo Areilza, diretor de serviços financeiros da Alvarez & Marsal

Os bancos portugueses têm um “bom ambiente operacional” e são mais eficientes que os pares europeus, pelo que o mercado nacional “pode ser um cenário de crescimento interessante” para um player internacional, considera Eduardo Areilza, diretor de serviços financeiros da Alvarez & Marsal, que vê a rentabilidade do setor subir para dois dígitos em 2023 à boleia dos ganhos com juros.

Eduardo Areilza, que falava esta quarta-feira na apresentação do relatório “O Pulso da banca 2022”, vê espaço para consolidação em Portugal, num processo em que os bancos internacionais poderão ter uma importante palavra a dizer.

“Consolidação? Não descartaria o interesse de um banco internacional. Alguns bancos atingiram o seu máximo no seu mercado doméstico e não podem crescer mais. Poderão querer olhar para fora”, explicou o responsável da Alvarez & Marsal.

Porquê? Porque os bancos operam num “bom ambiente” e apresentam uma “boa eficiência”, acrescentou Eduardo Areilza, porta-voz desta consultora que acaba de se lançar em território português pela mão de Mário Trinca e com a ajuda do antigo presidente do Novobanco, António Ramalho.

"Consolidação? Não descartaria o interesse de um banco internacional. Alguns bancos atingiram o seu máximo no seu mercado doméstico e não podem crescer mais. Poderão querer olhar para fora.”

Eduardo Areilza

Diretor de serviços financeiros da Alvarez & Marsal

O relatório faz um apanhado das contas dos sete principais bancos em Portugal – Caixa Geral de Depósitos (CGD), BCP, Santander Totta, Novobanco, BPI, Crédito Agrícola e Banco Montepio – e concluiu que fecharam o ano passado com um ROE (rentabilidade dos capitais próprios) de 9,3%, subindo 4,1 pontos percentuais em relação a 2021.

Eduardo Areilza acredita que o ROE vai superar os 10% este ano, porque os bancos ainda vão ganhar mais com a subida dos juros. “Vai ser um ano muito bom”, vaticina. “Ainda há espaço para melhoria no repricing dos ativos. Enquanto os juros dos depósitos não vão mudar de mês para mês, (…) a margem de juros vai ser boa”, referiu.

Em relação à eficiência, o relatório dá conta de um rácio de 47,49% entre receitas operacionais e despesas no final do ano passado. Apesar de ter piorado ligeiramente em relação ao ano anterior, devido ao aumento dos custos com a inflação, o setor português posiciona-se favoravelmente em relação aos bancos europeus, que registavam uma média de 60,6%.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Número de dormidas em Portugal cresce quase 15% em abril face ao período pré-pandemia

  • Joana Abrantes Gomes
  • 31 Maio 2023

As taxas de ocupação no alojamento turístico continuam a aumentar, registando um total de 2,7 milhões de hóspedes e 6,8 milhões de dormidas em abril.

Os estabelecimentos de alojamento turístico em Portugal registaram 2,7 milhões de hóspedes e 6,8 milhões de dormidas em abril, que se traduziram em aumentos de 16,5% e 13,8%, respetivamente, face ao mesmo mês de 2022. Quando comparados com 2019, antes da pandemia, os hóspedes cresceram 17,5% e as dormidas subiram 14,3% (+21,1% nos residentes e 11,6% nos não residentes).

Segundo a estimativa rápida da Atividade Turística relativa a abril, publicada esta quarta-feira pelo Instituto Nacional de Estatísticas (INE), o mercado interno contribuiu com dois milhões de dormidas (+7,3%), com os mercados externos a totalizarem 4,8 milhões de dormidas (+16,8%).

Setor de alojamento turístico em abril

Fonte: INE

Por segmento, as dormidas na hotelaria (82,3% do total) aumentaram 12,9% (+13,0% face a abril de 2019). Também as dormidas nos estabelecimentos de alojamento local (peso de 14,1% do total) verificaram um cenário semelhante, com um crescimento de 18,6% (+14,0% face a abril de 2019), enquanto as de turismo no espaço rural e de habitação (quota de 3,6%) aumentaram 17,3% (+55,3% comparando com abril de 2019).

Toda as regiões registaram-se aumentos nas dormidas, segundo o INE. A Área Metropolitana de Lisboa concentrou 26,6% das dormidas, mas foi ultrapassada pelo Algarve, que registou 26,9% das dormidas. Seguem-se o Norte (17,5%) e a Madeira (11,3%). Face a abril de 2019, as dormidas de residentes aumentaram em todas as regiões, especialmente no Norte (+30,8%), na Madeira (+27,1%) e no Alentejo (+24,8%).

