Atraso nos votos por correspondência adia fecho das eleições na AEP

José António Barros adiou o encerramento do ato eleitoral na Associação Empresarial de Portugal (AEP) devido a atraso dos CTT no envio dos boletins. Votos serão contabilizados a 12 de junho.

Só à terceira é que deverá ser mesmo de vez. Depois de a assembleia eleitoral da Associação Empresarial de Portugal (AEP) já ter sido adiada de 17 de abril para 29 de maio devido a uma irregularidade na primeira convocatória, o ato eleitoral realizado esta segunda-feira acabou por não ser encerrado devido ao atraso dos CTT na entrega dos boletins para o voto por correspondência.

O presidente da AEP, Luís Miguel Ribeiro, que lidera a lista única para o conselho de administração (CA) e que irá continuar no cargo por mais quatro anos, explicou ao ECO que o presidente da Assembleia Geral, José António Barros, “entendeu que, face a esse atraso, devia prorrogar o prazo para todos os votos sejam contabilizados e nenhum sócio fique inibido de votar”.

O histórico dirigente da AEP, que decidiu afastar-se da associação patronal nortenha depois do episódio da retirada de convites, relatado pelo ECO, decidiu, assim, adiar o fecho da assembleia eleitoral e a contabilização dos votos para o dia 12 de junho, solicitando “dez dias úteis [adicionais] para que todos os votos possam chegar” à sede da associação, em Leça da Palmeira (Matosinhos).

Um total de 1.280 boletins de votos foram enviados para os associados da AEP em condições de votar, isto é, com as quotas em dia. Sem dispor de números oficiais, a avaliar apenas pela afluência presencial, Luís Miguel Ribeiro disse ao ECO que estas eleições terão “provavelmente a maior participação de sempre em lista única”. A tomada de posse dos novos órgãos sociais é formalizada de imediato, a 12 de junho.

Miguel Pinto (diretor-geral da Continental Advanced Antenna), José Luís Ceia (líder da Enjoysmile e atual presidente da Associação Empresarial do Alto Minho) e Eduardo Viana (CEO da Dourogás) vão ser os vice-presidentes da AEP nos próximos quatro anos, num conselho de administração que continuará a ser comandado por Luís Miguel Ribeiro.

A lista para os órgãos sociais no mandato 2023-2026 mostra uma renovação quase completa na administração, já que apenas Eduardo Viana é reconduzido. Para vogais entram três caras novas: Alexandre Almeida (Kis Consulting), Raquel Vieira de Castro (Vieira de Castro) e Benedita Amorim Martins (Conduril), filha de António Amorim Martins, que foi presidente da AEP nos anos 1980.

José Manuel Fernandes, fundador da Frezite, encabeça a lista para o Conselho Geral, que, após a recente alteração dos estatutos, deixa de ser liderado pelo presidente do CA e a funcionar como um conselho geral e de supervisão. O empresário da Trofa terá como vice-presidentes Paulo Barros Vale (Valcorp SGPS), Manuela Tavares de Sousa (Imperial), José Pedro Freitas (Mota-Engil) e Fernando de Sousa (CEI – Companhia de Equipamentos Industriais).

À frente do Conselho Fiscal da AEP continuará Alberto Castro, em representação da Universidade Católica, com Carlos Gomes (Leilosoc / Iseguria Capital) como vogal efetivo. Já a Mesa da Assembleia Geral passará a ser presidida por Ana Paula Roque (Revigrés), que estava até agora no CA e substitui neste cargo José António Barros.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Exportações e importações de turismo sobem 22,5% e 10% em abril

  • Lusa
  • 30 Maio 2023

Estes valores apresentam uma desaceleração face ao crescimento observado nos primeiros três meses do ano.

As despesas de turistas estrangeiros em Portugal e de turistas portugueses em outros países aumentaram 22,5% e 10,0%, respetivamente, em abril, em termos homólogos, voltando a abrandar face ao mês anterior, divulgou esta terça-feira o BdP.

Em abril de 2023, o indicador preliminar das viagens e turismo aponta para um crescimento das exportações de 22,5% face a abril de 2022 (após uma variação de 36,1% em março) e um crescimento das importações de 10,0% (após uma variação de 18,0% em março)”, refere o Banco de Portugal (BdP).

De acordo com o banco central, estes valores apresentam uma desaceleração face ao crescimento observado nos primeiros três meses do ano, tendo este abrandamento sido “influenciado pelas medidas de resposta à pandemia de covid-19, que foram mais restritivas no primeiro trimestre de 2022 do que em abril de 2022”.

As séries apresentadas pelo BdP são valores preliminares para a taxa de variação homóloga, tanto para as despesas de turistas estrangeiros em Portugal (também designadas por exportações ou créditos), como para as despesas de residentes em Portugal quando se deslocam a outros países (também designadas por importações ou débitos).

De acordo com o banco central, “esta informação baseia-se num conjunto mais restrito de informação, predominantemente de cartões bancários, e não substitui as séries históricas de exportações e importações de viagens e turismo publicadas no BPstat”. O BdP atualiza o indicador preliminar das viagens e turismo da balança de pagamentos em 30 de junho.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Montenegro quer autarquias e governos regionais a regulamentar Alojamento Local

Montenegro quer autarquias e governos regionais a regulamentar Alojamento Local. E reitera que revoga medidas do pacote "mais Habitação" se for primeiro-ministro.

