BCP diz que já pagou 480 milhões por causa do Novobanco. “Não é muito fácil pagar a um concorrente”, diz Nuno Amado
BCP volta a afastar o interesse no Novobanco e deixa mais farpas ao mecanismo de capitalização do Fundo de Resolução. “Não é muito fácil pagar a um concorrente”, disse Amado.
O BCP afasta o interesse no Novobanco. Aliás, sublinha que ainda está a pagar as contas relativas ao banco rival, tendo já desembolsado 480 milhões de euros, de acordo com o presidente do conselho de administração. “Neste momento estamos na fase de pagar. Não é muito fácil pagar a um concorrente, mas é o que estamos a fazer”, destacou Nuno Amado.
O banco foi uma das vozes mais críticas em relação ao mecanismo de financiamento do Fundo de Resolução, que injetou 3,4 mil milhões de euros no Novobanco nos últimos anos, tendo sugerido mudanças no esquema em várias ocasiões. E esta segunda-feira voltou a dar uma nova bicada. “É um modelo injusto e devia ser corrigido”, afirmou Miguel Maya.
Amado adiantou que a estratégia do BCP continua a ser de “crescimento orgânico”, isto é, sem aquisições de outros negócios. Ainda assim: “Se houver uma necessidade de analisar, temos a obrigação analisar. Mas [o Novobanco] não está na nossa agenda”, acrescentou o chairman durante a apresentação dos resultados anuais do banco.
Mais tarde, o CEO Miguel Maya reforçou a ideia de que o “Novobanco não faz parte da estratégia de crescimento do BCP”. “Não é relevante para o futuro do banco”, assegurou. Também referiu estar tranquilo caso o Novobanco seja comprado por outro rival. “Temos uma quota de mercado adequado”, explicou.
“Gratos” à Fosun e Sonangol
Sobre as mudanças na estrutura acionista, depois de a Fosun ter vendido 10% e de a Sonangol ter admitido a venda da sua posição, Miguel Maya revelou que não há preocupação tendo em conta que o banco português já superou a fase da normalização.
“Estamos gratos, reconhecidos, foram e são muito importantes na vida do banco”, disse Miguel Maya. “Felizmente com o trabalho realizado o banco tem um capital tão robusto que não se antecipa que venha a precisar de capital”, referiu.
Nesse sentido, o CEO diz que é compreensível que, numa fase de normalidade, o banco tenha uma maior dispersão das ações em bolsa, como acontece na banca europeia e americana.
O lucro do BCP quadruplicou para 856 milhões de euros no ano passado e o banco vai pagar 30% dos resultados aos acionistas sob a forma de dividendos.
(Notícia atualizada às 18h38)
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