No mês em análise, a taxa líquida de ocupação por cama nos estabelecimentos de alojamento turístico (50,8%) aumentou 3,3 pontos percentuais, tendo superado o valor observado em abril de 2019 (48,2%). Por outro lado, a taxa líquida de ocupação por quarto (59,8%) aumentou 3,9 pontos percentuais e ficou acima do valor registado no mês homólogo de 2019 (56%).

De referir ainda que a estada média nos estabelecimentos de alojamento turístico (2,5 noites) diminuiu 2,4%. Diminui nos residentes (1,91 noites, -0,6%) e também entre os estrangeiros que visitam Portugal (2,87 noites, -4,9%).

No acumulado dos primeiros quatro meses do ano, o INE observou que o alojamento turístico registou 7,8 milhões de hóspedes e 19,4 milhões de dormidas, que correspondem a aumentos homólogos de 31,3% e 30%, respetivamente. Face ao período pré-pandemia, o número de dormidas aumentou 14,2%, crescendo 19,9% nos residentes e 11,8% nos não residentes.

Canadá foi o mercado que mais cresceu

Entre os dezassete principais mercados emissores (87,4% do total de dormidas de não residentes), com exceção da Finlândia, Bélgica, Dinamarca e dos Países Baixos, todos os restantes registaram crescimentos.

As dormidas de residentes no Reino Unido (18,1% do total das dormidas de não residentes em abril) aumentaram 9,6% relativamente a abril de 2019. O mercado espanhol (quota de 11,9%) teve um crescimento de 2,3%.

Em destaque esteve o mercado do Canadá, que teve o maior crescimento face a abril do ano passado (+89,5%). Mas o mercado norte-americano também continua a evidenciar-se, tendo crescido 54,2% face a abril de 2022 e 80,5% em relação ao mesmo mês de 2019. Foi seguido pelos mercados irlandês (+59,7%) e polaco (+57,6%).

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

MDS compra corretora de seguros chilena RSG

  • ECO Seguros
  • 31 Maio 2023

Depois do Brasil, a corretora da Ardonagh baseada no Porto entra no 3º maior mercado da América Latina adquirindo posição maioritária num broker top 10 do país. Vai manter a gestão local.

A MDS comprou uma posição maioritária na corretora chilena RSG, iniciando a sua expansão na América Latina, depois do Brasil. A RSG tem mais de 20 anos de vida e é uma das 10 maiores do país.

José Manuel Dias da Fonseca: “o Grupo MDS dá o seu primeiro passo na expansão para a América Latina, após a consolidação no Brasil”.

 

A MDS vai manter a equipa de gestão e fundadora da RSG, que conta com mais de 60 colaboradores, que irão trabalhar em articulação com a MDS no Brasil, país onde o Grupo MDS detém uma posição relevante no mercado da corretagem.

Segundo a corretora, a relação entre as empresas é antiga. A RSG é, desde 2016, membro da empresa global de corretagem Brokerslink, que tem como Chairman e fundador o CEO do Grupo MDS, José Manuel Fonseca.

“Ficamos muito felizes por passar a fazer parte do Grupo MDS e, por essa via, do Grupo Ardonagh. É o reconhecimento do nosso percurso, bem como da qualidade da nossa equipa. Com o apoio do novo acionista, ganhamos acesso a mais recursos para prosseguirmos a nossa trajetória de crescimento, bem como incorporar novos produtos e serviços para os nossos clientes, atuais e futuros”, afirma Andrés Errázuriz, Gerente Geral da RSG.

Para José Manuel Fonseca, com a integração da RSG, o Grupo MDS dá um importante passo no sentido de reforçar a sua presença na região. “Fico muito contente com a conclusão desta importante operação, por via da qual o Grupo MDS dá o seu primeiro passo na expansão para a América Latina, após a consolidação no Brasil. O Chile é um mercado importante e com grande potencial de crescimento, e temos também a felicidade de passar a contar, no Grupo, com uma equipa muito qualificada e reconhecida no setor”, refere o gestor.

O Grupo MDS tem vindo a assumir posições de relevo noutras geografias, além do espaço lusófono. Depois de Espanha e Chipre, a expansão na América Latina, começa com este investimento no Chile, diz a MDS.

Um mercado com a dimensão do português

A MDS vai entrar num mercado onde já está o grupo Fidelidade com a FID Chile, seguradora de ramos gerais que emitiu prémios de cerca de 115 milhões de euros no ano passado. Segundo o relatório da Mapfre o mercado chileno é o terceiro maior da América Latina depois do Brasil, México e antes da Colômbia. O volume de prémios total do sub-continente atingiu 150 mil milhões de dólares em 2021 e no Chile foram emitidos cerca de 13 milhões de dólares em prémios.