O líder do PSD quer as autarquias e governos regionais a regulamentarem os enquadramentos e as áreas de maior contenção do alojamento local (AL) por serem os poderes locais com maior proximidade ao território, indo, assim, ao encontro das reivindicações de vários autarcas do país, como Rui Moreira, do Porto, e Carlos Moedas, de Lisboa, que lamentaram não terem sido ouvidos pelo Governo no âmbito do pacote “Mais Habitação”.

Esta terça-feira, à saída da reunião com a Associação de Alojamento Local, em Lisboa, o presidente do PSD foi taxativo de que “ninguém melhor do que o poder local e regional, com a proximidade que tem à realidade física, social e económica de cada território, para poder determinar e regulamentar os enquadramentos, as áreas de maior contenção nesta atividade para que os dois interesses sejam conciliáveis e equilibrados“, referindo-se à lei da oferta e da procura no mercado de habitação e à atividade de AL.

Só assim, defendeu Luís Montenegro, pode haver um equilíbrio na balança: de um lado casas para arrendar e comprar no mercado da habitação e, do outro, em funcionamento a atividade de AL que “gera competitividade no país”. Ou seja, sublinhou o social-democrata, “por um lado haver, no mercado da habitação, mais casas para arrendamento e para aquisição e, por outro lado, haver também um setor de atividade económica que gera competitividade no país, que é hoje uma das principais alavancas da economia portuguesasenão a principal – onde muitas pessoas encontram a fonte do financiamento das suas vidas”.

Ninguém melhor do que o poder local e regional, com a proximidade que tem à realidade física, social e económica de cada território, para poder determinar e regulamentar os enquadramentos, as áreas de maior contenção nesta atividade para que os dois interesses sejam conciliáveis e equilibrados.

Luís Montenegro

Presidente do PSD

Montenegro lembrou aos jornalistas que “da primeira vez que o Governo apresentou, a 16 de fevereiro – com o intuito de criar aqui barreiras praticamente intransponíveis para este setor –, nem sequer ouviu os municípios e regiões autónomas“. Mais, criticou o líder do PSD, “num segundo momento, condicionou a participação dos municípios à existência da chamada carta de habitação que nem todos têm ainda formulada e que, em muitos casos, será uma forma encapotada de não dar aos municípios o poderde decisão que diz querer dar”.

A postura de Montenegro vem ao encontro das reivindicações de vários autarcas do país e até do Comité das Regiões Europeu que, em março deste ano, aprovou, por unanimidade, um parecer que pede a entrega aos poderes locais e regionais das funções de monitorização e regulação, além do aumento da transparência e livre acesso a informação sobre o alojamento local para combater atividades ilegais. Nessa ocasião, o presidente da Câmara Municipal de Aveiro, Ribau Esteves, defendeu que “os poderes locais e regionais devem ter primazia na regulamentação do Alojamento Local.

No final do encontro com a Associação de Alojamento Local, Luís Montenegro reiterou a garantia de que, caso seja primeiro-ministro revoga as medidas do atual Executivo socialista relativas ao Alojamento Local, que “quer matar” este setor económico. “Reiterámos com a associação o nosso compromisso que se não for evitável este desfecho, a nossa promessa é muito firme e direta: num futuro Governo do PSD revogaremos as medidas que o PS propõe para o AL“, assegurou.

Interpelado pelos jornalistas sobre a alternativa às medidas do Governo, o líder do PSD garantiu que passa por “ter um setor que possa continuar a cumprir o seu papel de oferta de alojamento turístico de forma regulada, de modo a poder dinamizar a economia e a criação de emprego. E, ao mesmo tempo, conjugar isso com as políticas públicas de habitação que terão de ter uma mediação das câmaras municipais e dos governos regionais“.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Carta de conforto de Pinto Luz foi “momento de maior gravidade” da privatização da TAP, diz Pedro Marques

A assinatura do antigo secretário de Estado das Infraestruturas consta de uma carta de conforto aos bancos credores da TAP, na privatização de 2015, revelou o antigo ministro socialista Pedro Marques.

A assinatura de Miguel Pinto Luz, antigo secretário de Estado das Infraestruturas do segundo Governo de Passos Coelho, consta afinal de um documento da Parpública onde é autorizada a carta de conforto aos bancos credores da TAP na privatização de 2015. A revelação foi feita por Pedro Marques, antigo ministro socialista, durante a audição desta quarta-feira na Comissão de Economia e Obras Públicas do Parlamento. O agora eurodeputado considerou a carta “o momento de maior gravidade” da operação.

Para aceitarem manter o financiamento à TAP na privatização de 2015, os bancos credores (CGD, Millennium BCP, BPI, Novo Banco e Santander) exigiram uma carta de conforto que garantisse que o Estado recompraria o capital e asseguraria o pagamento da dívida caso a empresa, já detida maioritariamente pela Atlantic Gateway, entrasse em incumprimento.

“Perante um documento de tamanha importância, devo dizer que foi com imensa estranheza que vi o Secretário de Estado das Infraestruturas, Transportes e Comunicações que conclui a privatização, o agora vice-presidente do PSD, Engº Miguel Pinto Luz, afirmar reiteradamente aqui, nesta Comissão Parlamentar, que não assinou qualquer carta conforto e que até desconhece do que trata“, afirmou Pedro Marques na sua intervenção inicial.

“No documento no qual a Parpública pede autorização para enviar aos bancos a carta-conforto, vê-se bem a assinatura dos dois ex-governantes que a autorizam: a secretária de Estado do Tesouro e o Secretário de Estado das Infraestruturas, Miguel Pinto Luz“, continuou o ex-governante. O documento da Parpública com a assinatura de Miguel Pinto Luz, que data de 12 de novembro, o mesmo dia em que foi concluída a privatização, foi distribuído por um assessor aos jornalistas.

