Sindicato lamenta falta de respostas aos trabalhadores da fábrica da Indorama em Sines
Em lay-off desde outubro, o sindicato diz que apesar das “tentativas de diálogo entre o sindicato e o IEFP" e "do IEFP com a Indorama”, a empresa “tem ignorado completamente essas tentativas".
O Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Atividades do Ambiente do Sul (SITE-Sul) lamentou esta segunda-feira a falta de respostas aos trabalhadores da fábrica de Sines (Setúbal) da Indorama Ventures, em lay-off desde outubro de 2023.
O sindicato “tem tentado pressionar o Instituto do Emprego e Formação Profissional [IEFP] no sentido de criar uma bolsa [de formação] que envolva aqueles trabalhadores e que dê direito a um complemento remuneratório, mas a Indorama tem ignorado completamente estas tentativas”, disse à agência Lusa Hélder Guerreiro, do SITE-Sul.
De acordo com o dirigente sindical, “além de dar formação, que é sempre positiva”, esta bolsa “iria trazer um incremento salarial a estes trabalhadores que veem o seu salário cortado em mais de 40%” desde o início de outubro do ano passado, aquando do início do lay-off, situação que “se mantém”. Quatro meses volvidos e, apesar das “tentativas de diálogo entre o sindicato e o IEFP” e “do IEFP com a Indorama”, a empresa “tem ignorado completamente”, lamentou.
No entender da comissão sindical, com a criação de uma bolsa de formação, “os cerca de 130 trabalhadores abrangidos pelo lay-off estariam ativos e, por via disso, teriam acesso a um complemento salarial”. “O IEFP está recetivo a essa ideia e diz que aguarda uma resposta da Indorama, mas a Indorama não está a dar resposta nenhuma. A interpretação que fazemos desta postura é que a empresa se sente completamente impune e à vontade para fazer o que bem entende”, argumentou.
O lay-off na fábrica de Sines da multinacional tailandesa Indorama Ventures arrancou no início do mês de outubro de 2023 por um período de seis meses renováveis por igual período e o pagamento de 66% do salário atual dos trabalhadores. Entretanto, o SITE-Sul disse ter tido indicação de trabalhadores que “já saíram para outras empresas” devido à situação salarial.
“O lay-off foi comunicado aos trabalhadores para um ano, o que demonstra que a Indorama está efetivamente a contar com um ano de lay-off”, alegou Hélder Guerreiro. A empresa tailandesa Indorama Ventures adquiriu, em novembro de 2017, a antiga fábrica da Artlant, unidade industrial ligada à área petroquímica instalada no complexo industrial de Sines, num investimento de 28 milhões de euros.
A Artlant, que tinha a Caixa Geral de Depósitos (CGD) como principal credora, foi declarada insolvente pelo Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa no final do mês de julho de 2017, dois anos depois de ter entrado em Processo Especial de Revitalização (PER).
A unidade fabril, agora nas mãos da Indorama Ventures, é produtora de ácido tereftálico purificado, a matéria-prima utilizada para a produção de politereftalato de etileno (PET), componente base no fabrico de embalagens de plástico para uso alimentar (como garrafas para bebidas), e tem uma capacidade produtiva de 700 mil toneladas por ano.
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