Nos ramos vida duas seguradoras locais dominam o mercado: Consorcio Financiero e Cámara, com um volume de prémios de 1.000 milhões de dólares e 542 milhões respetivamente. Entre as multinacionais destacam-se em competição a Mapfre, Zurich, MetLife e o grupo colombiano Sura.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Asiática Gaw Capital compra sociedade de capital de risco C2 Capital

  • ECO
  • 31 Maio 2023

A Gaw Capital, dona dos hotéis Infante Sagres e InterContinental, ambos no Porto, conclui processo de aquisição de uma posição maioritária na antiga Capital Criativo, fundada por Nuno Gaioso Ribeiro.

A Gaw Capital concluiu o processo de aquisição de uma posição maioritária na sociedade de capital de risco C2 Capital. A notícia, que tinha sido avançada pelo Jornal de Negócios (acesso pago), foi confirmada, entretanto, em comunicado enviado às redações.

Christophe Vielle será nomeado chairman e CEO da C2 Capital “durante o período de transição”, enquanto André Oliveira, um dos sócios fundadores desta sociedade de capital de risco, vai manter-se como diretor executivo da equipa de management. Nuno Gaioso Ribeiro, sócio-fundador da C2 Capital, vai continuar na sociedade.

Nuno Gaioso RibeiroPaula Nunes / ECO

O valor da operação não foi divulgado. Atualmente, em Portugal, a Gaw Capital detém o histórico Hotel Infante Sagres, comprado ao grupo Fladgate em meados do ano passado, e também o Hotel InterContinental, ambos situados na cidade do Porto.

Em comunicado, o chairman Goodwin Gaw congratula-se com o negócio, referindo que espera “reforçar” a “presença no país, contribuir para o desenvolvimento da economia e acolher a equipa da C2 Capital”, enquanto executam “uma visão partilhada”.

Já Christophe Vielle, CEO da C2 Capital, realça no mesmo comunicado que “esta transação estratégica expande significativamente” as “capacidades de investimento e amplia” a presença da empresa em Portugal.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Alemães da Aquila Capital investem 17 milhões em novo polo logístico em Paredes

  • Ana Petronilho
  • 31 Maio 2023

A construção do novo parque logístico - com uma área locável de 16.570 metros quadrados - fica a cargo da Britoli, de Paços de Ferreira. O imóvel abre no início de 2024 e já está totalmente arrendado.

Os alemães da Aquila Capital, através da Green Logistics, vão investir 17 milhões para construir um novo complexo logístico em Paredes, no distrito do Porto, reforçando a aposta no investimento em Portugal.

O Gandra North Green Logistics Park vai nascer num terreno com 40 mil metros quadrados e este é o terceiro investimento do grupo alemão no país.

O valor envolvido na aquisição do terreno e nos custos com as obras totaliza os 17 milhões de euros, disse ao ECO a Aquila Capital. A construção fica a cargo da portuguesa Britoli, com sede em Paços de Ferreira. Arranca em junho e deve estar terminada no primeiro trimestre de 2024.

Em comunicado, a Green Logistics, empresa criada em 2012 pelo grupo alemão Aquila Capital, diz que o Grandra North vai ter uma área locável de 16.570 metros quadrados, incluindo escritórios e zonas comuns. Neste momento, o edifício já está ocupado por um único inquilino que a Aquila Capital escusou revelar ao ECO.

Este novo complexo fica localizado “num dos epicentros logísticos da região Norte do país, devido às suas ligações rodoviárias e marítimas”, cerca de 25 quilómetros a este do Porto, a 26 quilómetros do aeroporto Sá Carneiro e a 29 quilómetros do Porto de Leixões. Conta também com um acesso privilegiado à autoestrada A41, que circunda a Área Metropolitana do Porto e que liga à A1, rumo a Lisboa, e à A3, que segue para o Norte e para Galiza.

“Iniciar a construção de outro projeto da Green Logistics by Aquila Group em Portugal é um marco muito importante para nós porque valida a aposta realizada no país. Este será um projeto de referência na área da logística sustentável no Norte do país, uma zona onde ainda não estávamos presentes, e reafirma o nosso compromisso com o investimento em Portugal”, diz Markus Holzer, Co-CEO Aquila Sustainable Infrastructure.

O primeiro investimento da Aquila Capital em logística em Portugal foi o complexo logístico Rainha Green Logistics Park, na Azambuja, que acolhe a operação da MC, empresa de retalho alimentar da Sonae. Este complexo logístico, de dois edifícios, a que se somam trabalhos de urbanização associados, representou um investimento de quase 100 milhões de euros.