O vice-presidente do PSD respondeu ao início da noite no Twitter, escrevendo que “O Dr. Pedro Marques conseguiu mais uma vez baralhar conceitos e documentos. Vou dar-lhe a oportunidade de corrigir este erros na sua audição de amanhã na CPI”, referindo-se ao facto de o antigo ministro ser ouvido novamente na quarta-feira, mas na comissão de inquérito à TAP.

O antigo ministro do Planeamento e das Infraestruturas entre novembro de 2015 e fevereiro de 2019 considerou que a carta de conforto “é um elemento brutal de desequilíbrio do contrato e o momento de maior gravidade da privatização”. A privatização foi feita de um modo em que 100% dos lucros eram para o privado, mas 100% do risco era para o Estado”, afirmou na sua intervenção inicial.

“Estado não tinha controlo sobre o risco que os privados quisessem assumir na TAP”, sublinhou. “Até esse momento podíamos ter um desacordo político legítimo. Naquele dia com aquela carta conforto e aquele despacho o Estado ficou nas mãos dos privados”, voltaria a afirmar Pedro Marques. “A TAP, estivesse em que estado tivesse, mesmo completamente espatifada pelos privados se assim entendessem, o Estado tinha que recomprar o capital”, acrescentou.

“Decidimos anular aquela carta assim que assumimos o controlo”, afirmou o ex-governante. Isso foi feito através da recompra parcial do capital da companhia pelo Estado, de modo a ficar com 50% do capital da TAP SGPS. O Estado ficou, no entanto, apenas com 5% dos direitos económicos. A operação foi aprovada em maio de 2016, mas só ficou fechada em junho do ano seguinte.

Pedro Marques considerou ainda que “a carta, por si só, poderia ter consequências desastrosas para o Estado, além de poder ser classificada pelas autoridades europeias como um auxílio de Estado”, anulando a operação de privatização. O agora eurodeputado defendeu que sem a recompra do capital pelo Estado, a companhia aérea teria sido sujeita a uma “operação de reestruturação gigantesca” por imposição da Comissão Europeia. “Com a situação do balanço podemos imaginar o que teria sido”, sublinhou.

Questionado por Mariana Mortágua sobre se a carta implicava a assunção de responsabilidades só sobre a dívida existente ou também a futura, Pedro Marques reconheceu que ela incidia apenas sobre os 600 milhões de dívida aos bancos nacionais, mas argumentou que “a carta podia ser acionada com todo o endividamento que aparecesse entretanto no futuro”.

Paulo Rios de Oliveira, do PSD, contestou também as palavras de Pedro Marques. “Tem a certeza que se o privado fosse para lá endividar a empresa em dez mil milhões o Estado ia ficar a pagar? Além de fantasioso, este acordo tinha a tal comissão de acompanhamento que não criaram e que permitia que face à degradação dos capitais próprios podia o Estado cedo recuperar o controlo da empresa e ficar com toda a capitalização que tinha sido feita pelo privado”, apontou o social-democrata.

“Com o contrato do PSD, David Neeleman saia sem dinheiro nenhum. Com o do PS ganhou 55 milhões”, acusou, referindo o dinheiro pago a David Neeleman na renacionalização de 2020.

O antigo ministro do Planeamento e das Infraestruturas, Pedro Marques, durante a sua audição na Comissão de Economia, Obras Públicas, Planeamento e Habitação a requerimento do PSD sobre a «situação da TAP no período 2015-2023» , na Assembleia da República, em Lisboa, 30 de maio de 2023. JOSÉ SENA GOULÃO/LUSA

Ministro diz que não havia informação sobre “desconto” dado a Neeleman

Pedro Marques foi questionado sobre o conhecimento do negócio de David Neeleman com a Airbus, no âmbito da encomenda de 53 novos aviões, que levou a fabricante a entregar 226 milhões de dólares à Atlantic Gateway, usados para capitalizar a TAP.

Uma auditoria pedida em 2022 pela companhia aérea concluiu que a TAP ficou a pagar mais do que os concorrentes pelos mesmos aviões. Na altura da privatização, em 2015, foram entregues três avaliações que apontavam para a existência de um desconto.

O antigo ministro garantiu que nos documentos da privatização que estavam na posse da Parpública “nunca apareceu esta ideia de que a TAP estava a pagar a mais porque desconto à cabeça foi dado ao senhor Neeleman” e usado na capitalização. Afirmou ainda que quando assumiu o dossiê recebeu a garantia de que tudo tinha sido feito de forma legal.

“No meu tempo como responsável político da TAP não houve referencia a compra da TAP acima do valor de mercado”, reiterou. O antigo ministro afirmou que “o primeiro conhecimento chegou em janeiro numa entrevista de David Neeleman à revista visão”. “O que disse nessa entrevista não está em nenhum documento da privatização”, disse.

Pedro Marques defendeu por várias vezes a contratação de Diogo Lacerda Machado para administrador não executivo da TAP. “É um profundo conhecedor e uma das boas pessoas que estiveram no conselho de administração”, afirmou.

TAP perdeu quota no Brasil após compra da VEM

Carlos Guimarães Pinto trouxe dados que segundo o deputado da Iniciativa Liberal mostram que a companhia aérea perdeu quota de mercado após a compra do negócio de manutenção e engenharia Brasil.

