Bracarense PeekMed abre escritório nos EUA e olha com interesse para Canadá e Ásia
Depois da Alemanha e do Reino Unido, Canadá, Ásia e América Latina são mercados de interesse para a empresa de Braga que desenvolveu sistema para ajudar médicos ortopedistas a preparar cirurgias.
A bracarense PeekMed abriu escritório nos Estados Unidos, mercado onde, depois de obter luz verde da Food and Drug Administration (FDA), se prepara para lançar a plataforma PeekMed Web. Depois da Alemanha e Reino Unido, a empresa, que desenvolveu um sistema para ajudar médicos ortopedistas a prepararem cirurgias, olha “com algum interesse” para outras geografias, como Canadá, Ásia e América Latina.
“Desde cedo” que a entrada nos EUA era um objetivo da PeekMed. E desde 2018, após obter a primeira certificação de produto da FDA, que tem uma ligação comercial com este mercado.
“Ao trabalharmos com parceiros e clientes no mercado americano, rapidamente percebemos a aceitação e o interesse que estávamos a despertar. Queríamos estar mais próximos deles e a cidade de Warsaw, no Indiana, era a localização que fazia mais sentido. É considerada a capital mundial da ortopedia, onde se encontram os grandes players da indústria e com os quais já temos vindo a trabalhar”, explica João Pedro Ribeiro, chairman e CEO da PeekMed, ao ECO.
Depois da aprovação no ano passado pela FDA da plataforma PeekMed Web, a empresa prepara o seu lançamento nos EUA. “O sistema já se encontra muito próximo da sua versão final, no que toca à UX/UI [experiência e interface do utilizador]. Planeamos lançar oficialmente o produto no mercado no decorrer de 2024“, adianta o CEO.
“É um produto que tem gerado grande interesse por parte da comunidade médica e tecnológica, e que está, inclusivamente, a ser introduzido em diversos projetos tecnológicos por parte de parceiros dos EUA. Estes parceiros, com quem já estamos a trabalhar, e outros que se juntarão em breve, são essenciais para aumentarmos a nossa base de utilizadores, que atualmente conta com cerca de 4.000 utilizadores ativos”, explica.
A abertura do escritório — liderado pelo general manager Patrick Henry, “que possui mais de 30 anos de experiência neste setor, tendo liderado grandes projetos e equipas nesta indústria” — tem como objetivo “continuar” estratégia de crescimento, “consolidando a nossa posição no mercado americano e conquistando novas parcerias junto de instituições locais e parceiros da indústria”.
“Vai permitir chegarmos mais rapidamente a cada vez mais médicos e contribuir para uma melhoria da qualidade de vida dos pacientes. Temos desenvolvido soluções de planeamento que respondem às necessidades identificadas pela indústria e pelos médicos. A inteligência artificial (IA) tem um papel cada vez mais preponderante no nosso produto, permitindo-nos introduzir mais valor nos vários setores do mercado que procuram soluções de planeamento inovadoras, de alta precisão, que reduzam riscos, e aumentem a eficiência”, refere o responsável quando questionado sobre os objetivos de crescimento neste mercado.
“Estamos satisfeitos com as soluções que encontramos e encaramos o futuro com grande otimismo e confiança, prevendo um crescimento rápido neste mercado, aumentando assim a equipa local”, diz, sem adiantar números.
Com uma equipa de 50 pessoas — “uma mistura de engenheiros biomédicos, engenheiros informáticos e especialistas em IA, formando uma equipa de desenvolvimento com amplo conhecimento em imagens médicas, inteligência artificial, computação gráfica e visão computacional” –, trabalhando na sua maioria em regime híbrido a partir do escritório em Braga, a PeekMed tem também equipas na Alemanha e agora nos EUA.
“O nosso principal mercado é na Europa, com especial foco na região DACH (Alemanha, Áustria e Suiça), onde temos uma equipa a trabalhar diretamente. Recentemente, expandimos para o Reino Unido, após obtermos autorização por parte dos reguladores para operar nesse mercado. O Brasil e os EUA são os outros grandes mercados onde também já temos uma forte presença estabelecida”, adianta o CEO.
Projetos de expansão que não se ficam por aqui: “O Canadá, Ásia e América Latina são potenciais mercados para onde olhamos com algum interesse, mas os nossos planos para o curto prazo são a consolidação da nossa posição nos mercados onde estamos atualmente, conquistando uma maior quota de mercado.”
João Pedro Ribeiro não revela valores de faturação. Mas diz que 2023 foi um ano “muito positivo, com um grande crescimento na faturação”. “Especialmente na Europa, onde temos vindo a conquistar quota de mercado à concorrência, mas também nos EUA”, diz. “Para 2024, esperamos superar ainda mais o nosso ritmo de crescimento.”
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