Rainha Green Logistics Park

A Green Logistics conta com projetos em vários países europeus e tem um investimento acumulado de mais de 1,182 milhões de euros, com uma área total arrendável sob gestão de mais de 1.148 mil metros quadrados.

Atualmente desenvolve e gere ativos na Alemanha, Itália, Portugal e Espanha. No Sul da Europa, o grupo Aquila conta com mais de 872 mil metros quadrados de superfície total arrendável.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Parlamento Europeu quer impedir presidência da Hungria em 2024

  • Lusa
  • 31 Maio 2023

Parlamento Europeu quer impossibilitar presidência húngara do Conselho da União Europeia no segundo semestre de 2024 e que Comissão congele fundos europeus para um país que "já não é uma democracia".

O Parlamento Europeu quer impossibilitar a presidência húngara do Conselho da União Europeia (UE) no segundo semestre de 2024 e que a Comissão prossiga com o congelamento dos fundos europeus para um país que “já não é uma democracia”.

“É altura de começar o debate sobre a presidência húngara no início de julho de 2024. Há anos que estou preocupada com isto, mas foi sempre um assunto tabu [para a Comissão Europeia e para o Conselho Europeu], dizem sempre que não podem fazer nada quanto a isso”, disse Gwendoline Delbos-Corfield, eurodeputada francesa dos Verdes, em conferência de imprensa sobre um relatório que vai ser debatido no Parlamento durante a tarde de hoje, em Bruxelas.

O documento avalia as violações de direitos fundamentais por parte da Hungria, por exemplo, a legislação que o Governo húngaro diz ser “para proteger as crianças”, mas que é “uma lei contra a comunidade LGBTQ+”, assim como a lei dos denunciantes, que permite a qualquer cidadão denunciar outros que tenham posições contra as políticas adotadas pelo executivo de Viktor Orbán, e privar professores do direito à greve.

A presidência húngara do Conselho da UE vai ser a primeira com a próxima composição da Comissão e do Parlamento Europeu e o eurodeputado dos Países Baixos Thijs Reuten, que faz parte dos Sociais & Democratas (S&D), considerou que não faz sentido estar encabeçada por um país “que já não é uma democracia”. “É preciso agir já e impedir que Orbán utilize a presidência como um pódio”, advertiu.

Os relatores do documento altamente crítico das políticas adotadas pelo Governo de Viktor Orbán também são críticos da falta de “pulso” da Comissão. “Há um elegante na sala e é a presidência do Conselho da UE, isso enfraquece-nos a todos e é perigosa a situação em que nos encontramos, assim como o ‘bromance’ entre Orbán e Putin“, referiu a eurodeputada Sophie in ‘t Veld, também dos Países Baixos e membro do grupo Renew Europe.

A Hungria deveria ser excluída das presidências do Conselho da UE enquanto estiver em colisão com os valores preconizados pela UE, sustentou a eurodeputada: “É bem-vinda novamente ao sistema de rotatividade das presidências assim que estiver de acordo [com esses valores].”

“No último ano este parlamento reconheceu que a Hungria já não é uma democracia e isto foi também reconhecido por várias organizações independentes […], apelamos a um boicote [da Comissão e do Conselho Europeu]. Um país que está em declínio [democrático] há 12 anos tem a presidência assim do nada, com os mesmos direitos e privilégios?”, lamentou Gwendoline Delbos-Corfield perante os jornalistas.

O Parlamento Europeu não tem força legislativa, apenas pode fazer recomendações, que podem ser adotadas ou não pela Comissão Europeia e pelo Conselho Europeu. Contudo, a eurodeputada neerlandesa Sophie in ‘t Veld considerou que o Parlamento “tem de ser um animal mais político” uma vez que “o Conselho não compreende a seriedade do que está diante” de si.

E criticou que “a Comissão não tenha os ‘cojones’ [tomates]” para fazer frente às violações cometidas pela Hungria, que na ótica da eurodeputada do Renew Europe “é pouco provável que volte a ser uma democracia, é mais fácil uma pessoa tornar-se astronauta”. As eleições europeias realizam-se no início de junho do próximo ano.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Qual o papel de Costa na intervenção do SIS? PSD envia 15 perguntas ao primeiro-ministro

Grupo parlamentar do PSD enviou 15 questões ao primeiro-ministro para esclarecer o seu envolvimento na atuação do SIS nos incidentes no Ministério das Infraestruturas. Conheça todas as perguntas.

O grupo parlamentar do PSD entregou esta quarta-feira um requerimento com 15 perguntas ao primeiro-ministro sobre a sua eventual participação no acionamento do Serviço de informações de Segurança (SIS) para recuperar o computador do ex-adjunto do ministro João Galamba, na noite dos incidentes no Ministério das Infraestruturas. Social-democratas querem saber se António Costa “autorizou, aprovou ou aceitou” a ação das secretas. O chefe do Governo tem 30 dias para responder.