“Em 2004, a TAP era a segunda maior companhia estrangeira e tinha 7,3% de quota de mercado. Em 2007, quando a TAP finalmente tomou o controlo tinha 9,5% e era a segunda maior companhia europeia. 12 anos depois, antes da pandemia e depois de centenas de milhos gastos no buraco no Brasil, passou para 9%. Perdeu quota de mercado no Brasil”, afirmou o deputado da Iniciativa Liberal.

O antigo ministro apontou a dificuldade de entrar no mercado brasileiro e que a compra do negócio da Varig permitiu abrir esse mercado. “A posição de hub europeu para o mercado brasileiro é o grande ativo estratégico da TAP dos últimos 15 anos”, apontou.

Carlos Guimarães Pinto questionou ainda em que é que a recuperação do controlo estratégico tinha sido tão relevante para a TAP. “Não falou de uma rota, de um destino, de um emprego que tenha sido mantido, de um fornecedor, nada. Daquilo que disse, manter o controlo estratégico serviu apenas para duas decisões financeiras [evitar a venda em bolsa e a entrega de opções de compra aos gestores] para manter o controlo estratégico da TAP”.

“Dois anos depois estávamos de lá para fora e eles faziam o que entendessem com a TAP”, como vender a alguém que menorizasse a companhia, por exemplo saindo do Brasil, afirmou referindo-se à venda do capital dos privados em bolsa. “Não aconteceu porque não deixámos”.

Pedro Marques foi ministro do Planeamento e das Infraestruturas entre novembro de 2015 e fevereiro de 2019, quando saiu do Governo para liderar a lista de candidatos do PS às eleições europeias. Foi Pedro Marques que negociou com os donos privados da TAP, a Atlantic Gateway de Humberto Pedrosa e David Neeleman.

O antigo ministro está a ser ouvido a requerimento do PSD numa série de audições sobre a “situação da TAP no período 2015-2023”, que decorrem em paralelo à comissão parlamentar de inquérito à companhia aérea, onde Pedro Marques será ouvido amanhã, quarta-feira. Na próxima semana, será a vez do também ex-ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, ser ouvido na Comissão de Economia.

(notícia atualizada às 20h52 com reação de Miguel Pinto Luz no Twitter)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Ciudadanos fora das eleições legislativas antecipadas em Espanha

  • Lusa
  • 30 Maio 2023

A decisão foi tomada numa reunião de urgência do Ciudadanos com o argumento que o partido "não é visto como uma força transformadora".

O Comité Nacional do Ciudadanos decidiu esta terça-feira não apresentar listas às eleições legislativas antecipadas de 23 de julho em Espanha, considerando que “a mensagem das eleições locais foi muito clara”, indicou o secretário-geral do partido, Adrián Vázquez.

Segundo Vázquez, a decisão foi tomada numa reunião de urgência do Ciudadanos, único órgão do partido que tem o poder de tomar uma decisão sobre se vai disputar as eleições, e tem também por base a ideia de que o partido “não é visto como uma força transformadora”.

Desde o desastre eleitoral de novembro de 2019, que levou à demissão de Albert Rivera, o Ciudadanos tem vindo a acumular fracassos nas várias eleições dos últimos anos. As eleições regionais e municipais de domingo foram outro grande revés, já que não conseguiram representação em nenhuma das regiões autónomas em disputa e perderam quase todos os vereadores eleitos há quatro anos.

Segundo a agência EuropaPress, nem sequer a porta-voz nacional do partido, Patricia Guasp, conseguiu revalidar o seu lugar no Parlamento das Baleares, e a vice-presidente da Câmara de Madrid, Begoña Villacís, também perdeu o seu lugar. Globalmente, com mais de 97% dos votos contados, o PP foi o partido mais votado nas eleições municipais de domingo em Espanha, com 31,5% dos votos, seguido pelo PSOE, com 28,18%.

Os resultados refletem uma mudança em relação às eleições municipais anteriores, de 2019, em que o PSOE teve 29,38% dos votos e o PP conseguiu 22,62%. Esta é também considerada a primeira vitória eleitoral do PP em Espanha desde 2015.

Os resultados confirmam também o avanço da extrema-direita, com o VOX a conseguir nas eleições locais de hoje 7,19% dos votos, depois de ter tido 3,56% em 2019.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Grupo suíço compra o jornal A Bola

O histórico jornal desportivo com sede na Travessa da Queimada vai mudar de mãos, e passará a ser propriedade do grupo suíço Ringier.

O jornal A Bola vai mudar de mãos. Ao que o +M apurou junto de duas fontes, Mário Arga e Lima, dono d’A Bola e a Bola TV, já terá chegado a acordo com o grupo suíço Ringier, para a venda do histórico título desportivo. Para além do diário, o negócio inclui também a venda do canal A Bola TV.

A informação ainda não foi oficializada internamente, embora comece a circular pela Travessa Queimada, sede do jornal, que o título mudou de mãos.

De acordo com o Portal da Transparência, da ERC, a Sociedade Vicra Desportiva é detida em 95% por Mário Arga e Lima, diretamente e através da Vicontrol SGPS, da qual é o único acionista. Arga e Lima é presidente do conselho de administração, órgão do qual também faz parte Paulo Cardoso.

A informação mantém-se assim porque, explica o regulador ao +M, a ERC ainda não foi notificada da operação, tendo as partes 10 dias para informar a Entidade Reguladora de alterações da titularidade e gestão dos órgãos de comunicação social. O negócio não está sujeito a autorização prévia.

