Ferreira Leite diz que pandemia foi uma “benção” para o PS. Marta Temido classifica declarações de “cruéis”
A antiga presidente do PSD defende que o o PS "duas bênçãos que lhe caíram do céu": a pandemia de covid-19 e a inflação. Marta Temido considerou declarações "cruéis" e "perturbadoras".
A antiga presidente do PSD Manuela Ferreira Leite acusou esta sexta-feira o PS de ter destruído o Estado social com a sua governação, de desbaratar os fundos do PRR e colocou dúvidas sobre as contas públicas no futuro. Segundo a economista, o PS, que governou nos últimos oito anos, “ainda teve dois benefícios” ou “duas bênçãos que lhe caíram do céu”, a pandemia de covid-19 e a inflação.
“A covid para este Governo foi uma benesse, foi uma desculpa para nada fazer, foi a possibilidade de poder ajudar quem efetivamente nessas alturas teve necessidade de apoios – e que qualquer Governo com certeza que o faria, um Governo do PSD também o faria”, sustentou.
A covid-19 deu ao PS no Governo “a oportunidade de receber da União Europeia um montante de recursos de tal forma volumoso”, os fundos do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), “e que ele tem desbaratado, não para investimentos para futura alteração do país, mas para muitas vezes pagar aquelas benesses que anda a distribuir para manter as pessoas ligadas ao Governo”, acusou.
Marta Temido, ex-ministra da Saúde no Governo de António Costa considerou as declarações de Manuela Ferreira Leite “infelizes”, “cruéis” e “perturbadoras”.
À margem do último comício do PS desta campanha eleitora, Marta Temido afirmou que a posição assumida pela ex-líder do PSD foi de “desrespeito para com os profissionais de saúde, o Serviço Nacional de Saúde, e, inclusive, para com as pessoas que perderam familiares” por causa da pandemia.
“Sentimos que foi um momento infeliz e reflete uma falta de noção da realidade. Qualquer Governo preferia não ter sido confrontado com a pandemia”, apontou Marta Temido.
De acordo com Manuela Ferreira Leite, “a inflação foi outra benesse que lhes caiu em cima”, porque “não só é uma desculpa para várias coisas que nada têm a ver com a inflação, como abriram os seus cofres e foi só entrar dinheiro”.
“Têm os orçamentos equilibrados, o que é verdade. Mas é verdade com meios que não são repetíveis. Portanto, a consolidação e o futuro desses alcances tão proclamados em termos financeiros, tenho algumas dúvidas”, declarou Manuela Ferreira Leite, que discursava num almoço de campanha da Aliança Democrática (AD), na Estufa Fria, em Lisboa, comemorativo do Dia Internacional da Mulher.
Nesta iniciativa da coligação PSD/CDS-PP/PPM, a antiga ministra das Finanças e da Educação descreveu a atual situação do país como de “um empobrecimento grave e profundo” resultante de “políticas erradas e medidas ainda mais erradas” tomadas pelo PS, que resumiu desta forma: “Tiram-nos o dinheiro do bolso através dos impostos e depois dão-nos através de esmolas”. Do ponto de vista das mulheres, Manuela Ferreira Leite destacou a saúde e a educação, a incerteza quanto ao lugar “onde vão nascer os seus filhos”, quanto ao “dia em que eles têm escola” e “a que aulas é que eles não têm professores”.
“É quase que insólito que tenha sido pelas mãos do PS que acabaram com o Estado social – coisa que o PSD sempre teve no seu programa”, acrescentou.
Notícia atualizada às 19h13 com as declarações de Marta Temido
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