A primeira questão endereçada ao primeiro-ministro refere-se ao contacto que lhe foi feito por João Galamba, revelado por este na audição na comissão parlamentar de inquérito à TAP, em que este diz ter reportado a António Costa que foi acionado o SIS. “Quando é que isso ocorreu e em que termos?”, perguntam os parlamentares social-democratas.

O ministro das Infraestruturas revelou também que foi o secretário de Estado de Adjunto do primeiro-ministro, António Mendonça Mendes, que sugeriu a intervenção do SIRP/SIS e que posteriormente o informou sobre a intervenção dos serviços de informação. “Qual o fundamento dessa sugestão, quando é que ocorreu e em que termos?”

Tendo em conta a intervenção dos dois ministros, os social-democratas querem saber qual o papel do primeiro-ministro: “Ao ser informado por qualquer deles ou por terceiro, V. Exa. autorizou, aprovou ou aceitou, ainda que tacitamente, essa decisão?

“O senhor primeiro-ministro tem de esclarecer cabalmente o que efetivamente se passou nessa noite e de que forma os Serviço de informações de Segurança atuaram e com que base legal. Esta é uma matéria de enorme delicadeza e coloca em causa o regime democrático”, afirmou o líder da bancada parlamentar, Joaquim Miranda Sarmento, numa conferência de imprensa no Parlamento, transmitida pela RTP3.

O senhor primeiro-ministro tem explicações a dar ao país, não apenas sobre a sua responsabilidade administrativa e governativa, mas também sobre a sua responsabilidade política.

Joaquim Miranda Sarmento

Presidente da bancada parlamentar do PSD

“Não é possível acharmos que os serviços de informação e segurança podem atuar de forma que não seja legal e transparente. Os serviços de informação da República Portuguesa têm uma tutela direta do senhor primeiro-ministro. Nesse sentido, o senhor primeiro-ministro tem explicações a dar ao país, não apenas sobre a sua responsabilidade administrativa e governativa, mas também sobre a sua responsabilidade política“, salientou. “É isso que o PSD faz através de 15 questões que coloca por escrito ao senhor primeiro-ministro, que esperamos sejam esclarecidas de forma cabal e esclarecedora no prazo de 30 dias”.

Joaquim Miranda Sarmento acusa Costa de “cinismo político”

O líder dos parlamentares do PSD criticou ainda do primeiro-ministro por se disponibilizar a responder por escrito na comissão parlamentar de inquérito (CPI) à TAP, sendo depois o requerimento chumbado pelo PS.

“No passada quarta-feira, no debate com o senhor primeiro-ministro questionei-o se estaria disponível para responder por escrito à CPI sobre a atuação do SIS no episódio no Ministério das Finanças. Fez um ar meio ofendido, dizendo que mais do que disponível tinha que respeitar aquilo que eram as decisões do Parlamento. Infelizmente, isso foi um ato de cinismo político, porque o PS recusou a audição por escrito do primeiro-ministro na CPI à TAP”, afirmou Joaquim Miranda Sarmento.

“Esperamos, a bem do país e a bem da cultura democrática que deve imperar, que o senhor primeiro-ministro esclareça de uma vez por todas aquilo que efetivamente aconteceu no Ministério das Infraestruturas na noite de 26 para 27 de abril e como é que os serviços de informações atuaram e com que base é que o fizeram”, acrescentou.

No debate sobre política geral, que ocorreu na semana passada no Parlamento, António Costa defendeu o contacto do Ministério das Infraestruturas com os serviços secretos e que estes atuaram dentro da legalidade. O questionário enviado inclui também perguntas sobre o quadro de atuação do SIS neste caso, contrastando com a ação da PSP e da Polícia Judiciária.

Luís Montenegro admitiu na terça-feira avançar para uma comissão parlamentar de inquérito à atuação do SIS se o primeiro-ministro não esclarecer as dúvidas que diz persistirem. “Vamos endereçar estas perguntas ao primeiro-ministro para que ele não desperdice a oportunidade de clarificar toda esta ocorrência e de evitar uma comissão de inquérito sobre este assunto, que do nosso ponto de vista deve ser evitada. Mas não podemos excluir de todo essa possibilidade, porque se não sobrar outro instrumento de esclarecimento que não seja esse, não teremos outro remédio”, afirmou.