A confirmar-se a compra d’A Bola, esta representa a entrada em Portugal de um grupo que opera em países como Roménia, Bulgária, Polónia e Hungria, está presente em África e entrou já este ano para a Grécia. “Nesta fase, podemos confirmar que estamos em negociações para a aquisição de A Bola, mas ainda não existe qualquer acordo. Divulgaremos mais informações assim que possível“, respondeu ao +M fonte oficial da Ringier, três horas após a publicação da notícia.

De acordo com o Portal da Transparência, o passivo da sociedade Vicra Desportiva ascendia a 14,6 milhões de euros em 2021, e apresenta capitais próprios negativos na ordem dos 2,9 milhões de euros. Em 2021, de acordo com a informação oficial, A Bola registou um lucro de 356 mil euros, depois de ter apresentado um prejuízo da ordem dos 540 mil euros no exercício de 2020.

No final de dezembro, o Sindicato de Jornalistas denunciou as empresas donas do jornal A Bola, revista Auto Foco e A Bola TV ainda não tinham pago o subsídio de Natal e enviou uma exposição à Autoridade para as Condições do Trabalho. Em comunicado, o Sindicato de Jornalistas disse que este “é o sexto ano consecutivo em que a administração entende que não deve cumprir esta obrigação para com os funcionários” e considera que “quase tão grave quanto o atraso é o facto de não ter dado qualquer explicação”.

A situação terá sido entretanto regularizada e neste momento, de acordo com fontes ouvidas pelo +M, os subsídios de férias – para quem já as gozou – já estará a ser pago, o que está a ser associado à entrada de um novo acionista.

 

(Notícia atualizada às 17h45 com o esclarecimento da ERC e comentário da Ringier)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Crescimento das exportações dá “confiança a quem está a investir”, diz Costa

  • Lusa
  • 30 Maio 2023

"A exportação de bens está a crescer mais do que a exportação de serviços. E esta mensagem é muito importante porque é isso que permite dar confiança a quem está a investir", afirmou António Costa.

O primeiro-ministro, António Costa, salientou esta terça-feira que as exportações de bens estão a crescer mais do que as exportações de serviços, e considerou que este indicador constitui um fator de confiança para quem investe em Portugal.

António Costa discursava no fim de uma visita à sede da empresa Accenture Portugal, em Lisboa, durante a qual entrou em contacto, por videoconferência, com quadros de três novos centros tecnológicos deste grupo multinacional recentemente criados em Matosinhos, Aveiro e Coimbra.

“A exportação de bens está a crescer mais do que a exportação de serviços. E esta mensagem é muito importante porque é isso que permite dar confiança a quem está a investir”, afirmou o primeiro-ministro.

Ressalvando que não desvaloriza o contributo económico do turismo, António Costa realçou que “o que tem crescido mais nas exportações tem sido mesmo a exportação de bens, um crescimento muito superior ao crescimento da exportação de serviços”.

“E, dentro dos serviços, os outros serviços, como os da Accenture, têm crescido mais do que tem sido o crescimento do turismo”, acrescentou.

No seu discurso, o primeiro-ministro apontou os “recursos humanos altamente qualificados” como uma das vantagens comparativas de Portugal e a capacidade de “reter o talento” como “o maior desafio” do país.

Perante os dirigentes da Accenture Portugal, assegurou que o número de alunos do ensino superior “vai continuar a crescer”. “O país vai continuar a investir naquilo que é o vosso recurso natural mais importante, que é o talento. Vamos continuar a investir no talento, e é preciso continuar a atrair o investimento necessário para podermos fixar e aproveitar totalmente este potencial”, disse.

Após esta visita, o primeiro-ministro não respondeu a perguntas dos jornalistas. Antes, o presidente da Accenture Portugal, José Gonçalves, referiu que a empresa triplicou o volume de negócios em seis anos, para “mais de 300 milhões de euros”, e tem atualmente 5.500 trabalhadores, dos quais 80% têm curso superior e 44% são mulheres.

José Gonçalves defendeu no início da sua intervenção que “a subida dos salários médios” em Portugal é fundamental, e declarou que a Accenture consegue “praticar salários médios muito acima da realidade nacional”, graças aos seus aos seus “negócios de alto valor acrescentado” de serviços de consultoria, tecnologia e inovação.

O presidente da Accenture Portugal considerou que Portugal tem “um Governo que está próximo das empresas e que tenta ajudar” e destacou o crescimento da economia nos últimos anos.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Adecco cria equipa de marketing para atrair mais talento

Recrutadora está a recorrer à criação de conteúdos e campanhas para atrair, envolver e, por fim, fidelizar os candidatos. Estratégia aumentou número de candidatos e maior ajuste do perfil, diz.

Os recursos humanos estão cada vez mais próximos dos departamentos de marketing. O Grupo Adecco criou uma equipa de marketing digital totalmente orientada para o candidato, adotando o inbound recruiting, que consiste na utilização, pelos recrutadores, de uma metodologia assente em estratégias de inbound marketing e employer branding. O objetivo é melhorar a capacidade de atrair talento. O grupo especializado em recursos humanos criou uma ainda uma parceira com a GoodHabitz para o desenvolvimento dos seus colaboradores.

“O Grupo Adecco apostou na formação de toda a sua equipa de consultores na metodologia de inbound recruiting e criou uma equipa de marketing digital totalmente orientada para o candidato, por forma a ser mais eficiente na comunicação e, consequentemente, gerar melhores resultados de conversão dos nossos anúncios de recrutamento”, começa por dizer Vanda Santos, delivery & quality director da Adecco.

