Jerónimo Martins cai 6% com vendas na Polónia e Colômbia a desiludirem
Vendas da retalhista subiram, mas ficaram aquém das expectativas. Números da polaca Biedronka, especialmente, estão a penalizar as ações, segundo traders e analistas.
A Jerónimo Martins apresentou um disparo de 20,6% nas vendas líquidas no ano passado, mas o crescimento no quarto trimestre ficou abaixo das expectativas, especialmente na polaca Biedronka, onde a subida das vendas like-for-like (LFL), ou seja, sem contar com aberturas de lojas, desacelerou até mais do que a travagem da inflação.
“As vendas a nível geral aumentaram, mas no principal mercado, a Polónia, desiludiram e ficaram abaixo do consenso dos analistas, o que explica a queda das ações”, diz ao ECO, Pedro Oliveira, trader da Go Bulling, parte do Banco Carregosa, adiantando que os números da Ara, na Colômbia, também estão em foco.
Às 10h25, as ações da dona do Pingo Doce caem 6,06%, para 21,24 euros cada, e estão a arrastar a praça nacional para terreno negativo, num dia de ganhos na Europa.
Os analistas do Jefferies, citados pela Reuters, sublinham que as vendas no último trimestre do ano ficaram nos 8.157 milhões de euros, abaixo do consenso dos analistas, que era de 8.237 milhões, “com a Biendronka a ficar abaixo do esperado”.
As vendas no quarto trimestre “confirmaram um cenário mais pressionado na Polónia, e também na Colômbia“, adiantam.
Cotação da Jerónimo Martins na bolsa de Lisboa
Segundo os analistas do JP Morgan, também citados pela Reuters, o “momentum foi bastante abaixo das expectativas, que já tinham sido reduzidas”, vincando que os números LFL na Polónia cresceram 5%, face aos 7% esperados antes da divulgação dos dados e mesmo 9% há apenas algumas semanas.
Clement Genelot, analista da Bryan Garnier, afirma que as vendas do quarto trimestre foram “desapontantes”, especialmente na Polónia. “O LFL da Biedronka está a desacelerar a um ritmo ainda mais rápido que o da inflação alimentar na Polónia”, diz, citado pela Bloomberg.
“Isto levanta questões sobre capacidade de manter o ritmo de crescimento de cerca de 3% do volume com a Lidl a acelerar os esforços nos preços e nas promoções”, alerta. “Apesar de o guidance para 2023 continuar a parecer seguro, todos os olhares vão estar sob os riscos em relação à deflação alimentar e à possibilidade de uma guerra de preços na Polónia.
Esta quinta-feira, já depois do fecho dos mercados de capitais, a empresa liderada por Pedro Soares dos Santos anunciou vendas líquidas de 30,6 mil milhões de euros no total de 2023, a primeira vez que ultrapassou a marca dos 30 mil milhões e uma subida de 12,8%.
As vendas LFL da Biendronka subiram 5,1%, na moeda polaca, no quarto trimestre de 2023, o que compara com 12,8% no terceiro, 17% no segundo e 24,5% no primeiro.
Na Colômbia, as vendas LFL da Ara avançaram 1,3% em moeda local no último trimestre do ano, face a 18,9% no primeiro.
Enquanto o Stoxx 600 sobe 0,84%, em linha com a maioria das principais praças do continente, o PSI cede 0,14%, para 6.584,04 pontos. Apesar de a maioria das cotadas apresentarem ganhos, é a queda da Jerónimo Martins que dita a tendência do dia, a par das perdas mais ligeiras de 1,4% da EDP.
Em sentido contrário, as ações do BCP sobem 2,52% e a Mota-Engil volta a figurar no pódio dos melhores desempenhos na abertura, ao somar 2,2%.
A Galp avança 0,55% e a Nos valoriza 0,24%, minutos depois de a operadora liderada por Miguel Almeida ter anunciado a contratação de 300 milhões de euros de dívida ligada a objetivos de sustentabilidade junto de três grandes bancos nacionais.
(Notícia atualizada às 10h45)
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