Estas são as 15 questões dirigidas pelo grupo parlamentar do PSD a António Costa:

  • O Ministro das Infraestruturas declarou que o informou sobre o recurso ao SIRP/SIS para a recuperação do computador do ex-adjunto do Gabinete. Quando é que isso ocorreu e em que termos?
  • O Ministro da Infraestruturas declarou que foi o Secretário de Estado de Adjunto do Primeiro-Ministro que sugeriu a intervenção do SIRP/SIS. Qual o fundamento dessa sugestão, quando é que ocorreu e em que termos?
  • O Ministro da Infraestruturas declarou, mais do que uma vez, que informou o Secretário de Estado de Adjunto do Primeiro-Ministro sobre a situação vivida no ministério e a intervenção do SIRP/SIS. Quando é que isso ocorreu e em que termos?
  • Ao ser informado por qualquer deles ou por terceiro, V. Exa. autorizou, aprovou ou aceitou, ainda que tacitamente, essa decisão?
  • Qual a base legal, concreta e precisa, em que se fundamentou a intervenção do SIRP/SIS?
  • Após as diversas exposições conhecidas sobre os factos ocorridos no Ministério das Infraestruturas, mantém a versão de que existiu um “roubo” do computador? Se sim, como explica a legitimidade da intervenção do SIRP/SIS?
  • Que informação ou documentação guardada no computador e que tipo de riscos estavam envolvidos que justificariam, no seu entendimento, uma intervenção do SIRP/SIS?
  • Dadas as dúvidas colocadas publicamente e por vários especialistas, e considerando a responsabilidade de V.Exa. sobre o SIRP/SIS, que diligências V. Exa. tomou para averiguar e acompanhar a intervenção do SIRP/SIS, a respetiva legalidade e adequação de procedimentos?
  • Como explica que tendo membros do Governo, ou dos respetivos gabinetes, desencadeado a intervenção da Polícia de Segurança Pública e da Polícia Judiciária, não se tivesse confiado a estas a condução do processo e a tomada de decisão e diligencias para uma eventual intervenção do SIRP/SIS?
  • A Polícia Judiciária foi alertada, designadamente na pessoa do seu Diretor Nacional. Mas a Polícia Judiciária fez uma avaliação de risco diferente – não urgente – a ponto de só contactar o Adjunto em causa na manhã do dia seguinte. Como explica a desproporção da atuação do SIRP/SIS, quando é a própria PJ que não vê necessidade de atuação imediata?
  • Como explica a aparente descoordenação entre as atuações das diversas forças e serviços de segurança ou informações, e designadamente a informação pública de que os agentes da Polícia Judiciária foram surpreendidos ao serem informados que o SIRP/SIS já contactara unilateralmente o antigo assessor com vista à recuperação do computador?
  • Como explica que, se a recuperação do computador justificasse a intervenção do SIRP/SIS, não houvesse também iniciativa de recuperação de outro equipament0, incluindo telemóvel, na posse do antigo assessor que contivesse ou desse acesso a documentação ou correspondência relativa ao Ministério das Infraestruturas?
  • Considera uma prática normal num Ministério, que um documento com a relevância e sensibilidade do “programa de reestruturação da TAP” esteja apenas guardado no portátil de um adjunto?
  • O Ministro das Infraestruturas referiu que, antes do dia 26 de abril, tinha já suspeitas sobre o comportamento do ex-Adjunto Frederico Pinheiro, nomeadamente por “tirar fotocópias a altas horas da noite”. Em algum momento isso foi reportado ao SIRP/SIS? Quando teve o SIRP/SIS conhecimento das atividades suspeitas de Frederico Pinheiro como ex-adjunto? O SIRP/SIS conduziu alguma investigação específica sobre Frederico Pinheiro antes de sua exoneração? Se sim, quais foram os resultados dessa investigação?
  • A eventual informação estava classificada como confidencial nos termos legais? Se sim, quem estava habilitado a conhecê-la e porque razão?

(notícia atualizada às 12h44 com declarações de Joaquim Miranda Sarmento)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Euribor cai a três, seis e 12 meses e taxas médias sobem em maio

  • Lusa
  • 31 Maio 2023

Esta quarta-feira, as taxas Euribor baixaram, enquanto as taxas médias de maio subiram nos três prazos, mas a um ritmo mais lento do que em abril, principalmente nos dois prazos mais curtos.

As taxas Euribor voltaram esta quarta-feira a descer, enquanto as taxas médias de maio subiram nos três prazos mas a um ritmo mais lento do que em abril, principalmente nos dois prazos mais curtos. As taxas médias da Euribor em maio a três, seis e 12 meses subiram, respetivamente, para 3,372%, 3,682% e 3,862%, ou seja, registando acréscimos face a abril de 0,193 pontos, 0,166 pontos e 0,105 pontos.

Em abril, as taxas médias da Euribor a três, seis e 12 meses foram, respetivamente, de 3,179%, 3,516% e 3,757% e registaram acréscimos face a março de 0,268 pontos, 0,249 pontos e 0,110 pontos.