E os resultados já são visíveis. “Conseguimos duplicar o número de candidaturas e o rácio de adequação do candidato à função. É uma metodologia única e disruptiva, na qual fomos pioneiros na sua implementação em Portugal”, garante, citada em comunicado.

Ao contrário dos métodos de recrutamento tradicionais, que se baseiam fortemente na publicação de anúncios de emprego e no contacto com candidatos passivos, o inbound recruiting envolve a criação de conteúdos e campanhas de marketing concebidos para atrair, envolver e, por fim, fidelizar os candidatos.

A comunicação centra-se normalmente em tópicos relacionados com a cultura, os valores e a missão das empresas, o que permite construir relacionamentos e criar conexões com os talentos certos, explica ainda o Grupo Adecco. Assim, as redes sociais assumem uma relevância acrescida, não só porque asseguram um vasto alcance, como também potenciam uma “experiência inovadora e positiva para o candidato”.

Acesso à GoodHabitz para os mais de 10.000 colaboradores

O Grupo está ainda apostado no desenvolvimento dos seus mais de dez mil colaboradores, oferecendo-lhes acesso à GoodHabitz, uma plataforma de formação online que dispõe de um vasto catálogo de cursos para desenvolvimento pessoal e profissional.

“A inovação e o foco nos colaboradores fazem parte do ADN da Adecco, sendo que esta parceria traduz-se num importante impulsionador para a melhoria das competências, soft e hard skills dos nossos recursos humanos. Queremos ser um catalisador do reskilling e upskilling no mercado”, explica Vanda Santos.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Nvidia torna-se na primeira empresa de chips a ultrapassar a fasquia de 1 bilião de dólares

  • ECO
  • 30 Maio 2023

Os bons resultados do primeiro trimestre apresentados recentemente fizeram as ações disparar mais de 76% e, com isso, colocaram a Nvidia na liga do "bilião".

A Nvidia superou hoje uma barreira até há pouco tempo impensável. De acordo com dados da Reuters, a empresa liderada por Jensen Huang tornou-se na primeira empresa de semicondutores a superar a barreira de 1 bilião de dólares de capitalização bolsista.

Atualmente, as ações da Nvidia estão a valorizar mais de 6% na bolsa norte-americana do Nasdaq, com os títulos a negociarem acima dos 400 dólares pela primeira vez na sua história.

O feito alcançado pela empresa de chips foi conseguida, em grande parte, pelo desempenho recente das ações, como resposta aos resultados do primeiro trimestre apresentados recentemente que bateram largamente as expectativas dos analistas.

Este ano, os títulos da Nvidia acumulam uma valorização de 176%, sendo que só na última semana valorizaram cerca de 30%.

A entrada no clube de 1 bilião de dólares de capitalização bolsista ocorre após 24 anos desde da oferta pública inicial (IPO em inglês), que teve lugar a 22 de janeiro de 1999.

“A Nvidia é a estrela da inteligência artificial na atualidade”, referiu Thomas Hayes, presidente da Great Hill Capital, citado pela Reuters.

Na segunda-feira, a empresa anunciou que está a construir o supercomputador de inteligência artificial mais poderoso de Israel para responder à crescente procura dos clientes por aplicativos de IA.

Entre as outras quatro maiores tecnológicas norte-americanas que também já atingiram a fasquia de “1 trillion“, a Nvidia foi a terceira que entrou no clube mais rapidamente. Apenas foi superada pela Amazon e pela Alphabet, que alcançaram esse feito ao fim de 21 e 17 anos desde a sua entrada em bolsa, respetivamente.

Tanto a Microsoft e a Apple só atingiram uma capitalização bolsista acima de 1 bilião de dólares ao fim de mais de 30 anos.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

De Braga para Guimarães, Place Me quer ajudar mais universitários a encontrar casa

Empresa de Braga, que nasceu há sete anos com o objetivo de facilitar o alojamento da comunidade académica da Universidade do Minho, tem nos planos a abertura de uma agência em Guimarães.

Fundada em 2016 com o objetivo de facilitar a acomodação de estudantes nacionais e internacionais, investigadores, docentes e restante comunidade da Universidade do Minho (UM), a Place Me está sediada no campus de Gualtar da academia minhota e tem em carteira 160 imóveis, sendo que 55% estão direcionadas para o segmento de estudantes. Dos 88 quartos disponíveis, 40 são com despesas incluídas.

A empresa foi criada por Nuno Rémi, pelo grupo Edit Value e por Pedro Sanchez, todos com ligação à Universidade do Minho. Um ano depois, Júlio Lima, atual CEO, é convidado para assumir o projeto. Em 2020, Sanchez acaba por sair da sociedade por questões profissionais, sendo atualmente a estrutura societária da Place Me composta por Júlio Lima, que detém 51%, e pelo grupo Edit Value.

Júlio Lima, CEO da Place Me

“Já nessa altura se verifica uma dificuldade muito grande em encontrar uma casa ou um quarto nas devidas condições”, conta Júlio Lima, em entrevista ao ECO/Local Online. Passados sete anos deste a fundação, orgulha-se de a empresa ser “uma referência em Braga no mercado de arrendamento”.

Com a entrada deste antigo consultor imobiliário da Prediprado, a Place Me começou a atuar noutras áreas de negócio, nomeadamente na área da compra e venda. O CEO é licenciado em Administração Pública e pós-graduado em Economia Industrial e das Empresas pela Escola de Economia e Gestão da UM. Além dos imóveis direcionados à comunidade universitária, tem imóveis para venda. “O nosso propósito sempre foi o mercado de arrendamento, mas não deixamos de trabalhar outros tipos de mercado”, relata.

Em 2018, a Place Me implementou o serviço de gestão de arrendamento “GA365” e um dos objetivos da empresa no curto prazo passa pela digitalização deste serviço.

Place Me quer entrar em Guimarães

Perspetivando o futuro, o gestor revela ao ECO/Local Online que planeia abrir uma agência de mediação imobiliária na cidade Berço, num prazo de três a cinco anos. “Como a UM está dividida entre Braga e Guimarães, naturalmente iremos, mais cedo ou mais tarde, abrir em Guimarães”, salienta Júlio Lima, CEO da empresa que emprega cinco pessoas e faturou 183 mil euros no ano passado.

A Place Me ainda precisa consolidar os serviços e processos. Precisamos de amadurecer e ganhar algum músculo para pensar num processo de expansão, que terá que ser sempre orgânico, para outros locais, sempre com esta componente universitária porque, de outra forma, não fará sentido.

Júlio Lima

CEO da Place Me

“A Place Me é uma empresa que ainda precisa consolidar os seus serviços e processos. Precisamos de amadurecer e ganhar algum músculo para pensar num processo de expansão, que terá que ser sempre orgânico, para outros locais, sempre com esta componente universitária porque, de outra forma, não fará sentido. Dificilmente vai existir uma Place Me num sítio onde não exista uma universidade ou um campus universitário”, realça o CEO.

Júlio Lima lamenta que a área de mediação mobiliária seja um “setor pouco profissionalizado” e orgulha-se de oferecer um contrato de trabalho aos colaboradores e um salário ao qual acrescem comissões. “A Place acredita que tem que existir uma maior profissionalização nesta área. Pelo menos, o contrato de trabalho pode ser o início”, sustenta o CEO da empresa minhota.

Como está o mercado em Braga?

Um quarto, com despesas incluídas, em Braga custa, em média, 350 euros. Sem despesas incluídas, um quarto poderá custar entre 275 euros a 300 euros. “Como a procura é muito maior que a oferta, as pessoas procuram é a solução; não procuram a distinção entre um serviço e outro”, explica Júlio Lima, CEO da Place ME.

Os preços e rendas das casas e quartos estão a disparar. Já no início do ano, o ECO avançava que o cenário do mercado imobiliário nacional iria ser marcado por casas mais caras, rendas mais altas, proprietários mais flexíveis, maior procura pelo arrendamento e escassez de oferta.

Júlio Lima confirma a tendência e diz que, desde a criação da empresa, os “preços dos imóveis dispararam muito, tanto no âmbito do quarto como do apartamento”. Recorda-se de a agência ter quartos a 200 euros, que hoje custam mais cem euros. No que respeita aos apartamentos, a Place Me tinha T1 a 400 euros e hoje “dificilmente as pessoas encontram um apartamento com essa tipologia por menos de 500/550 euros — ou até mais”. Na ótica do jovem empresário, as tipologias mais pequenas (T1 e T2) foram as que sofreram uma maior inflação.

Júlio Lima conta ainda que no âmbito do arrendamento, quer no alojamento universitário, quer no mercado residencial “têm uma facilidade muito grande em arrendar os imóveis”. E que “dificilmente [tem] um imóvel em carteira mais que duas semanas”. Já no segmento de venda, os imóveis demoram cerca de dois meses a ser vendidos.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Standard & Poor’s melhora “outlook” da Fosun para estável

  • ECO
  • 30 Maio 2023

A pressão sobre a liquidez de curto prazo do grupo chinês que controla a Fidelidade e a Luz saúde foi aliviada e a dívida total baixou 20% para 12,4 mil milhões de euros.

A S&P Global Ratings elevou a classificação de crédito de emissor de longo prazo e garantiu a classificação de notas seniores sem garantia da Fosun, elevando a perspetiva de negativa para estável. “Com esforços contínuos para otimizar o capital e a base de ativos, a pressão de liquidez de curto prazo foi aliviada”, refere o grupo baseado na China.

No final de março de 2023, a Fosun tinha reduzido a dívida da holding em cerca de 24 mil milhões yuans para um total de 93 mil milhões de yuans (12,4 mil milhões de euros). No mesmo período, a participação dos empréstimos bancários na dívida da holding da Fosun aumentou e a proporção de dívidas a vencer nos próximos 12 meses caiu significativamente.

Segundo um comunicado da Fosun, os bancos chineses e estrangeiros estão a reconhecer as ações de gestão de dívida da Fosun, de que fazem parte a venda de ativos não essenciais e entradas de caixa. O apoio financeiro significativo dos bancos também ajudará a Fosun a reduzir a sua dependência do financiamento do mercado público e a apoiar a gestão de liquidez subsequente e o desenvolvimento sustentável dos negócios, conclui a empresa.

A Fosun está presente em Portugal detendo quase 85% do capital da seguradora Fidelidade, com a CGD a deter o restante. Por seu lado, a seguradora participa da REN com 5,4% do capital e detém quase 100% da Luz Saúde, participação que vai colocar parcialmente em bolsa.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Consumidores de luz poupam no mercado livre. Tarifa regulada é mais competitiva no gás

  • Lusa
  • 30 Maio 2023

Os consumidores de eletricidade podem poupar 57% a 67%/ano no mercado liberalizado, mas no gás natural continua a tarifa regulada a ser mais competitiva.

Os consumidores com maiores consumos de eletricidade podem poupar 57% a 67% por ano no mercado liberalizado, mas no gás natural continua a não existir no mercado livre qualquer oferta comercial mais competitiva que a tarifa regulada, informa a Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE).