  • A taxa Euribor a 12 meses, que atualmente é a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável, baixou esta quarta-feira, pela segunda sessão consecutiva, para 3,939%, menos 0,026 pontos, depois de ter subido em 29 de maio para 3,982%, um novo máximo desde novembro de 2008. Segundo dados de março de 2023 do Banco de Portugal, a Euribor a 12 meses representa 41% do stock de empréstimos para habitação própria permanente com taxa variável. Os mesmos dados indicam que a Euribor a seis e a três meses representam 33,7% e 22,9%, respetivamente. A média da taxa Euribor a 12 meses avançou de 3,757% em abril para 3,862% em maio, mais 0,103 pontos.
  • No prazo de seis meses, a taxa Euribor, que entrou em terreno positivo a 6 de junho de 2022, também recuou esta quarta-feira, ao ser fixada em 3,682%, menos 0,024 pontos, contra o novo máximo desde novembro de 2008, de 3,781%, verificado em 29 de maio. A média da Euribor a seis meses subiu de 3,516% em abril para 3,682% em maio, mais 0,166 pontos.
  • No mesmo sentido, a Euribor a três meses desceu esta quarta-feira, ao ser fixada em 3,463%, menos 0,011 pontos, depois de ter subido em 29 de maio até 3,483%, um novo máximo desde novembro de 2008. A média da Euribor a três meses subiu de 3,179% em abril para 3,372% em maio, ou seja, um acréscimo de 0,193 pontos percentuais.

As Euribor começaram a subir mais significativamente a partir de 4 de fevereiro de 2022, depois de o Banco Central Europeu (BCE) ter admitido que poderia subir as taxas de juro diretoras devido ao aumento da inflação na zona euro e a tendência foi reforçada com o início da invasão da Ucrânia pela Rússia em 24 de fevereiro de 2022.

Na mais recente reunião de política monetária, a 4 de maio, o BCE voltou a subir, pela sétima vez consecutiva, mas apenas em 25 pontos base, as taxas de juro diretoras, acréscimo inferior ao efetuado em 16 de março, a 2 de fevereiro e em 15 de dezembro, quando começou a desacelerar o ritmo das subidas em relação às duas registadas anteriormente, que foram de 75 pontos base, respetivamente em 27 de outubro e em 08 de setembro.

Em 21 de julho de 2022, o BCE aumentou, pela primeira vez em 11 anos, em 50 pontos base, as três taxas de juro diretoras.

As taxas Euribor a três, a seis e a 12 meses registaram mínimos de sempre, respetivamente, de -0,605% em 14 de dezembro de 2021, de -0,554% e de -0,518% em 20 de dezembro de 2021.

A Euribor é fixada pela média das taxas às quais um conjunto de 57 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Governo dá primeiros passos para eletrificar linha até Beja no final de 2024

Modernização e eletrificação do troço Casa Branca-Beja, na Linha do Alentejo, deverá ter projeto aprovado no final de 2024, responde o Ministério das Infraestruturas aos deputados do PCP.

O Governo conta aprovar, no final de 2024, o projeto de modernização e eletrificação para o troço Casa Branca-Beja, na Linha do Alentejo. A informação consta de uma resposta do Ministério das Infraestruturas aos deputados do PCP João Dias e Bruno Dias e foi publicada na página do Parlamento na segunda-feira.

Estima-se que a aprovação deste projeto ocorra no final de 2024, findo o processo de Avaliação de Impacte Ambiental e emissão da Declaração de Impacte Ambiental respetiva, por parte da Agência Portuguesa do Ambiente”, refere o gabinete liderado por João Galamba.

A modernização e eletrificação do troço Casa Branca-Alentejo consta do Programa Nacional de Investimentos para 2030 (PNI 2030), como projeto para executar até 2025. No entanto, em junho de 2021, a Infraestruturas de Portugal (IP) assumia que as obras apenas deveriam ficar concluídas em 2027.

“O lançamento da empreitada será feito em 2024 e a obra decorrerá em 2025, 2026 e, porventura, ainda no início de 2027”, afirmou o então presidente da IP, António Laranjo, durante uma audição na Assembleia da República. O orçamento para a empreitada seria de mais de 100 milhões de euros, com comparticipação, em até 85%, do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER), referiu o mesmo responsável.

Em julho de 2015, um estudo da IP apontava para obras no valor entre 68 e 94 milhões de euros. No cenário mínimo, 68 milhões de euros serão suficientes para o troço Casa Branca-Beja ter comboios elétricos até 140 km/h, graças à colocação de catenária, sinalização eletrónica e ainda a supressão das 17 passagens de nível. Para os comboios circularem até 200 km/h, a despesa sobe para 94 milhões de euros: além da eletrificação, é necessário construir cerca de 12,5 quilómetros de variantes ao traçado original.

Com a eletrificação da Linha do Alentejo até Beja, voltará a ser possível fazer comboios diretos, por exemplo, entre Lisboa e Beja, o que deixou de acontecer em maio de 2010, devido à modernização da linha entre Bombel e Casa Branca. Atualmente, de Lisboa até Beja, são necessárias duas horas e sete minutos, com mudança de comboio em Casa Branca.

Está ainda em estudo a viabilidade da ligação da Linha do Alentejo ao aeroporto de Beja. A variante poderá custar 20 ou 26 milhões de euros, permitindo uma viagem de comboio até Lisboa em cerca de uma hora e 30 minutos. A escolha mais barata tem uma extensão de 12,8 quilómetros; serve para as instalações militares e o transporte de mercadorias por via aérea. A opção mais cara está mais vocacionada para passageiros e prolonga-se por perto de 17 quilómetros.

Comboio até à Funcheira terá de esperar

Da Linha do Alentejo também faz parte o troço entre Beja e a Funcheira, sem serviço de passageiros desde 2012. O PNI 2030 prevê apenas estudos de reativação deste troço. O regresso dos comboios a este percurso implica um investimento de 77 a 86 milhões de euros, segundo o estudo de 2015 da IP.

Com a opção mais barata, além da modernização e eletrificação do troço, serão suprimidas todas as passagens de nível e serão construídos pontos de cruzamento para circularem comboios de mercadorias com 750 metros de comprimento. Ainda no cenário base, prevê-se a construção de uma variante de 4,1 quilómetros e uma renovação de 2,4 quilómetros de via junto a Ourique.

Se a IP for mais ambiciosa, para o troço Beja-Funcheira são necessários mais nove milhões de euros. Com 86 milhões, os comboios poderão circular até 200 km/h graças à construção de mais 13 quilómetros de variantes e à vedação integral da linha.

No âmbito da reprogramação do Plano de Recuperação e Resiliência, o PCP chegou a desafiar o Governo para incluir, no financiamento europeu, as obras de modernização do Beja-Funcheira. Tal acabou por não acontecer.

Com a reabertura do troço entre Beja e Funcheira, a Linha do Alentejo passaria a ser uma redundância à Linha do Sul nas ligações entre Lisboa e o sul do país. A aposta confere “redundância na ligação ferroviária do porto de Sines às regiões Centro e Norte de Portugal e à fronteira com Espanha”, escreveu a IP no estudo de 2015.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Número de advogados em Portugal bate recorde e volta a subir para 38.804 em 2022

Em 2022 estavam inscritos na OA 38.804 advogados, mais 916 do que 2021, um novo recorde. Mais da maioria são do sexo feminino, representando cerca de 56,8%, ou seja 22.039 advogadas.

O número de advogados inscritos na Ordem dos Advogados voltou a subir em 2022. Segundo os dados divulgados esta quarta-feira pela Direção-Geral da Política de Justiça (DGPJ) do Ministério da Justiça, existem atualmente 38.804 advogados, mais 916 do que 2021, um novo recorde.

Dos 38.804 advogados contabilizados em Portugal em 2022, mais da maioria são do sexo feminino, totalizando cerca de 56,8%, ou seja 22.039 advogadas, outro recorde. Já advogados do sexo masculino foram contabilizados 16.765, ou seja cerca de 43,2% da classe.

No que concerne ao número de estagiários, em 2022 existiam 3.372, ou seja, cerca de 8,7% dos advogados inscritos. Uma redução face a 2021, em que estavam inscritos 3.951. Também entre os estagiários o sexo feminino impera com 2.222 advogadas face aos 1.150 advogados.

Ao longo dos últimos anos este número tem vindo a crescer, verificando-se apenas sete quebras no número de advogados inscritos nos anos de 1988, 1991, 1996, 2002, 2007, 2009 e 2019. A maior quebra foi em 2007, em que estavam registados 22.345 advogados face aos 25.716 em 2006, ou seja, um decréscimo de 3.371. Mas esta descida teve uma razão: decorria o bastonato de Marinho e Pinto e por alguns meses desse ano houve suspensão de inscrição de advogados estagiários.

Quanto ao género, foi no ano de 2006 que pela primeira vez exerceram advocacia mais mulheres do que homens. Nesse ano contabilizaram-se 12.996 advogadas face aos 12.720 profissionais do sexo masculino. Desde então que o sexo feminino tem dominado a classe, com exceção do ano de 2008. Recorde-se que a advocacia esteve durante vários anos restringida às mulheres e só em 1918 é que viram assegurado o seu direito de acesso à profissão.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.