De acordo com o Boletim das Ofertas comerciais de Eletricidade da Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos referente ao segundo trimestre deste ano, “na comparação entre a oferta mais competitiva e a oferta do mercado regulado conclui-se que os consumidores com consumos anuais superiores podem, de uma forma geral, poupar mais no mercado liberalizado”.

“O consumidor tipo 1 [casal sem filhos, um consumo anual de eletricidade de 1.900 quilowatts-hora (kWh), consumo em vazio de 40% e potência contratada de 3,45 kVA (kilovoltampere)] pode poupar 250 euro/ano no contrato de eletricidade, enquanto o consumidor tipo 3 [família com quatro filhos, um consumo anual de 10.900 kWh, consumo em vazio de 40% e potência contratada de 13.8 kVA] pode poupar 1.607 euro/ano para o mesmo tipo de contrato”, detalha o regulador.

Já no contrato dual, “a poupança face ao mercado regulado varia entre 167 euro/ano, para o consumidor tipo 1, e 963 euro/ano, para o consumidor tipo 3“, acrescenta.

Segundo a ERSE, “em termos relativos, as poupanças anuais no mercado liberalizado podem representar entre 57% e 67% face à oferta de eletricidade no mercado regulado e entre 28% e 36% face à oferta dual com preços regulados”.

Pelo contrário, nas ofertas de gás natural “as poupanças no mercado liberalizado são nulas, pois não existe nenhuma oferta comercial mais competitiva do que a tarifa regulada, para os três consumidores tipo”.

Já no contrato dual, a poupança face ao mercado regulado varia entre 167 euro/ano (consumidor tipo 1) e 963 euro/ano (consumidor tipo 3).

Analisando as várias ofertas comerciais de eletricidade no segundo trimestre, a ERSE concluiu que, para o consumidor tipo 1, a oferta comercial de eletricidade com menor fatura mensal é da LuzBoa (LuzBoa SPOT), com um valor de 15,77 euro/mês, que corresponde a um desconto de 57% e uma poupança mensal de 20,85 euros em relação à tarifa regulada.

Já para o consumidor tipo 2 (casal com dois filhos, com um consumo anual de 5.000 kWh, consumo em vazio de 40% e potência contratada de 6,9 kVA) a oferta comercial de eletricidade com menor fatura mensal é da Eni Plenitude (tarifa indexada), com um valor de 33,56 euro/mês, que corresponde a um desconto de 64% e uma poupança mensal de 58,87 euros em relação à tarifa regulada.

Esta é também a oferta comercial com preço mais baixo para o consumidor tipo 3, com um valor de 67,07 euro/mês, que corresponde a um desconto de 67% e uma poupança mensal de 133,89 euros em relação à tarifa regulada.

No caso das ofertas duais (eletricidade e gás natural), volta a ser a Eni Plenitude (tarifa indexada) a apresentar menor fatura mensal para os três tipos de consumidor: para o tipo 1 com um valor de 36,21 euro/mês, a que corresponde a um desconto de 28% e uma poupança mensal de 13,95 euros em relação à tarifa regulada; para o tipo 2 com um valor de 75,29 euro/mês, que corresponde a um desconto de 36% e uma poupança mensal de 42,82 euros; e para o tipo 3 com um valor de 171,39euro/mês, que corresponde a um desconto de 32% e uma poupança mensal de 80,21 euros.

“Tendo como base a totalidade das ofertas comerciais, verifica-se que o diferencial entre a melhor oferta e a tarifa regulada teve um aumento muito significativo a partir do primeiro trimestre de 2023 para os três consumidores tipo”, refere a ERSE.

Segundo detalha, de abril a junho, “a diferença entre a melhor oferta e a oferta do mercado regulado corresponde a 20,85 euro/mês, 58,87 euro/mês e 113,89 euro/mês, para os consumidores tipo 1, 2 e 3, respetivamente, tendo por base a totalidade das ofertas comerciais”.

Já no que se refere às ofertas de gás natural, para o consumidor tipo 1 (com consumo anual até 138 metros cúbicos – m3), no segundo trimestre, a oferta comercial de gás com menor fatura mensal para além da tarifa regulada foi a da LuziGás (GÁS NATURAL), com um valor de 16,70 euro/mês, mas ainda assim 23% superior ao mercado regulado.

A LuziGas (GÁS NATURAL) foi também a oferta comercial de gás com menor fatura mensal para além da tarifa regulada para os consumidores tipos 2 e 3 (com consumos anuais de gás até 292 m3 e 640 m3, respetivamente), com um valor de 32,19 euro/mês e 25% superior ao da tarifa regulada no primeiro caso e um valor de 66,02 euro/mês e 30% superior no segundo caso.

Já a oferta comercial dual com menor fatura mensal é da Eni Plenitude (tarifa indexada) para os três tipos de consumidor: para o tipo 1 com um valor de 36,21 euro/mês, que corresponde a um desconto de 28% e uma poupança mensal de 13,95 euros em relação à tarifa regulada; para o tipo 2 com um valor de 75,29 euro/mês, um desconto de 36% e uma poupança mensal de 42,82 euros; e para o tipo 3 com um valor de 171,39 euro/mês, um desconto de 32% e uma poupança mensal de 80,21 euros.

De acordo com a ERSE, no gás natural, “a partir do quarto trimestre de 2022 o diferencial entre a oferta de gás de valor mínimo e a tarifa regulada aumenta significativamente, com os preços das ofertas de gás sempre superiores à tarifa regulada”.

 

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.